Manuel Abranches de Soveral

 

 

 

Casa da Trofa

origens

armas

1º senhor

2º senhor

3º senhor

4º senhor

5º senhor

6º senhor

7º senhor

8º senhor

9º senhor

10º senhor

descendência

sangue real

representação

análise

bibliografia

 

Diogo Gomes de Lemos

6º senhor da Trofa (1617)

DIOGO GOMES DE LEMOS, 6º senhor da Trofa, Álvaro, Pampilhosa, Jales e Alfarela, por carta de confirmação Dom Filipe II de 3.7.1617. Sucedeu ainda como 8º morgado do Calhariz e senhor da honra e torre de Silva e das quintãs e torres de Cambra e Stª Mª de Ventosa (Vouzela). Moço fidalgo da Casa Real, foi comendador de Cambra e Stª Mª de Ventosa na Ordem de Cristo. Por sua mulher senhor da casa do Patim, no Porto, junto ao mosteiro de S. Domingos, onde viveu e faleceu em 1651.

tu1.GIF (59829 bytes)

Túmulo armoriado dos 2ºs senhores da Trofa,

João Gomes de Lemos e sua mulher

D. Violante de Sequeira.

  

Casou a 1ª vez com D. Mariana de Vilhena Coutinho (a), 5ª morgada dos Ferreira, com a sua capela de Jerusalém no mosteiro de S. Domingos, no Porto, e respectiva Casa do Patim, com quem ainda vivia em 1636, s.g.

Depois de viúvo casou a 24.3.1646 no Porto com D. Guiomar Monteiro de Almeida (b), de quem tinha filhos naturais, que assim legitimou, a qual faleceu a 9.4.1658 na Casa da Trofa, sendo sepultada no respectivo panteão. Esta D. Guiomar, que nasceu em Cambra e foi baptizada a 12.8.1582 em Vouzela, onde viveu enquanto solteira, era filha de António Lopes de Carvalho, morador em Vouzela, onde instituiu morgadio, e de sua mulher Catarina Borges de Castro, meia-irmã do Padre Sebastião Vieira, famoso jesuíta autor de vasta bibliografia, missionário do Padroado Português do Japão, que morreu queimado vivo em Yedo a 6.6.1634, foi mestre de Noviços e procurador da Província de Macau, missionou nas Filipinas (1614) e em 1623 foi eleito para ir a Roma como procurador da Província Japonesa, onde chegou em 1626 e foi acolhido da melhor forma pelo papa Urbano VIII. Em 1629 voltou ao Oriente, levando 23 jesuítas de várias nacionalidades. Em 1632 voltou a entrar no Japão, como administrador do bispado. Em 1633 foi mandado prender pelo imperador nipónico, que o condenouà morte por suplício e, após três dias de martírio, a ser queimado vivo.

Aquela Catarina Borges de Castro era filha de André Vieira, fidalgo morador em Castro Daire (Viseu), e de sua 1ª mulher Isabel Borges de Castro, filha esta de Pedro da Costa e de sua mulher Constância Borges de Castro. André Vieira era filho de Braz Vieira, fidalgo da Casa Real que serviu em Arzila, onde provavelmente nasceu e onde foi armado cavaleiro (CJIII, 44, 69v), sendo depois escrivão da Câmara de Castro Daire (CJIII, 49, 127v), tabelião de Castro Daire (ib, 46, 207) e tabelião de Alva (ib, 46, 221), e de sua mulher Catarina de Almeida, natural de Vila Nova (Arouca) e falecida a 21.7.1575 em Castro Daire, meia-irmã de Álvaro Monteiro, fidalgo da Casa Real e de Cota de Armas (1543), cidadão e tabelião do Porto (1571), escrivão da Câmara (1576), etc., senhor da casa da Quintela, em Vila Nova (Arouca).

Aquele Braz Vieira era filho de Jorge Vieira, cavaleiro, que a 22.10.1501 servia em Arzila quando foi nomeado guarda desta vila, com uma tença de 4.000 reais (CMI, 1, 49). O Nobiliário da Quinta do Ribeiro diz que foi famoso soldado em África e dele faz memória Jerónimo Ozorio na Vida d'el rei D. Manuel, tendo lá morrido pelo anos de 1510. Alão diz que no testamento de sua mãe vem que era casado, mas não se sabe o nome da mulher. Gaio diz que a mulher era natural de Castro Daire. É de facto provável que a mulher de Jorge Vieira fosse de Castro Daire, mas como ele pelo menos desde 1501 servia em Arzila e terá lá morrido em 1510, deve ter casado nesta praça, sendo a mulher filha ou viúva de um cavaleiro que ali servia. Este Jorge Vieira era filho de Álvaro Vieira, senhor da quinta da Conca, em S. Paio de Portela (Penafiel), e da capela da Casa do Capítulo de S. Domingos, no Porto, e de sua mulher Catarina Fernandes Baião ou de Souza.

Aquela Catarina de Almeida era filha de Álvaro Monteiro, senhor da dita casa de Quintela, em Tarouca, também cidadão e tabelião do Porto, cavaleiro da Casa dos duques de Viseu (pais de D. Manuel I), etc., e de sua 2ª mulher Filipa de Almeida (filha de Rui Lopes de Almeida, alcaide-mor de Freixo de Numão); e neta paterna de Gonçalo Monteiro, cavaleiro da Casa dos duques de Viseu, tabelião de Tarouca, etc. (filho de Lopo Martins Monteiro, escudeiro, referido nas cartas de armas dos bisnetos como «fidalgo muito honrado», do verdadeiro tronco desta linhagem), e de sua mulher Isabel Rodrigues de Vasconcellos, senhora da dita casa da Quintela, sendo esta filha herdeira de Rui Gonçalves de Sequeira e sua mulher Inez de Vasconcellos, filha de Luiz Vaz Cardoso, chefe desta linhagem, senhor da honra e quintã de Cardoso em S. Martinho de Mouros, e de sua mulher Leonor de Vasconcellos.

Diogo Gomes de Lemos deixou ainda filhos bastardos de D. Leonor Pinheiro de Atouguia, natural de Viseu, filha de João Pires Pinheiro, que depois de viúvo foi arcediago do Bago, em Viseu.

FILHOS DO 6º SENHOR DA TROFA

  • (b) João Gomes de Lemos, que segue
  • (b) D. Jerónima de Lemos, em cujo filho seguiu a Casa da Trofa, como se explica na ficha de seu irmão João Gomes de Lemos.
  • (N) Frei Duarte de Lemos, frade dominicano, que foi filho natural havido numa filha de João Pires Pinheiro, que depois de viúvo foi arcediago do Bago, em Viseu. Fal. depois de 1633, ano em que foi padrinho em Mouriz de uma filha de sua irmã D. Madalena.
  • (N) D. Madalena de Lemos, falecida a 1.6.1660 na quinta da Costa, em Mouriz (Paredes), filha bastarda, como de documenta na habilitação para o Stº Ofº (1683) de seu genro João Pimenta de Eça. Casou cerca de 1629 com Luiz Coelho de Beça, senhor da dita quinta da Costa, onde fal. a 24.11.1660, filho de Sebastião Coelho de Beça e sua mulher Filipa Dourado. Tiveram um filho, Diogo Gomes de Lemos, bat. a 10.4.1630 em Mouriz, que fal. solteiro c.g. ilegítima, e várias filhas, algumas casadas c.g., entre elas D. Catarina de Lemos e Távora casada com o antedito João Pimenta de Eça.
  • (N) D. Luiza de Távora, filha natural, que foi abadessa de Arouca.