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«Ascendências
Visienses Ensaio
genealógico sobre a nobreza de Viseu. Séculos XIV a XVII»
Porto 2004 .
2 volumes
«Soares,
Melos, Amarais, Cardosos,
Casteisbrancos, Almeidas e Loureiros,
Costas, Homens, Abreus, Serpes, Ribeiros,
Carvalhos, Queiroz, Lemos e Viçosos;
Vasconcellos e Pereiras generosos,
Bulhões, Campos, Soverais e Monteiros,
Veigas, Morais, Mirandas verdadeiros,
Albuquerques, Leitões, Mesquitas e Barrosos;
Pais, Rebelos, Machados e Figueiredos,
Gusmões, Alvelos, Barros e Botelhos,
Nápoles, Sousas, Lopes e Silveiras,
Pachecos, Andrades, Cunhas e Azevedos,
com Gouveias, Moreiras, bons Coelhos,
São de Viseu as gerações primeiras!»
(Soneto
transcrito nas «Memórias dos Bispos de Viseu» do Padre Leonardo de
Sousa)
Errata
e aditamentos última actualização: 19.6.2014
vol. |
pag. |
linha |
onde
se lê |
deve
lêr-se |
I |
5 |
2 |
462 |
262 |
I |
22 |
17 |
Para a ascendência
de D. Vasco Ermiges de Cardoso, bem assim como para ver a origem
comum dos Cardoso, Matos e Amaral, ver o meu estudo Os
Ribadouro. Proposta de reconstituição genealógica (http://www.soveral.info/mas/Ribadouro
- origens.htm) |
I |
29 |
29 |
Beatriz Saraiva,
casada com Fernão Cardoso, de facto devia ser irmã de Afonso Saraiva,
como também digo, mas não filha de Lopo Cardoso e Beatriz Saraiva,
como vai proposto. Com efeito, tal como Afonso Saraiva, Beatriz
Saraiva seria filha de Vicente Fernandes Saraiva, referido adiante,
que também refiro na pag. 299 do II Volume, como avô da Isabel
Saraiva casada como Diogo de Albuquerque.
Os Saraiva são uma família que surge no início do séc. XV em Trancoso,
não se sabendo a origem anterior. Algumas genealogias dizem que
vieram de Castela, mas isso não quer dizer nada, pois é o que
invariavelmente costumam dizer quando não sabem a origem... Devem
todos descender de um virtual Fernão Saraiva, pai de Vicente
(ou Vasco) Fernandes Saraiva e seus irmãos, que terá vivido em
Trancoso e nascido cerca de 1365/70. Alão refere, solto, um Fernão
Vaz Saraiva, morador em Trancoso, que diz ter vivido no reinado
de D. Manuel I. Não sei onde foi buscar a informação, nomeadamente
sobre a sua cronologia. Mas se esta cronologia está errada, e
viveu no reinado de D. João I, pode tratar-se do mesmo Fernão.
É possível que tenham origem em cavaleiros acontiados e homens-bons,
tendo este virtual Fernão Saraiva crescido de estatuto no apoio
ao mestre de Avis. Tanto mais que a 14.2.1442 D. Afonso V privilegiou
um Afonso Anes Saraiva, besteiro do conto, a pedido de João Rodrigues
[Peegados], isentando-o de ser apurado para ir para Ceuta. O que
significa que o nome já existia (se bem que pudessem ser famílias
distintas) e que pelo menos este Afonso Anes não era nobre. Documentando-se
também que um Vasco Anes Saraiva, morador no Porto, porventura
irmão deste Afonso Anes, esteve em Alfarrobeira pelo infante D.
Pedro, pelo que perdeu os seus bens, juntamente com Fernando Álvares
da Maia, Álvaro Vaz, genro do "barba meia" (João Álvares
Barba Meia, morador no Porto), e Gonçalo Anes do Mu.
Deste virtual Fernão Saraiva devem ser filhos: 1) Pedro Saraiva
(referido na pág. 30 do I Volume, como marido de Aldonça Cardoso),
que segue; 2) Vicente Fernandes Saraiva (referido na pag. 299
do II Volume, como avô de Isabel Saraiva casada como Diogo de
Albuquerque), que segue; 3) Nuno Fernandes Saraiva, que segue;
e 4) a antedita Beatriz Saraiva, casada com Lopo Cardoso, todos
moradores em Trancoso.
1) Pedro Saraiva, o mais velho, nascido mais cerca de 1398
(e não 93, como proponho), casado com Aldonça Cardoso, foi escudeiro
do bispo de Évora, escrivão dos órfãos e das sisas e tabelião
do público e notas de Trancoso, como refiro. Com efeito, a 16.1.1440
D. Afonso V nomeou Pedro Saraiva, escudeiro do bispo de Évora,
do seu Conselho, e a seu pedido, para o cargo de escrivão das
sisas régias gerais e da feira da vila de Trancoso, em substituição
de Fernando Afonso, que fora destituído por ter sido acusado de
assassínio. Sobre seu filho Gonçalo Saraiva, além do que refiro,
posso acrescentar que a 30.9.1483 D. João II o confirmou como
escrivão dos órfãos e tabelião de Trancoso, bem como escrivão
das sisas (neste documento consta como Gonçalo Pires Saraiva).
E que a 28.3.1491 o nomeou alcaide das sacas de Noudar e a 7 do
mês seguinte contador dos gados do mesmo lugar. Sobre o filho
Álvaro Saraiva, posso acrescentar que a 1.3.1475 D. Afonso V privilegiou
Álvaro Saraiva, abade de S. Jorge da vila de Trancoso, concedendo-lhe
licença para ter uma casa que comprara na dita vila; que a 18.5.1487
D. João II o autorizou a comprar bens de raiz; que a 21.10.1512
Diogo Gomes de Andrade, beneficiado no bispado de Coimbra, teve
confirmação da permuta do seu benefício pela igreja de S. Pedro
na vila de Trancoso, em substituição de Álvaro Saraiva, seu abade,
que a permutou pelo benefício no bispado de Coimbra; e que a 5.6.1486
teve legitimadas por carta real duas filhas (Isabel e Catarina),
havidas em Beatriz Afonso, mulher solteira, moradora em Trancoso,
que a 16.7.1498 teve carta de perdão, a seu pedido, por afeição
carnal com Álvaro Saraiva, abade de São João, morador na dita
vila, tendo pago 2.000 reais para a Piedade.
2) Vicente Fernandes Saraiva, casado com Leonor Vaz da
Fonseca, que Gaio diz que era Vasco e não Vicente, nascido cerca
de 1400. Além do abade Pedro Saraiva da Fonseca, que refiro (pag.
299 do II Volume), foram pais de Afonso Saraiva, nascido cerca
de1429; Isabel Fernandes Saraiva; Leonor Vaz da Fonseca e, ao
que proponho, da Beatriz Saraiva que casou com Fernão Cardoso,
como ficou dito. Conforme refiro, a 25.10.1475 D. Afonso V doou
vitaliciamente em sesmaria a Afonso Saraiva e a Fernão Cardoso,
escudeiros da sua Casa, certas terras na vila de Trancoso e seu
termo. Acrescento agora que a 29.3.1480 o mesmo rei perdoou a
Afonso Saraiva, morador em Trancoso, qualquer pena em que tenha
incorrido por ter passado gado e outras coisas defesas para Castela,
sem licença régia. Gaio diz que este Afonso Saraiva casou com
Berenguela Dias da Fonseca, filha de Ozorio Dias, senhor de Figueiró
da Granja, e sua mulher Beatriz da Fonseca, embora Luiz de Mello
Vaz de São-Payo apenas dê aquela Berenguela casada com Martim
Ferreira. Mas o seu casamento com Afonso Saraiva é possível do
ponto de vista cronológico e social (eram primos-direitos). E
Gaio diz que deste casamento nasceu, entre outros, o Vasco Saraiva,
senhor do reguengo de Trancoso, que refiro na pág. , Vasco Saraiva
que eu, seguindo Alão, não filiei. Aquela Leonor Vaz da Fonseca
(que Alão erradamente chama Leonor Ozorio da Fonseca, mas não
tinha Ozorio na ascendência) casou com seu primo-direito Lourenço
Saraiva, referido adiante. Sua irmã Isabel Fernandes Saraiva casou
com Antão Vaz, escrivão dos contos régios da cidade da Guarda,
e foram pais de João da Fonseca, capitão donatário das ilhas das
Flores, Corvo e Stº Antão, casado com Margarida de Alcáçova, e
de Antão Saraiva. A 18.12.1471 D. Afonso V nomeou Antão Saraiva,
filho de Antão Vasques, para o cargo de escrivão dos contos régios
da cidade da Guarda, em substituição de seu pai, ficando este
vitaliciamente com o mantimento que usufruía (carta de renúncia
de 2.12.1471). A 20.12.1471 privilegiou Antão Saraiva, escudeiro,
escrivão dos contos régios na cidade da Guarda, concedendo-lhe
licença para pôr sinal público nas escrituras e causas. A 23.7.1482
D. João II confirmou-o como escrivão dos contos da Guarda, autorizando-o
para fazer sinal público. A 30.3.1496 Antão Saraiva, escudeiro
do rei, morador na Guarda, foi confirmado por D. Manuel I no ofício
de escrivão dos contos nessa comarca e almoxarifado. A 13.11.1497
Leonel Henriques, morador na Guarda, teve confirmação do aforamento
em três vidas dumas casas na rua Nova que foi judiaria da cidade,
pagando de foro anual 3 reais de prata de 114 reais o marco. Apresenta
incluso instrumento de aforamento feito por Gomes de Paiva, porteiro
dos contos da cidade, na Guarda, a 27.10.1497, em que Antão Saraiva,
escrivão dos contos reais da cidade, que tem o cargo de contador
no lugar de Fernão Velho, aforou umas casas d'el rei na Rua Nova
e paga de foro 126 reais. Alão diz que Antão Saraiva foi pai,
entre outros, de um João Saraiva que casou na Madeira. Que deve
ser o João Saraiva, nosso moço de câmara, que a 17.3.1503 D. Manuel
I nomeou escrivão dos almoxarifados e da alfândega da ilha da
Madeira, na parte do Funchal.
3) Nuno Fernandes Saraiva, que Alão diz irmão de Vicente,
sem o nomear. Contudo, os seus editores dizem que se devia chamar
Nuno Fernandes e ser também o pai da Branca Saraiva que casou
com Nicolau de Carvalho e foram pais do doutor António Saraiva
de Carvalho casado no Porto em 1538 com Maria Carneiro. Foi pai
do antedito Lourenço Saraiva casado com sua prima-direita Leonor
Vaz da Fonseca, c.g. |
I |
32
e
34 |
42
e
seg. |
Rui Gonçalves
de Sequeira deve ser o Rui Gonçalves, escudeiro, morador
em Tarouca, que a 13.9.1453 D.Afonso V nomeou para o cargo de
juíz das sisas desse lugar e seu termo, em substituição
de Rui Vasques, que morrera. E o Rui Gonçalves, vassalo,
morador em Tarouca, a quem a 14.3.1466 D. Afonso V concedeu carta
de privilégio para todos os seus mordomos e apaniguados
na comarca da Beira. A 1.2.1455 D. Afonso V nomeou Fernando Afonso,
criado de Rui Gonçalves, escudeiro da sua Casa, morador
na vila de Tarouca, para o cargo de escrivão dos pedidos
e das coisas que a elas pertencerem, na comarca de Tarouca, em
substituição de Heitor Rodrigues, que morrera. Mas
não pode ser o homónimo que Gaio diz filho de Gonçalo
de Sequeira, tesoureiro da Casa de Ceuta, e de sua mulher Beatriz
(na verdade Guiomar) de Souza, pois este é demasiado tardio.
Na verdade, a 12.2.1462 D. Afonso V legitimou Guiomar de Souza,
mulher de Rui de Sequeira, fidalgo da sua Casa, filha de Gonçalo
Rodrigues de Souza, do seu Conselho e capitão-mor dos ginetes,
e de Catarina de Casada, mulher solteira, a pedido de seu pai.
Quanto a Gonçalo Monteiro, genro de Rui Gonçalves,
nas cartas de armas dos netos verm como morador em Arouca, como
ficou dito. É, portanto, o Gonçalo Monteiro, morador
em Tarouca, a quem a 25.3.1454 D. Afonso V privilegiou, concedendo-lhe
licença para que possa andar de besta muar de sela e freio.
Seria então recém-casado, tendo nascido cerca de
1429. Pelo que ainda pode ser o Gonçalo Monteiro que era
tabelião de Tarouca a 12.2.1500, data em que fez um instrumento
de perdão que Martim Afonso, morador em Quintela, termo
de Tarouca, concedeu a Estêvão Gonçalves,
também aí morador.
São vários os
homónimos que na mesma cronologia se documentam:
A 28.9.1450 D. Afonso
V doou a Gonçalo Monteiro, almoxarife da cidade da Guarda,
todos os bens móveis e de raiz que pertenceram a Nuno
Álvares, sequiteiro do infante D. Pedro, que os perdeu
por ter estado na batalha de Alfarrobeira ao lado do dito infante.
A 12.5.1451 D. Afonso
V fez quitação a Gonçalo Monteiro, almoxarife
da cidade da Guarda, de 1.104.218 reais brancos das rendas,
direitos e pedidos do ano de 1449.
A 30.5.1453 D. Afonso
V fez quitação a Gonçalo Monteiro, reposteiro
régio das infantas, de toda a prata, panos de ouro, seda,
entre outras coisas, que recebera das ditas infantas enquanto
exercera o cargo.
A 6.2.1462 D. Afonso
V nomeou Fernão Lopes, escudeiro de D. Fernando, e a
seu pedido, para almoxarife das rendas régias e direitos
do almoxarifado da Guarda, da sisa régia dos panos que
chegavam de Castela, em substituição de Gonçalo
Monteiro, pai de João Monteiro, que renunciara.
19.10.1463 D. Afonso
V privilegia Afonso Lourenço, oleiro, morador na cidade
de Lisboa, a pedido de Gonçalo Monteiro, escudeiro da
sua Casa, escrivão do quarto dos ingleses, isentando-o
do pagamento de diversos impostos e encargos ao concelho, de
ser posto por besteiro do conto, bem como do direito de pousada.
A 26.6.1472 D. Afonso
V privilegiou João Dias, sapateiro, morador na cidade
de Lisboa, a pedido de Gonçalo Monteiro, escudeiro da
sua Casa, escrivão da sisa do quarto dos ingleses na
dita cidade, isentando-o dos serviços, encargos, ofícios
e do pagamento de diversos impostos ao concelho, de ir com presos
e dinheiros, de ser tutor e curador, de ser posto por besteiro
do conto, de ser acontiado, de comparecer no alardo, bem como
do direito de pousada.
A 30.5.1475 D. Afonso
V perdoou a justiça régia e concedeu carta de
segurança a Gonçalo Monteiro, morador na vila
de Castelo Rodrigo, juiz que foi na dita vila, a fuga da prisão
da vila de Pinhel, tendo pago 700 reais para a arca da Piedade,
contanto que se livre de direito do que fora acusado.
Uma carreira que passa de
Tarouca à Guarda, depois a Lisboa, daí a Castelo
Rodrigo, e depois de volta a Tarouca, é demasiado movimentada.
Tudo indica, portanto, que coexistiram pelo menos três homónimos.
O Gonçalo Monteiro, almoxarife da Guarda, é assim
indivíduo distinto, e este é que foi pai da Catarina
Monteiro casada com João de Matos, referida na pág.
33. Bem assim como do Álvaro Monteiro que foi coudel da
Guarda, que ponho, mal, a hipótese de ser o homónimo
filho do Gonçalo Monteiro de Tarouca, que foi tabelião
do Porto, também referido na pág. 33.
Aliás, também coexistiram vários homónimos
deste nome. Além do Álvaro Monteiro que foi tabelião
do Porto, mais tardio, temos o antedito Álvaro Monteiro
que foi coudel da Guarda de 1472 até 20.2.1475 (data em
que lhe sucedeu Afonso Tavares). Este Álvaro Monteiro,
que era então escudeiro do conde de Monsanto, foi a 10.1.1475
nomeado para o cargo de recebedor da sisa régia das távolas
do haver do peso da cidade de Lisboa, em substituição
de Lopo Afonso, que renunciara. Outro foi reposteiro régio:
a 6.3.1468 D. Afonso V privilegiou Pedro Afonso, acontiado em
besta de polé, morador em S. Pedro de Rio Seco, termo da
vila de Castelo Bom, a pedido de Álvaro Monteiro, resposteiro
régio, concedendo-lhe aposentação sem ter
atingido a idade de 70 anos. Um outro Álvaro Monteiro,
escudeiro da Casa Real, a 7.4.1468 foi nomeado recebedor do porto
de Almeida, em substituição de Diogo Afonso, escudeiro
da Casa Real, que renunciara. E um outro Álvaro Monteiro,
moço do monte (monteiro) da Casa Real, a 2.6.1481 foi nomeado
tabelião do cível e crime de Pinhel, cargo para
que foi confirmado a 10.4.1483. Este último julgo que foi
pai do cónego da Sé de Coimbra Gonçalo Monteiro,
que teve vários filhos legitimados por D. Manuel I. Quanto
ao Álvaro Monteiro coudel da Guarda, certamente filho do
Gonçalo Monteiro almoxarife da Guarda (e de uma Figueiredo,
da Guarda), julgo que era cunhado de Afonso Tavares, que lhe sucedeu
como coudel, Afonso Tavares este (referido na pag. 34 como pai
de Tristão Tavares) cuja mulher se desconhece. Assim, O
Gonçalo Monteiro almoxarife da Guarda seria filho do Gonçalo
Monteiro tabelião de Lamego, falecido em 1441, e este irmão
de Lopo Martins Monteiro.
Gonçalo Monteiro, de Tarouca, dizem as cartas de armas
dos netos que era filho de Lopo Martins Monteiro, «fidalgo
muito honrado», do verdadeiro tronco desta linhagem.
Gaio diz que viveu no Porto no tempo de D. Duarte e D. Afonso
V, «como consta de um Padrão que diz viu Manuel
de Sousa da Silva». Na carta de armas de José
Anacleto Pereira da Silva (20.12.1738) diz-se que Lopo Martins
Monteiro era filho de Martim Afonso Monteiro, que foi vereador
do Senado da Câmara do Porto em 1425, neto de Afonso Nunes
Monteiro, também morador no Porto (que se documenta apenas
como Afonso Monteiro na legitimação do filho Rodrigo
Afonso a 8.12.1390), bisneto de Nuno Martins Monteiro e trineto
do Martim Pais Monteiro de que fala o conde D. Pedro. Este Martim
Pais era irmão de Gonçalo Pais Monteiro, cónego
da Sé de Lamego e abade de Sandim, que teve um filho João
Monteiro, legitimado por carta real de D. Dinis (CDinisI, 3, 143v).
Numa carta de D. Pedro I (CPI, 1, 136) refere-se um João
Monteiro, alcaide-mor de Sabugal no reinado de D. Afonso IV, que
é certamente este.
De Nuno Martins Monteiro foi filho Gonçalo Martins Monteiro.
A 21.10.1384 D. João I fez doação para sempre
a Gonçalo Martins Monteiro, parente de Gonçalo Vasques
Coutinho, e a todos os seus herdeiros e sucessores, de todos os
bens móvies e de raiz que tinham Paio Rodrigues, de Mesão
Frio, Gil Martins, abade de Valadares, e seus filhos, e João
Monteiro, de Sedellas (sic, deve ser Sedielos, então termo
de Mesão Frio), escudeiro de João Rodrigues de Portocarreiro,
que os perderam por estarem em deserviço. Gonçalo
Martins Monteiro era parente de Gonçalo Vasques Coutinho
porque este era trineto de Tereza Anes de Leomil (e seu 2º
marido Rui Mendas da Fonseca) e Gonçalo Martins era bisneto
da mesma (e de seu 1º marido Lopo Monteiro). O referido O
referido João Monteiro, de Sedielos, pode ser seu filho
deste nome, que veio a ser Dom prior do mosteiro de Folques. De
Fernão Monteiro, filho do antedito Gonçalo Martins
Monteiro, foi filha Beatriz Monteiro, que casou com Álvaro
Ozorio da Fonseca. senhor de Figueiró da Granja.
Como disse, julgo que Lopo Martins Monteiro era irmão do
Gonçalo Monteiro que era escrivão do almoxarifado
da cidade de Lamego quando a 14.12.1439 teve carta real para sinal
público e faleceu em 1441, ano em que, por sua morte, foi
substituído no cargo por Rui Lopes, escudeiro do infante
D. Pedro. E irmão, ainda, de um João Martins Monteiro
que foi tabelião do cível e crime da vila de Almeida.
Com efeito, a 25.3.1454 D. Afonso V nomeou João Monteiro
para o cargo de tabelião do cível e crime da vila
de Almeida, em substituição de João Martins
Monteiro, seu pai, que morrera. Este João Monteiro a 10.4.1439
foi confirmado no cargo de escrivão dos órfãos
de Castelo Rodrigo, para que fora nomeado a 7.1.1434. Mas faleceu
pouco depois. A 24.10.1456 D. Afonso V confirmou a nomeação
de João Gomes, escudeiro, vassalo régio, morador
em Castelo Rodrigo, para o cargo de juiz dos órfãos
na dita vila, em substituição de João Monteiro,
que morrera. E a 22.11.1456 nomeou João Gomes de Figueiredo,
morador em Castelo Rodrigo, para o cargo de juiz das sisas régias
da dita vila, em substituição de João Monteiro,
que morrera. Deste João Monteiro deve ser filho o Álvaro
Monteiro, escudeiro da Casa Real, que a 7.4.1468 foi nomeado recebedor
do porto de Almeida, em substituição de Diogo Afonso,
escudeiro da Casa Real, que renunciara. Bem como um Gonçalo
Monteiro que foi juiz em Castelo Rodrigo. A 30.5.1475 D. Afonso
V perdoou a justiça régia e concedeu carta de segurança
a Gonçalo Monteiro, morador na vila de Castelo Rodrigo,
juiz que foi na dita vila, pela fuga da prisão da vila
de Pinhel, tendo pago 700 reais para a Arca da Piedade, contanto
que se livrasse de direito do que fora acusado.
Finalmente, resta dizer que aos filhos de Gonçalo Monteiro,
de Tarouca, faltou referir Rui Monteiro, que vem referido como
«homem fidalgo» na carta de armas do filho.
É o Rui Monteiro, escudeiro, morador na vila de Bertiande
(Lamego), que a 9.2.1518 foi nomeado novamente recebedor das sisas
da vila de Tarouca, com o mantimento anual do que as rendas renderem
à razão de 60 reais o milheiro até quantia
de 3.000 reais, à custa dos rendeiros, quando as rendas
forem arrendadas e, quando não, à custa da coroa.
Casou com Leonor de Alvarenga e tiveram muitos filhos, entre eles
António Monteiro, que a 30.12.1540, sendo referido como
morador em Vila Maior, concelho de Baião, tirou carta de
armas para Monteiro, com uma flor de lis verde por diferença.
Além dos pais, é referido como neto de Gonçalo
Monteiro, fidalgo muito honrado, e bisneto de Lopo Martins Monteiro,
do verdadeiro tronco desta linhagem. Foi ainda pai de João
Rodrigues Monteiro, que foi casar a Viseu com senhora cujo nome
ainda não foi possível apurar, sendo pai de Francisco
Monteiro de Vasconcellos, referido na pág. 126 do Vol.
II, como sogro de D. Helena de Mello e Abreu.
Quanto a Álvaro Monteiro, filho de Gonçalo Monteiro,
de Tarouca, sucedeu ao pai na quinta de Quintela, no lugar de
Vila Nova (Tarouca) e foi cavaleiro fidalgo da Casa dos duques
de Viseu, mas não foi cidadão e tabelião
do Porto nem casou duas vezes. Na verdade, casou apenas com Filipa
de Almeida, que tenho como sua 1ª mulher. A indicação
de que casara duas vezes surge na sequência de Alão
o dar casado com Isabel Moutinho, com geração. Mas
documento este casal no Porto, comum filho Nicolau a nascer em
1543, pelo que não é possível identificar
este Álvaro Monteiro, tabelião do Porto por carta
de D. João III (CJIII, 25, 71), casado com Isabel Moutinho,
com o Álvaro Monteiro casado com Filipa de Almeida, que
viveu uma geração antes. Assim, deste Álvaro
Monteiro deve ser filho o Álvaro Monteiro tabelião.
Com efeito, a 7.9.1548 foi madrinha no Porto (Sé) Isabel
Moutinho, mulher de Álvaro Monteiro, tabelião. E
a 30.11.1543 foi aí baptizado Nicolau, filho de Álvaro
Monteiro e sua mulher Isabel Moutinho. Sendo que este Álvaro
Monteiro casado com Isabel Moutinho ainda vivia em 1576. Do
casamento de Álvaro Monteiro como Filipa de Almeida, para
além do filho homónimo que foi tabelião do
Porto, foi também filho Gonçalo Monteiro, que casou
com Joana de Montarroyo, e foram pais de Fernão Monteiro,
que foi sucessivamente tabelião da Esgueira, tabelião,
escrivão dos órfãos e recebedor das sisas
de Ançã e finalmente tabelião de Abrantes,
e Cristóvão de Montarroyo, fidalgo da Casa de D.
João III, alcaide-mor e provedor dos defuntos de Ormuz,
capitão de navio do trato de Sofala, etc., que casou com
sua prima Francisca Lopes de Montarroyo e foram pais do Dr. Fernão
Monteiro de Montarroyo que refiro na pág. 48 do Vol II
como marido de Eugénia Alcoforado Girão. Ao contrário
do que aí digo, seu tio o abade Dr. Francisco Lopes não
era irmão ou meio-irmão de seu pai, mas sim irmão
de sua mãe, a referida Francisca Lopes de Montarroyo.
Sobre Gonçalo Monteiro e parte da sua descendência
vide também o meu Ensaio
sobre a origem dos Proença. |
I |
35 |
38 |
Como a numeração
indica, Simão Tavares e seus irmãos Fernão e Tristão são filhos
de Leonor Monteiro de Carvalho, pelo que falta o respectivo recuo
do texto para a direita. Sobre estes vide o meu Ensaio sobre a origem dos Proença. |
I |
38 |
34 |
Manuel Homem Carvalho |
Mem Homem Carvalho |
I |
48 |
21 |
2.3.2.2. Diogo
Rodrigues Cardoso, que segue em CARDOSO 3 |
|
I |
50 |
24 |
Silvarinho
talvez seja Silvarinhos, hoje na freguesia de Cavernães. |
I |
53 |
13 |
em COSTA 1 |
em COSTA |
I |
57 |
17 |
Proponho no
livro Martim Anes Cardoso como filho de João
Vaz do Amaral ou de seu alegado irmão bastardo João
Vaz. Como aí digo, Martim Anes Cardoso é referido
na carta de armas de 24.9.1539 para Almeida e Cardoso de seu bisneto
Baltazar de Almeida Cardoso. Aí se diz que Baltazar de
Almeida Cardoso, fidalgo da Casa Real, natural de Viseu, era filho
natural de João de Almeida Cardoso, neto de Antão
Martins Cardoso e de Aldonça de Almeida, bisneto de Martim
Anes Cardoso, que foi fidalgo muito honrado e do tronco da geração
dos Cardoso, bem assim a dita Aldonça de Almeida era filha
de Pedro de Almeida, que também foi fidalgo e do tronco
dos Almeida.
Como também aí digo, Alão distingue dois
João Vaz do Amaral, um filho legítimo e outro filho
bastardo de Vasco Paes Cardoso. Mas um bastardo de Vasco Paes
não podia ser Amaral. Alão diz que o bastardo foi
amo do conde de Barcelos. Se na verdade existiram dois João
Vaz, um legítimo e um bastardo, o legítimo é
certamente, como também aí digo, o João Vaz
do Amaral morador nos Coutos quando a 7.2.1453 foi nomeado por
D. Afonso V para o cargo de escrivão da Coudelaria da cidade
de Viseu e seu termo. Este casou com Genebra Mendes de Vasconcellos.
O bastardo, se existiu, só se chamou João Vaz/Vasques,
com ou sem Cardoso, pois não era Amaral, uma vez que este
nome vem pela mulher de Vasco Paes Cardoso.
Martim Anes Cardoso é dado como natural de Lamego nas fontes
açorianas e referido como tendo tido a alcunha de “o
pequenino”. Martim Anes Cardoso teria assim nascido
cerca de 1437 em Lamego.
Além do antedito Antão Martins Cardoso, Martim Anes
é dado nas fontes açorianas como pai de Inez Martins
Cardoso (mulher do primeiro capitão da Praia Álvaro
Martins Homem) e de Henrique Cardoso.
Dizem as fontes açorianas que o primeiro capitão
da Praia Álvaro Martins Homem foi para Terceira já
casado com Inez Martins Cardoso, e que seu cunhado Henrique Cardoso
o acompanhou, casando aí com Beatriz Afonso Homem (sobrinha
do dito Álvaro Martins Homem), sendo pais de Nuno Cardoso.
Henrique Cardoso deve ser o homónimo que em 1501 se documenta
tabelião e escrivão dos órfãos da
vila da Praia.
Nuno Cardoso documenta-se bem: a 20.4.1501, sendo morador na Terceira,
teve perdão real pela morte de um seu escravo, que fugira.
Casou com Isabel Rodrigues Evangelho e a 10.10.1531 faleceu seu
filho Henrique Homem, ainda menor. Nuno Cardoso fez testamento
em 1518, sendo então todos os seus filhos menores de idade.
Assim, Nuno Cardoso terá nascido cerca de 1480. Seu pai
Henrique Cardoso terá nascido cerca de 1458, sendo portanto
tabelião e escrivão dos órfãos da
Praia em 1501.
O que aponta o nascimento de Martim Anes Cardoso para cerca de
1437, tendo também em conta que seu bisneto teve carta
de armas em 1539.
Assim, seu pai João Vaz (ou Vasques) teria nascido cerca
de 1415.
Este João Vaz bastardo, se existiu, era certamente mais
novo do que o meio-irmão João Vaz do Amaral. Se
este nasceu cerca de 1405, como proponho, o bastardo podia bem
ter nascido cerca de 1415. O pai, Vasco Paes Cardoso nasceu cerca
de 1366 e ainda se documenta vivo em 1441, teria então
cerca de 75 anos.
João Vaz, o bastardo, corresponde certamente ao João
Vaz Cardoso que Alão dá como filho de Luiz Vaz Cardoso
(que na verdade seria seu meio-irmão mais velho) e casado
com uma Maria Nunes de Faria, filha de um Duarte Nunes de Faria,
que não entronca, e que Gaio identifica mal com um Duarte
de Faria, bem posterior (vide o meu “Ensaio sobre a
origem dos Faria”).
Diz Alão que João Vaz Cardoso e Maria Nunes foram
pais de Duarte Nunes Cardoso, casado com Antónia Carneiro,
irmã do secretário António Carneiro, dos
quais foram filhos Cristóvão Nunes Carneiro e Francisca
Carneiro casada com João ou Simão de Faria, físico-mor
de D. Manuel I. Na verdade, o físico-mor deste rei não
se chamou nem João nem Simão, mas sim Doutor Diogo
de Faria, como digo na nota final do antedito “Ensaio
sobre a origem dos Faria”. Estes Faria eram judeus
e não descendiam da linhagem.
Diz também que João Vaz Cardoso foi pajem ou servidor
da toalha de D. Manuel I, mas não o encontrei como tal.
Concomitantemente, diz que João Vaz, o bastardo de Vasco
Paes Cardoso, foi amo do conde de Barcelos, coisa que também
não encontrei. Mas nem uma coisa nem outra são cronologicamente
aceitáveis.
Julgo, portanto, que o bastardo João Vaz (erradamente dito
do Amaral por Alão) e João Vaz Cardoso são
a mesma pessoa. João Vaz (Vasques), o bastardo de Vasco
Paes Cardoso, muito provavelmente não usou Cardoso mas
apenas o prenome e patronímico, tanto mais que não
se documenta nenhum João Vaz/Vasques Cardoso.
Seu filho Martim Anes talvez tenha recuperado o Cardoso do avô,
se bem que também não se documente nenhum Martim
Anes Cardoso. Provavelmente só os filhos deste Martim recuperaram
o nome.
Seu outro filho Duarte Nunes também não deve ter
usado Cardoso, pois o filho deste Duarte também não
o usou. Com efeito, este filho, a quem Alão chama Cristóvão
Nunes Carneiro, já o documento: trata-se do Cristóvão
Nunes, “sobrinho do Secretário”, que
consta na lista dos moços da câmara da Casa de D.
João III com 406 reais de moradia. E que julgo tratar-se
do Cristóvão Nunes que foi escrivão da Chancelaria
dos Contos de Lisboa (CJIII, 42, 115).
Para casar com uma irmã do secretário António
Carneiro, aquele Duarte Nunes devia estar também ligado
à administração real. Pelo que julgo tratar-se
do Duarte Nunes, besteiro de cavalo de D. João II, que
a 28.2.1496 D. Manuel I confirmou no ofício de escrivão
da Chancelaria dos Contos de Lisboa, assim e pela maneira que
até aí fora por carta de D. João II.
Cristóvão Nunes teria assim sucedido no cargo a
seu pai Duarte Nunes. Cargo que já viria do avô,
pois julgo que o bastardo João Vasques é o João
Vasques, escudeiro, criado da rainha D. Isabel, que a 27.11.1452
teve justamente o cargo de escrivão da Chancelaria dos
Contos de Lisboa. E portanto o João Vasques, escudeiro,
criado da rainha D. Isabel, que a 30.5.1456 teve carta de privilégio,
por ser vassalo régio, para todos os seus caseiros, apaniguados
e mordomos.
O bastardo João Vasques pode bem ter nascido em Lamego,
pois Vasco Paes Cardoso, que viveu em Viseu, foi senhor da honra
de Cardoso, em S. Martinho de Mouros, que é próximo
de Lamego.
Martim Anes Cardoso, se era seu filho, pode assim ter nascido
em Lamego cerca de 1437, indo pequeno com seu pai para Lisboa.
Portanto, o bastardo João Vasques, podendo ter nascido
em Lamego, cedo foi para Lisboa, como criado da rainha D. Isabel.
E se seu filho Duarte Nunes lhe sucedeu no cargo de escrivão
da Chancelaria dos Contos de Lisboa, já se entende bem
o casamento deste Duarte com uma irmã do secretário
António Carneiro, como já referi.
O bastardo João Vasques teve assim pelo menos dois filhos:
Martim Anes (Cardoso), que usou patronímico certo (Anes
= filho de João); e Duarte Nunes, que é óbvio
que teve o prenome e patronímico do avô materno,
coisa que nesta cronologia já acontece. O que significa
que Maria Nunes era filha de um Duarte Nunes, como diz Alão,
embora lhe acrescente Faria, que certamente não era. Aliás,
Gaio também o refere uma vez como Duarte Nunes de Faria,
de Besteiros. Ora Besteiros é junto à cidade de
Viseu.
O bastardo João Vasques pode, na verdade, ter casado duas
vezes, tendo do 1º matrimónio o Martim Anes e do 2º
(com Maria Nunes) o Duarte Nunes. Mas se só casou uma vez,
não havendo motivo para pensar que casou duas, o pai de
Maria Nunes, que certamente se chamou Duarte Nunes, não
pode ter nascido depois de 1400, sendo provavelmente de Besteiros
(Viseu). Se foi Faria, este Duarte Nunes só podia ser filho
(natural) ou neto materno do celebrado Gonçalo Nunes de
Faria, que se fez clérigo e era já abade de Santa
Ovaia de Rio Covo quando teve legitimados por cartas reais de
1386 e 1388 os filhos Pedro, Fernão e Nuno e a filha Violante
Nunes. Mas, como não foi legitimado, não deve ser
filho, podendo quando muito ser neto, filho da antedita Violante
Nunes, nascida cerca de 1386 (vide o meu antedito "Ensaio
sobre a origem dos Faria").
Portanto, se Maria Nunes nasceu em Viseu ou Besteiros, o bastardo
João Vasques terá aí casado, regressando
à terra natal Lamego, onde teve os filhos, voltando depois
a Lisboa, onde em 1452, com cerca de 37 anos, foi escrivão
dos Contos.
Alão não dá ao bastardo João Vasques
os filhos Martim Anes e Duarte Nunes, dando este último
como filho de um João Vaz Cardoso alegadamente neto de
Vasco Paes Cardoso. Mas dá ao bastardo João Vasques
um filho Pedro Vaz do Amaral e uma filha Leonor Vaz do Amaral.
Como ficou dito, pelo uso do nome Amaral estes só podiam
ser filhos do legítimo João Vaz do Amaral. |
I |
69 |
1 |
Ana Rodrigues
(Botelho) faleceu cerca de 1522. A 3.3.1523 Francisco Paes declara
que recebera, como tutor dos órfãos filhos que ficaram de Ana
Rodrigues, mulher que fora do licenciado Pedro Lopes Cardoso,
6.430 réis que a mesma tinha de tença no almoxarifado de Viseu,
por um padrão do rei D. João III, incluso nesse documento. Assim
sendo, Ana Rodrigues terá nascido cerca de 1465 (e não 1462) e
casado cerca de 1479, tendo seu filho mais novo Simão Botelho
Cardoso nascido cerca de 1507 (e não 1490), tendo portanto cerca
de 17 anos em 1523. |
I |
70 |
12 |
Domingos Cardoso,
que é dado como o 1º morgado de Corpo Santo, em Lisboa, com a
sua capela de Santa Ana no Colégio da Conceição, não terá sido
o seu instituidor, pois foi instituído em 12.4.1516 por Maria
de Rebelo, viúva de Diogo Ferreira Corrêa. Esta Maria de Rebello
era seguramente parente próxima de Domingos Cardoso, julgo que
sua tia materna. Aliás, deve ser este o motivo porque os sucessores
no dito morgadio usaram o nome Rebello. |
I |
74 e 75 |
12 e 35 |
Manuel de
Mesquita Cardoso, nascido e morador em Viseu, fez inquirições de genere para qualquer efeito, processo hoje perdido.
Dele resta, contudo, na Câmara Eclesiástica de Lisboa (maço 460,
processo 1), umas inquirições, feitas em Alenquer a 25.4.1739,
sobre seu pai, José Cardoso do Amaral, nascido na quinta da Boavista
da vila de Alenquer, freguesia de S. Pedro, e os avós paternos,
Pedro Lopes de Rebello e sua mulher D. Isabel de Lima, moradores
que foram na dita quinta. É ouvida uma única testemunha, o visconde
de Ponte de Lima, então aí morador na sua quinta dos Fornos, com
mais de 70 anos de idade, que diz que conheceu José Cardoso do
Amaral, que foi rapaz para Viseu, que era pessoa nobre e bem nascida
na quinta da Boavista, que viveu de suas fazendas. Acrescenta
que não chegou a conhecer os pais, Pedro Lopes de Rebello e sua
mulher D. Isabel de Lima, que já tinham falecido (Pedro Lopes
de Rebello faleceu viúvo em 1659), mas sabia que viveram na sua
quinta da Boavista de suas fazendas e eram pessoas muito nobres.
Este visconde, que assina o depoimento apenas como Bisconde,
só pode ser D. Tomaz de Lima e Vasconcellos, nascido em 1674,
que não teve filhos varões e a 20.1.1718 teve de D. João V mercê
para poder passar o seu título à pessoa que viesse a casar com
sua filha. José Cardoso do Amaral, contudo, foi baptizado em Alenquer
a 23.1.1639 e casou em Viseu a 15.9.1672, tudo, portanto, antes
do visconde nascer. José Cardoso do Amaral era, portanto, muito
mais velho do que o visconde, na verdade mais velho que o próprio
pai do visconde. O conhecimento que tinham é portanto posterior,
já José Cardoso do Amaral vivia em Viseu, onde faleceu a 18.6.1715,
sendo natural que se tenha deslocado varias vezes a Alenquer,
onde tinha irmãos e sobrinhos e muito provavelmente propriedades,
e onde se terá relacionado com o visconde, que desta forma soube
que ele era natural da quinta da Boavista, onde provavelmente
ainda ficava, e que tinha ido novo para Viseu. |
I |
77 |
21 |
C. antes de 27.8.1778
(muito provavelmente em Figueiredo das Donas, onde faltam os livros
para esta data) |
C. a 11.2.1782 em Arcozelo
(Gouveia) |
I |
78 |
12 |
b. a 1.12.1780, ib |
b. a 1.12.1782, ib |
I |
78 |
Leg. |
11.2. D. Maria, b. a 25.9.1782,
ib, e fal. m. |
(errado, riscar) |
I |
78 |
Leg. |
portão da
quinta e S. Miguel |
portão da
quinta de S. Miguel |
I |
91 |
3 |
D. Filipa
de Mesquita e seu marido Manuel de Loureiro de Campos, 4º
morgado de Stª Luzia de Loureiro, conhecido como morgadio
de Cardoso, tiveram dois filhos: Manuel, b. a 12.1.1602 em Silgueiros,
que como refiro já tinha fal. solt. s.g. em 1645; e Pedro
de Mesquita de Loureiro, “o Moço”, sucessor,
que no livro refiro apenas que foi familiar do Stº Ofº
a 2.1.1619, sem o remeter para SOARES DE ALBERGARIA, onde o volto
a referir, de forma mais completa, a propósito do casamento
a 15.9.1654, em Silgueiros, de sua filha Filipa de Mesquita Cabral
com Fernão Soares de Albergaria. Com efeito, Pedro de Mesquita
de Loureiro, fal. a 16.1.1654, ib, casou com Micaela de Figueiredo
Cabral, fal. a 1.1.1642, ib, e foi (em sucessão de seu
sogro) meirinho, contador, inquiridor e distribuidor da correição
da comarca da Guarda (CFIII, 22, 73v), com alvará para
ter as suas aposentadorias (ib, 31, 328) e comissário das
madeiras dos galeões da Ribeira do Ouro da cidade do Porto
(10.11.1654), conforme tudo ficou dito em SOARES DE ALBERGARIA. |
I |
95 |
38 |
Nesta página,
por lapso, Duarte de Loureiro consta como filho do cónego
Filipe de Loureiro, mas era seu irmão, como bem se diz
em LOUREIRO I. Nesta mesma pág. também faltou indicar
que Isabel Afonso e Duarte de Loureiro iniciam o § intitulado
LOUREIRO 3. |
I |
96 |
1 |
Pedro Rodrigues
Cardoso foi ainda recebedor do almoxarifado de Viseu. A 27.1.1525
Fernando Rodrigues de Palma declara que recebeu de Pedro Rodrigues
Cardoso duas arrobas de cera. E a 26.2.1535 D. João III manda
que se levar em conta a Pedro Rodrigues Cardoso, recebedor que
foi do almoxarifado de Viseu, 26.338 reais do que pertencia no
1% do dinheiro que entregou a Fernando Rodrigues. |
I |
97 |
26 |
Leonardo Cardoso,
referido em CARDOSO 2, onde segue. |
Leonardo Cardoso,
s.m.n. |
I |
99 |
28 |
Sobre a ascendência
de Afonso Botelho Machado ver a próxima nota e adiante
o aditamento à pág. 284 deste volume. Afonso Botelho
Machado era irmão mais velho de André Botelho Machado
e de Pedro Ribeiro Botelho. André Botelho Machado casou
com Isabel Pimentel (filha de Luiz Jácome e sua mulher
Beatriz Correa) e foram pais de António Botelho Pimentel,
familiar do Stº Ofº (13.6.1630). No seu processo para
familiar testemunha Afonso Botelho, alcaide-mor de Vila Real,
que diz ter 65 anos mais ou menos e ser parente do habilitado
no 4º grau. Bem assim como Francisco Botelho Carneiro, de
72 anos, parente do habilitado no 4º grau, que diz que ainda
conhecera Isabel Ribeiro Botelho, dona viúva de Diogo Rodrigues
de Barros, bisavós do habilitado. O outro irmão,
Pedro Ribeiro Botelho, também nascido em Vila Real, viveu
casado em Braga com Isabel Fernandes de Távora (filha de
Martim Fernandes de Sequeira e sua mulher Filipa Dias de Távora).
Foram pais de Afonso Botelho, familiar do Stº Ofº (1610),
nascido em Braga, que viveu em S. Miguel (Açores) casado
com Águeda Meirinho, daí natural. |
I |
100 |
1 |
O Licenciado
António Machado, nascido em Vila Real cerca de 1490, casou aí
cerca de 1520 com Helena Botelho, nascida cerca de 1506, filha
mais velha de Diogo Rodrigues de Barros e sua mulher Isabel Ribeiro
Botelho, cuja ascendência ficou referida no adidamento à
pag.284. O Licenciado António Machado era irmão de Maria
Colaço, que de Lançarote Pinto, abade de Jacente,
teve um filho também chamado Lançarote Pinto, que
foi moço da câmara de D. João III, que o legitimou
por carta real. Este casou com Violante de Freitas e foram pais
de Simeão Pinto Machado, inquiridor, contador e distribuidor
de Basto, senhor da casa de Refontoura, em S. Miguel de Gémeos,
etc., que casou a 23.9.1584, em S. Romão do Corgo, com
Ana da Mesquita, com geração nos Pinto de Mesquita.
O Licenciado António Machado foi também irmão de
Violante Colaço, nascida cerca de 1485, que casou com Sebastião
Rodrigues, da governança de Lamego, e tiveram seis filhos,
cinco dos quais seguiram o nome Machado (com a mesma origem),
entre eles António Machado, que viveu casado na cidade
de Beja, Jerónimo Machado, que foi procurador, vereador
e juiz almotacé de Lamego, e Ana Machado, que casou com
Braz Coelho, escrivão de Lamego.
O Licenciado António Machado e suas irmãs eram ambos filhos
de Pedro Anes Machado, abade de Lordelo (Vila Real), nascido cerca
1450, e de Violante Colaço, que teria a mesma idade, sendo
esta filha de João Colaço, escudeiro, vassalo, juiz
dos resíduos, inquiridor e contador de Vila Real, escrivão
da Chancelaria da comarca e correição da Beira,
escrivão das obras dos paços e castelos de Lisboa,
etc., e de sua mulher Catarina Anes Regadas. Sobre aquele abade
Pedro Anes, Gaio diz que seus descendentes afirmam que era filho
de Diogo Machado e neto de Vasco Machado, acrescentado contudo
que «este dito não merece crédito até
não haver mais provas». Tendo em conta o uso
do nome Machado pelo, que assim se documenta como Licenciado António
Machado nomeadamente nas habilitações para o Stº
Ofício dos netos, parece certa a existência deste
abade Pedro Anes (Machado), e a cronologia permite que fosse neto
de Vasco Machado, embora se adequasse mais se fosse bisneto. O
patronímico, contudo, em situações normais
indica que era filho (quando muito neto) de um João. Há,
porém, a possibilidade de o Diogo Machado que lhe dão
por pai ser o que foi prior de Vilela. Com efeito, 12.1.1468 D.
Afonso V perdoou a justiça régia a Isabel Afonso,
moradora na freguesia de Duas Igrejas, por ter sido manceba de
Diogo Machado, prior de Vilela, do bispado do Porto, contanto
que viva bem e honestamente e não volte a cometer o mesmo
pecado (CAV, 35, 105). Esta Isabel Afonso é muito tardia
para mãe do abade Pedro Anes (Machado), que seria filho
de uma (...) Anes, sendo assim chamado Pedro Anes, com o patronímico
da mãe, e só depois Machado, se é que chegou
a usar este nome, que porém passou ao filho. Gaio põe
em dúvida esta ascendência Machado do abade Pedro
Anes porque se convenceu de que Machado era Violante Colaço
( a quem chama sem fundamento Violante Colaço Machado, e eu inadvertidamente
segui), chamando ao
seu pai João Colaço Machado, que diz ter sido alcaide-mor
de Sintra. Tendo em conta a cronologia da filha e dos netos, este
João Colaço teria que ter vivido nos reinados de
D. Duarte e D. Afonso V. Ora, nestes reinados não só
a alcaidaria-mor de Sintra não foi dada a nenhum João
Colaço, como foi entregue em 1461 a João da Silva,
em substituição de Fernão Telles (CAV, 1,
24), e o castelo doado em 1480 à princesa D. Joana, com
a respectiva vila (CAV, 32, 8v). Por outro lado, não se
documenta nenhum João Colaço Machado, nem ele na
verdade era Machado, mas apenas João Colaço. Na
época co-existiram vários homónimos com o
nome João Colaço. Mas, dado que a filha Violante
era de Vila Real, tudo indica que se trate do João Colaço,
escudeiro do infante D. Fernando, que a 18.10.1435 foi nomeado
por D. Duarte para o cargo de juiz dos resíduos de Vila
Real, com todos os seus poderes e jurisdição na
área do seu almoxarifado, sendo a 26.3.1439 confirmado
no cargo por D. Afonso V (CAV, 18, 35, onde se transcreve a carta
de D. Duarte, que não consta na respectiva chancelaria).
E é certamente o João Colaço, morador em
Vila Real, que a 16.5.1446 D. Afonso V nomeou para o cargo de
inquiridor e contador dos feitos da dita vila e seu termo, em
substituição de Álvaro Vasques (CAV, 5, 50v),
Bem assim como o João Colaço, morador em Vila Real,
que a 17.5.1446 o mesmo rei nomeou para o cargo de procurador
do número de Vila Real, em substituição de
Afonso Gonçalves, que morrera (CAV, 5, 45). Mantivera-se
entretanto com juiz dos resíduos e contador de Vila Real,
cargos de que foi destituído antes de 12.7.1460, data em
que o rei para eles nomeou Lopo Martins, escudeiro do conde de
Vila Real, em substituição de João Colaço,
morador em Vila Real, que fora destituído do cargo por
cometer erros no dito ofício (CAV, 38, 41v). E deve ainda
ser o João Colaço que foi nomeado escrivão
da Chancelaria da comarca e correição da Beira,
em carta que não encontrei, cargo que perdeu por o ter
vendido sem licença régia, pois a 29.4.1453 D. Afonso
V nomeou Gonçalo Gil, criado de Nuno Martins da Silveira,
para o cargo de escrivão da Chancelaria da comarca e correição
da Beira, em substituição de João Colaço,
que vendera o ofício a João Anes, sem licença
régia (CAV, 3, 40v). Finalmente, pode ainda ser o João
Colaço, já vassalo da Casa Real e criado de Nuno
Martins da Silveira, rico-homem, escrivão da puridade,
vedor-mor das obras e coudel-mor do reino, que a 22.1.1453 D.
Afonso V nomeou para o cargo de escrivão das obras dos
paços e castelos de Lisboa, em substituição
de João Lourenço, que renunciara (CAV, 3, 18). Este
cargo, que poderia incluir o castelo de Sintra, é que mais
se aproxima com a referida informação genealógica
de ter sido alcaide-mor de Sintra.
A mulher, Catarina Anes Regadas, segundo as genealogias era filha
de Pedro Anes Regadas e sua mulher Leonor Álvares do Souto.
Contudo, a 19.11.1418 D. João I legitimou Maria Anes, filha
de Pedro Anes Regadas, clérigo de ordens sacras e cónego
da Sé de Lisboa, e de Senhorinha Esteves, mulher solteira
(CJI, 4, 9v). E a 3.3.1440 D. Afonso V perdoou a prisão
e a justiça régia a Catarina, moça solteira,
moradora em Lisboa, acusada por Pedro Anes Regadas, cónego
da Sé da de Lisboa, de alcovitar Maria Regadas, sua filha,
guardando às partes o direito de a demandar civilmente,
na sequência do perdão geral outorgado para povoamento
de alguns lugares do reino (CAV, 20, 67v).
|
I |
113 |
32 |
D. Francisca de
Castello-Branco, casada como Dr. Manuel de Figueiredo Castello-Branco,
não era filha de Roque de Mello e Souza, como por distracção
deixei ficar na sequência do que em 1998 tinha publicado no
artigo "Melo e Souza. Descendência legítima
na comarca de Viseu", in Armas e Troféus.
Como digo no livro, em FIGUEIREDO CASTELLO-BRANCO, volume I, pág.
402, D. Francisca de Castello-Branco era filha de outro Dr. Manuel
de Figueiredo Castello-Branco e sua mulher Antónia de Barros
e casou com seu primo Dr. Manuel de Figueiredo Castello-Branco,
como tudo se apura na habilitação que este fez para
o serviço de Sua Majestade, conforme digo no livro. |
I |
128 |
43 |
Martim Afonso
de Miranda foi legitimado por carta real de 1.6.1394, onde consta
como Martinho, filho de D. Martinho, bispo de Coimbra, e de Emilia
(Emjllia) Gonçalves, mulher solteira. Seu pai, D.Martinho Afonso
da Charneca, arcebispo de Braga (1398-1416), foi antes bispo de
Coimbra e do Conselho de D. João I. Deste D. Martinho existem
vários selos heráldicos com as suas armas, um escudo com uma aspa
acantonada de quatro flores de lis, depois ditas dos Miranda.
O nome Miranda, que seguiram seus filhos, tidos de diferentes
mulheres, é na origem um locativo relacionado com a quinta que
tinha em Miranda a par de Coimbra, onde esses filhos foram criados.
D. Martinho Afonso documenta-se como filho de Constança Esteves
quando, já bispo de Coimbra e do Conselho, a ele e à dita sua
mãe D. João I a 11.12.1392 confirmou a doação que fizera a Afonso
Pires da Charneca, filho da dita Constança Esteves e irmão do
dito bispo, do lugar de Alcáçovas, de umas vinhas e lagares «aallem
d aRoyos e partem com o caminho da charneca» (chamado Lagares
del Rei), e de umas casas em Sintra. D. Martinho instituiu o morgadio
da Patameira. E é certamente este o morgadio a que se refere D.
João I quando a 7.12.1395 lhe doa, a seu pedido, o padroado da
igreja de S. Cristóvão, em Lisboa, referindo que «dom martinho
bispo de coj.m do nosso cselho nos dise que elle fazia queria
fazer hua capeella na igreia de sam chr.ouam que he na nossa muy
nobre leal cidade de lixboa E esso mesmo queria hordenar huu moorgado
de seus bees. E que nos pedia por mercee que pea a dcta capella
mooorgado seer mjlhor mais nobr lhe desemos pa sempre o nosso
padroado da igeia de sam chr.ouam que o ouuese elle todos aqles
que elle hordenar que depos elle socedam aiam o dcto moorgado».
Seu irmão Afonso Pires da Charneca foi, como se disse, senhor
de Lagares del Rei, que por casamento passaria depois aos Almada,
em quem se mantém até hoje. A 24.8.1385 D. João I doou a «Afom
priz da charneca caualeiro nosso uasallo», de juro e herdade,
para sempre, as vinhas e seus lugares que são no termo da cidade
de Lisboa «aallem d aRoyos caminho da charneca as quaaes sooe
d andar co a nossa adega da dcta cidade». Afonso Pires da
Charneca foi armado cavaleiro pelo mestre de Avis antes da batalha
de Aljubarrota, em cuja lista vem referido como Afonso Pires da
Charneca, irmão do Doutor Martim Afonso. A "Monarquia
Luzitana" de Fr. Manuel dos Santos (cap. VIII, pag. 748)
diz, sobre Aljubarrota, que «na ala esquerda, que sahia da
outra parte oposta, puserão outras duzentas lanças em que entravam
alguns Ingleses auxiliares, mandados de Inglaterra pelos Embaixadores
que estavam em Londres; sua bandeira a de S. Jorge; e seus Capitães
Antão Vasques de Almada, João Monferrara e Martins Paulo; ........Os
Fidalgos e Escudeiros de nome que eram presentes no exército,
e ganharam com El-Rei esta batalha de tanta glória forão: O Arcebispo
Primaz D. Lourenço Vicente, o Condestável D.Nuno Alvares Pereira,
Diogo Lopes Pacheco, ......o Doutor João das Regras, o Doutor
Gil Docena, o Doutor Martim Affonso da Charneca, .......estes
já eram armados Cavaleiros; os seguintes eram Escudeiros: João
Vasques de Almada, Antão Vasques de Almada, Ruy Braz de Castellobranco,
Affonso Pires da Charneca».
Dada a onomástica (sua e de seu irmão), o arcebispo D. Martinho
Afonso era filho de um virtual Afonso Pires da Charneca, falecido
antes de 11.12.1392, certamente um rico homem-bom de Lisboa e
cavaleiro "acontiado". |
I |
132 |
35 |
Diogo Gil
de Figueiredo foi legitimado por carta real de 2.11.1385, dizendo-se
que esteve em Aljubarrota e era filho de Gil Vasques de Figueiredo,
que «foe casado e quite per sentença da sancta igreja»,
e de Maria Anes, mulher solteira, ambos já falecidos. Diogo Gil
não podia, portanto, ter nascido depois de 1367 e provavelmente
nasceu antes. Assim sendo, seu pai Gil Vasques nasceu antes de
1325 e não podia ser filho, como ponho a hipótese, do Vasco Fernandes
de Figueiredo, escudeiro em 1369, e muito menos neto de um Fernão
Gonçalves de Figueiredo nascido cerca de 1327.
Portanto, tendo o legitimado Diogo Gil nascido antes de 1367 dificilmente
se aceita que possa ser pai do Gil de Figueiredo que foi escrivão
da câmara do infante D. Fernando e a 4.12.1465 foi substituído
no cargo, por acabar o seu tempo, se bem que possa ter sido pai
do Gil Vasques que casou com Tereza Rodrigues de Figueiredo, com
filhos que começaram a nascer cerca de 1425, como refiro na pag.
137 do volume 1.
Em alternativa, Gil Vasques de Figueiredo, nascido entre 1300
e 1325, podia ser filho de Vasco Esteves de Figueiredo, que refiro
na pag. 260 do volume 1. Este Vasco Esteves nasceu cerca 1276
e faleceu depois de 1334. A 17.3.1326 testemunha a entrega ao
mosteiro de Grijó, que fazem Afonso Pires Ribeiro e sua 2.ª mulher
Clara Anes de Paiva, da quintã de Macinhata, deixada a este cenóbio
pelo tio dele, João Afonso Ribeiro. A 3.4.1334 assistiu à cerimónia
da trasladação do corpo de Margarida Pires Ribeiro, 1ª mulher
de Martim Pires de Alvim, cavaleiro, para o mosteiro de Grijó,
do qual ela era natural. Este Vasco Esteves terá adoptado o nome
Figueiredo por ser senhor de Figueiredo de Alva, o que se documenta
nas inquirições de 1307. Era filho de Estêvão Martins de Alvellos,
1º morgado de Alvellos (27.12.1302), cavaleiro, meirinho de Lamego
por D.Dinis, nascido cerca 1245 e falecido depois de 9.2.1320,
data em que Estêvão Martins, cavaleiro de Alvellos, declara que
mandou vender por 12 libras um manto que seu filho Pedro Esteves
confiscara a Maria Anes, por uma dívida de 20 libras.
Vasco Esteves de Figueiredo terá tido, assim, pelo menos três
filhos: 1) Martim Vasques de Alvellos, cónego da Sé de Lamego,
nascido cerca 1300 e falecido a 14.5.1324 em Lamego, sendo seu
testamenteiro seu tio Pedro Esteves de Alvellos; 2) o referido
Gil Vasques de Figueiredo; 3) Afonso Vasques de Figueiredo,
escudeiro, referido na lista de Pedroso, proposto pai do Diogo
Afonso de Figueiredo referido na pág. 260 do volume 1. |
I |
133 |
32 |
E acrecenta |
E acrescenta |
I |
139 |
23 |
filha bastarda
de Luiz de Loureiro, «o Grande» |
meia-irmã
de Luiz de Loureiro, «o Grande» |
I |
139 |
32 |
Lopo Esteves
de Ornellas não era irmão de D. João de Ornellas, como ponho a
hipótese, mas sim seu sobrinho (irmão de Catarina Esteves, contemplada
no testamento de seu tio o dito D. João), ambos filhos de um virtual
Estêvão de Ornellas. Lopo Esteves casou assim duas vezes, a 1ª
com Maria de Ayala, com geração na Madeira, e a 2ª vez com Tereza
Martins de Figueiredo. |
I |
141 |
29 |
Sobre Pedro
(não Vasco) Lourenço Ferreira e sua mulher Beatriz de Mello ver
on-line o meu Ensaio
sobre a origem dos Ferreira (http://www.soveral.info/mas/Ferreira.htm). |
I |
147 |
27 |
que c.c. (…)
de Vilhegas. |
que c.c. António
Pessanha de Vilhegas. |
I |
156 |
43 |
As fonte genealógicas
que segui dão a Luiz Dias de Figueiredo uma filha chamada
Águeda de Figueiredo, casada um Martim Fernandes de Proença,
cavaleiro da Ordem de Santiago, sendo estes pais de Diogo Lopes
de Figueiredo, casado com Briolanja de Figueiredo, filha de Luiz
de Loureiro, como inadvertidamente também publiquei. Esta
alegada Águeda de Figueiredo terá nascido cerca
de 1489. Por outro lado, no meu Ensaio sobre a origem dos Proença,
não encontrei nenhum Martim Fernandes de Proença.
Estou assim convencido que não era Proença, podendo
contudo ser natural de Proença a Velha. E que ela não
se chamou Águeda mas sim Maria Lopes, justificando assim
o patronímico do filho, de outra forma inexplicável.
Seria, portanto, a Maria Lopes de Figueiredo que a 11.17.1510
recebeu do Cabido de Viseu, com seu marido Martim Fernandes, cavaleiro,
o prazo de um casal em Silgueiros, como refiro na pág.
383. Tanto mais que o filho, Diogo Lopes de Figueiredo, como digo
na mesma pág., viveu em Silvares (freguesia de Silgueiros).
Mas isto impede Maria Lopes de Figueiredo, casada com Martim Fernandes,
cavaleiro, provavelmente natural de Proença a Velha, fosse
filha de Luiz Dias de Figueiredo, como consta das genealogias
e eu segui inadvertidamente. Tanto mais que eu próprio,
nas pág.s 139 e 383, propus que o Diogo Lopes de Figueiredo
casado com Briolanja de Figueiredo fosse neto do Diogo Lopes de
Figueiredo que foi escudeiro do infante D. Henrique e justamente
morador em Silvares (Silgueiros), onde a 21.4.1447 recebeu do
Cabido de Viseu o prazo de três casas. Tudo se conjuga,
portanto, para que Maria Lopes de Figueiredo, nascida cerca de
1480 e casada cerca de 1500, seja filha do Diogo Lopes de Figueiredo
que refiro na pag. 139 e, como digo, mãe do Diogo Lopes
de Figueiredo nascido cerca de 1501 e casado cerca de 1540 com
Briolanja de Figueiredo, meia-irmã de Luiz de Loureiro,
o Grande, referida na pág. 383.
Sendo assim, Luiz Dias de Figueiredo não teve uma filha
chamada Águeda de Figueiredo, pelo menos uma casada com
Martim Fernandes e mãe de Diogo Lopes de Figueiredo. |
I |
159 |
33 |
Talvez o Manuel
de Vargas casado com Inez Viegas, moradores em Viseu e já
falecidos a 24.10.1591 quando sua filha Catarina Viegas, cristã-velha
natural de Viseu, de 20 anos, solteira, moradora em Salvador da
Baía, foi detida a mando do Tribunal da Inquisição
de Lisboa (processo 1277), acusada de atitude contrária
à norma do Santo Ofício, por ter divulgado uma denúncia,
tendo no dia seguinte sentença de absolvição.
A antedita Inez Viegas devia ser filha de Domingos Viegas ou de
seu proposto irmão João Viegas, referidos em BOTELHO. |
I |
178 |
32 |
assim irmão inteira |
assim irmã inteira |
I |
182 |
33 |
Luácio
de Carvalho |
Inácio
de Carvalho |
I |
183 |
2 |
Em vez de Figueiredo
de Aveiro teria sido mais preciso dizer Figueiredo da Esgueira
(vila hoje integrada na cidade de Aveiro). |
I |
183 |
21 |
e duque
de Aveiro D. Jaime |
e senhor de Aveiro
D. Jorge |
I |
193 |
15 |
Gonçalo Dias de
Gouveia (casado com Beatriz de Figueiredo) é certamente o homónimo,
cavaleiro, que a 29.11.1537 teve de D. João III alvará de lembrança
dos 30.000 reais que ficaram por pagar dos 70.000 do seu casamento. |
I |
193 |
24 |
A habilitação
para o Stº Ofº (9.3.1594 - 4, 159) do jesuíta
Francisco de Gouveia vem resolver a dúvida que ficou sobre
se o avô paterno de Gonçalo Dias de Gouveia, senhor
de Negrelos, se chamou João Gonçalves de Gouveia
(e casou com uma Mouta) ou João Gonçalves da Mouta
(e casou com uma irmã do doutor Pedro de Gouveia). Chamou-se
João Gonçalves de Gouveia e nasceu em Viseu, como
seria de esperar. O processo não nomeia a mulher, mas casou
portanto com uma Mouta. O pai do referido jesuíta consta
como Miguel da Mouta, meirinho da corte, nascido em Melo ou Gouveia,
e que viveu numa quinta no Lumiar (Lisboa) casado com Ana Filipe,
filha do desembargador Augusto Afonso e sua mulher Marta Filipe.
O jesuíta teve outro irmão também da Companhia
de Jesus, chamado João de Gouveia, e uma irmã que
casou com Francisco Carneiro.
João Gonçalves de Gouveia era portanto irmão
do doutor Pedro de Gouveia, que também aparece em novo
como Pedro Dias de Gouveia, licenciado, que estudou na Universidade
de Paris e chegou a cavaleiro do Conselho de D. Manuel I, seu
chanceler-mor, do seu Desembargo e dos Agravos da Casa da Suplicação
e seu juiz dos feitos. Tudo indica que seja já o Pedro
de Gouveia, escudeiro, fidalgo da Casa Real, que a 26.1.1458 teve
de D. Afonso V uma tença anual de 7.200 reais (CAV, 35,
15). E a 26.8.1475 a doação vitalícia das
rendas da pensão dos tabeliães da cidade de Lamego
(CAV, 30, 45v). Bem assim como o homónimo que D. João
II a 20.7.1482 nomeou corregedor da Estremadura (CJII, 2, 169).
Era juiz dos feitos da Casa da Suplicação desde
o início do reinado de D. Manuel I, rei que a 16.1.1500
nomeou o licenciado Pedro de Gouveia no ofício de desembargador
dos agravos da Casa Real e da Suplicação, além
dos 5 que já estavam ordenados na dita Casa, com o mantimento
anual de 60.000 reais, como é ordenado haver cada um dos
outros desembargadores dos agravos (CMI, 14, 38). Em 1502 desempenhava
o cargo de chanceler-mor, pois numa carta de 12 de Julho o rei
refere o licenciado Pedro de Gouveia, de seu Conselho e que agora
tem o cargo de seu chanceler-mor (ib, 2, 64v). A 21.10.1515 o
mesmo rei doou uma tença de 20.000 reais ao licenciado
Pedro de Gouveia, do seu Conselho e desembargador dos agravos
da Casa da Suplicação, que deixou o ofício
de juiz dos feitos reais (ib, 24, 150). E ainda vivia a 24.8.1520,
quando o mesmo rei fez mercê ao licenciado Pedro de Gouveia,
do seu Conselho e desembargo, de outra tença 20.000 reais,
por toda a sua vida (ib, 36, 64v). O doutor Pedro de Gouveia,
que n. cerca 1442, era filho legitimado por carta real de 21.5.1459
(CAV, 36, 108v) de Gonçalo Dias de Gouveia, cónego
e mestre-escola da Sé de Viseu, vigário geral da
diocese e bacharel em Degredos, e de Maria Fernandes, solteira,
a pedido de seu pai.
Este cónego, cuja filiação é incerta,
teve, além deste Pedro e do antedito João Gonçalves
(não encontrei a legitimação), mais pelo
menos três filhas, a saber: Catarina Dias de Gouveia, que
casou 1º com João Nunes Cardoso e depois com o doutor
Pedro Vaz de Castello-Branco, também chanceler-mor do reino,
como digo no livro; Maria Gonçalves de Figueiredo, que
casou cerca de 1500 com João Afonso de Figueiredo, como
também digo no livro; e finalmente Isabel de Gouveia, legitimada
por carta real de 21.1.1467, a pedido de seu pai, havida em Margarida
Anes, mulher solteira (CAV, 28, 8).
O doutor Pedro de Gouveia, como refiro no livro (ALMEIDA), casou
com Beatriz de Almeida, filha de Martim ou Martinho de Almeida,
coudel-mor do reino. Acrescento agora que foram pais de Martinho
ou Martim Vaz de Gouveia, fidalgo da Casa Real e do Conselho de
D. Manuel I (1518), que a 16.7.1512 deu quitação
a sua sogra Dona Mayor de 50.000 reais que esta lhe devia do dote
de casamento, o qual Martim Vaz de Gouveia casou com D. Joana
de Távora, senhora das rendas das saboarias de Portalegre
(1526), c.g., conforme refiro no meu trabalho sobre as Famílias
de Ribeira de Pena. |
I |
201 |
23 |
Para a ascendência
de D. Mécia Rodrigues da Costa ver o meu Ensaio sobre a origem
dos Lemos portugueses, in Casa
da Trofa (http://www.soveral.info/casadatrofa/default.htm)
- Origens. |
I |
206 |
10 |
Catarina de Brito, referida
adiante |
Catarina de Brito, referida
atrás |
I |
209 |
40 |
Câmara pela
desta cidade |
Câmara desta
cidade |
I |
213 |
18 |
Diogo Paes
de Castello-Branco teve foro de escudeiro fidalgo da Casa Real
(Ementas, 3, 67v). |
I |
216 |
16 |
Diogo Paes
de Castello-Branco deve ser o homónio que foi capitão
de viagem à Índia (CFI, 10. 170) e teve uma tença
de 30.000 reais (ib, 10, 169v). |
I |
222 |
23 |
No livro
digo que Maria de Seixas, filha de André Ferraz e Isabel
de Seixas, casou cerca de 1608 com Francisco Carvalho, filho do
cónego Manuel Carvalho. De facto casou neste ano, mas não
se chamou Maria de Seixas, mas sim Joana Paes de Castello-Branco,
tendo portanto usado os apelidos do bisavô materno Diogo
Paes de Castello-Branco. As fontes visienses, que usei, trocaram
as irmãs, desconhecendo aparentemente esta Joana. Mas Maria
de Seixas existiu, só que terá ficado solteira.
De facto, em 1607 Isabel de Seixas renunciou a um prazo em Prime
a favor de seus filhos António Ferraz e Maria de Seixas
(doc 239 do Cabido da Sé). Em 1611, estes renunciam ao
prazo em favor de Joana Paes (doc 255, ib). Finalmente, a 6.1.1608 casou em Viseu (Oriental) (Jo)Ana Paes de Castello-Branco,
filha de André Ferraz e sua mulher Isabel de Seixas, com
Francisco Carvalho, filho do cónego Manuel Carvalho e de
Violante Gomes. |
I |
232 |
32 |
Há um Frei
Pedro de Santar, da ordem de Cister do mosteiro do Bouro, que
com licença de seu maior tirou em Braga ordens menores a 12.3.1446
e ordens de Epístola a 2.4.1446. Suspeito que este Frei Pedro
de Santar era filho natural de Fernão Soares de Albergaria, senhor
do Prado. |
I |
233 |
14 |
Lopo Soares
de Albergaria tirou ordens menores em Braga a 12.4.1449, como
Lopo Soares, nascido em Santa Maria do Prado, filho de Fernão
Soares e sua mulher D. Isabel. |
I |
233 |
37 |
A 30.9.1522
a viúva e filhos de João Álvares da Cunha passou em Pombeiro procuração
a Rui Pires, seu criado, para poder arrecadar todas as suas dívidas
em qualquer parte do reino e dar as respectivas quitações. E a
4.7.1524 têm provisão real para se pagar 40.000 reais de tença
aos herdeiros de João Álvares da Cunha . E a 18.7.1527 nova provisão
de D. João III para o almoxarife de Coimbra dar aos herdeiros
de João Álvares da Cunha 32.000 reais de tença separada. A 16.5.1517
ainda estava vivo, pois Simão da Cunha, fidalgo da Casa Real,
fez procuração a seu irmão João Alves da Cunha para cobrar tudo
quanto lhe for devido. E a 18.5.1517 João Álvares da Cunha, fidalgo
da Casa Real, tem provisão para receber 60.000 reais de tença. |
I |
235 |
23 |
Álvaro Soares
de Albergaria foi assassinado não apenas antes de 1475, como refiro,
mas concretamente em finais de 1463 ou início de 1464. Com efeito,
Fernão de Magalhães foi por esta morte degredado um ano para Alcácer
Seguer, mas a 14.2.1464 D. Afonso V perdoou-lhe este degredo, na sequência do perdão geral
outorgado aos homiziados que serviram na armada real em Ceuta.
Assim, há mais uma razão para dizer que Álvaro Soares de Albergaria
não chegou a suceder a seu pai no senhorio do Prado, pois este
só deve ter falecido em 1475, embora em rigor só o consegui documentar
até 1463. Por outro lado, apesar de ter tirado ordens menores
em 1456, Álvaro Soares de Albergaria não deve ter nascido em 1444,
como proponho, mas sim lá para 1440. Portanto, seu filho natural
Tristão Soares de Albergaria não nasceu cerca de 1473, como proponho,
mas sim em 1463 ou mesmo póstumo em 1464, em Monção, onde devia
viver a mãe, sendo depois criado em Viseu por sua avó paterna
D. Isabel de Mello. |
I |
236 |
9 |
Conforme
ficou dito no livro, documenta-se na inquirição de genere (21.9.1659)
de seu trineto o Padre Dr. Francisco Soares de Albergaria, que
Tristão Soares de Albergaria era natural de Monção e sua mulher
Joana Fernandes de Robles natural de Oliveira do Conde.
Com o assassinato de seu pai Álvaro Soares de Albergaria em 1464,
Tristão, que teria um ano de idade, foi criado em Viseu por sua
avó paterna D. Isabel de Mello.
Foi depois escudeiro de Nuno Martins da Silveira, senhor de Góis
e Oliveira do Conde, do Conselho e escrivão da puridade de D.
Manuel I e D. João III, vedor-mor das obras e regedor do reino,
etc., nascido cerca de 1454 e falecido depois de 1525 (pai do
1º conde de Sortelha), bem como ouvidor e feitor da sua terra
de Oliveira do Conde, cargo que ainda exercia em 1525. Com efeito,
a 14 de Setembro deste ano, Nuno Martins da Silveira passou uma
procuração a Tristão Soares, seu escudeiro e feitor na sua terra
de Oliveira, para que em seu nome recebesse 36.135 reais do almoxarifado
de Nisa (CC, II, 128, 108).
Nascido em 1463 (era portanto cerca de 9 anos mais novo do que
Nuno Martins da Silveira), Tristão Soares tinha na data desta
procuração 61 ou 62 anos de idade, e Nuno Martins 70 ou 71 anos.
Tendo em conta a cronologia dos filhos, Tristão Soares casou cerca
de 1510, teria 47 anos de idade. Sua mulher devia ser bem mais
nova, nascida entre 1490 e 95, devendo ser irmã do João Fernandes
de Robles, morador em Oliveira do Conde, que a 16.5.1516 D. Manuel
I nomeou juiz das sisas do concelho de Lafões (CMI, 25, 71).
Robles é nome de uma linhagem castelhana, pelo que Joana Fernandes
devia ter esta origem. Dado tratar-se de um nome quase desconhecido
em Portugal, sobretudo nessa época, é possível supor que estes
sejam filhos de um virtual Fernão Rodrigues de Robles, que porventura
terá servido em Oliveira do Conde Diogo da Silveira e sua mulher
D. Beatriz de Góis, ou mesmo já seu filho, o antedito Nuno Martins
da Silveira, sendo aquele Fernão filho do Rodrigo de Robles a
quem a 3.8.1480 D. Afonso V privilegiou, na sequência do tratado
de paz celebrado com os reis católicos, mandando restituir-lhe
todos os bens de raiz que possuía na cidade de Lisboa (CAV, 32,
143v). |
I |
237 |
5 |
O
Cristóvão Soares de Albergaria filho de Tristão Soares de Albergaria
que as genealogias visienses dizem que foi para Lisboa não pode
ser, como dizem as genealogias tardias e eu segui, o Dr. Cristóvão
Soares Soares de Albergaria que instituiu a capela de Nª Sª do
Alecrim, pois a cronologia não o permite. Na verdade, o Cristóvão
Soares, filho do Tristão, que foi para Lisboa, que terá nascido
cerca de 1513/6, é certamente o que teve de D. João III a comenda
de Stª Mª de Loures (CJIII, Privilégios, 4, 309v), e aí casou
ou apenas teve o Dr. Cristóvão Soares de Albergaria, nascido cerca
de 1550, que em 1578 foi nomeado juiz de fora em Ponta Delgada,
chegando a desembargador da Casa da Suplicação, e que com sua
mulher D. Ana de Vilhena instituiu, por disposição testamental
de 6.6.1628, a capela de Nª Sª do Alecrim, em Lisboa. A existência
destes dois homónimos, pai e filho, terá feito com que as genealogias
o congregassem num só, fenómeno aliás recorrente.
De Tristão Soares de Albergaria, portanto irmão
do Cristõvão Soares de Albergaria (o pai), foi também
certamente filho o Jorge Soares de Albergaria, moço da
câmara de D. João III, que terá nascido cerca
de 1517 e faleceu em Goa a 16.6.1547, sendo sepultado na igreja
de Nª Sª do Rosário, com lápide que tem
a seguinte inscrição:«Esta sepultura he
de Jorge Soiares Doliveira de Comde, e de seus erdeiros. Moço
da camara delrei noso sõr. Faleceo a xbi dias de junho
de 547 anos». |
I |
240 e 241 |
|
O Pedro Soares
de Albergaria Freire que consta no nº 5.5.2.3.1. (pág.
240) está confundido com o Dr. Pedro Soares de Albergaria
Freire que está no nº 5.5.2.4. (pág. 241).
Na verdade, Cristóvão Soares de Albergaria teve
um filho natural Pedro Soares, havido numa Isabel, que ele baptizou
a 15.10.1675, mas que veio a falecer solteiro, com 23 anos, a
1.6.1698. Cristóvão Soares de Albergaria teve ainda
uma filha natural da mesma Isabel, b. a 15.9.1678, cujo nome no
assento está em branco e faleceu criança. E ainda
um filho Manuel, havido em Maria Ribeiro, que foi baptizado a
16.10.1683 e faleceu jovem. Portanto, não foi o antedito
Pedro, filho natural de Cristóvão, que casou com
Maria Domingas de Andrade. Aliás, esta Maria Domingas (ca
1634-1716) não casou; mas do antedito Dr. Pedro
Soares de Albergaria Freire (irmão de Cristóvão),
b. a 24.5.1645 e fal. com 42 anos a 19.2.1688, teve dois filhos
naturais: António Soares de Andrade e Albergaria,
b. a 13.12.1679 e fal. solteiro a 23.11.1751; e Tereza
Soares de Andrade e Albergaria, b. a 10.7.1684 e fal.
em Novembro de 1726, sendo casada com Bernardo da Fonseca (1695-1770).
Estes foram os únicos filhos do Dr. Pedro Soares de Albergaria
Freire, ao contrário do que digo no livro. Quando Cristóvão
Soares de Albergaria (irmão do Dr. Pedro Soares de Albergaria
Freire) faleceu a 27.11.1716, também sem geração
legítima, nomeou no seu vínculo uma prima, D. Victória
Pessoa de Andrade Freire. Com efeito, na sua parte da quinta de
Oliveira do Conde tinha instituído com seu irmão
Pedro o morgadio e capela de Nª Sª da Conceição
de Oliveira do Conde, com clausula de só seguir em linha
legítima. Por acordo estabelecido com seu irmão,
nenhum dos dois legitimaram os respectivos filhos naturais, que
assim não sucederam no morgadio. Mas Cristóvão
Soares de Albergaria deixou a seu sobrinho António Soares
de Andrade e Albergaria (filho natural de Pedro), para além
de outros bens, a quinta de Oliveirinha, com a indicação
para que ele aí instituísse morgadio. No seu testamento
de 14.11.1716 (Tombo das Capelas de Oliveira do Conde) Cristóvão
Soares de Albergaria diz que António Soares de Andrade
"assiste na minha Casa, há muitos anos assistindo
nas minhas doenças com todo o amor, e ao governo da minha
Casa", deixando-lhe a quinta de Oliveirinha e "dinheiro
para comprar e compor" a Casa de Oliveirinha, mais as
seguintes propriedades: uma vinha no limite de Albergaria; o olival
do Seixal no limite de Vila Meã; o chão e vinha
de Almoninha "que parte com Luiz Alvares";
as terras e vinhas de S. Payo; a tapada, terras e courelas da
Rapozeira, no limite de Fiais; e o olival de Labaros, no limite
de Carregal. A sua prima D. Victória Pessoa de Andrade
Freire, a quem nomeou no morgadio de Oliveira do Conde, e seu
marido o Dr. José de Abranches Quaresma, familiar do Santo
Ofício e juiz de Alpedrinha, pede que "não
contendam com o dito António Soares de Andrade a causa
das ditas propriedades, aprovando tudo o que eu tenha feito e
o favoreça daqui em diante em tudo o mais que puder, porque
entendo que ainda lhe devo mais". Cristóvão
Soares de Albergaria deixou ainda a sua sobrinha Tereza (irmã
deste António) "huma escritura de quarenta e outo
mil reis que me deve Manuel Esteves do lugar de Oliveirinha, os
quais quarenta e outo mil reis lhe deixo com os juros que estiverem
vencidos". António Soares de Andrade e Albergaria
efectivamente instituiu o morgadio de Oliveirinha, que deixou
a sua sobrinha Rosa Maria Soares de Andrade e Albergaria (1720-1799), filha única de sua irmã Tereza e do
marido Bernardo da Fonseca, a qual viria a casar a 1.8.1752 com
seu primo o Capitão José António de Soveral
Tavares (1728-1804), o qual em 1778 pediu e obteve a extinção
do dito morgadio de Oliveirinha, que tinha o encargo de oito missas
anuais, ao abrigo de uma nova lei de 1770, que permitia a extinção
de vínculos com um rendimento inferior a 100.000 réis,
tendo pago 540 réis da licença.
O Dr. Pedro Soares de Albergaria Freire (1645-1688) matriculou
em Leis na Universidade de Coimbra em 1668, tirando o bacharelato
a 28.5.1675 e a formatura a 10.6.1676. Foi habilitado ao serviço
de Sua Majestade (26.6.1679), em cujo processo se diz ser "fidalgo"
e "muito nobre e de boa qualidade".Faleceu
solteiro, com testamento, deixando herdeiro o irmão Cristóvão.
Deste Pedro e seu irmão Cristóvão foram ainda
irmãs Maria Soares de Andrade, b. a 26.9.1638, freira em
Sá (Aveiro) como Soror Maria da Nactividade; e Susana Borges
de Castro, b. a 9.10.1641, que faleceu solteira. |
I |
252 |
11 |
Pedro Vaz
Soares, feitor em Sofala, a 30.6.1515 escreve uma carta a D. Manuel
I sobre coisas da dita feitoria. |
I |
253 |
24 34 |
Gomilhães |
Gominhães |
I |
254 |
27 |
em 1648 se documenta morador
em Arrifana |
na inquirição
do neto Domingos Homem Soares, em 1648, ele e sua mulher são
referidos como moradores (que foram) em Arrifana de Santa Maria
(Feira) |
I |
254 |
29 |
Pedro Homem da Costa,
de Vouzela, segundo Alão, |
Pedro Homem da Costa,
de Vouzela, segundo Alão, que é certamente o Pedro
Homem da Costa que com sua mulher Violante de Alvellos, moradores
no Porto, tinham em 1594 do mosteiro de Paço de Sousa o
prazo do Casal de Atães, em Stª Cruz de Jovim, |
I |
260 |
18 |
Pedroso, certamente irmão
de Vasco |
Pedroso, certamente filho
de Vasco |
I |
262 |
13 |
filha de João
Anes de Paiva |
irmã de João
Anes de Paiva |
I |
262 |
27 |
bisneto de
João Anes de Paiva |
sobrinho-neto
de João Anes de Paiva |
I |
263 |
25 |
Gonçalo Vaz
de Castello-Branco de facto casou com Leonor Vasques, como se
diz. A 25.3.1386 D. João I confirmou a Gonçalo Vasques de Castello-Branco
o couto e honra de Sobrado, em Paiva, como já tinham «paay
soarez e dona Jnes e teuam paã auoos de lionor uaasqz sua molher».
Portanto, Leonor Vasques era neta de Paio Soares de Paiva e sua
2ª mulher D. Inez Rodrigues Ribeiro, mas não filha de Estêvão
Paes de Paiva, filho primogénito de Paio Soares, como dizem as
genealogias tardias mas que o patronímico dela já recusava. Assim,
Leonor Vasques era seguramente filha de Vasco Paes de Paiva, irmão
ou meio-irmão mais novo daquele Estêvão Paes. |
I |
273 |
36 |
ambos filhos do Manuel
de Lemos |
ambos filhos do prior de
Recardães António de Lemos, como vai na pág.
158 deste volume. |
I |
274 |
8 |
Gonçalo de
Barros era já Dom abade do mosteiro de Stº André de Rendufe quanto
tirou ordens de missa em Braga a 22.9.1464. Devendo ser o Gonçalo
Nunes de Barros que tirou ordens de Epístola a 13.3.1456, também
em Braga, sendo referido como natural de S. Salvador de Bravães
e «de soluto genitus e soluta». Rendufe e Bravães não ficam
nos Arcos de Valdevez, mas sim Rendufe
em Amares e Bravães em Ponte da Barca. |
I |
278 |
29 |
Do Doutor
Lourenço Vaz Pereira existe uma carta de 27.6.1559 para D. Sebastião,
escrita e assinada por ele, com muito bonita letra, onde diz que
o rei o mandou ao mestrado de Avis, como seu ouvidor, e expondo
que João Mendes, alcaide de Avilla de Fronteira, se ausentara
com receio dos erros do dito ofício, que repreendera o juiz de
fora Gonçalo de Almeida, que por injustas suspeições que Luís
Soeiro movia na Vila de Avis tirava aos pobres muitas fazendas,
e requerendo provisão para devassar sobre os casados, amancebados
e alcoviteiras de Benavente e Coruche.
O doutor Lourenço Vaz Pereira não casou a 1ª vez com Branca Afonso
de Gouveia, como admito possível. Na verdade, quem casou com esta
Branca, aliás Homem de Gouveia, foi um Lourenço Vaz da Gama, sendo
pais do doutor António da Gama, célebre jurisconsulto, desembargador
da Casa da Suplicação, etc., que nasceu na Madeira em 1520, matriculou-se
na UC em 1537, foi depois estudar para a Universidade de Bolonha,
foi lente de Código na UC em 1546 e fal. a 30.3.1595, com 75 anos. |
I |
281 |
7 |
Rui Barreiros
de Seixas foi ainda contador do almoxarifado. A 15.5.1533 D. João
III manda ao almoxarife de Viseu que pague as despesas que o contador
daquela comarca fez com os homens que foram com lanços à fazenda,
até à quantia de 4.000 reais, na sequência do que Rui Barreiros,
cavaleiro da Casa Real e contador do almoxarifado da mesma cidade,
manda aquele almoxarife pagar a diversas pessoas as porções conteúdas
nos mandados. |
I |
284 |
40 |
Isabel de
Barros terá nascido cerca de 1667 e não 1460 e,
também ao contrário do que indico no livro, não
seria filha de Lopo de Barros mas sim sua sobrinha, filha de sua
irmã Filipa de Barros, referida na pág. 279, e de
seu 3º marido Rodrigo Álvares (de Araújo).
No livro chamo-o João Rodrigues de Araújo e digo
que foi o 2º marido, seguindo o que era corrente. Com efeito,
Gaio chama-lhe João Rodrigues de Araújo ou Rodrigo
Álvares de Araújo e Alão diz que Filipa de
Barros casou a 2ª vez na Galiza, o que significa que casou
com um galego, que ele não nomeia. Mas deve ter sido de
facto Rodrigo Álvares, sendo certamente o que foi morto
por seus primos em 1468. Com efeito, a 10.5.1468 D. Afonso V doou
a Fernão de Lima, fidalgo da sua Casa, todos os direitos
e bens que pertenceram a Paio Rodrigues de Araújo e a Lopo
de Araújo, que os perderam por terem morto Rodrigo Álvares,
escudeiro, morador em Pousada, terra da Nóbrega, Gonçalo
Álvares e outros homens, e por terem fugido para o senhorio
da Galiza. Tendo em conta a cronologia dos filhos de Filipa de
Barros, este Rodrigo Álvares (de Araújo) foi necessariamente
o 3º marido, e não o 2º como dizem as genealogias.
De Filipa de Barros e deste seu 3º marido Rodrigo Álvares
parece certo, apesar da confusão que grassa nas genealogias,
que era filho o Gonçalo de Barros que era tabelião
em Braga e aí morador na freguesia da Cividade com sua
mulher Isabel Vaz (de Macedo) quando o filho Jorge de Barros tirou
ordens menores a 12.3.1502 (fls. 202). Deste Gonçalo de
Barros e Isabel Vaz (de Macedo) foi também filha Maria
de Barros, casada em Braga com Afonso Pequeno Chaves, c.g.
Filipa de Barros, nascida cerca de 1425, casou portanto a 1ª
vez com António Mendes de Vasconcellos, s.g., a 2ª
vez com Rui Barreiros, de quem terá tido apenas outro Rui
Barreiros, nascido cerca de 1452, e a 3ª vez com Rodrigo
Álvares (de Araújo), de quem terá ficado
viúva em 1468, com filhos menores.
Não sei se os inúmeros filhos que as genealogias
apontam a Filipa de Barros foram ou não dela. Mas o Gonçalo
de Barros que a 4.11.1523 tirou cartas de armas para Araújo
e Barros e casou com Catarina Ledo, esse de certeza que não
é. Pode mesmo apontar-se este caso como paradigmático
da falsificação (ou estupidez) genealógica
de Gaio. O marquês de Montebelo, muito naturalmente, entroncou
este Gonçalo de Barros com base na sua própria carta
de armas, onde se diz filho de Álvaro Afonso de Araújo
e sua mulher Inez de Barros e neto de Afonso Gonçalves
de Araújo. Pois, apesar desta evidência, Gaio retorceu
toda a verdade (até a data da carta de armas mudou para
1548!) e deu este Gonçalo de Barros como filho de Filipa
de Barros. Não contente com isso, em Araújos, mudou
o nome do pai para Afonso “Rodrigues” de Araújo,
para assim o poder fazer filho de Rodrigo Álvares de Araújo!
Na verdade, o avô Afonso Gonçalves de Araújo
era certamente filho de Pedro Anes de Araújo, senhor de
Lobios (Ourense), senhor de juro e herdade (20.5.1398) e alcaide-mor
(16.8.1398) de Lindoso, etc. Portanto, irmão de Pedro Gonçalves
de Araújo, como expressamente diz a carta de armas (16.11.1535,
para Araújo) do neto deste (filho de Francisco de Araújo)
Álvaro Pires de Araújo.
Assim, o Gonçalo de Barros que tirou carta de armas em
1523 era, pelo Araújo (desconheço o parentesco pelos
Barros), primo no 3º grau do Gonçalo de Barros tabelião
de Braga, esse sim indubitavelmente filho do 3º casamento
de Filipa de Barros. Na verdade, Rodrigo Álvares (de Araújo),
pai do tabelião, era filho de Álvaro Rodrigues de
Cadorniga, senhor de Mugueimes (Ourense), e de sua mulher Beatriz
de Araújo (ou Velho), justamente irmã daquele Afonso
Gonçalves de Araújo, portanto ambos filhos do antedito
Pedro Anes de Araújo e sua mulher Leonor Gonçalves
Velho e netos paternos de Gonçalo Rodrigues de Araújo,
senhor de Lobios, alcaide-mor de Lindoso e Castro Laboreiro (12.10.1382
e 20.4.1383), que apoiou o partido da rainha D. Beatriz, e de
sua 1ª mulher Maria Ribeiro. Este Gonçalo Rodrigues
de Araújo casou 2ª vez, s.g., com Froile (ou Maria)
Afonso de Magalhães.
A Álvaro Rodrigues de Cadorniga e sua mulher dão
as genealogias vários filhos, entre eles um Fernando Rodrigues
(de Araújo), cónego da Sé de Braga, e um
Diogo Rodrigues (de Araújo) que Gaio diz ter sido alcaide-mor
de Guimarães. Mas não existe nenhum alcaide de Guimarães
com este nome, sendo que nesta alcaidaria serviram então
Fernão Pereira e depois (14.8.1484) Fernão de Lima.
No entanto documento um Diogo Rodrigues que a 30.12.1486 foi coudel
de Guimarães e a 5.1.1487 foi vedor em Guimarães.
Mas é possível que este Diogo Rodrigues de facto
tenha servido como alcaide interino de Guimarães, nomeadamente
sob a autoridade de Fernão Pereira, pois em 1471 ocupou
tal posto um Pedro de Barros, provável irmão de
Filipa de Barros, portanto cunhada (viúva) deste Diogo
Rodrigues. Com efeito, a 15.10.1471, D. Afonso V perdoou a justiça
régia a Pedro de Barros, alcaide por Fernão Pereira
no castelo de Guimarães, culpado da fuga de três
presos, na sequência do perdão geral outorgado aos
homiziados que serviram na armada e conquista da vila de Arzila
e cidade de Tânger, bem como mediante o perdão das
partes. A este Pedro de Barros, escudeiro de Fernão Pereira,
alcaide-mor de Guimarães, tinha a 21.7.1464 D. Afonso V
concedido carta de privilégio de fidalgo, por estar pronto
para servir na guerra, isentando todos os seus caseiros, amos,
lavradores e apaniguados que estiverem em suas casas e herdades,
de qualquer imposto, encargo e ofício concelhio, de ir
com presos e dinheiros, de ser tutor e curador, de ser posto por
besteiro do conto e do cavalo, de servir por mar e terra, na guerra,
bem como do direito de pousada.
Como vimos, o 3º marido de Filipa de Barros, o escudeiro
Rodrigo Álvares (de Araújo), então morador
em Pousada, na terra da Nóbrega, foi morto em 1468, tendo
os bens dos seus matadores, que fugiram para a Galiza, sido doados
justamente a Fernão de Lima. Desde logo, esta Pousada em
que vivia Rodrigo Álvares é certamente a torre de
Pousada, hoje na freguesia de Calvelo, concelho de Ponte de Lima,
que pertenceu ao comendatário Gonçalo Nunes de Barros,
pai de Filipa de Barros, e depois passou para seu filho Lopo de
Barros, irmão inteiro de Filipa. Mas é muito natural
que Filipa tenha sido co-herdeira da torre e quinta de Pousada,
e por isso aí vivesse com seu marido. Ou, em alternativa,
vivessem na quinta do irmão e cunhado, até porque
este vivia na cidade de Braga, nas suas casas à rua do
Pai Manta, como se documenta. Sendo que a designação
genérica de terra da Nóbrega incluía ainda
no séc. XV as terras limianas. Os matadores de Rodrigo
Álvares, Paio Rodrigues de Araújo e Lopo de Araújo,
era seus primos-direitos, ambos filhos de Paio Rodrigues de Araújo,
senhor de Lobios, senhor de juro e herdade de Lindoso, de Castelo
Rodrigo (26.11.1433) e de Monção, que foi guarda-mor
de D. João I, alcaide-mor de Lindoso, comendador de Rio
Frio e Rio Caldo, embaixador a Castela, etc., e netos do antedito
Pedro Anes de Araújo.
Voltando a Diogo Rodrigues (de Araújo), putativo alcaide-mor
interino de Guimarães, mas seguramente coudel e vedor desta
vila, é natural que após a morte do irmão,
deixando filhos menores, tenha apoiado e assistido a viúva,
assumindo-se até como tutor, formal ou informal, dos sobrinhos,
que, como vimos, foram pelo menos dois: Gonçalo de Barros,
nascido cerca de 1463, que foi tabelião de Braga, e Isabel
de Barros, nascida cerca de 1467 (portanto um ano antes de seu
pai ter sido morto) e que casou com Gonçalo Vaz do Rego,
cavaleiro da Casa d'el rei, alcaide-mor do Vimioso (28.3.1496),
nascido cerca 1463 e falecido em 1519.
A principal razão que me leva a alterar a filiação
de Isabel de Barros é o prenome e patronímico de
seu filho Diogo Rodrigues de Barros. Se ela fosse filha de Lopo
de Barros, como dizem as genealogias e eu segui no livro, não
existia qualquer razão para a onomástica do filho.
Já se ela fosse sobrinha de Lopo de Barros, portanto filha
de Filipa de Barros e seu 3º marido Rodrigo Álvares
(de Araújo), não só existia uma razão
formal para o patronímico Rodrigues como, sobretudo, uma
razão muito plausível para o conjunto Diogo Rodrigues.
Com efeito, como ficou dito, é muito provável que
o coudel, vedor e putativo alcaide-mor interino de Guimarães
Diogo Rodrigues (de Araújo) tivesse ajudado a cunhada viúva
a criar os filhos menores. Não é portanto de estranhar
que sua sobrinha Isabel de Barros tivesse dado ao seu 2º
filho o nome e patronímico do tio, que até devia
ter sido padrinho de baptismo da criança, uma vez que Diogo
Rodrigues de Barros nasceu cerca de 1485 e Diogo Rodrigues (de
Araújo) ainda se documenta vivo em 1487.
Diogo Rodrigues de Barros nasceu no castelo de Vimioso e viveu
casado em Vila Real, onde faleceu cerca de 1550, com 65 anos aproximadamente.
Não foi alcaide-mor de Vimioso, como dizem as genealogias
e eu inadvertidamente segui. Quem ocupou este cargo foi seu irmão
mais velho João do Rego. Diogo Rodrigues de Barros casou
com Isabel Ribeiro Botelho, senhora da quinta do Paço,
em Borbela, junto a Vila Real. No processo para habilitação
do Stº Ofº (13.6.1630) de António Botelho Pimentel,
a testemunha Francisco Botelho Carneiro, de 72 anos, parente do
habilitado dentro do 4º grau, diz que ainda conhecera esta
Isabel Ribeiro Botelho, dona viúva de Diogo Rodrigues de
Barros, bisavós do habilitado. Tiveram geração,
nomeadamente a que refiro no livro, mas também a que refiro
na pág. 99 e seguintes deste volume. Com efeito, de Diogo
Rodrigues de Barros e sua mulher foi filha mais velha Helena Botelho,
nascida cerca de 1506, que casou em Vila Real cerca de 1520 com
o Licenciado António Machado, aí nascido cerca de
1490, conforme mais detalhadamente já ficou dito neste
aditamento.
Regressando a Isabel de Barros e seu marido Gonçalo Vaz
do Rego, tiveram, além de Diogo Rodrigues de Barros, pelo
menos mais seis filhos: João do Rego, o primogénito,
nascido cerca de 1484, cavaleiro da Casa de D. Manuel I, a quem
este rei a 10.10.1519 fez mercê de alcaide-mor de Vimioso,
da maneira que seu pai Gonçalo Vaz do Rego tinha o dito
ofício, tendo já a 28.6.1514 João do Rego,
cavaleiro do rei, tido confirmação de uma horta,
um lameiro e uma vinha velha em Vimioso, que tinham pertencido
a seu avô (na verdade bisavô) Estêvão
Mendes; Gonçalo Vaz do Rego, nascido cerca de 1488, que
como Gonçalo tirou ordens menores em Braga a 12.3.1502,
sendo natural da freguesia de S. Vicente de Vimioso, onde viviam
os pais (fls. 198) e como Gonçalo Vaz do Rego foi confirmado
como alcaide das sacas de Vimioso por D. João III (3, 128v);
Simão, que tirou ordens menores em Braga a 1.5.1504, sendo
natural da freguesia de S. Vicente de Vimioso, onde viviam os
pais (fls. 281); Amaro, ib; Fabião, ib; e Sebastião,
ib.
Gonçalo Vaz do Rego, o marido de Isabel de Barros, a 28.3.1496,
sendo referido com este nome e como cavaleiro da Casa Real, teve
mercê da alcaidaria-mor de Vimioso. A 9.5.1496, sendo referido
apenas como Gonçalo Vaz, cavaleiro da Casa d'el rei, alcaide-mor
do Vimioso, teve confirmação do privilégio
do couto da Torre de Moncorvo, podendo viver no dito castelo vinte
homiziados de quaisquer malefícios em que sejam culpados,
não sendo presos, nem tirados do dito couto. Todavia, sendo
tais os malefícios que não gozem do privilégio
e imunidade da Igreja, nesses casos não é válido
este privilégio de couto. Este privilégio vale apenas
para os homiziados cujos malefícios forem cometidos até
dez léguas do dito couto (inserido o diploma confirmado
de 27.2.1494 a seu pai). A 4.1.1498 Gonçalo Vaz do Rego,
cavaleiro da Casa Real e alcaide-mor do castelo do Vimioso, teve
padrão de 3.000 reais de tença para toda a sua vida.
A 14.3.1508 Gonçalo Vaz do Rego, morador e alcaide-mor
na vila do Vimioso, atendendo ao facto de ele fazer e acrescentar
umas suas casas sitas no dito lugar para servirem de estalagem,
teve privilégio para ter estalajadeiro, com as isenções
e garantias inerentes ao cargo, extensivas aos que com ele residem.
A 10.10.1519 D. Manuel I fez mercê de alcaide-mor da vila
do Vimioso a João do Rego, cavaleiro da sua Casa, da maneira
que seu pai Gonçalo Vaz do Rego tinha o dito oficio. A
15.6.1520 Afonso Homem, cavaleiro da Casa Real, contador das obras
terças e resíduos da comarca de Trás-os-Montes
e recebedor do dinheiro das terças dessa comarca, teve
quitação de todo o dinheiro que recebeu e despendeu
no ano que começou em S. João de 1509 e acabou no
mesmo dia de 1510, do ano que começou em S. João
de 1511 até ao mesmo dia de 1515 e de seis meses, começando
no dia de S. João até ao fim de Dezembro e daí
em diante de Janeiro a Janeiro de 1516, 1517 e 1518. Entre o que
recebeu constam 56.694 reais relativos a 1518, indicando as quantias
das terças, penas, que recebeu dos herdeiros de Gonçalo
Vaz do Rego, alcaide-mor que foi de Vimioso, por os não
ter gasto nas obras da vila, e do resto da conta que tomou a Gonçalo
de Revoreda, vedor e recebedor das obras de Miranda.
Este Gonçalo Vaz do Rego era filho de outro Gonçalo
Vaz do Rego, cavaleiro, também alcaide-mor de Vimioso,
e de sua mulher Francisca Mendes de Antas, filha sucessora Estêvão
Mendes de Antas, senhor e alcaide-mor de Vimioso (11.1.1482).
Este Gonçalo Vaz do Rego, o Velho, nascido cerca de 1432
e falecido em 1496, em 1495, sendo referido como Gonçalo
Vaz do Rego, escudeiro, morador em Vimioso, teve confirmação
como alcaide das sacas desta vila e seu termo, como havia por
carta d’el rei D. João II, com todos os próis
e percalços, rendas e direitos. Como Gonçalo Vasques
do Rego a 20.6.1483 foi nomeado escrivão das sisas de S.
Romão e Vila Cova e deve ser o Gonçalo Vaz que D.
João II nomeou a 31.10.1483 meirinho da correição
de Trás-os-Montes e chanceler da comarca de Trás-os-Montes
(29.11.1483). Julgo que este Gonçalo Vaz do Rego era filho
de João Vaz do Rego, pajem do infante D. Pedro, como se
diz na carta de armas para Rego (19.12.1561) de seu bisneto Tristão
Rodrigues do Rego, cavaleiro fidalgo da Casa Real, filho de Gonçalo
Rodrigues do Rego, neto de Diogo Vaz do Rego e bisneto do dito
João. E este João Vaz do Rego talvez fosse irmão
de Fernão Vaz do Rego, escudeiro do infante D. Pedro, que
a 23.6.1442 teve mercê real do cargo de inquiridor, contador
e distribuidor dos feitos da vila de Óbidos, a 12.3.1443
de escrivão dos órfãos da almotaçaria
da gafaria das balas da mesma vila, a 9.4.1468 de procurador do
número e a 1.12.1469 de coudel desta vila. E João
e Fernão Vaz do Rego podiam ser netos do Gonçalo
Vaz do Rego que teve várias mercês de D. Fernando
I, nomeadamente a quinta da Ribeira de Loures, no termo de Lisboa,
e a renda da colheita da Arruda.
A antedita Francisca Mendes de Antas, mulher do alcaide-mor de
Vimioso Gonçalo Vaz do Rego, o Velho, era irmã mais
velha de Leonor Mendes de Antas, que segundo as genealogias casou
com Baltazar Mendes, sendo destes filho Mendo Afonso, que viveu
em Vimioso numa torre que herdou de sua mãe, casado com
Beatriz Feijó. Com efeito, por carta de D. Manuel I Beatriz
Feijó, mulher viúva de Mendo Afonso, homem que foi
do Vimioso, teve a 10.5.1496 confirmação da tença
anual de 6.000 reais de prata, em sua vida, os quais lhe foram
dados a 20.8.1495 por alguns direitos reais que a coroa tinha
no almoxarifado da Torre de Moncorvo. Para além disso,
foram-lhe concedidos mais 60.000 reais, para seus filhos, pela
outra metade, que por isso mesmo forem entregues a seu tutor,
e por um alvará em que lhe ficam de dar ajuda de casamento
a cada um deles, quando se casarem. E a 3.3.1521 Álvaro
Mendes, cavaleiro da Casa Real, teve uma tença anual, desde
Janeiro que passou em diante, em sua vida, de 6.000 reais, os
quais tinha Beatriz Feijó sua mãe, mulher que foi
de Mem Afonso, morador no Vimioso, pela sua metade da torre do
dito lugar que lhe pertencia e o rei lhe comprou. E além
desta tença foram-lhe dados mais 60.000 reais a seus filhos
pela outra sua metade e foram entregues a seu tutor. Beatriz Feijó
renunciou no dito Álvaro Mendes seu filho por um público
instrumento de renunciação feito e assinado por
Afonso Galego, tabelião em Vimioso a 28 de Novembro. A
quantia foi mandada assentar no almoxarifado da Torre de Moncorvo.
André Dias a fez. E esta compra foi feita à dita
Beatriz Feijó por el rei D. João meu primo que Deus
haja.
Além do referido Álvaro Mendes, Mendo Afonso e sua
mulher Beatriz Feijó tiveram ainda uma filha chamada Isabel
Mendes (de Antas), nascida cerca de 1492 em Vimioso, que casou
com Nuno Navarro e foram pais de Inez Navarro de Antas (ou Dantas),
nascida cerca de 1512 e falecida depois de 1580, que casou com
Pedro de Moraes, nascido (cerca de 1500) e morador no Mogadouro,
onde exerceu cargos nobres e da governança, que é
certamente o Pedro de Moraes que foi escrivão da Câmara
e das sisas de Mogadouro no reinado de D. João III (CJIII,
48, 18 e 128). Destes foi filho Belchior de Moraes de Antas (ou
Dantas), nascido cerca 1532 em Mogadouro, que em 1579 fez uma
justificação de nobreza, em princípio para
tirar uma carta de armas que terá obtido em 1586, mas da
qual não há notícia, salvo a referência
a ela feita pela carta de armas de seu descendente Manuel de Moraes
Faria Antas da Silva, de 30.4.1724, para Antas, Moraes, Gonçalves
e Rodrigues. Nesta justificação, «diz
Belchior de Moraes Dantas morador na villa de Monxagate (Muxagata)
que a elle lhe é necessário um publico instrumento
com fé de testemunhas de que se espera de ajudar de como
é verdade que elle supplicante é filho nascido de
legitimo matrimonio de Pedro de Moraes e sua mulher Ignez Navarra
Dantas moradores que foram nesta villa de Mongadouro e de como
o dito Pedro de Moraes pae delle supplicante era de geração
dos Moraes legítimos deste reino que todos foram e são
fidalgos da casa de el-rei nosso senhor e outrosim sua mãe
delle supplicante Ignez Navarra Dantas foi filha de Nuno Navarro
e de sua mulher Izabel Mendes Dantas e outrosim da geração
dos Mendes Dantas legítimos do dito reino de Portugal e
seus avos della a dita Ignez Navarra Dantas e bisavos delle supplicante
foram todos senhores da villa de Vimioso e tiveram sempre a jurisdicção
della e foram fidalgos de geração nos livros do
dito senhor como hoje em dia o são os que delles descenderam
filhos netos parentes dos avos delle supplicante e se lhe guardam
todas as preeminências que tem as pessoas de suas qualidades
e o dito pae delle supplicante Pedro de Moraes foi fidalgo de
geração dos Moraes nobres deste reino e de quem
se elle serviu em muitos cargos nas comarcas de Trás-los-Montes
e Entre-Douro e Minho e na da Beira e sempre gosou das ditas liberdades
tendo sempre armas e cavallos e criados e mais usanças
de nobreza e fidalguia como hoje em dia tem o dito Belchior de
Moraes seu filho e sempre teve armas e cavallos e o mais e andou
no habito e geração e fidalguia que procede dos
que foram senhores da dita villa do Vimioso e de outras notáveis
pelo que pede elle supplicante a vossas mercês que com as
fés das testemunhas que apresentar e fés de vossas
mercês lhe mandem dar do conteúdo nesta petição
seu instrumento em publica forma e receberá justiça
e mercê». Acrescentado depois as testemunhas
que «o avô da mãe do dito Belchior de Moraes
Mendo Afonso Dantas que foi senhor da villa do Vimioso».
Mas esta parte é mentira e, de resto, as testemunhas são
posteriores a Mendo Afonso. O facto é que o senhorio de
Vimioso, após a morte de Estêvão Mendes de
Antas, não foi renovado, vindo pouco anos depois a ser
doado em condado a D. Francisco de Portugal. A documentação
coeva refere que Mendo Afonso (sem Antas) tinha de facto uma torre
em Vimioso, que D. João II comprou à viúva,
mas não era senhor da vila. E quem sucedeu a Estêvão
Mendes de Antas como alcaide-mor foi o genro Gonçalo Vaz
do Rego. Por isto, e pela onomástica e pela cronologia,
Mendo Afonso não era nem podia ser filho de Estêvão
Mendes de Antas. Era, sim, seu neto materno, filho de sua filha
mais nova Leonor Mendes de Antas, como ficou dito. Quanto a Pedro
de Moraes, que a antedita tardia carta de armas de 1724, por habilidade
de redacção, faz crer que também era Antas,
fica evidente que não era. Com efeito, bem lida esta carta
de armas, este Pedro de Moraes seria filho de um Francisco Rodrigues
de Moraes e de mulher desconhecida e neto de um Vasco Rodrigues
de Moraes e sua mulher Micaela de Albuquerque. Este Vasco Rodrigues
terá nascido cerca de 1440/50 e aparentemente seria do
Mogadouro. Ora, como seu alegado neto Pedro de Moraes foi escrivão
da Câmara e das sisas de Mogadouro, bem me parece que se
trata do Vasco Rodrigues que a 29.10.1484 D. João II nomeou
escrivão da Câmara de Mogadouro, e o Vasco Rodrigues
que foi destituído do cargo de escrivão das sisas
de Mogadouro, por erros no ofício, tendo a 9.3.1475 D.
Afonso V nomeado em sua substituição Nuno Rodrigues,
escudeiro que foi de Álvaro Pires de Távora, talvez
seu irmão. Se assim é, como parece, e dado que Vasco
Rodrigues não consta como Moraes, devia sê-lo pela
mãe. Sendo que esta devia ser irmã do Afonso de
Moraes, morador no lugar de Remondes, termo do Mogadouro, a quem
a 21.6.1441 D. Afonso V perdoou a justiça régia,
sendo culpado na morte de João Gonçalves Picão,
na sequência do perdão geral outorgado para repovoamento
de alguns lugares do reino, ficando reservado às partes
o direito de o demandar civilmente pelas injúrias e danos.
Portanto, Estêvão Mendes de Antas e sua mulher Maria
de Madureira não deixaram filhos varões, mas apenas
duas filhas: Francisca Mendes de Antas, casada com Gonçalo
Vaz do Rego, que sucedeu como alcaide-mor de Vimioso e em mais
bens (como se documenta), e Leonor Mendes de Antas, que herdou
nomeadamente uma torre em Vimioso e casou com Baltazar Mendes,
sendo pais de Mendo Afonso, sucessor na dita torre, a quem foi
dado o prenome e patronímico do bisavô (Mendo Afonso,
pai de Estêvão Mendes). Maria de Madureira é
referida na carta de 1724, invocando a alegada carta de armas
de 1586. Devia ser filha ou irmã do abade D. Luiz de Madureira.
A 12.7.1455 D. Afonso V legitimou Álvaro Anes de Madureira,
filho de D. Luiz de Madureira, abade do mosteiro de Stº Estêvão
de Avelãs, termo da vila de Bragança, e de Isabela
Dias, mulher solteira, a pedido de seu pai. Este Álvaro
Anes de Madureira foi a 16.10.1464 nomeado alcaide das sacas e
portos da comarca de Trás-os-Montes.
Quanto a Estêvão Mendes de Antas, referido assim
nas genealogias e cartas de armas, na documentação
primária coeva consta apenas como Estêvão
Mendes, o que não impede que fosse Antas. Nomeadamente
quando a 11.1.1482 teve de D. João II a doação
de Vimioso e seu castelo (CJII, 6, 6). Gaio, que pomposamente
lhe chama Estêvão Mendes de Moraes de Antas, diz
que foi «Sr de Vemiozo, e demandou sobre o m.mo senhorio
a D. Francisco de Portugal pello direito q dezia ter pella condição
de hum testam.to, ou titulo q retificou o Sr Rey D. João
2º na volta da Guerra, a qual causa correo na Correcção
de Vizeu, e ficou develuto o senhorio». Esta demanda
terá sido contudo com Gonçalo Rodrigues de Castanheda,
pois a 8.2.1481 D. Afonso V doou a Gonçalo Rodrigues de
Castanheda, fidalgo da sua Casa, o lugar de Vimioso e seus termos,
que haviam pertencido a Estêvão Anes, escudeiro,
morador em Bragança, mediante certas condições
(o documento está parcialmente ilegível). Este Estêvão
Anes era Estêvão Anes de Bragança, primo de
Estêvão Mendes. Em rigor, este Estêvão
Mendes não tinha direito à sucessão, pois
o senhorio foi dado a Estêvão Anes de Bragança,
para si e seus descendentes, e este Estêvão Mendes
era primo e não descendente. Mas conseguiu, não
sei por que artes, obter o senhorio.
Estêvão Mendes era filho de Mendo Afonso de Antas,
cavaleiro, corregedor da correição da Beira e da
Estremadura, etc., e de sua mulher Maria de Vasconcellos (o nome
desta tem origem na antedita carta de armas). A 25.6.1439 D. Afonso
V confirmou a nomeação de Mendo Afonso Dantas, corregedor
da correição da Beira, para que fora nomeado a 12.12.1437,
no cargo de corregedor da correição da Estremadura,
em substituição de João Anes, que fora nomeado
para corregedor de Entre-Tejo-e-Odiana. A 25.3.1442 o mesmo rei
nomeou Fernão Gonçalves, criado de Mendo Afonso
de Antas, corregedor da correição da Beira, para
o cargo de escrivão da chancelaria da comarca e correição
da Beira, em substituição de Lopo Afonso, que renunciara.
E a 29.6.1443 nomeou Lopo Álvares, escolar e seu vassalo,
para o cargo de corregedor na comarca e correição
da Beira, em substituição de Mendo Afonso Dantas.
Mendo Afonso de Antas vem referido na antedita carta de armas
como senhor de Vimioso, o que não é verdade, pois
este senhorio teve seu primo Estêvão Anes de Bragança,
como ficou dito. Mas pode ter sido por ele alcaide-mor, e aí
teve certamente propriedades, tal como tinham também seus
antepassados. Com efeito, Mendo Afonso era filho de Afonso Mendes
de Antas e sua mulher Alda (Aldonça) Gonçalves de
Moraes, sendo Afonso Mendes de Antas irmão mais novo de
João Mendes de Bragança, pai do antedito Estêvão
Anes de Bragança que teve o senhorio de Vimioso e deixou
apenas filhos ilegítimos, que por isso não sucederam.
A 24.10.1386 D. João I deu a Estêvão Anes,
seu escudeiro, o senhorio da aldeia de Vimioso, de juro e herdade,
para si e seus descendentes, como até aí tivera
Fernão Rodrigues de Escovar e assim outros castelões.
E a 14.8.1399 o mesmo rei doou a «steu eans de bragaça
seu scudeiro» a terra de Sobradelo, no almoxarifado de Guimarães.
Estêvão Anes de Bragança teve uma demanda
com a Câmara de Vimioso, que queria impedi-lo de coutar
uma herdade que fora de seu pai João Mendes e já
fora de seu bisavô Estêvão Anes. |
I |
300 |
1 |
Sobre a
origem dos Almeida ver on-line o meu Ensaio
sobre a origem dos Almeida (http://www.soveral.info/mas/Almeida.htm). |
I |
301 |
22 |
Álvaro Fernandes
de Almeida foi legitimado por carta real de 23.1.1395, carta esta
onde seu pai vem referido como criado e vedor da Casa do rei (D.
João I), sendo solteiro, e a mãe vem como Maria (e não Catarina,
como disse) Lourenço, também solteira. |
I |
310 |
27 |
O texto que
começa por «4.1.1. ?(N) Rui Lopes de Almeida» deve ir recuado.
Este Rui Lopes é filho de Lopo Martins de Almeida. |
I |
312 |
2 |
mulher Martim Coelho |
mulher de Martim Coelho |
I |
313 |
1 |
Joana de Almeida,
donzela da infanta Dona Catarina, casada com Fernão Martins de
Souza, que vai com interrogação como possível filha de Martim
Lourenço de Almeida, na verdade foi erro de leitura e não é Almeida
mas sim Almada. Trata-se de Joana de Almada, filha de João Afonso
de Brito, que casou com Fernão Martins de Souza, que faleceu antes
de seu pai, e foram pais de João Fernandes de Souza, 4º senhor
de juro e herdade de Baião. Vide o meu estudo Argollo.
Uma família brasileira de 1500 (http://www.soveral.info/mas/argollo.htm). |
I |
314 |
1 |
Este licenciado
Pedro de Gouveia foi o 1º marido marido de Beatriz de Almeuda,
de quem teve Martim ou Martinho Vaz de Gouveia, fidalgo da Casa
Real e do Conselho de D. Manuel I (1518), que a 16.7.1512 deu
quitação a sua sogra Dona Mayor de 50.000 reais
que esta lhe devia do dote de casamento. E a 10.4.1511 Diogo de
Almeida, capelão do rei, teve uma tença anual de
8.000 reais, até perfazer o pagamento de 1.000 coroas que
lhe foram trespassados por Martim Vaz de Gouveia, fidalgo da Casa
Real, em escambo de certos casais na Beira. As 1.000 coroas foram
dadas a Martim Vaz, por sua sogra, D. Maior, pelo casamento de
sua filha. Esta houvera-as de seu marido, Gomes Ferreira, a quem
tinham sido trespassadas por falecimento de seu irmão Martim
Ferreira, que as recebera em casamento, segundo se sabe por um
público instrumento feito no Porto a 14.3.1501, por Fernão
Garcez, tabelião nessa cidade (CMI, 8. 50v). E a 30.4.1520
D. Manuel I doou ao licenciado Pedro de Gouveia, do seu Conselho
e desembargo, e a seu filho Martim Vaz de Gouveia, para toda a
sua vida, a renda das saboarias do almoxarifado de Portalegre
(ib, 36, 64v). Com efeito, Martim Vaz de Gouveia casou com D.
Joana de Távora, que era sua viúva em 1526, ano
em que ela recebeu as ditas rendas das saboarias de Portalegre.
Sendo D. Joana filha de Gomes Ferreira, porteiro-mor de D. João
II, que recebeu ordens menores em Braga a 18.12.1456 e foi moço
fidalgo (1462) e cavaleiro fidalgo (1474) da Casa de D. Afonso
V (vide o meu Ensaio sobre a origem
dos Ferreira) e de sua mulher D. Maior de Sottomayor,
filha dos condes de Caminha e Tui. De Martim Vaz de Gouveia e
sua mulher foi filho Rui Pires de Gouveia, nascido cerca de 1500,
moço fidalgo da Casa de D. João III, que viveu em
Santa Cruz de Lumiares (Armamar), onde foi ouvidor do duque de
Coimbra. Teve carta de D. João III para deixar certa renda
ao convento de Stº Eloi de Requião (CJIII, 50, 9v).
O licenciado Pedro de Gouveia foi legitimado por carta real de
21.5.1459 (CAV, 36, 108v), sendo filho de Maria Fernandes, solteira,
e de Gonçalo Dias de Gouveia, cónego e mestre-escola
da Sé de Viseu, vigário geral da diocese e bacharel
em Degredos, a que me refiro várias vezes nesta obra, a
propósito de filhas que teve. A filiação
deste Gonçalo Dias (como normalmente aparece) é
incerta e não é certamente a que lhe atribuem as
genealogias. Julgo que é filho de um Diogo e de uma senhora
Gouveia.
O licenciado Pedro de Gouveia nasceu cerca de 1442 e ainda vivia
em 1520. Estudou na Universidade de Paris e chegou a cavaleiro
do Conselho de D. Manuel I, seu chanceler-mor, do seu Desembargo
e dos Agravos da Casa da Suplicação e seu juiz dos
feitos. Tudo indica que seja já o Pedro de Gouveia, escudeiro,
fidalgo da Casa Real, que a 26.1.1458 teve de D. Afonso V uma
tença anual de 7.200 reais (CAV, 35, 15). E a 26.8.1475
a doação vitalícia das rendas da pensão
dos tabeliães da cidade de Lamego (CAV, 30, 45v). Bem assim
como o homónimo que D. João II a 20.7.1482 nomeou
corregedor da Estremadura (CJII, 2, 169). Era juiz dos feitos
da Casa da Suplicação desde o início do reinado
de D. Manuel I, rei que a 16.1.1500 nomeou o licenciado Pedro
de Gouveia no ofício de desembargador dos agravos da Casa
Real e da Suplicação, além dos 5 que já
estavam ordenados na dita Casa, com o mantimento anual de 60.000
reais, como é ordenado haver cada um dos outros desembargadores
dos agravos (CMI, 14, 38). Em 1502 desempenhava o cargo de chanceler-mor,
pois numa carta de 12 de Julho o rei refere o licenciado Pedro
de Gouveia, de seu Conselho e que agora tem o cargo de seu chanceler-mor
(ib, 2, 64v). A 21.10.1515 o mesmo rei doou uma tença de
20.000 reais ao licenciado Pedro de Gouveia, do seu Conselho e
desembargador dos agravos da Casa da Suplicação,
que deixou o ofício de juiz dos feitos reais (ib, 24, 150).
E ainda vivia a 24.8.1520, quando o mesmo rei fez mercê
ao licenciado Pedro de Gouveia, do seu Conselho e desembargo,
de outra tença 20.000 reais, por toda a sua vida (ib, 36,
64v).
|
I |
314 |
33 |
Pedro de Almeida
(5.5.2) não pode cronologicamente ser identificado (como no texto
ponho a hipótese) com o Pedro Fernandes (de Almeida), aliás Pedro
Anes, que casou com Leonor Afonso (de Abranches). Quando muito,
este Pedro, que nasceu cerca de 1500, pode ser seu filho, dado
que tudo indica que Pedro de Almeida tenha ido casar a Cassurães,
onde este Pedro viveu. |
I |
314 |
41 |
que depois
de vivo foi cónego |
que depois
de viúvo foi cónego |
I |
324 |
nota |
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de nota é para eliminar. |
I |
328 |
11 |
D. Jorge de
Almeida (2.6.) tirou ordens menores em Braga a 19.5.1464 |
I |
329 |
9 |
Pedro Botelho
era certamente irmão do Lopo Botelho que com sua mulher Leonor
Gil viviam em Santa Maria de Pombal, do bispado de Coimbra, quando
o filho de ambos Lopo Lopes tirou em Braga a 24.4.1451 ordens
menores, com licença de seu maior (pelo que seria professo ou
noviço). No Tombo da Ordem de Cristo (Comenda de Pombal) de 1508,
são referidos, nas confrontações, os herdeiros
de Lopo Botelho, que foi amo de D. João Tello, que deve
ser este. No mesmo Tombo são ainda referidos, com vários
bens em Pombal e Soure, Nuno Botelho, Vasco Botelho e Rui Botelho,
que devem ser também seus filhos. De
qualquer forma, não podia ser, como avento, o Pedro Botelho que
com seu irmãos Aires Botelho, Álvaro Botelho, Branca Rodrigues
e Joana Rodrigues foram legitimados por carta real de 3.1.1398,
como filhos de Pedro Botelho, craveiro da Ordem de Cristo, e de
Joana Rodrigues, mulher solteira. Além da impossibilidade cronológica,
esse Pedro Botelho não teve geração. Mas este Pedro Botelho era
seguramente filho de um dos ditos irmãos, Aires ou Álvaro Botelho,
que em 1398 viviam em Coimbra. Com efeito, um dia antes da referida
legitimação, D. João I doou a Pedro Botelho, seu criado, «por
muitos serujços que recebemos daquelles donde el descende e del»,
umas casas em Coimbra, na Almedina, «acima de sam bras»,
bem como as casas da Falcoaria, na Almedina, em que morava João
Anes Gago, determinando que por sua morte possam ficar a seu irmão
Álvaro e por morte deste a seu irmão Aires, e depois passem para
«o primeiro filho ou neto de cada huu dos dictos jrmaãos sempre
o mayor», se os tiverem. Dá assim ideia que estava fora de
causa que Pedro Botelho pudesse ter filhos, talvez por ser clérigo.
O Pedro Botelho casado com Briolanja de Almeida foi ainda comendador
e alcaide-mor de Pombal e documenta-se como Pedro Botelho, cavaleiro,
regedor e ouvidor da Casa do Cível, quando a 23.8.1476
teve mercê real de uma tença anual de 20.000 reais
de prata, e Pedro Botelho, comendador de Pombal da Ordem de Cristo,
quando a 4.3.1475 D. Afonso V lhe deu licença para arrendar
por três anos a sua comenda.
O Pedro Botelho craveiro da Ordem de Cristo e depois comendador-mor
era filho de Diogo Afonso Botelho e sua 1ª mulher Inez Martins.
Nascido em Vila Real cerca de 1323 e falecido depois de 1385,
Diogo Afonso Botelho aparece em 1339 como infanção
na lista dos padroeiros de Mancelos, com seu irmão e sua
mãe, e em 1344 documenta-se como escudeiro e vassalo do
rei. Em 1365 não aparece na lista de Grijó, ao contrário
do que acontece com seu irmão, mas não teria já
falecido, como suspeita Pizarro, pois casou 2ª vez cerca
de 1375. O mais provável é que estivesse fugido
em Castela, por desentendimentos com D. Pedro, tendo regressado
depois de 1367 com o reinado de D. Fernando. Em 1344 Mestre Pedro,
cirurgião, e sua mulher Maria Gonçalves, compraram
uma quinta em Varatojo, no termo de Lisboa, a Diogo Afonso Botelho,
escudeiro, vassalo d'el rei, e a sua mulher Inez Martins, moradores
em Paços, termo de Vila Real. Portanto, Diogo Afonso casou
uma 1ª vez, teria 21 anos, com Inez Martins, de quem devia
ser a dita quinta em Varatojo. Os filhos mais velhos do 2º
casamento podem ser do 1º e só estabelecendo com rigor
a sua cronologia se poderá ter uma ideia. Sendo que do
1º casamento é o filho Pedro Botelho, craveiro da
Ordem de Cristo, que nasceu necessariamente antes de 1350, devendo
também ser os filhos Fernão Dias Botelho, alcaide-mor
de Almeida (29.12.1377), e Martim Afonso Botelho, que D. Fernando
I nomeou alcaide-mor de Braga, doou os direitos reais de Geraz
e deu 130 libras de tença. Como ficou dito, Diogo Afonso
Botelho em 1344 vivia em Paços, termo de Vila Real. Tudo
indica que vivesse na quinta do Paço, em Borbela, termo
de Vila Real, também chamada Paço de Borbela, quinta
que estava na posse da sua descendência. O filho mais velho,
Pedro, é certamente o Pedro Botelho que é contemplado
no testamento de sua avó D. Sancha Martina Alvernaz, feito
em Lisboa a 25.8.1376. Era portanto filho da 1ª mulher Inez
Martins, que era assim filha de D. Sancha e de seu marido o francês
Pedro de Corbigny, que aqui foi chamado mestre Pedro das Leis,
doutor em ambos os Direitos pela Universidade de Orléans,
lente na Universidade de Lisboa, sendo desembargador, embaixador
e cavaleiro do Conselho de D. Afonso IV. Diogo Afonso Botelho
casou 2ª vez cerca 1375 com Maria Fernandes de Carvalho,
e tiveram Inez Dias Botelho (casada com Pedro Rodrigues da Fonseca),
Diogo Botelho (casado com Leonor Afonso Valente, referidos adiante),
e Afonso Botelho, cavaleiro da Casa do conde de Vila Real, com
geração nos Botelho, alcaides-mores de Vila Real,
e nos Correa Botelho, daí (ver o que digo no meu Ensaio
sobre a origem dos Correa). |
I |
329 e 330 |
|
O filho mais
velho de Briolanja de Almeida e seu marido Pedro Botelho não
se chamou Pedro Botelho, como está no livro por engano,
mas sim Lopo Botelho. Este é que se documenta
como alcaide-mor de Pombal, portanto alcaide-mor na comenda de
seu pai, então ainda vivo. Com efeito, a 25.11.1471 D.
Afonso V perdoou a justiça régia a Fernando de Almeida,
escudeiro do infante D. Fernando, morador na vila do Pombal e
encarregado da alcaidaria da dita vila por Lopo Botelho, seu irmão, acusado de ter deixado fugir alguns
presos, na sequência do perdão geral outorgado aos
homiziados que serviram na armada e conquista da vila de Arzila
e da cidade de Tânger, e mediante o perdão das partes.
Refere instrumentos públicos de perdão de 11 e 20.11.1471.
Este Lopo aparece mais tarde como Lopo de Almeida, talvez por
erro do escrivão. Com efeito, em 1508 testemunhou a demarcação
de uma vinha da comenda de Santa Ovaia da Ordem de Cristo em Travassós:
«lopo d almeida filho de briolanja d almeida veuua molher
que foy de pero botelho que ora possue os beens que foram de martim
vaaz e perteençem aa quintãa de trauaços»
(Tombos da Ordem de Cristo, Comendas do Vale do Mondego).
Contudo, Briolanja de Almeida e seu marido Pedro Botelho também
devem ter tido um filho chado Pedro Botelho,
que seria, portanto, o Pedro Botelho que refiro, escudeiro, que
era morador em Vila de Rei (Besteiros, Viseu), quando a 27.5.1472
foi nomeado coudel de Besteiros e seu termo. A presença
deste Pedro Botelho em terras de Viseu compreende-se bem dadas
as propriedades que sua mãe aí tinha, como direi
adiante. Mas este Pedro Botelho tem mais que se lhe diga, pois
é afinal o tronco dos condes de S. Miguel. Com efeito,
as genealogias muito inventaram sobre a filiação
deste Pedro Botelho tronco dos condes de S. Miguel, dizendo as
mais tardias que era filho de Diogo Botelho e sua mulher Leonor
Afonso Valente, herdeira do morgado da Póvoa de S. Martinho.
Mas estes, para além de muito anteriores, só tiveram
um filho varão que lhes sobreviveu e sucedeu, Martim Afonso
Valente, que foi sogro de D. Gonçalo de Castello-Branco,
senhor de Vila Nova de Portimão, que por sua mulher sucedeu
no dito morgado. Alão começa a linha dos condes
de S. Miguel num Pedro Botelho que foi juiz da alfândega
de Lisboa no reinado de D. João II. E, com efeito, este
rei a 23.1.1483 nomeou um Pedro Botelho juiz da alfândega
e dizimeiro de Lisboa. Diz Alão que este Pedro Botelho
era filho de um dos três filhos legitimados do craveiro
da Ordem de Cristo e depois comendador-mor Pedro Botelho. Mas,
como ficou dito, o único neto deste comendador e craveiro
chamado Pedro Botelho foi o marido de Briolanja de Almeida, que
não pode ser identificado com o homónimo juiz da
alfândega, além do mais porque viveu numa cronologia
incompatível, tendo sido vedor da fazenda interino até
8.5.1475, data em que assumiu seu cunhado, o futuro 2º conde
de Abrantes, tendo falecido pouco depois. Este Pedro Botelho teve
vários filhos documentados, nascidos entre 1450 e 1465,
nomeadamente o primogénito, o antedito Lopo Botelho, que
em 1471 era alcaide-mor de Pombal. Ora, o Pedro Botelho que em
1483 foi juiz da alfândega de Lisboa era certamente irmão
deste Lopo. Até porque seu filho mais velho e sucessor
como juiz da alfândega de Lisboa se chamou justamente Lopo
Botelho. Portanto, o juiz da alfândega Pedro Botelho não
era, como diz Alão, neto do craveiro Pedro Botelho, mas
sim bisneto, como convém à cronologia de ambos.
Além do dito Lopo, o juiz da alfândega Pedro Botelho
teve ainda um filho chamado Diogo Botelho, que se documenta guarda-roupa
e camareiro do infante D. Luiz pelo menos de 1518 a 1524, que
foi pai de um Pedro Botelho, que era fidalgo da sua Casa de D.
Manuel I quando a 10.6.1518 este rei o nomeou porteiro-mor do
infante D. Luiz, e de Francisco Botelho, comendador de S. Martinho
de Santarém (CJIII, 16, 105), que foi pai do governador
do Brasil (1602-7) Diogo Botelho, sendo este avô paterno
de Francisco Botelho, 1º conde de S. Miguel (1633).
O filho mais novo de Briolanja de Almeida e seu marido Pedro Botelho, João Lopes de Almeida, que segue no nº 4
(pág. 330), faleceu em finais de Fevereiro ou princípios
de Marco de 1526. Além dos filhos nomeados no livro, indicou outros,
s.g. Tenho agora documentado que entre estes estão pelo
menos os seguintes: Henrique de Almeida, que parece ser o mais
velho, e Cid de Souza. Sua mãe, Briolanja de Almeida, ainda vivia
em 1514, tendo então uma tença de 8.000 reais no almoxarifado
de Vila do Conde que herdara de Diogo de Almeida, seu filho. Estas
são as principais conclusões a tirar da documentação que segue:
Em 1508 testemunhou a demarcação de uma vinha da comenda de Santa
Ovaia da Ordem de Cristo em Travassos (S. Pedro de France, Viseu)
«lopo d almeida filho de briolanja d almeida veuua molher que
foy de pero botelho que ora possue os beens que foram de martim
vaaz e perteençem aa quintãa de trauaços» (Tombos da Ordem
de Cristo, Comendas do Vale do Mondego). No mesmo Tombo verifica-se,
pelas delimitações, que Briolanja de Almeida também tinha o vizinho
Casal de Esporão (S. Pedro de France).
A 10.1.1514 Briolanja de Almeida passou procuração, em pública
forma, a seu filho João Lopes de Almeida para cobrar do almoxarife
ou recebedor de Vila do Conde a tença de 8.000 reais, que seu
filho Diogo de Almeida tinha, e de quem ela era herdeira.
A 15.51515 João Lopes de Almeida teve provisão real para receber
no almoxarifado de Viseu 15.333 reais de graça por tença. Assina
o recibo Lopo de Almeida, certamente o seu irmão deste nome.
A 4.2.1523 João Lopes de Almeida, fidalgo da Casa Real, fez procuração
a seu filho Henrique de Almeida poder receber e cobrar do almoxarifado
de Viseu 15.333 reais de sua tença.
A 28.8.1525 João Lopes de Almeida teve provisão para receber no
almoxarifado de Viseu 15.333 reais de tença.
A 21.2.1526 João Lopes de Almeida, fidalgo da Casa d’el rei, morador
em Figueiredo, do concelho de Lafões, fez procuração a Henrique
de Almeida e Cid de Souza, seus filhos, para poderem receber a
tença que seu irmão Diogo de Almeida e Briolanja de Almeida, sua
mãe, têm assentada no almoxarifado de Vila do Conde.
A 16.10.1525 Henrique de Almeida mandou seu procurador cobrar
do almoxarife dos portos de Vila do Conde 16.000 réis de sua tença
e de seus irmãos.
A 16.3.1526 D. Guiomar de Souza, viúva de João Lopes de Almeida,
fidalgo da Casa d’el rei, fez em Viseu procuração a seu filho
Henrique de Almeida, em nome dos demais herdeiros, para receber
e arrecadar do almoxarife ou recebedor da Alfandega de Vila do
Conde, tudo o que se lhes montar e for obrigado a pagar de um
desembargo do rei de 8.000 réis.
A 20.6.1536 D. João III mandou que se leve em conta ao recebedor
que foi do almoxarifado de Viseu os 8.000 reais que pagou a D.
Guiomar de Souza, viúva de João Lopes de Almeida, em parte de
sua graça por tença.
Cid de Souza é portanto o homónimo, referido como irmão de Henrique
de Almeida, que casou com Maria de Novais, irmã de Francisco de
Novais e de Duarte de Novais, segundo Alão. Mas não deve ter tido
geração, tendo em conta que foi a irmã que herdou a quintã do
paço da Torre de Figueiredo das Donas.
Henrique de Almeida pode ser o homónimo que foi tabelião e escrivão
da almotaçaria de Lafões (Chancelaria de Dom Sebastião, Dom Henrique
e Dom António, 29, 258). E ainda o Henrique de Almeida, fidalgo
da Casa Real, que a 20.6.1522 teve provisão para receber no almoxarifado
de Aveiro 48.000 reais do primeiro terço do seu casamento. Mas
não terá tido descendência, pela mesma razão.
Pode ainda concluir-se que a mãe de Briolanja de Almeida era filha
herdeira de Martim Vaz, senhor da quintã de Travassos e na sua
época de longe o principal proprietário em S. Pedro de France.
Este Martim Vaz, por isso muito referido no dito Tombo, parece
ser o Martim Vasques Moreira, porteiro da Câmara Real, referido
como irmão de Afonso Vasques quando a 23.7.1437 este foi confirmado
por D. Afonso V no cargo de juiz dos órfãos dos concelhos de Algôdres
e Pena Verde e seus termos, como o era em vida de D. Duarte. Sendo
estes possivelmente sobrinhos ou filhos de uma Margarida Moreira,
moradora em Travassos, já falecida a 4.5.1417 quando o Cabido
de Viseu tomou posse de um lameiro que esta lhe tinha deixado
em testamento para obrigação de missas por sua alma. Sendo esta
Margarida talvez filha do Gil Anes de Moreira que fez testamento
em Viseu a 5.5.1360. Sendo certamente todos descendentes de Aires
Gonçalves «cavaleiro de Moreira», que com sua mulher
Maria Soares fizeram a 6.8.1308 a doação ao Cabido de Viseu de
umas propriedades em Silvarinho para este lhes fazer quatro comemorações
anuais quando morressem. Esta Maria Soares era irmã de Mem Soares,
cavaleiro, pois ambos possuíam a quintã de Órgens, tendo o dito
Aires Gonçalves vendido a terça da mulher ao cónego Durão Martins
da Matta. Aquele Mem Soares era irmão de Lourenço Soares, cavaleiro,
que a 1.6.1346 (1308) lhe fez doação de todos os bens que herdou
de seus avós João Pires e Dona Tereza, moradores que foram em
Órgens. De Maria, Mem e Lourenço pode ainda ser irmão um Pedro
Soares, cuja viúva, D. Urraca, filha de D. João Ermiges, doou
vários bens ao Cabido de Viseu em 22.3.1342 (1306). Sabe-se também
que Mem e Lourenço Soares eram filhos de Soeiro Mendes (de Mello),
cavaleiro, que em Setembro de 1308 autorizou estes seus filhos
a vender ou emprazar ao Cabido de Viseu os bens que têm da parte
de João Peres e D. Tereza de Órgens, seu avós (maternos).
Do que não parece poder duvidar-se é que aquele Martim Vaz e sua
neta (ou pelo menos herdeira) Briolanja de Almeida seriam descendentes
de Fernando Afonso, cavaleiro, a quem D. Afonso IV a 26.2.1342
confirmou as honras e quintãs de Travassos e da Pena, na freguesia
de S. Pedro de France, julgado de Viseu, que pertenceram aos seus
antepassados (CAIV, 4, 94). Acrescenta esta carta que, consultadas
as inquirições de D. Dinis, se verificou que a quintã de Travassos
foi de S.o eAns e incluía a aldeia de Travassos, sendo honra,
e a quintã de Pena foi de Pero Ponço, tinha 14 casais e também
era honra, pelo que assim deviam continuar. |
I |
336 |
16 |
de Covelha, do Castelo
de Ferreiros |
de Covelas, do Casal de
Ferreiros |
I |
346 |
19 |
João Martins
Ferreira documenta-se como cavaleiro fidalgo da Casa de D. João
III numa mercê de 12.2.1548, na qual este rei, «em respeito
aos serviços que me tem feito» e por o servir bem no ofício
de juiz da alfândega de Goa, lhe renova o cargo por mais três
anos. Foi o 3º morgado dos Ferreira, com a sua capela de Jerusalém
no mosteiro de S. Domingos, no Porto, e respectiva Casa do Patim,
como refiro no meu Ensaio sobre
a origem dos Ferreira (http://www.soveral.info/mas/Ferreira.htm). |
I |
351 |
5 |
D. Mariana de Vasconcellos |
D. Margarida de Vasconcellos |
I |
352 |
37 |
Heitor Lopes
de Almeida, sendo referido como Heitor Lopes, morador em Arrifana
de Stª Mª, foi a 10.10.1520 reconduzido no cargo de procurador
do número do concelho e terra de Stª Mª da Feira. |
I |
356 |
9 |
A numeração
de Manuel de Almeida de Souza está incorrecta, ficando
portanto incorrecta toda a numeração subsequente.
A sua numeração correcta deveria ter sido 4.1.2,
tendo os filhos começado em 4.1.2.1 e terminado em 4.1.2.11.
Os irmãos D. Margarida e Francisco de Souza deviam assim
ter tido a numeração 4.1.3 e 4.1.4, respectivamente. |
I |
365 |
5 |
Vasco Martins
de Castello-Branco |
Gonçalo Martins
de Castello-Branco |
I |
367 |
última |
Álvaro de
Carvalho só é certo que tenha sido governador de Mazagão. De
Álvaro de Carvalho, governador de Mazagão, existem várias cartas
para o rei e o secretário Pedro de Alcáçova Carneiro entre 1552
e 1561. Nomeadamente uma carta de 16.11.1553 para D. João III,
em que o governador de Mazagão Álvaro de Carvalho dá conta ao
rei do estado em que se achava aquela praça e da necessidade que
tinha de mais 100 soldados, para se defenderem dos inimigos que
continuamente a perseguiam, pedindo ainda que o socorresse com
mantimentos e munições (CC, I, 91, 46). A situação deve contudo
ter-se mantido na mesma, pois são vários os pedidos deste teor
ao longo dos anos seguintes. Em carta de 15.11.1560 para a rainha
regente, o governador Álvaro de Carvalho diz que está doente e
pede-lhe licença para ir a Lisboa curar-se (CC, I, 104, 52). O
que não aconteceu, pois a 12.4.1561 volta a escrever à mesma rainha,
dando-lhe conta que o xarife se dispunha para vir contra Mazagão,
praça que estava muito destruída e incapaz de lhe resistir, pedindo-lhe
que com brevidade a mandasse socorrer do necessário (CC, I, 104,
106). A 31.5.1557 escreveu a D. João III (que morreu uns dias
depois), dizendo-lhe que tinha ajustado o casamento de sua filha
com D. Fernando Henriques e que, tendo com isso feito muitos gastos,
lhe pedia para poder renunciar na dita sua filha e genro a tença
de 12.000 cruzados que o rei lhe prometera (CC, I, 36,100). Seu
pai Pedro Álvares de Carvalho é que foi governador de Alcácer-Seguer
entre 1521 e 1535. A 20.7.1520 Pedro Álvares de Carvalho, fidalgo
da sua Casa, teve provisão de D. Manuel I para se pagar a sua
mulher D. Maria, filha de D. Martinho de Távora, 126.000 reais
do último terço de seu casamento (CC, II, 90, 144). E a 6.4.1522
o Cabido de Viseu escreveu ao rei, pedindo-lhe que fizesse justiça
na demanda que tinha com Pedro Álvares de Carvalho e D. Catarina
de Eça, sua mãe, sobre o prazo de Canas de Senhorim (CC, I, 28,
2). |
I |
371 |
27 |
O Doutor Luiz
Anes de Loureiro tirou em Braga ordens de Epístola a 18.12.1451
e de Evangelho a 4.3.1452, sendo referido como Luiz Anes, escolar
do bispado de Viseu, filho de clérigo e solteira. |
I |
375 |
12 |
Uma vez que
foi necessariamente entre 1481 e 1499, Pedro Ferreira não esteve
propriamente na Índia mas na expansão marítima que aí conduziu. |
I |
375 |
18 |
n. cerca de 1562, que ainda
vivia em 1514 |
n. cerca de 1462, que ainda
vivia em 1514 |
I |
381 |
42 |
Lúcia da Câmara |
Mécia da Câmara |
I |
385 |
13 |
e de sua mulher Ana de
Gouveia |
e de sua mulher Beatriz
de Gouveia |
I |
389 |
3 |
Stª Mª
de Lordelo |
S. Martinho
de Lordelo |
I |
393 |
14 |
António de
Campos é certamente o António Varela de Campos que teve foro de
escudeiro fidalgo da Casa Real (Ementas, 3, 86v). E seu pai, Pedro
Rodrigues de Ferreira, deve ser o Pedro de Ferreira, criado do
bispo de Viseu, que a 1.6.1481 teve carta de perdão real, sendo
acusado de ter participado num arroído. |
I |
397 |
18 |
Sobre o cónego
Pedro de Lemos ver em Origens, no meu trabalho sobre a Casa da
Trofa (http://www.soveral.info/casadatrofa/default.htm). |
I |
405 |
1 |
Sobre a origem
dos Mesquita ver on-line o meu Ensaio
sobre a origem dos Mesquita (http://www.soveral.info/mas/Mesquita.htm). |
I |
406 |
13 |
O cónego Lopo
Álvares da Ventura deve ser, ainda jovem, o Lopo da Ventura que
a 30.5.1522 teve provisão de D. João III para receber a sua tença
de 5.000 reais no almoxarifado de Viseu, assinado o recibo António
da Ventura, certamente o seu irmão deste nome que Alão diz que
foi (veio a ser) cavaleiro da Ordem de Cristo. |
I |
407 |
nota |
Lamos de Mendonça |
Lamas de Mendonça |
I |
416 |
21 |
3.2.3.5. Frei
Gaspar, pregador da Ordem e S. António |
3.2.3.5. Frei
Gaspar de Stº António, pregador da Ordem
de Stº António |
I |
422 |
36 |
Margarida
Martins do Amaral e seu marido Gonçalo Rodrigues de Moreira devem
ter tido mais um filho chamado Mem Gonçalves, por sua vez pai
de Lourenço Mendes de Moreira e avô de João Lourenço do Amaral.
A 4.7.1340 João Lourenço do Amaral, filho de Lourenço Mendes de
Moreira, vende em Lamego a Gonçalo Homem, cavaleiro de Cambar,
e a sua mulher Guiomar Esteves, um casal a que chamam a Torre,
em Bermedo. |
I |
423 e 424 |
|
Faltando-me
dados mais concretos, supus que as genealogias tinham confundido
avô e neto homónimos, juntando-os num só, o que a cronologia não
permitia. Propus assim que do mordomo-mor de D. Afonso IV João
Lourenço do Amaral fosse filho Afonso Martins do Amaral, chanceler
do mesmo rei, cargo que exercia em 1344, e que usou o patronímico
do avô, Lourenço Martins do Amaral, irregularidade que já se aceita
no séc. XIV. E que deste Afonso Martins fosse filho um outro João
Lourenço, pai dos filhos que as genealogias anacronicamente atribuem
ao avô homónimo. Encontrei, entretanto, um documento que vem refutar
esta hipótese. E percebo agora porque os investigadores, entre
eles eu, não conseguiram resolver esta questão: é que nenhum destes
indivíduos aparece então na documentação com o nome Amaral, mas
apenas com prenome e patronímico, sendo portanto muito difícil
identificá-los. Mas o facto de nenhum deles usar o nome Amaral,
que só mais tarde recuperarão, vem levantar a questão da sua legitimidade
ou, em alternativa, da sua varonia Amaral.
Começando pelo princípio, razão tinham as mais antigas informações genealógicas visienses
que afirmavam que Maria Anes (casada com João Anes de Loureiro)
era irmã de dois bispos, um de Viseu e outro de Évora. Porque
o tal documento é a carta de legitimação real de 22.3.1390 de
Gonçalo Anes, filho de João Anes, clérigo de ordens sacras e deão
de Viseu, e de Marinha Gonçalves, mulher solteira, acrescentando-se
na carta que «o dicto seu padre he ora bispo d evora» (CJI,
2, 5v). sendo que a 17.5.1391 D. João I contou a D. João, bispo
de Évora, do nosso Conselho, uma herdade na ribeira de Coruche,
para si e todos os bispos que lhe sucedessem (CJI, 2, 58v e 59).
Portanto, a referida Maria Anes era irmã deste D. João Anes, bispo
de Évora (1383-1404), depois de ter sido deão de Viseu, e ainda
de um outro irmão que foi bispo de Viseu. Pela cronologia, este
só podia ser D. João Martins, que era bispo em 1378, ou D.
Pedro Lourenço, que faleceu em 1385.
Mas é aceitável que estes três irmãos pudessem ser filhos do chanceler Afonso Martins do Amaral?
Descontando já a questão da irregularidade patronímica, que poderia
ser explicada, o que verdadeiramente não se explica é que nenhum
dos seus filhos bispos use o nome Amaral. Sou portanto levado
a concluir que não seriam filhos de Afonso Martins, que não teria
tido geração, mas sim do D. João Anes que no livro proponho como
seu irmão. Sendo que este D. João Anes, porque também se documenta
sem o nome Amaral, poderia ser só seu meio-irmão, portanto filho
bastardo do mordomo-mor João Lourenço do Amaral.
A ser assim, o irmão que foi bispo de Viseu provavelmente foi
D. Pedro Lourenço, que usou o patronímico do avô, sendo que esta
hipótese evita que dois irmãos se chamem João (se bem que isso
não é invulgar). E os restantes filhos, D. João Anes e Maria Anes,
usaram o devido patronímico do nome do pai. Este pai, o antedito
D. João Anes, dado como irmão do chanceler Afonso Martins do Amaral,
era, como digo no livro, chantre quando a 4.8.1312 foi feito deão
da Sé de Viseu. Mas, ao contrário do que lá refiro, não era certamente
o D. João Anes que ainda era deão a 28.11.1365 e que a 5.11.1358,
sendo deão, era também tesoureiro da Sé e do Cabido. Este não
podia deixar de ser o D. João Anes que foi bispo de Évora
em 1583 e que era deão quando lhe nasceu o filho Gonçalo (cerca
de 1367), portanto o seu proposto filho homónimo, que lhe sucedeu
no cargo.
Quanto ao bispo de Évora, não encontrei mais cartas de legitimação,
pelo que os irmãos de Gonçalo Anes (do Amaral), nomeadamente Beatriz
Anes, a Escassa, não terão sido legitimados.
Gonçalo Anes foi vassalo de D. João I e é expressamente dito filho
do bispo de Évora quando este rei o fez alcaide-mor de Alenquer
a 17.7.1392 (CJI, 2, 69). Deve ser o Gonçalo Anes «de mjdoões»
a quem D. João I deu a 5.4.1385 (ainda não estava legitimado)
a colheita de Coja como parte da sua quantia (moradia). E é certamente,
como digo no livro, o Gonçalo Anes que a 17.1.1434 teve mercê
real de escrivão das sisas de Midões, confirmada a 25.5.1439.
Gonçalo Anes terá nascido cerca de 1367 em Midões. Sua mulher
Catarina Vicente Pereira, que também daí seria natural, parece
filha do Rodrigo Álvares, escudeiro de Midões, que era criado
do arcebispo de Braga D. Martim Afonso de Miranda quando em 1414
testemunhou uma doação a um filho do dito arcebispo (CJI, 3, 114
a 116). |
I |
424 |
39 |
Pelo invulgar
prenome, Hilária Leite (5.4.2.3.), casada com Tomé da Costa, pode
ser a Hilária do Amaral casada com Braz Vilela. Ou, ainda mais
provável, esta Hilária do Amaral seria filha da Hilária Leite
ou sua sobrinha, por exemplo filha de Diogo Leite do Amaral (5.4.2.1.) |
I |
427 |
5 |
Afonso de
Torres diz que Francisca do Amaral casou com Nuno Fernandes Lobo,
morgado de S. Pedro de Évora, e que seu filho Rui Lopes Lobo casou
com D. Isabel de Carvalho (filha do Dr. Francisco Duas do Amaral,
referido na pág. 444 do volume I), com geração extinta. |
I |
430 |
10 |
Para a ascendência
e descendência de António das Póvoas vide «Os Póvoas - Subsídios
para a sua genealogia», de Luís Cabral de Moncada, in Armas
e Troféus, 2008. |
I |
432 |
14 |
Existiram,
dois e não apenas um Belchior de Montalvo. Com efeito, o Belchior
referido nasceu em Viseu cerca de 1525 e faleceu antes de 1615.
É referido como «cavaleiro e fidalgo» a 19.2.1581 quando, com
sua mulher Ana Rebello, recebe do Cabido de Viseu o prazo da «possessão»
de Requexe. Em 1582 foi inquiridor, contador e distribuidor geral
da comarca de Viseu (Chancelaria de D. Filipe I, PeD, 4, 90),
cargo em que sucedeu seu genro. Sua mulher faleceu viúva em Viseu
a 1.8.1615. Deve assim ser o Belchior de Montalvo que teve foro
de escudeiro fidalgo da Casa Real (Ementas, 4, 18).
O outro Belchior de Montalvo, que também teve foro de escudeiro
fidalgo da Casa Real (Ementas, 2, 173), faleceu a 27.7.1596 em
Lisboa (Sé), na rua que vai para S. Jorge, sendo enterrado em
túmulo próprio na Sé e deixando testamenteira sua mulher Águeda
Cordeiro, que ainda vivia em 1598 em Lisboa quando é testamenteira
de Guiomar Monteiro, viúva de Manuel Pinto, escrivão. E este Belchior
é certamente o que foi tabelião de Lisboa (1570, Chancelaria de
D. Sebastião e D. Henrique, 26, 41), com carta para ter ajudante
no ofício em 1572 (ib, 9, 294v), e depois tabelião da ilha da
Madeira (ib, 30, 28), ofício a que renunciou (1581, ib, 46, 319).
Este segundo Belchior de Montalvo era irmão de Joana Cardoso de
Montalvo, que casou com Jorge de Gouveia, de Seia, onde viveram,
pois são ambos ditos naturais de Seia no Índice Notas Tabeliães
Lisboa (tomo 4, p. 281). Os filhos deste casal, que usam o nome
Cardoso de Montalvo, são herdeiros do dito Belchior de Montalvo,
seu tio, e de sua viúva Águeda Cordeiro.
Dado que a conjugação onomástica é demasiada para se tratar de
uma mera coincidência, podemos partir do princípio de que os de
Seia/Lisboa descendiam do Dr. Francisco de Montalvo e sua mulher
Filipa Rodrigues Cardoso. Por outro lado, por razões cronológicas
e patrimoniais, não se pode aceitar como hipótese que o Belchior
de Lisboa e sua irmã Joana sejam filhos do Belchior de Viseu.
Resulta assim, por exclusão de partes, que o Belchior de Lisboa
e sua irmã Joana deviam ser filhos de um desconhecido irmão mais
velho do Belchior de Viseu. Este irmão terá ido casar a Seia,
donde é dita natural a Joana. Este irmão terá nascido cerca de
1515 e poderia chamar-se Francisco (como o pai) ou Rodrigo (como
o avô materno). Poderia usar o nome Montalvo, ou o nome Cardoso.
Em hipótese mais extrema o nome Homem, ou até Rodrigo Álvares
Homem, exactamente como o avô materno, um fidalgo importante.
Dou também como possível irmão mais velho do Belchior de Viseu
um Jerónimo de Montalvo que foi cavaleiro da Ordem de Santiago
(8.10.1543). A hipótese baseia-se apenas na onomástica (invulgar)
e na cronologia. Contudo, parece que era de Medina del Campo (Francis
Dutra, e Humanista, 2002, 2,150). Infelizmente a carta de hábito
(Mesa Consciência Ordens, livro 20, Ordem Santiago, livro 3 supl.,
Convento de Palmela, pp. 21) é sucintíssima e não indica a naturalidade.
Mas se de facto foi natural de Medina del Campo, poderia ser filho
natural ou de um primeiro casamento de Francisco de Montalvo,
tendo acompanhado o pai a Portugal. |
I |
433 |
18 |
Frei Tristão
do Amaral, além da filha Ana referida, teve outro filho, André,
ambos legitimados por carta real (Chancelaria de D. João III,
Perdões e Legitimações, 5. 90). |
I |
433 |
34 |
Pode haver
a tentação de identificar este António Godinho (8.5.) com o homónimo
iluminista, tanto mais que este parece que também foi casado com
uma Ana Feio. Tudo indica, contudo, que foi o de Viseu e não o
iluminista que casou com Ana Feio. |
I |
452 |
24 |
Gaspar Correa,
fal. em Viseu a 5.11.1639, não é identificável, como coloquei
a hipótese, com seu irmão Gabriel Correa de Bulhões, que foi para
o Brasil, sendo nomeado por D. Filipe II feitor de Pernambuco
(CFII, 11, 252v). Nem o irmão de ambos, António de Bulhões, referido
adiante, é identificável, como coloquei a hipótese, com o Dr.
António Correa de Bulhões que a 14.4.1642 era ouvidor-geral do
Rio de Janeiro, pois este era seu sobrinho, filho do dito Gabriel.
Este António de Bulhões, irmão de Gabriel, foi também para o Brasil,
combateu na guerra contra os holandeses e viveu em Pernambuco,
onde casou com D. Maria Feio, aí co-herdeira do engenho São João
Baptista (depois chamado de Bulhões), na freguesia de Jaboatão,
filha de Bento Luiz de Figueiroa, que a 4.5.1593 comprou o dito
engenho a Pedro Dias da Fonseca, e sua mulher D.Maria Feio, que
aí faleceu viúva a 12.11.1609. Seu irmão Gabriel Correa de Bulhões
já era em 1613 proprietário do ofício de almoxarife da Fazenda
Real da capitania de Pernambuco, cargo que ainda exercia no a
29.8.1618, como se documenta, e casou com uma irmã de sua cunhada,
igualmente co-herdeira do dito engenho São João Baptista. A 20.10.1649
este Gabriel Correa de Bulhões, dito apenas Gabriel de Bulhões,
filho de António Correa, teve mercê da pensão de 20.000 reais
numa comenda da Ordem de Cristo, com o hábito, para quem casasse
com uma das suas filhas, e de um ofício de justiça, fazenda ou
guerra que caiba na qualidade da pessoa, para quem casar com a
outra sua filha, tudo em paga dos seus serviços de 36 a 45 anos
com feitor e almoxarife da fazenda real, de que foi proprietário
onze anos, na defesa de Pernambuco e nos aprestos das armadas
que por vezes subiram daquele porto por jornadas que se fizeram
ao sertão, e ainda no cargo de pagador geral do exército e adail
da mesma capitania, com grande dispêndio de sua fazenda, até de
todo perder a muita que possuía por não ficar com os holandeses,
passando-se com sua família à Baía, onde o governador o ocupou
no cargo de provedor-mor das fazendas de Sua Majestade e dos defuntos
e ausentes.
Além destas filhas, provavelmente de um 2º casamento, dada a cronologia
e a mercê, deste Gabriel foi também filho o dito Dr. António Correa
de Bulhões que a 14.4.1642 era ouvidor-geral do Rio de Janeiro,
pois que se matriculou na Universidade de Coimbra a 13.11.1632,
como natural de Pernambuco e filho de Gabriel Correa, tendo tirado
o bacharelato (15.06.1640) e a formatura (14.01.1641) em Cânones.
Deve ser este o António Correia de Bulhões, cavalheiro da Ordem
de Cristo, que no primeiro livro (1648) das vereações da Câmara
do Senado de Olinda, constava que em Dezembro daquele ano fora
ele um dos eleitores para o pelouro que se fez a 30 do referido
mês.
Do dito António de Bulhões (irmão de Gabriel) e de sua mulher
nasceu Zacarias de Bulhões, que sucedeu no dito engenho, e que
casou com com D. Jerónima da Cunha, filha do coronel Pedro da
Cunha de Andrade e de sua segunda mulher D. Cosma Fróis. Zacarias
e sua mulher foram pais de pelo menos três filhos: 1) D. Jerónima
da Cunha, casada com Gonçalo Novo de Brito, que foram pais do
Cap. Filipe de Bulhões da Cunha, sucessor no engenho a seu tio
homónimo; 2) António
de Bulhões da Cunha, que morreu solteiro; e 3) Filipe de Bulhões
da Cunha, morador e proprietário do engenho São João Batista,
na freguesia de Jaboatão, que casou mas não deixou geração. Este
Filipe teve de D. João IV a Ordem de Cristo, que tinha sido dada
a seu avô António de Bulhões, pois sucedeu nos seus serviços,
tendo então já falecido seu irmão António.
Sobre Helena Correa do Amaral, irmã dos ditos António de Bulhões
e Gabriel Correa de Bulhões, que casou com o juiz dos órfãos de
Viseu Jorge Montez da Fonseca, cabe acrescentar que seu filho
mais novo, João Correa de Bulhões, foi b. em Viseu a 4.6.1622,
sendo padrinho o tio António de Bulhões. E foi de facto juiz dos
órfãos de Viseu, pois é certamente a ele que respeita a sepultura
na Sé que diz «Sep. do Dr João Correa de Bulhões, Juiz dos
Órfãos desta Cidade de Viseu e seus herdeiros», e porque seu
filho António Correa de Bulhões e Vasconcellos, que se ordenou
e foi abade de Carvalhais (S. Pedro do Sul), a 27.5.1702
renunciou em seu irmão João Correa a propriedade do cargo de juiz
dos órfãos de Viseu, herdado do seu bisavô, seu avô, sua avó e
seu pai.
Da dita Helena Correa do Amaral e seu marido foi filho, como refiro,
o Dr. Paulo Montez da Fonseca, que além dos filhos apontados teve
pelo menos mais um, Luiz Correa de Bulhões, certamente o que era
vereador do Senado da Câmara de Viseu em 1711. Com efeito, José
Correa Montez, filho legitimado de Jorge Montez da Fonseca e neto
do Dr. Paulo Montez da Fonseca, a 9.4.1723 pede justiça contra
João de Nápoles e seus tios Estêvão da Cunha, António de Figueiredo
e Luiz Correa, os quais, assim que faleceu seu pai, lhe impediram
a fruição dos bens da herança. |
I |
460 |
28 |
D. Maria Tereza de Mello
e Souza |
D. Francisca de Mello
e Souza |
I |
462 |
21 |
Certamente
a Ana de Araújo casada com António Francisco, de
Mosteirinho, pais de um Francisco (de Araújo), baptizado
no Couto de Baixo a 11.10.1651. |
I |
469 |
35 |
sua prima Luiza de Loureiro |
sua prima Maria de Loureiro |
I |
471 |
27 |
3.7.1.1 Sebastião
de Mendalha |
3.7.1.1 Sebastião
de Mendanha |
I |
472 |
17 |
casal em Carvavelos |
casal em Carvavelos (freguesia
de Vil de Soito) |
I |
473 |
33 |
Casal Galego |
Casal da Galega (hoje
Póvoa da Galega, freguesia de S. Cipriano) |
I |
475 |
29 |
Manuel de Carvalhais,
de Morim do Couto |
Manuel de Carvalhais
de Morim, do Couto |
I |
477 |
3 |
A Maria bap.
em 1675 é muito provavelmente a Joana Maria Vilhegas que
a 16.5.1719 foi detida pela Inquisição de Coimbra
(processo 363) acusada de Molinismo, sendo solta a 8.7.1720, com
termo de segredo. Vem referida como cristã-velha, solteira,
nascida no Fial, freguesia de S. Miguel do Outeiro, Viseu, cidade
onde vivia, filha de Manuel Vilhegas de Castello-Branco, fidalgo,
e de sua mulher Maria Rodrigues. |
I |
478 |
15 |
Miguel Paes
do Amaral |
Simão Paes
do Amaral |
II |
5 |
6 |
Albuquerque
244 |
Albuquerque
294 |
II |
6 |
2 |
Sobre a ascendência
de Pedro da Costa ver o meu Ensaio
sobre a origem dos Costa medievais (http://www.soveral.info/mas/Costa.htm). |
II |
10 |
6 |
A bordadura
de estrelas ou cometas não foi sequer uma diferença acrescentada
pelos Pessoa, uma vez que já do bispo de Viseu (1392-1425) D.
João Homem há um selo armoriado, inventariado pelo marquês de
Abrantes, que consta de cinco crescentes dispostos em aspa, com
uma bordadura carregada de estrelas. |
II |
10 |
16 |
Os casamentos
de Luiz Pessoa, o Velho, devem ter tido ordem inversa à que indico,
tendo em conta a informação de que estava sepultado na igreja
de Santa Catarina, na matriz de S. Martinho, onde jazia em túmulo
com sua estátua, dois escudos de armas (Pessoa e Costa) e a inscrição:
«Nsta sepultura jaz o muito onrado fidalgo, e de mui nbre,
e antiga gerasãm dos Pessoas Luis Pessoa com sua molher Mesia
Quaresma a qual falesceu no ano de 1524, e ele na era de 1531».
Mécia Quaresma (da Costa) terá assim sido a sua 2ª mulher e Margarida
Anes da Veiga a 1ª. Assim, os filhos dados a Mécia eram de Margarida,
e inversamente, salvo pelo menos o caso de Beatriz da Costa Homem,
que pela cronologia era certamente filha de Mécia. |
II |
15 |
5 |
De facto, como
filhos de Pedro Homem, cavaleiro da Casa Real, e Leonor Rodrigues
(de Viveiro?) são legitimados por carta real de D. Manuel I, a
pedido do pai, através de um instrumento próprio,
feito e assinado por Gonçalo Pires, tabelião do
rei, a 11.3.1497, os seguintes filhos: Beatriz de Viveiro e João
de Viveiro (LN, 2, 95v) e Isabel Nunes e Mécia da Costa
(ib, 68v). Lucrécia de Viveiro ou Viveiros não consta,
salvo se é a Beatriz. Mas o pai, Pedro Homem, não
pode ser o que no livro coloco como hipótese, pois é
demasiado tardio, devendo na verdade ser seu bisavô Pedro
Homem da Costa, que refiro na pág. 9 do mesmo volume. |
II |
25 |
11 |
referido em SOVERAL / CÁCERES,
s.g. |
referido em SOVERAL / CÁCERES,
c.g. |
II |
29 |
6 |
Pedro da Costa
de Gouveia é recorrente dizer-se (vide por exemplo
«Novos elementos para o estudo da grande família
dos Gouveias humanistas», 1965, de António Pedro
de Sousa Leite, in Boletim da Academia Portuguesa de Ex-Libris,
nºs 31 a 34) que estudou em Paris, licenciou-se em Cânones
e foi desembargador da Casa da Suplicação, o que
segui. Mas com uma investigação mais aturada conclui
que é confusão com seu parente o licenciado Pedro
de Gouveia, que de facto foi desembargador e até chanceler-mor
de D. Manuel I, já referido acima. |
II |
31 |
11 |
privilégio
de fidalgo e Diogo Nunes |
privilégio
de fidalgo a Diogo Nunes |
II |
31 |
39 |
D. António
Botelho da Costa Homem nasceu em Alcântara (Castela) e de sua
mulher D. Águeda de Figueiredo teve mais um filho que não referi,
Miguel de Almeida Sottomayor, n. em Viseu, que casou com D. Maria
de Barros, também n. em Viseu, filha de Francisco de Lemos de
Barros e de sua mulher Mariana Dias Ferreira, naturais de Viseu,
que refiro em BARROS. Deste casal foi filho Francisco Coelho Sottomayor,
n. em Viseu, familiar do Stº Ofº e cavaleiro da Ordem de Cristo
a 26.5.1724 (OC, Francisco, 34, 96). |
II |
34 |
24 |
Maria de Queiroz
Castello-Branco e seu marido o licenciado Belchior Lourenço, de
quem foi 1ª mulher, não tendo filhos, resolveram fundar um convento
de Jesus de Viseu, de freiras beneditinas. Para esse fim, a dita
senhora doou todos os seus bens, em testamento de 17.4.1569, ao
bispo D.Jorge de Ataíde, com a condição de ser admitida no projectado
convento uma sua sobrinha. Se o convento não se fizesse, deixava
a testadora todos os seus bens à capela de S. Luís. D. Jorge de
Ataíde (1568-1578) deu início às obras mas não as concluiu. De
1579 até 1585 foi bispo de Viseu D. Miguel de Castro, que não
se importou com o dito convento. Em 1586 sucedeu-lhe o bispo D.
Nuno de Noronha, que se entendeu com os herdeiros de Belchior
Lourenço, activou as obras e, em menos de 5 anos, ultimou o convento.
Dotou-o, então, com o rendimento da igreja de S. Cipriano e, depois
de obter permissão do papa e do rei, nele instalou as primeiras
religiosas, vindas do convento de Ferreira de Aves, também beneditino.
A abertura do novo convento aconteceu no dia 27.9.1592, na presença
de toda a nobreza, cabido e muitos cidadãos que foram esperar
o bispo D. Nuno e as religiosas vindas de Ferreira de Aves (Vide
Fundo do Convento de Jesus de Viseu).
O Dr. Belchior Lourenço é portanto o Dr. Belchior Lourenço Tenreiro,
referido em TENREIRO, que casou então pela 2ª vez com Maria Paes
de Castello-Branco, fal. a 13.6.1631. |
II |
38 |
27 |
Sobre Luiz
Pessoa de Eça refiro no livro a informação
disponibilizada por Alão, segundo a qual viveu em Meãs
do Campo (Montemor-o-Velho) e foi preso pela Inquisição
e condenado às galés. Diz ainda que foi «régulo»
de Meãs e «terrível homem». Segundo
o mesmo autor c.c. D. Maria, cristã-nova, que morreu nos
cárceres da Inquisição e depois foi queimada
em estátua, filha de (...) Brandão e de sua mulher
D. Antónia, mãe de António de Macedo. Ainda
segundo o mesmo autor, tiveram quatro filhos, presos pela Inquisição,
onde pelo menos uma filha, D. Joana, morreu com sua mãe,
sendo ambas depois queimadas em estátua. Pude entretanto
verificar que, de facto, a mulher de Luiz Pessoa de Eça
era ½ cristã-nova e se chamou D. Maria Brandão,
embora não tenha encontrado nenhum processo sobre ela na
Inquisição nem sobre sua filha D. Joana. Existe,
sim, o processo sobre o seu filho Luiz Pessoa de Eça, ¼
cristão-novo, natural de Meãs, termo de Montemor,
fidalgo da Casa Real que vivia de suas fazendas, filho de Luiz
Pessoa de Eça, que vivia de suas fazendas, e sua mulher
D. Maria Brandão, e casado com D. Maria de Abreu (Tribunal
do Santo Ofício, Inquisição de Coimbra, proc.
3938). Foi preso pela Inquisição de Coimbra a 5.6.1667,
acusado de judaísmo, heresia e apostasia, com auto-de-fé
a 26.11.1676 e termo de segredo no dia seguinte. Entretanto, vários
dos seus filhos foram também presos e condenados, a saber:
1) Luiz Pessoa, solteiro, natural de Meãs, filho de Luiz
Pessoa de Eça e S. Maria de Abreu, preso a 5.6.1667 e sentenciado
a 18.11.1674 a confisco de bens, abjuração em forma,
cárcere e hábito penitencial perpétuo, sem
remissão, 5 anos de degredo no Brasil e penas penitenciais
e espirituais (ib, proc. 3728); 2) António Pessoa, solteiro,
n. ib, filho dos mesmos, com a mesma sentença a 20.11.1674
(ib, proc. 7125); 3) Isabel Pessoa de Eça, solteira, n.
ib, filha dos mesmos, que faleceu nos cárceres da Inquisição
a 12.6.1668; 4) D. Luiza Pessoa, filha bastarda de Luiz Pessoa
de Eça e Natália Pinto, casada com Manuel Travaços
de Faria, com auto de fé a 18.11.1674, com confisco de
bens, abjuração em forma, cárcere e hábito
penitencial a arbítrio e penas penitenciais e espirituais,
termo de soltura dois dias depois e licença para ir em
segredo de 7 de Dezembro (ib, proc. 1636).
Talvez Alão tenha confundido a 1ª mulher (D. Maria
Brandão) de Luiz Pessoa de Eça com a sua 2ª
mulher, que se chamou D. Guiomar de Sá e também
era ½ cristã-nova, pois desta já existe um
processo de 1623, era já viúva e moradora em Montemor-o-Velho
(Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de
Coimbra, proc. 1020). Embora esta D. Guiomar não tenha
sido queimada. A 26.11.1623 teve auto de fé e dois dias
depois termo de soltura. Depois de reconciliada, confessou as
culpas a 15 de Dezembro e a 8.1.1624 foi-lhe levantado o cárcere
e tirado o hábito penitencial, comutados em penitências
espirituais. Sobre a família de D. Maria Brandão,
julgo que era irmã de Duarte Travassos, solteiro, cristão-novo,
natural de Montemor-o-Velho, filho de Francisco Travaços
e sua mulher Beatriz Brandão, preso a 28.10.1621 pela Inquisição
de Coimbra, acusado de judaísmo, heresia e apostasia, com
auto de fé de 18.6.1623. Depois de reconciliado, confessou
mais culpas a 26 de Junho e no mesmo dia foi-lhe passado termo
de soltura e segredo (ib, proc. 5582). |
II |
39 |
1 |
referido na
nota 37 |
referido na
nota 38 |
II |
40 |
26 |
António
Girão, abade de S. Martinho de Soalhães em 1581, são será, como
na hipótese referida, filho de Amador Girão, mas sim seu sobrinho.
Na verdade, deve ser o António, nascido em Tentúgal cerca de 1520,
filho de Marco António e sua mulher Catarina Girão, que tirou
em Coimbra ordem de prima tonsura a 17.3.1537. |
II |
46 |
38 |
Baltazar
Girão, que dei como possível filho natural de Carlos Girão, afinal
era filho natural legitimado de Manuel Girão, referido na página
42, linha 2, e portanto irmão do Manuel Girão aí referido. Com
efeito, a 11.8.1607 foram legitimados por carta real de D. Filipe
II os irmãos Baltazar e Manuel Girão, como filhos de Manuel Girão,
viúvo, morador na quinta da Lage, no concelho de Lafões, que os
teve de uma mulher solteira de nome Ana João, moradora no Reguengo
de Fataúnços, pois o dito pai não tinha outros filhos e os queria
fazer seus herdeiros. |
II |
55 |
14 |
Gonçalo
Homem, que refiro como possível filho de Estêvão Pires de Froião
ou de um de seus irmãos, documenta-se de facto como filho de Gil
(Pires) Homem e sua mulher D. Sancha. Documenta-se ainda como
casado com Guiomar Esteves e, é claro, pai de Guiomar Gil, como
já tinha ficado estabelecido. A 30.3.1330 o bispo de Lamego empraza
a Gonçalo Homem e sua mulher Guiomar Esteves um casal em Ribolhos
(Castro Daire). A 19.11.1335 Gonçalo Homem, cavaleiro de Lafões,
e sua mulher Guiomar Esteves, em seu nomes e no de D. Sancha,
mãe dele, dão em Lamego emprazamento hereditário um casal em Tabuadela
(Silvã de Cima, Sátão), que fora de seu pai, Gil Homem. A 4.7.1340
João Lourenço do Amaral, filho de Lourenço Mendes de Moreira,
vende em Lamego a Gonçalo Homem, cavaleiro de Cambar, e a sua
mulher Guiomar Esteves, um casal a que chamam a Torre, em Bermedo.
Testemunham dois escudeiros de Gonçalo Homem. A 9.6.1343, em Coimbra,
Fernão Rodrigues, e sua mulher Joana Gonçalves, renunciam aos
seus direitos no prazo da quinta da Portela, em Lamego, a favor
de Gonçalo Homem, cavaleiro, como procurador de sua mulher Guiomar
Esteves. A 2.9.1348, nas suas casas de Vil de Souto, Gonçalo Homem,
cavaleiro, e sua mulher Guiomar Esteves, fazem testamento. Onde
se mandam sepultar na Sé de Lamego e referem Guiomar Gil com sua
única filha. Vide «A sé de Lamego na primeira metade do século
XIV», de Anísio Miguel de Sousa Saraiva. |
II |
60 |
20 |
A Tereza Anes
filha deste João Homem não é a legitimada por D. João I (vide
nota seguinte), pelo que seria sua filha legítima. Porventura
este João Homem teria casado com uma filha de Álvaro Fernandes
de Carvalho, meirinho-mor de D. Pedro I, que tinha o couto do
Carvalho, que ficou para seu genro Fernando Afonso Mascarenhas,
que o perdeu os seus bens da Beira (os do sogro) para este João
Homem por ter apoiado a causa do rei de Castela contra o mestre
de Avis. É portanto provável que João Homem fosse seu cunhado.
Assim, Tereza Anes teria casado com um seu primo, pois aquele
Álvaro Fernandes de Carvalho era irmão do mestre da Ordem de Santiago
D. Gil Fernandes de Carvalho. |
II |
61 |
12 |
D. João Homem,
segundo bispo de Viseu deste nome, iniciou o bispado em 1392 e
não em 1386. E é dele certamente também filha a Tereza Anes, legitimada
por carta real de 8.3.1390, como filha de João Homem, clérigo
de ordens sacras, e de Senhorinha Afonso, mulher solteira (CJI,
2, 5v). |
II |
59 |
nota |
Ao que tudo
indica, Henrique Simões Homem foi avô materno e não pai de Isabel
Simões Homem, que devia ser filha de Cristóvão Fernandes e sua
mulher Inez Simões (Homem). Já Iria Simões Homem deve ter sido
bisneta de Henrique Simões Homem, filha de Álvaro Domingues e
sua mulher Inez Simões (Homem) e neta materna dos referidos Cristóvão
Fernandes e sua mulher Inez Simões. |
II |
69 |
10 |
primaz das
Índias, bispo do Funchal, primaz das Índias, etc. |
primaz das
Índias, bispo do Funchal, etc. |
II |
87 |
1 |
D. Branca
de Vilhena teve três filhos do 1º casamento: João Rodrigues Coutinho,
emancipado 30.9.1420, D. Beatriz Coutinho (que também aparece
como D. Beatriz de Vilhena) e D. Margarida de Vilhena (que também
aparece como D. Beatriz Coutinho), estas emancipadas a 18.2.1421,
ainda não tinham 20 anos. Aquela D. Beatriz, que tem sido confundida
nas genealogias com sua meia-irmã homónima, deve ter falecido
pouco depois, em meados de 1421. |
II |
87 |
26 |
Fernão Coutinho,
um filho tardio de seus pais, deve ter nascido cerca de 1400 e
não 1410. |
II |
88 |
25 |
D. Joana da
Guerra de seu marido João Fernandes de Souza, senhor de juro e
herdade de Baião, tiveram geração. Vide o meu estudo Argollo. Uma família brasileira de 1500 (http://www.soveral.info/mas/argollo.htm). |
II |
91 |
42 |
A D. Maria
de Vilhena que foi filha de D. Maria da Cunha não casou com o
senhor de Unhão Fernão Telles de Menezes, mas sim com Diogo (Lopes)
de Azevedo, senhor de juro e herdade de S. João de Rei e do Bouro
(26.8.1472) e de de Aguiar (1.9.1472). A 26.8.1472 D. Afonso V
doa a Diogo de Azevedo, fidalgo da sua Casa, e para todos os seus
herdeiros, o usufruto de todas as rendas, direitos, tributos,
jurisdição do cível e do crime, mero e misto império das terras
de Boiro e de São João de Rei, na correição de Entre-Douro-e-Minho,
como tivera seu pai, Diogo Lopes de Azevedo, cavaleiro da sua
Casa, que morrera na conquista de Arzila, e seu avó. A 1.9.1472
o mesmo rei privilegia Diogo de Azevedo, fidalgo da sua Casa,
filho de Diogo Lopes de Azevedo, doando-lhe em duas vidas a terra
de Aguiar da Pena, com todas as suas rendas, tributos e direitos,
com jurisdição do cível e crime, reservando o monarca para si
a correição, alçada e as sisas da dita terra, isto sem prejuízo
de qualquer direito que na dita terra lhe pertencia por doação
de D. João I, ao seu bisavô, Lopo Dias. A 18.1.1475 confirma a
convenção feita por D. Inez e Diogo de Azevedo sobre os bens móveis
e de raiz que ficaram por morte de Diogo Lopes. Coube a ela a
quintã dos Paços, com seus casais e bens patrimoniais, e a ele
as quintãs de Soutelo e do Pinheiro. Esta quintã de Soutelo é
a quinta do Freixo, em Soutelo de Aguiar. Como Diogo Lopes de
Azevedo, filho de Diogo Lopes de Azevedo e sua mulher Catarina
Lopes, de Sanhoane de Rey, tirou ordens menores em Braga a 24.3.1452.
Esta D. Maria de Vilhena, sua 1ª mulher, deve ser a D. Maria de
Vilhena cujos herdeiros (não nomeados) têm a 4.6.1505 provisão
para receber os 13.171 reais que ela tinha de tença.
O senhor de Unhão Fernão Telles de Menezes também casou com uma
D. Maria de Vilhena, prima-direita desta, mas filha de Martim
Afonso de Mello e sua mulher D. Margarida de Vilhena, como se
documenta. Dado que Fernão Telles aparece como senhor da honra
de Gestaçô e sua mulher se documenta como sobrinha de D. Beatriz
de Vilhena, pensei que houvesse nas genealogias uma confusão entre
estas duas primas-direitas de nome D. Maria de Vilhena. Contudo,
como se documenta que Fernão Telles casou com uma filha de Martim
Afonso de Mello, contra factos não há argumentos... |
II |
95 |
27 |
Sobre D. Maria
da Cunha, seus maridos e descendência ver o que digo em
«Os Portocarreiro ou
Portocarrero. Estudo complementar». |
II |
98 |
9 |
Sobre Álvaro
Sanhudo e sua ascendência ver o que digo em «Os
Portocarreiro ou Portocarrero. Estudo complementar». |
II |
98 |
18 |
Nicolau de
Ozorio (dosouro) faleceu na Nau Galega, em que vinha da Índia
com o capitão Pedro Lopes de Souza. E tinha mais um irmão, Francisco
da Cunha, que partiu para a Índia com o seu soldo. Com efeito,
a 13.3.1542 D. João III envia alvará ao conde da Castanheira em
que lhe mandava que assentasse Francisco da Cunha, que ia servir
à Índia, com o soldo que levava Nicolau de Souro, seu irmão, que
se perdera na nau Galega. |
II |
98 |
37 |
O filho de
Pedro da Cunha Ozorio que casou na casa de Juste foi legitimado
como Paulo da Cunha por carta real de 24.10.1581, havido em Maria
Dias. Na mesma carta foram legitimados dois meios-irmãos, Gaspar
de Ozorio e Madalena da Cunha, havidos em Florência. Julgo que
também foi filha de Pedro da Cunha Ozorio a Francisca de Ozorio
que casou com Amador da Fonseca Coutinho, senhor da casa de Entre-Águas,
em Stª Marinha de Zêzere. Vide o meu livro «Portocarreros do
Palácio da Bandeirinha», Porto 1997. |
II |
102 |
5 |
Este Aires
Gomes da Silva não foi senhor da honra da Silva, que ficou para
sua irmã Maria Rodrigues da Silva, passando desta a seu filho
Gonçalo Rodrigues de Abreu e deste a outro Aires Gomes da Silva
(primo-direito do Aires em epígrafe.), pela referida doação de
13.7.1359. Sobre toda esta questão, ver o que digo em http://www.soveral.info/casadatrofa/trofa4.htm. |
II |
103 |
27 |
Luiz Vaz da
Cunha tirou ordens menores em Braga a 9.3.1448 como Luiz da Cunha. |
II |
107 |
39 |
João Gomes
de Sousa, que tirou ordens menores em Braga a 26.5.1453, como
filho de Pedro Gomes de Abreu e sua mulher D. Aldonça de Souza,
moradores em Stª Mª de Monção. |
II |
109 |
25 |
Como João
Gomes de Abreu, arcediago do Couto, tirou em Braga ordens de missa
a 22.9.1453. |
II |
111 |
35 |
João
Gomes da Cunha a 19.10.1512 deu procuração bastante a João de
Guimarães, morador em Viseu, para que por ele e em seu nome possa
cobrar de Gonçalo da Fonseca o dote de seu casamento. E a 30.6.1513
João Gomes da Cunha teve provisão dei D. Manuel I para o recebedor
dos portos da Beira lhe pagar a 67.375 reais por conta do seu
casamento.
A 20.3.1515 João Gomes da Cunha, morador no lugar de Tábua,
teve carta de privilégio de fidalgo para todos os seus
caseiros, amos, moradores e lavradores que estão em suas
terras, quintas e casais encabeçados. El rei D. Manuel
I o mandou pelo D. Pedro, bispo da Guarda, e D. Diogo Pinheiro,
bispo do Funchal.
João Gomes da Cunha, além do morgadio de Paços,
sucedeu também no morgadio de Tábua, que seu primo
Luiz da Cunha tinha tirado em demanda a sua mãe D. Mécia
da Cunha. Com efeito, A 4.6.1520 D. Manuel I confirmou a João
Gomes da Cunha, fidalgo da Casa Real, a administração
do morgado e capela instituída no mosteiro do Souto por
João Lourenço da Cunha. Refere a carta real que
a capela e os seus bens foram administrados por D. Gomes Lourenço,
irmão João Lourenço da Cunha, a quem foram
deixados todos os bens de Coimbra e seu termo excepto a fazenda
de Bazarim que fora deixada a Martim Vilarinho e sua mulher em
suas vidas, revertendo depois para D. Gomes Lourenço, e
o quinhão de João Pires da herdade de Vilar de Mato.
Tudo isto lhe foi deixado com a condição de que
metade da renda desses bens fossem para fazer uma capela no mosteiro
do Souto onde se dissesse todos os dias uma missa. O que sobejasse
dessa metade das rendas seria gasto em obras da capela e em dádivas
aos pobres. A Martim Vasques da Cunha, seu sobrinho, deixava João
Lourenço da Cunha propriedades e bens na Tábua,
Vila Nova, Barrosa, Alvarelhos, Oliveira, Lameiras, Pinheiro do
Vouga, Mortágua, entre outras, e também a capela
e igreja de Santa Maria e a quintã da Cunha, que teve do
seu irmão D. Egas. Estes bens foram-lhe deixados com a
condição que metade das rendas fosse gasto na celebração
diária de missas e o que ficasse seria para obras da capela
e dádivas aos pobres. Se Martim Vaz falecesse antes de
D. Gomes, revertiam todos os seus bens para este último
e vice-versa. A fazenda e administração da capela
e morgado ficariam para filho mais velho, varão, legítimo
e leigo (que viria a ser o dito Martim Vasques da Cunha, pois
dos dois filhos de D. Gomes Lourenço da Cunha, o primogénito,
um foi cónego e o outro faleceu solteiro sem geração).
Se o testamento não fosse cumprido o rei podia filhar estes
bens e dá-los a um homem da linhagem do defunto. Acrescenta
a carta real que Luiz da Cunha, anterior administrador, não
cumprira o testamento, tendo perdido por isso a administração,
isto após uma inquirição judicial. Mandou
o rei que passasse a haver um livro onde se registassem todas
as despesas pela alma do defunto e que o mosteiro também
tenha um onde igualmente se registasse todos os bens e confrontações.
Tendo em conta esta informação, bem assim como o
testamento de D. João Lourenço da Cunha, onde os
irmãos D. Gomes e D. Egas vêm referidos antes de
D. Vasco, é de aceitar que a ordem de nascimento dos filhos
de D. Lourenço Fernandes da Cunha seja a seguinte, no que
toca apenas aos mais velhos: Gomes, Egas, João, Vasco e
Martim, sucedendo Martim Vasques, filho de Vasco, por os dois
filhos varões de Gomes não terem sucessão
(um deles até foi clérigo), Egas só ter uma
filha, aliás aparentemente falecida solteira, e de João
ter morrido solteiro, sem geração.
|
II |
116 |
16 |
morado em
Viseu |
morador em
Viseu |
II |
117 |
20 |
De Gaspar
da Cunha de Abreu e sua mulher Grácia (Paes) Fialho foi filho,
nomeadamente, o Dr. Diogo Paes da Cunha, nascido e morador em
Coimbra, que casou com Jerónima Perestrello, filha de Simão Botelho,
natural de Soure, e de sua mulher Isabel Perestrello, natural
de Coimbra, e aí moradores. Destes foi filho, nomeadamente, Pedro
Paes Botelho de Mendonça, familiar do Stº Ofº (1627), natural
de Coimbra e morador na freguesia de S. Miguel de Vila Nova de
Monsarros, onde casou com D. Maria de Carvalho, daí natural, filha
de António de Carvalho e sua mulher Antónia de Sousa, moradores
em Vila Nova de Monsarros. |
II |
119 |
34 |
Diogo Soares
de Mello ou de Abreu, «o Rodovalho», foi legitimado por
carta real de D. Manuel I (LN, 3, 22), como Diogo Soares. |
II |
127 |
|
Gonçalo Pires
Coelho não nasceu cerca de 1360 mas mais tarde, cerca de 1376,
e seu filho Luiz Coelho do Campo também mais tarde, não cerca
de 1389 mas sim 1398. Igualmente os irmão de Luiz Coelho nasceram
depois de 1398. Gonçalo Pires era filho de Pedro Coelho,
nascido cerca de 1355 e falecido velho antes de1449, ano em que
fazem partilhas seu filho Estêvão Coelho (do casamento com Constança)
e sua viúva Maria Carrilho e os filhos deste casamento, acordando
que «Montalvo lo heredase éste, para que no se parta y agrandar
el linaje» (Manuel Fernández Grueso, «De cómo los Coello
se instalan en la tierra de Alarcón»).
Este Estêvão Coelho de Albornoz não nasceu antes de 1415, pois
ainda vivia velho e viúvo em 1502 quando se manda enterrar com
sua mulher.
Assim, Gonçalo Pires Coelho não podia ser filho do casamento de
Pedro Coelho com Constança Garcia de Albornoz, pois era quase
40 anos mais velho do que o referido Estêvão. Pelo que Gonçalo
Pires Coelho só podia ser filho de um 1º casamento de Pedro Coelho,
ou, muito mais provavelmente, seu filho natural, havido ainda
ele era novo (teria 21 anos). O que, por outro lado, ajudaria
a explicar porque Gonçalo Pires não sucedeu a seu pai no senhorio
de Montalvo ou Montalbo.
Gonçalo Pires acompanhou seu pai e avô a Castela em 1386 (teria
10 anos de idade) e lá casou, cerca de 1397 (com cerca de 21 anos
de idade), com Beatriz do Campo, passando depois a Trancoso, onde
herdou bens de sua avó paterna Maria Gonçalves Coutinho, filha
do senhor de Leomil.
Sabemos que Egas Coelho foi para Castela em 1386 pois os seus
bens começam a ser doados a outros neste ano.
Ao contrário do que se julga, Egas Coelho é filho de Maria Fernandes
de Meira e não de Aldonça Vasques Pereira, que foi a 2ª mulher
de seu pai Pedro Coelho. Com efeito, a 14.1.1398 D. João I doou
ao mosteiro de Stª Mª da Batalha a quintã do Pinhal, «que foe
de egas coelho e de maria frrz de meira sua molher», sendo
a palavra «molher» riscada e substituída por «madre».
Esta quintã tinha sido comprada aos ditos por D. João I. Esta
Maria Fernandes de Meira já tinha falecido em 1338 quando Pedro
Coelho se documenta casado com Aldonça Vasques Pereira, de quem
teve pelo menos Gonçalo Pires Coelho, senhor de Felgueiras. Esta
Maria Fernandes de Meira é necessariamente distinta da homónima
que foi 2ª mulher de Estêvão Esteves Coelho (irmão de Pedro Coelho),
com quem estava casada em 1365, sem geração. Esta Maria Fernandes
de Meira (2ª mulher de Estêvão Esteves Coelho), nascida cerca
de 1345, era filha de Paio (Fernandes) de Meira, como ela própria
se identifica. Este Paio (Fernandes) de Meira, nascido cerca de
1315, seria filho de um Fernão Paes de Meira, que provavelmente
era o pai da Maria Fernandes de Meira casada com Pedro Coelho.
Ou seja, a 2ª mulher de Estêvão Esteves Coelho seria sobrinha
da 1ª mulher de Pedro Coelho. Aquele Fernão Paes de Meira, nascido
cerca de 1280/90 era seguramente filho de Paio (Rodrigues) de
Meira, nascido cerca de 1265 e falecido depois de 1317 e antes
de 1339, meirinho-mor de Entre-Douro-e-Minho e das terras da infanta
D. Branca, senhor de Jales e Alfarela, de Entre-Homem-e-Cávado,
etc., e de sua mulher Leonor Rodrigues de Vasconcellos.
Egas Coelho, que em Espanha foi senhor de Montalvo (depois Montalbo),
foi cá senhor de juro e herdade de Folgosinho e Linhares (27.8.1384),
de Miranda do Corvo (18.9.1384), de Miranda a par de Coimbra (6.9.1384),
de Benviver (13.5.1384), de Podentes (27.9.1384), de Valongo (12.12.1385)
e de Germelo (29.8.1385), tudo bens que perdeu quando foi para
Castela.
Foi ainda senhor de metade da terra de Arcos de Valdevez, como
se documenta na doação da outra metade a Lopo Fernandes Pacheco
a 10.12.1385. A 24.7.1397 D. João I doou a Diogo Lopes de Souza
todos os bens móveis e de raiz que foram de Egas Coelho «caualeyro
que foy nosso uassallo auja em nosso senhorio os quaães fiscam
a nos e aa coroa dos nossos regnos porquanto seendo nosso uassalo
natural se foe pa nossos emigos de castella emtrou vom elles em
nossa terra a fazer guerra mal dapno poendo fogo matando roubando
por out dessujços que fez cometeo tra nos tra estes regnos».
Egas Coelho era irmão de Gonçalo Pires Coelho. A 20.7.1385 D.
João I, considerando o grande serviço de guerra que dele recebeu,
doou de juro e herdade a Gonçalo Pires Coelho, seu vassalo, as
terras de Felgueiras, Lousada, Romariz e Vieira e a quintã de
Almaçor, na terra de Sá, bem como as alcaidarias destas terras.
A 18.10.1385 o mesmo rei doou e confirmou a Gonçalo Pires Coelho,
seu vassalo, o senhorio de juro e herdade das quintãs de Airão
(que foi de seu pai e trazia Lopo Gomes de Lira, com a metade
que trazia Vasco Pires de Camões), de Parada (como trazia Afonso
Gomes da Silva), de Gondomil (Gomcjmur, como trazia Vasco Gomes
de Abreu e fora do pai de Gonçalo Pires Coelho), de Almançor (Almeço,
que já trazia), e Cancelães (Catellaães, na terra de Vieira).
A 26.7.1386 confirmou a Gonçalo Pires Coelho, seu vassalo, o couto
de Cancelães (Canterllas), com seu rio e montado, como já tinha
seu pai e avós. A 23.1.1387 doou a Gonçalo Pires Coelho, seu vassalo,
de juro e herdade para si e seus sucessores, a quintã de Xedrões,
no julgado de Barroso, que foi de Gonçalo Rodrigues de Araújo
que morreu em deserviço, bem como todos os bens móveis e de raiz
que foram de Soeiro Afonso e seus irmãos, filhos que foram de
Álvaro Soares de Tagilde, que andam em deserviço. E a 1.5.1394
confirmou de juro e herdade a Gonçalo Pires Coelho, seu vassalo,
as terras de Felgueiras e Vieira, reservando para si a correição
e alçada, bem como a quintã de Parada, tal como tinha Afonso Gomes
da Silva, e ainda a quintã de Gondomil, como trazia Vasco Gomes
de Abreu, e que fora do pai de Gonçalo Pires Coelho, bem como
a quintã de Cancelães, na terra de Vieira.
Deste Gonçalo Pires Coelho foi filho sucessor Fernão Coelho. A
10.12.1433 D. Duarte confirmou a Fernão Coelho, seu vassalo, os
senhorios de juro e herdade de Felgueiras e Vieira e as quintã
que seu pai tivera de D. João I, por ser «o filho lidimo primeiro
e herdeiro». A 21.12.1434 o mesmo rei confirmou a Fernão Coelho
o couto de Cancelães, com seu rio e montado, como já tivera seu
pai Gonçalo Pires Coelho e seus avós. A 10.7.1464 D. Afonso V
doa a Martim Coelho e Pedro Coelho, a pedido de Catarina de Freitas,
viúva de Fernão o Velho, morador em Felgueiras, os bens que herdaram
de seu pai e que o rei lhes retirara quando combateram na batalha
de Alfarrobeira do lado do infante D. Pedro. A 31.1.1466 D. Afonso
V confirma a doação da quintã e lugar do Outeiro, na freguesia
de S. Salvador de Moura, da terra de Felgueiras, de acordo com
as escrituras de doação vitalícia feita a Catarina de Freitas,
mulher de Fernão Coelho, seu vassalo e escudeiro do julgado de
Felgueiras. Refere um instrumento público público de doação de
2.12.1440 e confirmação de 4.6.1443. A Fernão Coelho sucedeu seu
filho Martim Coelho. A 12.11.1445 D. Afonso V perdoa os vinte
açoites públicos a Vasco Afonso, criado e escudeiro de Martim
Coelho, morador no julgado de Vieira, por ter querelado de Gil
Afonso, filho de Afonso Eanes de [Sangujedo], morador no dito
julgado, contanto que pague 1.000 reais para a Chancelaria. A
11.6.1449 o mesmo rei doou a Gonçalo Pereira, fidalgo da sua Casa,
as terras de Felgueiras e de Vieira, que pertenceram a Martim
Coelho que as perdera por ter participado ao lado do infante D.
Pedro na batalha de Alfarrobeira. Mas a 13.7.1451 perdoa a justiça
régia a Martim Coelho, senhor de Felgueiras, acusado de fazer
algumas assuadas, de derrubar uma casa e de roubar uma quintã,
tendo pago 200 reais de prata. A 4.6.1451 o mesmo rei perdoa a
justiça régia a Vasco Afonso, Álvaro Martins da Várzea, Diogo
de Raas, João Afonso Minhoteiro, João Afonso de Cimo de Vila e
André Gonçalves, moradores no julgado de Poveiros, culpados num
arroio e no derrubamento de umas casas de Martim Coelho, tendo
pago cada um 200 reais de prata. A 4.6.1451 D. Afonso V perdoa
a justiça régia a Gonçalo de Santa Ovaia e Pedro, seu irmão, Afonso
Eanes, João Gil, João do Ribeiro, Diogo Gonçalves, João das Quintas,
moradores no julgado de Felgueiras, culpados num arroido e derrubamento
de umas casas de Martim Coelho, tendo pago 200 reais de prata
cada um. A 5.6.1451 perdoa a justiça régia a Gil Martins, morador
no julgado de Felgueiras, culpado num arroido e derrubamento de
umas casas de Martim Coelho, tendo pago 200 reais de prata. A
5.6.1451 perdoa a justiça régia a Pedro Sergudo e Gonçalo de Trás
Outeiro, moradores no julgado de Felgueiras, culpados num arroido
e derrubamento de umas casas de Martim Coelho, tendo pago 200
reais de prata cada um. A 27.12.1451 doou para sempre a D. Fernando
Coutinho, marechal, as terras de Felgueiras e Vieira, com todas
as suas rendas, direitos, foros, tributos, emprazamentos, montes,
fontes, rios, pescarias, jurisdição cível, crime mero e misto
império, reservando para si a correição e alçada, que eram pertença
de Martim Coelho que as perdera porque participara na batalha
de Alfarrobeira, sendo posteriormente doadas a Gonçalo Pereira
que morrera. A 10.7.1464 o mesmo doa a Martim Coelho e Pedro Coelho,
a pedido de Catarina de Freitas, viúva de Fernão o Velho, morador
em Felgueiras, os bens que herdaram de seu pai e que o rei lhes
retirara quando combateram na batalha de Alfarrobeira do lado
do infante D. Pedro. A 6.12.1468 o mesmo rei nomeia novamente
Pedro Vasques, escudeiro de Martim Coelho, a pedido dos homens-bons
do concelho, para o cargo de escrivão das sisas do julgado de
Felgueiras (documento parcialmente ilegível). |
II |
130 |
32 |
Pedro Coelho,
que dei como possível filho de João do Campo Coelho,
deve na verdade ser seu neto. Com efeito, Pedro Coelho terá
nascido cerca de 1465/8, e não 1455 como estimei, uma vez
que seus sogros ainda viviam em 1520 e seu filho António
Coelho de Souza nasceu cerca de 1490 e não 1480 como estimei.
Pedro Coelho seria assim filho de João Coelho (do Campo),
nascido cerca de 1453.
Acresce corrigir também alguma coisa do que disse, por
lapso, a propósito de António Coelho de Souza, filho
do antedito Pedro Coelho. Com efeito, para além do seu
nascimento cerca de 1490 e não 1480, não foi este
o António Coelho de Souza que viveu na quinta de Lourosa
e foi vereador do Senado da Câmara pela Nobreza em 1613,
e juiz ordinário e procurador da cidade em 1624, como é
bom de ver pela cronologia. Isto diz respeito a seu filho homónimo,
o doutor António Coelho de Souza, nascido cerca de 1545
e não cerca de 1511, como estimei. Esta cronologia aplica-se
também a Beatriz Coelho, irmã deste doutor António
Coelho de Souza, que não nasceu cerca de 1510, como estimei,
mas cerca de 1543. O marido de Beatriz Coelho, Sebastião
de Figueiredo Corrêa, seria bem mais velho do que ela, tendo
nascido cerca de 1520/25. Deles foi bisneto por via feminina António
de Gouveia de Vasconcellos, que tem uma cronologia certa, pois
foi baptizado a 19.11.1596. Sua mãe, Maria de Figueiredo
de Carvalho, pode ter nascido cerca de 1578, e a mãe desta,
Maria de Figueiredo, pode ter nascido cerca de 1560, podendo assim
a mãe desta, a antedita Beatriz Coelho, ter nascido em
1543.
Dada a nova cronologia proposta, Paula Soares (de Altero) terá
sido a 2ª mulher de António Coelho de Souza e não
a 1ª. Portanto, a possível 2ª mulher que dei
a este António, Joana Lopes de Lira, teria sido a 1ª,
aparentemente sem geração. Finalmente, o doutor
António Coelho de Souza (filho de António Coelho
de Souza e Paula Soares), nascido cerca de 1545, obviamente não
pode ser o bacharel António Coelho que esteve presente
numa reunião da Câmara em 1534. Este é seu
primo o Dr. António Coelho do Campo, que foi juiz almotacé
nesse mesmo ano, referido na página 138. |
II |
143 |
18 |
referido em
CARDOSO 3 |
referido em
TENREIRO |
II |
152 |
19 |
Um João Afonso,
filho de Afonso do Cazal e de sua mulher Beatriz Anes, moradores
em S. Pedro de Rates, tirou ordens menores em Braga 18.12.1451.
Um João Anes, filho de João do Casal e sua mulher Catarina Anes,
de S. Miguel de Foroços, tirou ordens menores em Braga a 19.6.1451. |
II |
161 |
2 |
Fernão Peres
de Soveral (ou Fernando do Soveral, como também se documenta),
alcaide-mor de Celorico da Beira, falecido depois de 1369, pode
ter casado com uma D. Maior Soares, mas esta não podia ser a homónima
que foi filha de Soeiro Gonçalves de Alfanje, como dizem as genealogias
e eu segui. Esta Maior Soares casou de facto com um Fernando Soveral,
mas trata-se de outro, que viveu quase um século antes, o Fernão
Soares Soveral que refiro em http://www.soveral.info/mas/Ribadouro e Pacheco.htm.
Com efeito, este Fernando Soveral já estava casado com Maior Soares
a 15.1.1269 quando em Celorico da Beira ambos venderam a D. Afonso
III bens que tinham em Santarém. É o seguinte o teor da carta:
«Noverint universi quod ego Fernandus Soveral et uxor meã Maior
Suerii facimus cartam venditionis et firmitudinis vobis donno
Alfonso dei gratia Regi Portugalie et Algarbii de nostris quinionibus
de casis quos habemus in villa de Santarena ubi vocatur Seserigo
anta sanctam Eream parvam, et ipse case fuerunt de Suerio Gundisalvi
de Alfanxi patre mei Maioris Suerii. Vendimus vobis domine nostros
quiniones de ipsis nostris casis pró precio quod de vobis accepimus,
scilicet centum et quinquaginta marabitinos de XV solidis pro
marabitino, quia tantum nobis et vobis placuit et de precio nichil
remansit in debito pro dare. In cujus rei testimonium mandavimus
inde vobis fieri hanc cartam per Didacum Dominici nostrum tabellionem
in Celorico. Et rogavimus júdice et concilium ipsius loci quod
presentem cartam sigillo concilii Celorici facerent sigillari.
Facta carta XVº die mensis Jenuarri, Era Mª CCCª VIIª. Testes:
Menendus Gomeci et Johannes Martini judices Celorici, Dominicus
Guedaz, Stephanus Gunsalvi, Dominicus Roderici, Martinus Johannis
scutifer. Et ego Didacus Dominici vester publicus tabellio in
Celorico, hiis omnibus interfui hanc cartam manu propria scripsi
t honc signum meum ibi feci in testimonium. Et nos judices de
Celorico rogati Fernando Soveral et uxore sua Maiore Suerii hanc
presentem cartam sigilli nostri munimine facimus communiri.» |
II |
167 |
Gaspar da Costa
e Azevedo (6.2.1.1.2.) documenta-se como Gaspar da Costa de Ataíde.
E sua mulher como D. Catarina Rosa de Lima e Teive de Souza Coutinho,
conforme a mercê de Dom João V (L90 f. 57v) à dita D. Catarina,
sendo viúva do sargento-mor de Batalha Gaspar da Costa de Ataíde,
sobre o morgado da Ribeira Brava (dos Teive) que administrava. |
II |
168 |
14 |
Domingos da
Costa de Soveral vem referido na justificação de nobreza (30.9.1814
- ANTT - Feitos Findos - Maço 25, nº 17) de seu alegado bisneto
Manuel António Pinto de Soveral Vassalo e Souza como capitão-mor
de Sernancelhe e filho de Theotónio de Soveral de Almeida, cavaleiro
professo da Ordem de Cristo, sem indicação da mãe, o que poderia
indiciar bastardia. Infelizmente não há paroquiais de Sernancelhe
para esta época, que me permitissem confirmar esta filiação. Este
Domingos vem aí indicado como casado com Margarida Clemente de
Magalhães e pai de Manuel de Soveral e Souza, baptizado a 2.3.1697
em Stª Maria de Nagoselo (Lamego), freguesia que também não tem
paroquiais para esta época.
Esta justificação de nobreza (e respectiva carta de armas, de
30.9.1814, para Soveral, Souza, Almeida e Pinto) veio entretanto
a verificar-se completamente errada pelo menos no que respeita
ao entroncamento Soveral e Souza. Com efeito, desde logo, verifica-se
que Domingos da Costa e Margarida Clemente casaram a 8.8.1611
em Ervedosa, sendo ele filho de Domingos Fernandes da Costa, já
defunto, e de sua mulher Domingas da Costa, e ela filha de Domingos
Afonso, já defunto em 1606, e sua mulher Joana Clemente, moradora
na Portela e falecida em Ervedosa a 17.9.1610. De Domingos da
Costa e Margarida Clemente há o baptismo em Ervedosa de duas filhas:
Maria, a 13.1.1614, e Isabel a 26.5.1616. Resulta desta cronologia
que Manuel de Soveral de Souza não só não era filho, como diz
a justificação de nobreza, como não podia sequer ser neto de Domingos
da Costa e Margarida Clemente.
Mas há mais: no baptismo dos filhos deste Manuel de Soveral de
Souza ele consta como filho de José Fernandes e sua mulher Madalena
de Soveral, moradores em Nagoselo. E, de facto, uma Madalena de
Soveral casou a 19.4.1694 em Póvoa de Penela, de onde era natural,
com José Fernandes, natural de Nagoselo. Neste assento não constam
os pais dos noivos, mas esta Madalena aparece solteira em Póvoa
de Penela como irmã do padre António de Soveral, ambos filhos
de Manuel Fernandes e de sua mulher Isabel de Soveral, aí falecida
a 15.1.1700, casal que teve ainda pelo menos mais uma filha Maria,
bat. a 2.2.1669, ib. Esta Isabel, que terá nascido cerca de 1645/50,
possivelmente era de Sebadelhe da Serra e neta de Paulo de Soveral,
procurador do número de Sernancelhe (CFII, 18, 136), e de sua
mulher Catarina de Sequeira, com quem casou a 20.3.1612 em Ranhados.
Este Paulo instituiu em Sebadelhe da Serra a capela de S. Miguel,
junto da sua casa da Corredora, com a obrigação dos administradores
mandarem rezar oito missas anuais por sua alma. Este vinculo foi
extinto por provisão de 12.5.1774, a pedido do seu administrador
Manuel de Soveral, alegando que o seu rendimento não dava para
pagar os 200.000 réis fixados pela nova lei de 3.8.1770. Este
Paulo de Soveral era filho André de Soveral de Barbuda e Isabel
Francisca de Novais, referidos na nota que segue. |
II |
169 e 177 |
O Dr. André
de Soveral, referido na pag. 169 com possível filho natural de
Gaspar de Soveral, devia na verdade ser o André de Soveral de
Barbuda filho de Belchior de Soveral de Barbuda (1.4.1.1) referido
na pág. 177. Digo aqui que este André de Soveral Barbuda nasceu
em Sebadelhe, onde seu pai viveu. Contudo, na IG para o Stº Ofº
de um seu descendente diz-se que este André nasceu em Sernancelhe
e foi casar com Isabel Francisca de Novais a Sebadelhe, onde viveram. |
II |
169 |
14 |
Isabel
Godinho da Costa, que parece filho |
Isabel
Godinho da Costa, que parece filha |
II |
168 |
14 |
Quando, bem antes de 1980, vi o processo para familiar do Santo Ofício do Licenciado João Fernandes de Almeida, tinha junto o processo de Maria Paes para casar com o Licenciado João Fernandes de Almeida, filho de Pedro de Soveral. A precipitação e a inexperiência, aliada à falta de tempo de quem vive longe, não me levou, então, a tomar notas senão do essencial, nem tão-pouco a ler o processo todo. Quando da organização das "Ascendências Visienses" para publicação, muitos anos volvidos, procurei consultar e ler o processo, tanto mais que a cronologia dos filhos do Dr. Pedro de Soveral e sua mulher Maria de Almeida, entretanto apurada com mais rigor, tornavam impossível que este Licenciado João Fernandes de Almeida fosse filho do casal, como refiro no livro. Infelizmente, a leitura do processo foi-me então recusada, mesmo após pedido especial, por este se encontrar em muito mau estado de conservação. O processo foi, posteriormente à publicação, microfilmado (e de facto está em muito mau estado!), mas dele já não constam as inquirições de Maria Paes. Possivelmente, quando do processo de microfilmagem ou noutra ocasião, alguém verificou, pelas datas, que não se podia tratar do mesmo João Fernandes de Almeida, e abriram novo processo para Maria Paes, mas não me foi possível localizá-lo. Com efeito, como agora se verifica bem, o Licenciado João Fernandes de Almeida casado com Maria Paes (do Amaral), não podia ser filho do Dr. Pedro de Soveral e muito menos de sua mulher Maria de Almeida. Então quem era ele e quem era o pai? Pelos vistos também foi familiar do Santo Ofício, processo que se perdeu. E a habilitação da mulher, onde ele também é dito filho de um Pedro de Soveral, foi por engano junta a um homónimo mais tardio, também filho de um Pedro de Soveral. O bispo da Guarda D. José António Pinto de Mendonça Arrais (1740-1822 também dá Ana Paes do Amaral (progenitora da Casa de Anadia) como filha dum Licenciado João Fernandes (que não filia) e de sua mulher Maria Paes do Amaral e dá a estes também um filho Baltazar do Amaral. Ora, trata-se inequivocamente do Baltazar do Amaral, natural de Viseu, filho de João Fernandes de Almeida, que se matriculou na Universidade de Coimbra a 20.5.1540 (AUC, Matrículas). Portanto irmão do António de Almeida, natural de Povolide (Viseu), filho de João Fernandes de Almeida, que também se matriculou em Coimbra a 20.5.1540, onde tirou o bacharelato a 27.2.1549, a licenciatura a 31.5.1560 e o doutoramento a 18.6.1561, o qual refiro em ALMEIDA, onde ponho a hipótese de seu pai ser filho de Fernando Anes de Almeida. Estes irmãos terão nascido em 1522 e 23, pelo que o pai, o Licenciado João Fernandes de Almeida, nasceu lá para 1497, tendo-se formado certamente em Salamanca. O mesmo Dr. João Fernandes e sua mulher documentam-se na habilitação para comissário do Santo Ofício (16.1.1618) de seu neto o Doutor Frei Belchior do Amaral, onde este consta como filho Amador de Abranches e sua mulher "Antª Pãiz do Amaral fª q foi do bacharel João Fernandes, e de sua molher Mª Pãiz do Amaral". Esta Antónia já tinha falecido em 1617 e o filho tinha mais de 50 anos de idade nesta data. Também aí se documenta que a antedita Maria Paes do Amaral era filha de Braz Duarte (do Amaral) e sua mulher Isabel Lopes, moradores em S. Julião de Azurara (hoje Mangualde), então falecidos há muitos anos. Infelizmente nenhuma testemunha, das muitas que dizem ter conhecido o Licenciado João Fernandes, referem a sua naturalidade ou filiação, certamente por desconhecerem a informação, pois ele não era natural de nenhuma das freguesias em que foram ouvidas testemunhas (Canas e Azurara). O Doutor Frei Belchior do Amaral, n. cerca de 1562 em S. Julião de Azurara, frade da Ordem de S. Bernardo, em 1618 vivia no mosteiro de Alcobaça e era lente de Teologia e Moral, dizendo algumas testemunhas de Azurara que o conheciam há mais de 50 anos, pelo que tinha pelo menos 55 anos de idade. Sua mãe, Antónia Paes do Amaral, já falecida em 1617, teria assim nascido cerca de 1540, o que aponta para que tenha sido a filha mais nova e tardia do Licenciado João Fernandes e sua mulher Maria Paes do Amaral. Posto isto, o Licenciado João Fernandes de Almeida, não podendo pela cronologia ser filho do Dr. Pedro de Soveral, como por erro já explicado digo nas "Ascendências Visienses", só pode ser filho do seu avô homónimo, morgado de S. Theotónio de Sernancelhe, nascido cerca de 1472. Mas não filho de sua mulher Beatriz Fernandes da Fonseca, com quem casou cerca de 1497, pois nesse caso não só teria sucedido como não tinha como usar a apelido Almeida. O Licenciado João Fernandes de Almeida será, sim, filho natural, havido antes do casamento, de uma (Maria) de Almeida, porventura filha de Branca de Almeida, por seu marido (Pedro Fernandes) senhora Quinta de Vila Chã, em Povolide, o que justificaria que o Licenciado João Fernandes de Almeida aí tivesse casa, pois aí lhe nasceu o filho António. Sua mulher, Maria Paes do Amaral, nasceu cerca de 1508 em S. Julião de Azurara, onde viria a herdar a Casa de Mangualde e onde ambos depois viveram e terão falecido. O Licenciado João Fernandes de Almeida, que em muitas circunstâncias se documenta apenas como João Fernandes, teve assim o prenome e patronímico de seu tio-paterno João Fernandes de Soveral, cavaleiro professo da Ordem de Malta e comendador e abade de Sernancelhe, a que juntou o apelido da mãe. Não encontrei nenhuma carta da sua legitimação. |
II |
179 |
7 |
Simão
de Soveral Tenreiro não era filho (como dou) mas sim neto
materno de Simão de Soveral e sua mulher Beatriz Vaz Tenreiro.
Com efeito, era filho de Simão Lopes e sua mulher Helena
de Soveral, como já digo no meu “Ensaio
sobre a origem dos Proença”, 2010, pág.
25.
Como refiro no livro, Simão de Soveral nasceu em 1520 (tinha
18 anos em 1538) e terá casado cerca de 1544 (e não
1560 como avento), tendo Beatriz Vaz Tenreiro, nascido cerca de
1531 (e não 1541, como digo). Assim, Helena de Soveral
teria nascido cerca de 1545 e casado cerca de 1659, tendo Simão
de Soveral Tenreiro nascido cerca de 1560, cronologia que permite
o seu casamento a 24.2.1582 com Leonor Botelho.
Seu irmão o Padre Manuel Vaz Tenreiro (pág. 180),
beneficiado na igreja matriz de Fornos, onde faleceu a 7.1.1624,
com pelo menos uma filha aí casada em 1639, pela mesma
razão e pela cronologia, deve igualmente ser filho de Helena
de Soveral e Simão Lopes e não de Simão de
Soveral e Beatriz Vaz Tenreiro, que assim seriam seus avós
maternos. |
II |
183 |
16 |
Em
1613, Manuel Fernandes de Figueiredo e sua mulher Antónia de Almeida
Castello-Branco, sendo senhores da quinta das Cabanas e moradores
em Canas de Senhorim, perderam uma demanda com o conde de Sortelha.
E a 26.6.1613 apelaram sobre os direitos da sua quinta de Morais,
de uma sentença contra eles e a favor do mesmo conde. |
II |
190 |
33 |
João
Fernandes de Soveral, já cavaleiro fidalgo da Casa Real (era-o
em 1578), cavaleiro da Ordem de Cristo e comendador de Tanger
nesta ordem, com uma tença de 10.000 reis (3.5.1578), esteve na
batalha de Alcácer Quibir, ficando muito ferido e cativo. Foi
depois remido, e a 7.11.1579, sendo morador em Tânger, teve
mercê da comenda de Padrões da Ordem de Santiago, com 30.000 reais
de pensão (CAOS, 1, 396v e 397), vaga por morte do anterior comendador
Cristóvão de Távora, onde se confirma que combateu na batalha
de Alcácer Quibir, onde ficou muito ferido e, em nota à margem,
que a 24.1.1580 teve acrescento de pensão e que teve ainda a comenda
de Mogadouro de S. Mamede. |
II |
203 |
19 |
Luiz
de Mello Vaz de São Payo dá Leonor Manoel (casada com Luiz Mendes
de Cáceres) como filha de D. Branca de Vilhena e seu 1º marido,
o que segui, mas isso documenta-se errado. Pelo que só podia ser
sua sobrinha, portanto uma filha de seu irmão D. Pedro (ou, com
menos probabilidades, de seu irmão D. Fernando, os únicos irmãos
legítimos que teve), havida sendo ele solteiro, ainda em Portugal,
pelo que Leonor Manoel terá nascido cerca de 1396. |
II |
211 |
28 |
2.1.2.
Rodrigo Afonso de Andrade, |
2.2.
Rodrigo Afonso de Andrade, (sem recuo) |
II |
211 |
29 |
2.1.3.
(João) Freire de Andrade, |
2.3.
(João) Freire de Andrade, (sem recuo) |
II |
212 |
5 |
Sendo
cerco, |
Sendo
certo, |
II |
211 a 214 |
Em toda a descendência
de (João) Freire de Andrade a numeração deve começar por 2.3 e
não 2.1.3. Deve também ter menos um recuo. |
II |
211 |
33 |
Martinho/Martim
Homem e Ortim Homem são a mesma pessoa, que de facto aparece com
os dois nomes. É como Martinho que se documenta em 1437 em Viseu
com sua mulher Beatriz Seabra. E a 18.9.1451 tirou ordens de Epístola
em Braga Afonso de Meira, «que per tanto tenpo quanto de direito
abasta he morador em esta diocese», filho de Ortim Homem
e de sua mulher Beatriz de Seabra, da freguesia de S. Pedro de
Povolide, no bispado de Viseu. E, como se diz no livro, é como
Martim Homem, escudeiro do infante D. Pedro, que aparece na legitimação
de seu filho Lourenço de Souza, moço da câmara do infante. Legitimação
esta que é de 8.6.1429 e não de 8.6.1430, como refiro no livro. |
II |
214 |
nota |
Digo nesta
nota que o filho (apenas referido como tal nas genealogias coevas)
de Álvaro Freire de Andrade poderá ser o homónimo capitão de Almeida
que outras genealogias dizem estar na origem dos Freire de Andrade
do Carapito. A cronologia, contudo, não o permite, pelo que poderá
ser o próprio Álvaro Freire de Andrade o pai (natural) de Isabel
da Fonseca, se bem que este Álvaro se documente várias vezes em
tempos diferentes sempre a viver em Povolide, nas sua quinta de
Crestelo, sem qualquer ligação à praça de Almeida ou mesmo qualquer
referência a ter sido capitão. |
II |
215 |
13 |
É possível
que Rui Freire de Andrade tenha tido um irmão. As genealogias
tardias falam de um sobrinho do mestre da Ordem de Cristo D. Frei
Nuno Rodrigues Freire também chamado Nuno Freire e casado com
uma filha de Gomes Balieiro, copeiro-mor do infante D. Pedro.
Tendo em conta que este infante nasceu em 1392 e morreu em 1449
e que D. Frei Nuno nasceu cerca de 1323 e morreu em 1372, aquele
só podia ser seu sobrinho-neto, portanto filho de Rodrigo Afonso
de Andrade e irmão de Rui Freire de Andrade.
O certo é que este Nuno Freire de Andrade ou Nuno de Andrade não
se documenta, o que é estranho e faz duvidar da sua real existência,
embora se documentem os netos que as mesmas genealogias lhe atribuem,
sendo que um deles se chamou justamente Nuno de Andrade. De resto,
também não se documenta o seu alegado sogro Gomes Balieiro, embora
se documentem alguns indivíduos deste nome em meados do século
XV justamente no Algarve, onde viviam os netos que as genealogias
atribuem a este Nuno, que assim terá casado e vivido no Algarve.
Dizem as genealogias que este Nuno casou com Maria Ribeiro, filha
como se disse de Gomes Balieiro, copeiro-mor do infante D. Pedro,
e de sua mulher Maria Ribeiro. Os indivíduos desta família que
se documentam no Algarve são um Lourenço Balieiro em Tavira em
1464, um Luiz Balieiro, escudeiro do conde de Odemira, em 1456,
e um Rui Balieiro, escudeiro de Vasco Martins Moniz e tabelião
de Faro, em 1469, que era filho de um Luiz Vasques, escudeiro,
também tabelião de Faro.
De Nuno Freire de Andrade ou Nuno de Andrade e sua mulher dão
as genealogias vários filhos que não se documentam e uma filha,
que dizem ter-se chamado Maria de Andrade e casado com João Banha,
de Loulé, com quem Alão começa os "Banhas de Andrade",
sem lhe nomear a mulher.
Na verdade, este alegado genro de Nuno Freire de Andrade chamou-se
Fernão de Banha ou da Banha, viveu de facto em Loulé e foi cavaleiro
do infante D. Fernando. Seus filhos ainda eram relativamente novos
em 1471, pelo que o casamento de Fernão de Banha com a filha de
Nuno Freire de Andrade não se terá realizado antes de 1438, o
que aponta para que esta tenha nascido cerca de 1420 e seu pai
cerca de 1385, o que concorda com a cronologia de seu proposto
irmão Rui Freire de Andrade, nascido cerca de 1383.
Gaio, que também chama João a Fernão de Banha, diz que era filho
de um Fernão Peres Banha que serviu o mestre de Avis e o condestável,
o que é bem provável, dado que Fernão Peres foi nome recuperado
pela descendência. Fernão de Banha era já cavaleiro do infante
D. Fernando quando a 22.2.1459, a seu pedido, D. Afonso V privilegiou
João Adoz, morador em Silves, concedendo-lhe aposentação sem ter
atingido a idade de 70 anos. A 27.4.1462 o mesmo rei perdoou a
justiça régia e concedeu carta de segurança a João Pires, criado
de Gonçalo Nunes Barreto, morador em Faro, pelo envolvimento que
tivera nos arroídos entre Gonçalo Nuno Barreto e seus filhos e
os filhos de Rui Lourenço e de Fernão da Banha, moradores em Loulé,
sendo degredado por um ano para a vila de Alcácer. E a 26.10.1471
perdoou a justiça régia a Fernão de Banha, cavaleiro, morador
em Loulé, pela morte de João de Alte, homem de pé de Gil de Ataíde,
na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que serviram
na armada e tomada da vila de Arzila e cidade de Tânger, e mediante
o perdão das partes. E a 11 do mês seguinte perdoou a justiça
régia a Gonçalo Vasques Tristão, criado de Fernão da Banha, morador
na vila de Loulé, acusado de cometer vários delitos, na sequência
do perdão geral outorgado aos homiziados que serviram na armada
e tomada da vila de Arzila, bem como mediante o perdão das partes.
Alão dá-lhe dois filhos, Fernão Banha e Lisuarte de Andrade, mas
documentam-se três: Fernão, Lisuarte e Nuno. A 26.10.1471 D. Afonso
V perdoou a justiça régia a Fernão de Banha o Moço, filho de Fernão
de Banha, cavaleiro, morador em Loulé, pela morte de João de Alte,
homem de pé de Gil de Ataíde, na sequência do perdão geral outorgado
aos homiziados que serviram na armada e tomada da vila de Arzila
e cidade de Tânger, e mediante o perdão das partes. E na mesma
data perdoou a justiça régia a Nuno de Andrade, filho de Fernão
de Banha, cavaleiro, morador em Loulé, pela morte de João de Alte,
homem de pé de Gil de Ataíde, na sequência do perdão geral outorgado
aos homiziados que serviram na armada e tomada da vila de Arzila
e cidade de Tânger, e mediante o perdão das partes. Sobre estes
dois filhos não aparece mais documentação, o que indicia que terão
falecido pouco depois. Já sobre Lisuarte tem muita coisa, a saber:
A 26.10.1471 D. Afonso V perdoou a justiça régia a Lisuarte de
Andrade, filho de Fernão de Banha, cavaleiro, morador em Loulé,
pela morte de João de Alte, homem de pé de Gil de Ataíde, na sequência
do perdão geral outorgado aos homiziados que serviram na armada
e tomada da vila de Arzila e cidade de Tânger, e mediante o perdão
das partes. A 18.5.1480 o mesmo rei nomeou Lisuarte de Andrade,
fidalgo da sua Casa, vedor-mor da artilharia régia, para o cargo
de vedor dos vassalos régios da cidade de Lisboa, em substituição
de Tomaz Luiz de Chaves, que morrera. A 30 seguinte nomeou Lisuarte
de Andrade, fidalgo da sua Casa, para o cargo de vedor-mor da
artilharia e armazém régios, com uma tença mensal de 2.000 reais
para mantimento de ofício, e que sejam assentes nos livros da
fazenda régia. A 17 do mês seguinte doou vitaliciamente a Lisuarte
de Andrade, fidalgo da sua Casa, vedor-mor da artilharia régia,
todas as coroas de ouro pagas anualmente pelos adiceiros da adiça
régia, e uma tença anual, enquanto sua mercê for, de 10.000 reais.
A 12 do mês seguinte doou a Lisuarte de Andrade, fidalgo da sua
Casa, vedor-mor da artilharia, enquanto sua mercê for, uma tença
anual de 12.000 reais, a partir de 1 de Janeiro de 1480. A 3.1.1486
D. João II deu a Lisuarte de Andrade, fidalgo da sua Casa, uma
tença de 12.000 reais. Este Lisuarte casou com Margarida Pacheco,
filha de Gonçalo Pacheco, escudeiro do infante D. Henrique, tesoureiro
da Casa de Ceuta (1437, renomeado a 12.2.1439), almoxarife das
coisas de Ceuta (11.11.1462), alcaide do castelo de Portalegre
(22.4.1441), camareiro do rei e tesoureiro das coisas de Ceuta
em Lisboa (31.7.1475), etc., sendo estes pais de Fernão Peres
de Andrade, armador-mor do reino, provedor dos armazéns reais,
fidalgo da Casa Real, capitão na Índia, etc., e este pai de Lisuarte
Peres de Andrade, capitão-mor da armada da Costa em 1550 e 1561. |
II |
216
e
222 |
11
e
15 |
A D. Aldonça
de Andrade que deixo na página 216 como possível filha de Rui
Freire de Andrade, na verdade é a filha de D. Tereza de Andrade
e de seu 2º marido Fernando Álvares Cabral que vai na página 222
como D. Aldonça Cabral casada com Vasco Martins Moniz. Com efeito,
a 12.5.1451 D. Afonso V doou a Dona Aldonça de Andrade, donzela
da sua Casa, por seu casamento com Vasco Martins Moniz, fidalgo
da sua Casa, enquanto sua mercê for, uma tença anual de 25.000
reais de prata, a partir de 1 de Janeiro de 1451, assim como a
quarta parte das 2.500 coroas de seu casamento. |
II |
229 |
19 |
Existiram
dois bispos do mesmo nome, D. Vasco Martins de Alvellos. O que
refiro, filho de Martim Anes de Alvellos, foi bispo da Guarda
(14.2.1302-1313) e bispo de Lamego (1296-1302), tendo falecido
a 23.10.1313 na Guarda. Este D. Vasco a 27.12.1302, em Caria,
instituiu para seu irmão Estêvão Martins, cavaleiro de Alvellos,
o morgadio de Alvellos, com sua capela de Stª Maria do Tesouro,
na Sé de Lamego, e cabeça na honra de Alvellos (Sé, Lamego), a
que vinculou a quintã da Torre de Figueiredo de Alva (S. Pedro
do Sul), a aldeia de Ladreda (ib) e outros bens, todos herdados
de seu pai, o cavaleiro Martim Anes de Alvellos. D. Vasco Martins
de Alvellos foi ainda deão da Sé de Lamego e fez testamento em
Caria (Covilhã) a 23.10.1311.
O outro, seu sobrinho-neto, foi bispo do Porto (1328-1342), bispo
de Lisboa (1342-1344), e 1º morgado de Medelo, tendo falecido
em 1344. Era reitor da igreja de S. Jacobi de Beja quando a 28.4.1317
seu tio D. Geraldo Domingues, bispo de Évora, lhe instituiu o
morgadio de Medelo.
Este é o que refiro como D. Vasco Domingues, filho de Maria Esteves
de Alvellos e Martim Domingues, irmão do dito D. Geraldo Domingues,
bispo do Porto (1300), Évora (1313) e Placencia (Espanha), que
a 28.4.1317 instituiu para seu sobrinho Vasco Martins o morgadio
de Medelo (Almacave), Lamego, com sua capela de Stª Catarina na
Sé de Lamego, com cabeça na sua quintã de Medelo e vinculando-lhe
várias propriedades distribuídas por quase todo o país. Estipulou
que a Vasco Martins devia suceder seu outro sobrinho, Egas, filho
de seu irmão Vicente Domingues. Aquele Martim Domingues depois
de viúvo foi cónego das Sés de Lamego (1270-92) e Viseu, prior
da Colegiada de Stª Mª de Almacave (Lamego) e reitor de Stª Mª
de Soutelo (Pesqueira). Era filho de Estêvão Domingues, reitor
da igreja de Penude (Lamego) e neto de Pedro Domingues, cidadão
de Lamego, e de sua mulher Maria Domingues, senhora da quinta
de Medelo, filha esta de Domingos Giraldes, «criado» de D. Sancho
II.
A irmã deste 2º bispo D. Vasco Esteves de Alvellos, Marinha Martins
de Alvellos, foi ama de leite de D. Guiomar de Barredo (neta de
D. Afonso III) e casou com Pedro Martins de Avellar, morgado de
Stª Margarida de Lamego, e foram pais nomeadamente D. Afonso Pires,
bispo do Porto (1359), 1º morgado de Balsemão (1361). Como D.
Afonso Peres, cónego do Porto, teve confirmação a 8.7.1342 pelo
bispo de Lamego do padroado das igrejas que se encontravam neste
bispado e que lhe deixara em testamento D. Guiomar de Barredo.
A 13.4.1342, no seu couto de Lumiares, D.Guiomar de Barredo (neta
do rei Dom Afonso III), como refere, faz seu testamento, onde
nomeia seu testamenteiro Afonso Peres, seu colaço e cónego no
Porto, e deixa-lhe, em sua vida, todos os padroados e colheitas
e serviços de todas as igrejas que tinha e era padroeira. Afonso
Peres era clérigo de D. João Mendes de Briteiros e sua mulher
D. Urraca Afonso (pais da dita D. Guiomar de Barredo) quando a
24.4.1319 foi por eles apresentado como abade de S. João de Figueira.
Voltando ao mais antigo bispo D. Vasco Martins de Alvellos, o
instituidor do morgadio de Alvellos, era filho de Martim Anes
de Alvellos, senhor da honra de Alvellos, cavaleiro, senhor da
quintã da Torre de Figueiredo de Alva (S. Pedro do Sul), da aldeia
de Ladreda (Figueiredo de Alva), da quinta de Curujaes, em Tarouca,
etc. , que nasceu cerca 1207 e faleceu a 114.12.1296 em Lamego,
e de sua mulher D. Elvira Mendes da Fonseca, falecida depois de
27.12.1302, data em que seu filho, o bispo D. Vasco, deixa na
instituição do morgado a sua mãe D. Elvira Mendes da Fonseca o
usufruto da quintã da Torre de Figueiredo de Alva.
Por instituição de seu irmão o bispo, o 1º morgado de Alvellos
foi Estêvão Martins, cavaleiro de Alvellos, que ainda vivia a
9.2.1320 quando declara que mandou vender por 12 libras um manto
que seu filho Pedro Esteves confiscara a Maria Anes, por uma dívida
de 20 libras. Teve vários filhos de Tereza Anes, sendo o mais
velho Pedro Esteves de Alvellos, que foi legitimado por carta
real de D. Dinis (3, 145v), sucedeu a seu pai como 2º morgado
de Alvellos e faleceu antes de 14.9.1342, data em que Martim Raimundes,
cavaleiro morador em Alvellos e sobrinho de D.Vasco, bispo que
foi de Lamego, era administrador da capela de Stª Maria do Tesouro
na Sé de Lamego quando emprazou a Fernão Rodrigues de Ferreirim
a quinta de Curujaens, no termo de Tarouca, que pertencia ao morgado.
Neste documento Martim Raimundo diz que é o 3º administrador,
por morte de seu primo Pedro Esteves, como estipulou o instituidor.
Este Martim Raimundes é o que refiro como filho de Guiomar Martins
de Alvellos. A este sucedeu no morgadio de Alvellos seu primo
Diogo Álvares de Alvellos, com refiro (filho de Álvaro Esteves
de Alvellos, irmão mais novo, não legitimado por carta real, do
dito Pedro Esteves de Alvellos, 2º morgado). Seu filho, Pedro
Esteves de Alvellos, 5º morgado, a 15.3.1383 teve autorização
real para trocar a quinta de Curujaes, em Tarouca, pela quinta
do Cabido de Vale de Goivo, em Alvellos (TT, Sé de Lamego, compras,
m.3, n.5). De salientar, como vimos, que o morgadio de Alvellos
incluía ainda a quintã da Torre de Figueiredo de Alva, pelo que
esta não era um segundo morgadio. Por fim, não foi Heitor Homem
que instituiu a capela de Nª Sª do Tesouro, que era a da instituição
do morgadio de Alvellos por D.Vasco, de que este Heitor era o
9º administrador. |
II |
242 |
20 |
De Francisco
de Mello Coelho de Lemos e Alvellos, 17º morgado de Alvellos,
etc., foi filho sucessor Bernardo de Alvellos Coelho de Lemos
e Mello (também aparece apenas como Bernardo de Alvellos
e Lemos), como ficou dito. Este, a 12.1.1749 teve carta de administração
de uma capela instituída pelo cónego António
Resende de Figueiredo na Sé da Viseu (CJV, 38, 480). Deste
foi filho sucessor Francisco de Assis de Lemos e Alvelos, que
a 2.12.1820 foi condecorado com a Cruz de Guerra, pelos seus serviços
como capitão do Estado Maior do Exército nas guerras
contra o invasor napoleónico, estando então já
reformado, e que ainda vivia a 11.3.1823, quando lhe foi passada
uma certidão negativa, onde consta como filho de Bernardo
de Alvellos e Lemos (RGM, Registo de Certidões, 1, 159v).
Deste foi filho primogénito Bernardo de Alvellos e Lemos
de Mello e Castro, fidalgo cavaleiro da Casa Real a 24.4.1823,
foro onde é referido como natural de Viseu, filho de Francisco
de Assis de Lemos e Alvellos (CJVI, 17, 87v), e que faleceu pouco
depois, antes de seu pai, sucedendo o irmão, Henrique de
Mello Lemos e Alvellos, nascido em 1803 em Viseu e falecido a
16.8.1859, que foi também militar e político liberal,
combatendo na guerra civil pelo lado de D. Pedro IV, primeiro
como coronel de Cavalaria 8 e depois como chefe do Estado Maior
da segunda divisão militar, sendo reformado em 1851 como
marechal de campo. Foi deputado às Cortes Constituintes,
conselheiro de S.M.F., cavaleiro da Ordem Militar de S. Bento
de Avis a 11.9.1839 (CMªII, 16, 50v), cavaleiro da Torre
e Espada, fidalgo cavaleiro da Casa Real a 17.6.1841 com 1.600
reais de moradia por mês e 1 alqueire de cevada por dia
(CMªII, 15, 55v e 56, foro onde consta como filho de Francisco
de Assis de Lemos e Alvellos), tendo a 4.9.1858 novo foro moço
fidalgo com honras de exercício na Casa Real (CPV, 13,
74; e 14, 85v). Deste foi filho sucessor o Dr. Francisco de Mello
Lemos e Alvellos (1823-1892), Conselheiro de S.M.F, duas vezes
governador civil de Viseu, chefe do Partido Progressista neste
distrito, licenciado em Direito pela UC (1840-4), que com seu
pai (4.9.1858) teve foro de moço fidalgo, com honras de
exercício na Casa Real (CPV, 13, 74; e 14, 85v) e a 28.8.1873,
como Francisco de Mello Lemos e Alvellos, teve mercê do
título de visconde do Serrado em sua vida (CLI, 26, 221v).
Foi o 21º e último morgado de Alvellos, morgado do
paço e torres de Figueiredo de Alva e senhor da quinta
do Serrado, em Viseu, onde viveu e faleceu. O regime dos morgadios
foi extinto em sua vida, a 19.5.1863. |
II |
242 |
|
Os morgados
de Alvellos Henrique de Mello e Lemos de Alvellos e sua mulher
D. Francisca de Campos Coelho tiveram mais uma filha, que eu não
refiro no livro, chamada D. Francisca Sebastiana, que foi freira
da Ordem de S. Bento no convento de Jesus em Viseu. D. Francisca
Sebastiana, referida como Madre, Religiosa Professa da Ordem de
S. Bento no convento de Jesus; ex-Porteira do dito convento, cristã-velha,
natural de S. Pedro do Sul, de 40 Anos mais ou menos, filha de
Henrique de Mello e Lemos, que viveu de seu Morgado e fazendas,
e de sua mulher D. Francisca de Campos Coelho, que vivia de seu
Morgado e fazendas, foi detida a 12.8.1719 pela Inquisição
de Coimbra (processo 7776), acusada de Molinismo, sendo sentenciada
a 16.4.1720 a dois anos de cárcere no seu convento, um
deles com as penitências Pro Gravioribus, sem poder ir falar
à grade do convento senão com parentes até
ao 2º grau, tudo isto com termo de segredo. Contudo, a 9.9.1720
foi perdoada do cárcere, e a 28.4.1721 foi perdoada do
2º ano da sentença.
O Molinismo, muito seguido entre a nobreza de Viseu dessa época,
era uma doutrina que seguia o jesuíta espanhol Luiz de
Molina (1535-1600) e tentava conciliar a ideia de livre arbítrio
à graça e omnisciência divina. Basicamente,
o Molinismo sustentava que, além de saber tudo o que acontece
ou irá acontecer, Deus também sabe o que iria acontecer
caso a pessoa agisse de modo diferente. O Vaticano e a Inquisição
consideraram o Molinismo uma heresia, pelo que os seus defensores
foram perseguidos. |
II |
244 |
35 |
João Álvares
Rebello (2.2.2.1.) poderá ter casado 2ª vez com sua prima Inês
Fernandes de Macedo, como se refere, mas é certo que casou com
Aldonça Gonçalves, com quem vivia em Golães a 23.3.1448 quando
o filho de ambos Pedro Rebello tirou ordens menores em Braga. |
II |
248 |
35 |
Diogo Lopes
de Rebello foi cónego da Sé de Lamego e abade de S. Martinho de
Mouros, nasceu cerca de 1385 e ainda vivia a 7.6.1452, quando
D. Afonso V o privilegiou, a pedido de Lopo Afonso, do seu Conselho,
concedendo-lhe licença para andar em besta de sela e freio, por
todo o reino. Deixou três filhos legitimados por carta real de
17.3.1445, Lopo Dias, havido em Catarina Afonso, e Martim e Isabel,
havidos em Beatriz Dias. O Martim deve ser o Martim de Rebello
que em 1433 e 1434 se documenta como almoxarife de Leiria. Lopo
Dias é certamente o Lopo Dias de Rebello, escudeiro, criado do
conde de Marialva, que a 22.10.1441 D. Afonso V nomeou para os
cargos de juiz e contador dos resíduos da cidade e almoxarifado
de Lamego.
Por uma justificação dos finais de séc. XVI, sabe-se que Diogo
Lopes de Rebello foi ainda pai de Rui Lopes que casou com Branca
Lourenço Carvalho, com geração conhecida. Este Rui Lopes viveu
em Alvelos, junto de Lamego. Sucedeu em metade da quintã de Gominhães
a seus tios Gonçalo Rodrigues Carvalho e Mor Rodrigues da Fonseca
(de quem vinha a quintã).
A 11.5.1440 D. Afonso V confirmou o emprazamento a Rui Lopes,
seu vassalo, morador na cidade de Lamego, do souto régio de Madões
(Souto d'el Rei), no termo da cidade de Lamego, pelo foro anual
de 20.000 reais de prata anuais, em três vidas, com a condição
de o adubar e lavrar. A 30.4.1450 D. Afonso V fez quitação a Rui
Lopes, recebedor de quatro pedidos e meio do almoxarifado de Lamego,
da quantia de 1 conto e 651.289 reais de prata e 9 pretos, que
recebera durante os anos de 1444 a 1449. Foi procurador às Cortes
por Lamego (1451 e 1455). A 14.3.1454 D. Afonso V doou a Rui Lopes,
escudeiro da sua Casa e juiz das sisas da cidade de Lamego, morador
na dita cidade, uma tença anual, para seu mantimento, de 3.000
reais de prata, à razão de 250 reais por mês. A 1.4.1454 D. Afonso
V confirmou o perfilhamento de Rui Lopes, escudeiro da sua Casa,
morador na cidade de Lamego, feito por Mécia Vasques, mulher Vasco
Martins, moradores no termo da dita cidade, com todos os direitos
de herança. A 2.4.1455 o mesmo rei nomeou Rui Lopes, escudeiro
da sua Casa, morador na cidade de Lamego, para o cargo de contador
e arrendador das sisas régias e direitos da comarca e almoxarifados
da dita cidade, em substituição de Martinho Afonso do Paço. A
3.4.1455 nomeou Gonçalo Lourenço, escudeiro da sua Casa,
para o cargo de juíz dos órfãos, das sisas gerais, linhos e panos
de cor da cidade de Lamego, em substituição de Rui Lopes, escudeiro,
morador na dita cidade, que fora nomeado para o cargo de contador
régio na comarca de Lamego. No mesmo dia, nomeou o mesmo Gonçalo
Lourenço, escudeiro da sua Casa, para o cargo de escrivão da Câmara
da cidade de Lamego, em substituição de Rui Lopes, seu escudeiro,
morador na dita cidade, que fora nomeado para o cargo de contador
da comarca da cidade de Lamego. A 10.4.1455 nomeou Gonçalo Lourenço,
escudeiro da sua Casa, para o cargo de vedor dos vassalo régios
da cidade de Lamego e seus termos, em substituição de Rui Lopes,
que renunciara. A 12.4.1455 nomeou Rodrigo Anes, escudeiro, para
o cargo de tabelião das notas e das audiências da cidade de Lamego
e seu termo, em substituição de Rui Lopes, que foi nomeado para
contador dos almoxarifados de Viseu e Lamego. A 17.7.1455 D. Afonso
V privilegiou Rui Lopes, contador da comarca dos almoxarifados
de Viseu e Lamego, concedendo-lhe licença para arrendar as rendas,
sisas, direitos e dinheiros da dita comarca e almoxarifados. Em
1470, por emprazamento de D. Afonso V, com obrigação de dar duas
cargas de lenha cada dia aos Capuchos de Lamego, foram senhores
do prazo de Souto d'El-Rei Rui Lopes e mulher Branca Lourenço,
dama da rainha D. Isabel. Em 1470 Branca Lourenço, dama da rainha
D. Isabel, e seu marido Rui Lopes foram confirmados no prazo de
Souto d'El-Rei, por emprazamento de D. Afonso V, com obrigação
de dar duas cargas de lenha cada dia aos Capuchos de Lamego. A
23.6.1473 Branca Lourenço, já viúva, teve um prazo do Cabido de
Lamego.
De Rui Lopes e sua mulher foi filho sucessor Pedro Rodrigues de
Carvalho. A 1.5.1480 D. Afonso V confirmou a Pedro Rodrigues de
Carvalho, cavaleiro da sua Casa, morador na cidade de Lamego,
o emprazamento em três vidas do souto de Madões (Souto d'el Rei)
que fica no termo da dita cidade, pelo foro anual de 2.150 reais
de prata, ou seu justo valor ao tempo das pagas, a ser pago no
dia 1 de Setembro, mediante determinadas condições. Tem inserto
a carta de emprazamento de 11.3.1440, o alvará de 20.12.1477 e
o instrumento de passamento de 10.11.1478. Este Pedro Rodrigues
casou com Inez Nunes de Albuquerque, com geração nos senhores
de Baião.
Deste Pedro Rodrigues foram ainda irmãos os seguintes:
1) Martim de Carvalho, FCR, criado do duque de
Viseu (em 1460), morgado de Cepões (Lamego), etc. A 4.7.1487 teve
a autorização de D. João II para comprar casas em Guimarães. A
4.8.1487 foi nomeado juiz das sisas de S. Martinho. Fez uma composição
com sua irmã Ana Rodrigues de Carvalho sobre um reguengo junto
a Guimarães, confirmada por D. João II em 1488. Em 1460 o abade
D. Frei Diogo Borges fez prazo de todos os frutos novos, rendas,
foros e direitos da igreja de Canedo de Barroao, anexa ao mosteiro
de Refoios de Basto, a Inez Dias Borges, criada de Gomes Afonso
e sua mulher Isabel Borges, moradores em Guimarães, para casar
com Martim Carvalho, criado do duque de Viseu. Inez Borges e seu
marido Martim de Carvalho tiveram a 6.8.1484 (com confirmação
de 24.11.1487, então ela já viúva), o prazo de um casal em Stª
Ovaia de Riba Selho, termo de Guimarães, onde se diz que aquele
Martim era irmão de Ana Rodrigues de Carvalho, mulher de Rui Mendes
(de Vasconcelos), cavaleiro, contador das comarcas de Guimarães
e de Ponte de Lima, a quem ela Inez Borges, senhora do mesmo casal
por doação da referida Isabel Borges, o cedera. Com geração nos
morgados de Cepões e nos morgados do Poço.
2) Rui Lopes de Carvalho, licenciado, contador
de Lamego e Viseu (1482) e contador da comarca de Entre-Douro-e-Minho.
A 26.3.1517 Rui Lopes de Carvalho já era contador da comarca de
Entre-Douro-e-Minho. A 20.8.1524 D. João III deu provisão para
o recebedor da Chancelaria da corte pagar ao licenciado Rui Lopes
de Carvalho 1.400 reais de mantimento e ordenado.
3) Ana Rodrigues de Carvalho, que casou com Rui
Mendes (de Vasconcellos), com geração, nomeadamente na Casa da
Trofa. Para
esta descendência, vide o o meu estudo "Cristóvão
Mendes de Carvalho. História de um alto magistrado quinhentista
e de sua família", in "Fragmenta Historica"
- Revista do Centro de Estudos Históricos da Universidade
Nova de Lisboa, nº 5, 2017, pág 11 a 105. |
II |
251 |
35 |
prazo da «posessão» |
prazo da «possessão» |
II |
264 |
16 |
João
de Ozorio aparece como tal no assento de casamento. Como João Ozorio,
n. em Vouzela, filho de António de Escovar, tirou na UC o bacharelato
(26.4.1628) e a formatura (28.4.1629) em Cânones. |
II |
267 |
33 |
Sobre
João Afonso de Proença, e a sua ascendência
e descendência, ver o meu Ensaio
sobre a origem dos Proença. |
II |
267 |
39 |
mais paresse |
mais parece |
II |
267 |
|
Mécia Vasques de
Azevedo já aparece casada 2ª vez com Vasco Martins de Rezende e
com filhos pequenos em 1329 (Vilar de Porcos, vide J. A. S. M. Pizarro),
pelo que terá casado com Afonso Martins Botelho cerca de 1322, ficando
viúva cerca de 2 ou 3 anos depois, com os dois filhos menores (Martim
e Diogo) referidos com ela na lista de Mancelos (1339), teriam eles
15 e 16 anos de idade. Este Diogo, nascido cerca de 1323, ao contrário
do que acontece com seu irmão Martim, em 1365 não aparece na lista
de Grijó. Mas não teria já falecido, como suspeita Pizarro, pois
casou cerca de 1375. O mais provável é que estivesse fugido em Castela,
por desentendimentos com D. Pedro, tendo regressado depois de 1367
com o reinado de Dom Fernando e casado tardiamente cerca de 1375,
com 51 anos de idade, sendo pai de vários filhos, o mais novo dos
quais seria Afonso Botelho, nascido cerca de 1385, que ainda é referido
como cavaleiro do conde de Vila Real em 1475, na carta real passada
a seu filho. |
II |
273 |
42 |
Nuno Vaz Guedes
e sua mulher Joana da Fonseca, já defuntos, moradores que
foram na cidade de Lamego, documentam-se no assento de casamento
de sua filha Filipa de Carvalho a 25.12.1611 em Sedielos. Documentam-se
ainda que Clara da Fonseca (pag. 273), dita filha de Nuno Vaz Guedes,
da cidade de Lamego, foi a 2.3.1603 madrinha em Sedielos de uma
neta de Gonçalo Vaz Guedes.
Filipa de Carvalho (pag. 273), que fal. a 26.9.1665 na casa de Matos,
em Sedielos, não casou com Damião Botelho. Gaio diz
que foi a 2ª mulher de André Correa de Mesquita e casou
também com de Rui de Carvalho Alcoforado, filho de Gregório
Vaz Guedes. O certo é que era viúva (o assento não
diz de quem, mas deve ser de Rui de Carvalho, como adiante se explica)
quando casou a 25.12.1611 em Sedielos, sendo referida como filha
que ficou de Nuno Vaz Guedes e sua mulher Joana da Fonseca, já
defuntos, moradores que foram na cidade de Lamego, com António
Cerqueira de Carvalho, senhor da dita casa de Matos, onde fal. a
6.2.1660, filho de Francisco Borges, então já defunto,
e de sua mulher Isabel de Carvalho, da freguesia de Vila Marim.
Deste António Cerqueira de Carvalho é que Filipa de
Carvalho foi 2ª mulher, pois a 21.5.1630 casaram em Sedielos
António Coelho Correa, mais tarde referido como capitão-mor,
filho de André Coelho e Beatriz Lopes da cidade de Lisboa,
e Filipa de Carvalho, filha de António Cerqueira de Carvalho
e Páscoa Nunes, sua primeira mulher. Este António
Coelho sucedeu na casa de Matos, onde faleceu a 20.5.1667, deixando
por herdeiro seu filho André Correa, que parece ser o que
Gaio dá como marido de Filipa de Carvalho (afinal 2ª
mulher do seu avô).
A mulher de Damião Botelho não se chamou Filipa de
Carvalho, como vem no livro, mas sim Maria de Carvalho (ver adiante). |
II |
274 |
19 |
D. Filipa
de Magalhães deve ser a D. Filipa, filha de Jorge Botelho
de Sequeira, que se documenta na chancelaria de D. Filipe III
(25, 423). |
II |
277 |
27 |
«em que não e fala» |
«em que não se fala» |
II |
286 |
30 |
Gaspar Correa é
o homónimo que foi escrivão das sisas e dos órfãos
de Mondim (CFII, 6, 111; e 14, 242v). |
II |
287 |
6 |
Gaspar Correa
foi efectivamente abade de Stº Adrião de Sever (Stª
Marta de Penaguião), onde aparece com este nome e como
Gaspar Correa de Lucena. Nesta freguesia aparecem alguns dos seus
irmãos referidos no livro. É o caso de Damião
Botelho, que aí casou a 16.8.1619 com Maria de Carvalho
(o assento não dá filiações), por
seu irmão Gaspar Correa, abade de Stº Adrião
de Sever, sendo testemunhas Gaspar Cerqueira, cura da dita igreja,
Francisco Guedes de Carvalho, António Cerqueira de Carvalho,
Francisco Guedes Ferraz, Manuel Guedes, Gonçalo de (Coa)
Sottomayor. Aparece a testemunhar em 1619, ib, como Damião
Botelho de Lucena. Sua mulher era seguramente filha de Nuno Vaz
Guedes, que ficou referido acima. Não se chamava portanto
Filipa, como está no livro, mas sim Maria.
Também Maria Correa em 1611 é madrinha em Sever
com seu irmão Damião Botelho. E a 1.3.1612, ib,
foi b. Serafina, filha de Pedro da Fonseca Teixeira e sua mulher
Maria Correa de Lucena, sendo padrinhos Francisco Correa e Isabel
Botelho, mulher de Baltazar Borges, de Vila Real.
Finalmente, em 1618 foi padrinho em Sever Belchior da Fonseca
Botelho, sendo madrinha Maria de Carvalho. |
II |
295 |
29 |
Sobre a filiação
de Ângela Nunes de Albuquerque, ver o que digo o meu Ensaio sobre a origem dos Proença. |
II |
312
e
313 |
O João de Albuquerque
Saraiva (9.1) referido na pág. 313 deve ser identificado com o
João de Albuquerque (8.9) referido na página anterior. Assim,
terá nascido cerca de 1568 e casado cerca de 1590, sendo pai de
Pedro Vaz de Sequeira, Tristão Borges e Beatriz Saraiva de Albuquerque.
O João de Albuquerque (8.9), de facto João de Albuquerque Saraiva,
terá assim sido meirinho de Penalva e Gulfar e escrivão da Câmara
de Penalva e casado em Trancoso ou Viseu com Maria Cardoso de
Seixas, nascida em Trancoso. |
II |
313 |
39 |
9.2 (a) Catarina
de Andrade |
9.2 (a) Luiza
de Albuquerque |
II |
337 |
5, 30 e nota 320 |
A ideia de que
o morgadio da quinta de Azevedo, em S. Vicente de Pereira Jusã
(Ovar) era prazo, e que portanto teria sido instituído por
João Álvares de Azevedo, é sugerida por Alão
de Moraes. Mas tudo leva a crer que, de facro, seja já o
velho morgadio instituído em 1275 um Afonso Fernandes, como
aquela autor começa por dizer. A origem dos Alão não
está devidamente estudada, e nem Alão de Moraes a
tratou. Sómente os mais tardios, como Gaio, a desenvolveram,
mas o que dizem não é credível. Eu suspeito
que os Alão têm a mesma varonia dos Soares de Albergaria
e que D. João Soares Alão, bispo de Silves (1297-
ca 1310), não tinha nada a ascendência que lhe atribuem
esses tardios, que o dizem filho de um Soeiro Paes, neto de um Paio
Afonso e bisneto de um Afonso Fernandes. D. João Soares Alão
terá nascido cerca de 1245 e morreu cerca de 1310. Antes
de ser bispo, foi em 1283 apresentado como prior da igreja de S.
Miguel de Sintra e depois foi cónego da Sé do Porto.
Instituiu a 31.8.1308 a capela e morgadio de Stº Eutrópio
e seu hospital na igreja de S. Bartolomeu de Lisboa, e foi sepultado
na capela de S. Mateus, também em Lisboa, sendo depois trasladado
para a de Stº Eutrópio quando esta ficou concluída.
Nomeou para administrador o bispo de Lisboa D. Domingos Jardo e,
por morte deste, seu neto Gonçalo Mendes, e por morte deste
o clérigo seu parente mais próximo. Na falta de parente
clérigo, sucederia o parente mais próximo. Por sentença
de 17.3.1387 sucedeu no morgadio e capela de Stº Eutrópio
Lopo Soares de Albergaria, fidalgo, alcaide-mor e senhor do castelo
de Mourão, que era 9º morgado da Albergaria e capela
de S. Mateus (onde o bispo D. João Soares Alão tinha
sido inicialmente sepultado, como vimos), por ser o parente mais
próximo e o antedito Gonçalo Mendes ter nomeado na
respectiva administração seu pai ou avô (ambos
chamados Estêvão Soares de Albergaria). Ora, o avô
deste Lopo Soares de Albergaria, Estêvão Soares de
Albergaria, foi o 1º deste nome e era filho de Soeiro Fernandes
e sua mulher e sobrinha Sancha Martins de Lisboa, também
dita de Bulhão ou de Bulhões, senhora do dito morgado
da Albergaria e capela de S. Mateus, ambos descendentes de D. Paio
Delgado, instituidor da dita capela e albergaria. Sendo Soeiro Fernandes
filho de um Fernando Ermiges (que segundo o conde D. Pedro, era
um fidalgo da terra de Limia e irmão de D. Aires Vasques,
bispo de Lisboa) e de sua mulher D. Maria Paes, senhora do dito
morgado de S. Mateus e neta herdeira do antedito D. Paio Delgado.
Esta D. Maria Paes casara a 1ª vez com D. Xira Rolim, senhor
de Vila Franca (por isso de Xira) e de Azambuja, e deste 1º
casamento foi neta a antedita Sancha Martins de Lisboa que casou
com seu tio-avô. Ora, estou em crer que este casamento de
Soeiro Fernandes (nascido cerca de 1210) com sua sobrinha-neta (ainda
que de um 1º casamento da mãe) foi obviamente tardio
para ele e que seria já viúvo. O filho (o único
que se conhece) deste casamento tardio, Estêvão Soares
de Albergaria, nasceu cerca de 1265. É portanto muito provável
que o bispo D. João Soares seja filho de Soeiro Fernandes
e de uma sua 1ª mulher, bem assim como Martim Soares (casado
com Tereza Pires), que se documenta irmão do bispo, e cuja
filha, Sancha Martins Alão, casou com João Esteves
de Gaia, escudeiro, vivendo ambos no termo de Lisboa em 1344, quando
fizeram doação ao hospital de Stº Eutrópio
de umas casas herdadas do bispo D. João Soares Alão,
tio de Sancha e irmão daquele Martim Soares. Documenta-se
também que em 1339 aquela Sancha Martins tinha um irmão
chamado João Martins. Sendo certo que esta geração
de Martim Soares, irmão do bispo, se extinguiu, pois de outra
forma Lopo Soares de Albergaria não podia ser o parente mais
próximo. Assim, poderia o nome Alão vir de Soeiro
Fernandes? Do pouco que Alão de Moraes diz sobre esta família,
consta que em 1275 um Afonso Fernandes instituiu o morgadio dos
Alão na freguesia de S. Vicente de Pereira Jusã (Ovar).
Diz depois, de formo confusa, que lhe sucedeu o filho Pedro Afonso,
a este o filho Fernando Afonso Alão, e a este a filha Beatriz
Afonso Alão, casada com João Álvares de Azevedo,
sendo esta irmã de Nuno Alão. Mas depois questiona-se
Alão de Moraes se a instituição de 1275 o teria
sido, ou se não seria apenas prazo, uma vez que se fosse
morgadio teria sucedido o filho Nuno Alão e não a
filha, como de facto sucedeu. E isto, porque se dá a Nuno
Alão um filho, Nuno Gonçalves Alão, com geração
nos Brito Alão. Contudo, dada a situação acima
referida e o patronímico deste Nuno Gonçalves, julgo
que este seria filho natural de Gonçalo Afonso Alão,
natural do Porto, clérigo de missa, que a 1.6.1471 foi legitimado
por carta real, a seu pedido, como filho de Afonso Pires Alão,
também clérigo, e de Senhorinha Anes, mulher solteira.
E assim, Nuno Alão não teve geração,
sucedendo naturalmente a irmã no morgadio. De qualquer forma,
há aqui grosso desacerto cronológico. O dito morgadio
de S. Vicente de Pereira Jusã passou a chamar-se quintã
de Azevedo, por via de João Álvares de Azevedo. Este
João Álvares de Azevedo, escudeiro de João
Álvares Pereira e depois da Casa Real, foi, nomeadamente,
de 15.5.1439 a 5.11.1451, coudel da Feira e Cabanões, terra
de João Álvares Pereira e Fernão Pereira, tendo
casado com Beatriz Afonso Alão cerca de 1441. Não
é portanto possível que esta Beatriz seja bisneta
do Afonso Fernandes que instituiu o morgado em 1275. Mas deve de
facto ser irmã de um Nuno Alão, que foi chanceler
da correição de Entre-Douro-e-Minho. Com efeito, a
15.12.1452 D. Afonso V perdoou a justiça régia a Fernão
de Sela, escudeiro do duque de Bragança, pela querela que
tivera com Nuno Alão, contanto que a sentença do dito
Nuno Alão se cumpra em todo. E a 18.11.1454 nomeou João
Afonso, antigo escrivão da chancelaria régia, na comarca
e correição de Entre-Douro-e-Minho, para o cargo de
chanceler na dita comarca, em substituição de Nuno
Alão, que renunciara. Alguns tardios dizem que o Afonso Fernandes
de 1275 era filho de um Fernando Afonso e neto de outro Afonso Fernandes.
Provavelmente estas duas gerações estão para
baixo e não para cima, ou seja: do Afonso Fernandes de 1275
foi filho um Fernando Afonso, deste outro Afonso Fernandes, e deste
é que foi filho Pedro Afonso, pai de Fernando Afonso Alão,
sendo este pai de Nuno Alão e Beatriz Afonso Alão.
Assim, o Afonso Fernandes que em 1275 instituiu o morgadio em S.
Vicente de Pereira Jusã podia ser irmão de Soeiro
Fernandes e tio paterno do bispo D. João Soares Alão.
Portanto, os propostos irmãos Soeiro Fernandes e Afonso Fernandes,
a que ainda há que juntar um Ermigo Fernandes, referido pelo
conde D. Pedro como irmão de Soeiro, nascidos entre 1209
e 1220, eram filhos dos já referidos Fernando Ermiges, que
segundo o conde D. Pedro era um fidalgo da terra de Limia (irmão
de D. Aires Vasques, bispo de Lisboa), e de sua mulher D. Maria
Paes, senhora do dito morgado de S. Mateus e neta herdeira de D.
Paio Delgado. Nesta suposição, quando e como surge
o nome Alão? Pode surgir de uma alcunha, como o timbre das
respectivas armas sugere? Se é alcunha, estou em crer que
o primeiro que por ela ficou conhecido foi justamente o bispo D.
João, sendo depois adoptada por todos os descendentes da
mesma varonia, com excepção dos Soares de Albergaria
que, como herdeiros do morgadio da Albergaria de S. Mateus, instituído
por D. Paio Delgado, seguiram as armas deste e adoptaram o nome
Albergaria. |
II |
342 |
14 |
Fernão Lobo,
avô da mulher de Manuel de Azevedo (4), talvez não se possa identificar,
como proponho, com o homónimo que em 1473 foi coudel de Vila Real.
Isto porque seu pai, Pedro Barbosa, tirou ordens menores em Chaves
a 29.6.1461, onde vem como filho de Fernão Gonçalves Barbosa e
Leonor Vaz, moradores em Quintiães (Paço de Aborim). Salvo se
Pedro (Fernandes) Barbosa se ordenou depois de precocemente viúvo,
tirando portanto ordens menores com cerca de 50 anos, ainda seus
pais estavam vivos. |
II |
343 |
6 |
Gonçalo Anes
Borges deve ter nascido cerca de 1410 e não 1420, como digo. Ao
referir-me à ascendência deste Gonçalo, digo que devia ser filho
de um virtual João Vaz, neto de Vasco Gonçalves Borges e
bisneto de Gonçalo Anes Borges, solução que servia melhor a cronologia.
Mas estou agora convencido de que Gonçalo Anes sempre podia ser,
como dizem Gaio e outros, filho de Vasco Gonçalves e neto de Gonçalo
Anes, de quem teve o nome e patronímico, uma irregularidade que
nessa época já se verificava. Mas, neste caso, a D. Maria (Paes)
de Azevedo que Gaio dá como mulher do Gonçalo Anes mais antigo,
teria de ser mulher não deste Gonçalo mas de seu filho Vasco Gonçalves,
portanto mãe de Gonçalo Anes II, e seria teria o patronímico Gomes
e não Paes. Esta ligação dos Borges aos Azevedo parece verdadeira,
pois Gonçalo Anes Borges aparece, entre os cavaleiros e escudeiros
de geração, na lista dos padroeiros do mosteiro de Grijó em 1365.
Era, portanto, descendente dos padroeiros. E este direito só se
vê que lhe possa ter vindo justamente pelos Azevedo. Mas os Azevedo
só têm este direito pelos Vasconcellos, através do casamento de
três irmãos Azevedo com três irmãs Vasconcellos. Assim, Gonçalo
Anes Borges tinha de ser descendente de um destes três casamentos.
E a cronologia obriga a que fossem seus avós um desses três casais.
Pelo que a D. Maria de Azevedo de que fala Gaio, e outros, não
podia ser sua avó mas sim sua mãe. Donde, como ficou dito, quem
casou com esta D. Maria foi Vasco Gonçalves Borges e não seu pai
Gonçalo Anes Borges. E de quais dos ditos casais seria filha esta
D. Maria? Certamente a única Maria que não foi freira e cujo marido
se desconhece, mais concretamente Maria Gomes de Azevedo, «a
Má», referida pelo conde D. Pedro como filha de Gomes Paes
de Azevedo e sua mulher Constança Rodrigues de Vasconcellos. Esta
Maria Gomes de Azevedo era irmã, nomeadamente, de Rui Gomes de
Azevedo, já falecido em 1365, a quem Pedro Martins Carpinteiro
deixa 250 libras no seu testamento, feito em Burgos a 2.6.1308.
O Gonçalo Anes Borges que aparece na lista de 1365 deve ter nascido
cerca de 1310 e aparece nas genealogias como filho único. Sua
mãe, a dita D. Maria, podia perfeitamente ter nascido cerca de
1295, pois neste ano seu pai já se documenta como alcaide-mor
do castelo de Albuquerque pelo conde de Barcelos, sendo portanto
já então adulto, apesar de ainda se documentar vivo em 1355. Maria
Gomes de Azevedo terá portanto casado cerca de 1310, teria 15
anos de idade, com Vasco Gonçalves Borges, que teria então cerca
de 60 anos, tendo um único filho, Gonçalo Anes. Não sei se o feitio
de Maria Gomes de Azevedo (o conde D. Pedro chama-a «a Má»)
foi causa ou efeito deste casamento tão desequilibrado... |
II |
343 |
23 |
c. cerca de
1352 |
c. cerca de
1349 |
II |
343
e
345 |
33
e
4 |
João Gonçalves
Borges, que segue, aparece simultaneamente como filho mais velho
e imediatamente mais novo de Gonçalo Gonçalves Borges, lapso que
resulta de uma versão anterior em que este João, tal como diz
Gaio, efectivamente constava como irmão mais novo de Gonçalo,
e que não foi eliminada. Esta alteração (passagem do João para
filho mais velho) tornou-se necessária quando se tornou evidente
que Gonçalo teve descendência legítima que, de outra forma, teria
sucedido na terra de Alva. Desta alteração ficou ainda o resquício
da filiação de Guiomar Borges e sobretudo Duarte Borges (na página
349), proposta na circunstância de Gonçalo ser o primogénito e
que não foi devidamente alterada com a mudança de situação… |
II |
343
e
354 |
29
e
16 |
A carta de armas
(CJIII, 35, 76) para Borges, que em 20.6.1545 teve Afonso Gonçalves
de Figueiredo, escudeiro da Casa do cardeal-infante, di-lo filho
natural de Pedro Borges, que foi "fidalgo muito honrado",
neto de D. Diogo Borges, abade que foi do mosteiro de Refoios de
Basto, e bisneto de D. Gonçalo Borges. Esta informação
parece suficientemente credível, por todas as razões,
para justificar a alteração a filiação
de Pedro Borges de Souza (pag. 343) e de D. Diogo Borges (pag. 354),
recusando nomeadamente uma das informações em que
se baseia: a carta em que D. Gonçalo Borges, abade de Refoios,
renuncia em 1462 a favor de seu sobrinho Diogo Borges. Na verdade,
sobrinho foi um subterfúgio, e Diogo Borges seria na verdade
seu filho, talvez irmão inteiro da Isabel Borges legitimada
em 1466. Entendendo-se bem que Diogo, já Dom abade, apresentado
como sobrinho em 1462, não fosse nem precisasse de ser legitimado
em 1466. Nesta ascendência fica no entanto por explicar o
nome do armigerado, que só se entenderia se Pedro Borges
fosse descendente de Aires Gonçalves de Figueiredo, como
seria se fosse filho de D. Isabel de Souza e Gonçalo Borges,
senhor de Carvalhais. Ora, esta ascendência deixa assim de
ser possível. Será este facto suficiente para desacreditar
a carta de armas? Mas que vantagem tinha Afonso Gonçalves
de Figueiredo em alegar que era neto do abade D. Diogo Borges, neste
caso duplamente bastardo, se fosse neto de Gonçalo Borges,
senhor de Carvalhais, neste caso com apenas uma bastardia? É
evidente que nenhuma, bem antes pelo contrário. Donde, a
explicação para o seu nome poderia vir da mãe.
Mas se fazemos fé na carta de armas, temos de aceitar o que
ela diz. E Afonso Gonçalves de Figueiredo é aí
dito filho natural de Pedro Borges, ou seja, o pai era solteiro
à data do seu nascimento. Assim, temos de presumir que se
a mãe de Afonso Gonçalves de Figueiredo era descendente
de Aires Gonçalves de Figueiredo não estava disponível
para casar, caso contrário certamente Pedro Borges teria
casado com ela. Seria freira? O certo é que, se assim é,
era parente de D. Isabel de Souza, casada cerca de 1470 com Gonçalo
Borges, senhor de Carvalhais, primo-direito do abade D. Diogo Borges,
pai do Pedro Borges em apreço. E deste Afonso Gonçalves
de Figueiredo deve ser irmão inteiro o Luiz Gonçalves
de Menezes que também dizem filho de Pedro Borges, mas que
devia ser igualmente natural, tendo em conta a onomástica.
Como ficou dito no livro, Pedro Borges casou depois, cerca de 1489,
com D. Filipa de Souza, filha de Diogo de Azevedo, com geração
feminina. |
II |
353 |
31 |
Álvaro Borges
em geral é dado como filho do Duarte Borges, e assim segui. Mas
afinal parece que é bem anterior. As genealogias dão-lhe, como
indico, quatro filhos: Pedro Borges, Lopo Borges, Garcia Borges
e Inez Vaz Borges, casada com Luiz Álvares da Grade. E esta Inez
Vaz Borges é, com efeito, referida como mulher de Luiz Álvares
da Grade e irmã de Pedro Borges, o Velho, Lopo Borges e Garcia
Borges, fidalgos, na carta de armas para Borges que seu bisneto
Diogo Borges Pacheco teve a 5.1.1504, como filho de Lopo Nunes
Pacheco e sua mulher Isabel Borges Pacheco, sendo esta filha de
Diogo Álvares Pacheco, filho da antedita Inez Vaz. As cartas de
armas são muito ingratas no que toca à cronologia do agraciado,
pois em geral não sabemos em que fase da sua vida a teve. Se Diogo
Borges Pacheco foi de facto abade de Quiraz, Stº André de Riba
Selo e S. Miguel da Facha, como parece, o facto de não ser referido
na carta de armas sequer como clérigo ou cavaleiro indicia que
era muito novo. Ele teve carta para armas de Borges, da mãe. Precisava
portanto deste encartamento para as usar, porventura antes de
ir servir como moço da câmara do rei ou de alguma Casa grande.
Parece, portanto, que seria muito novo, tendo entre 15 e 18 anos.
Digamos que pode ter nascido cerca de 1487. Assim sendo, sua bisavó
Inez Vaz Borges não terá nascido depois de 1435, mas pode ter
nascido neste ano. Ora, como digo, documenta-se um Álvaro Borges
que já estava casado justamente em 1435 e que assim poderia ser
o pai de Inez. Mas o Duarte Borges que leva por pai, mesmo que
tivesse nascido um pouco antes de 1409, nunca podia ter um filho
casado em 1435. Ora, não há outro Álvaro Borges que possa estar
casado em 1435 a não ser este. O que me leva a concluir que não
era filho de Duarte Borges, como dizem as genealogias. Portanto,
das duas, uma: ou era irmão do Duarte Borges que leva por pai,
ou filho do Duarte Borges referido na nota anterior, que proponho
filho de João Gonçalves Borges mas que podia bem ser filho de
Gonçalo Gonçalves Borges, como diz Gaio. E, assim, a questão cronológica
ganha nova folga, sobretudo nesta última hipótese, podendo Inez
Vaz Borges nascer bem antes de 1435. Quanto ao patronímico desta
Inez Vaz, nesta época já é possível que lhe venha da mãe, que
as genealogias chamam Isabel ou Inez de Souza, mas de quem ninguém
sabe a filiação. O que sabemos é que D. Duarte a 28.7.1435 confirmou
a Álvaro Borges, seu escudeiro, a coutada de Alcamis, no termo
de Évora, que seu sogro Lopo Rodrigues tinha de D. Fernando I
quando fora para Castela. Quem era este Lopo Rodrigues não sei,
tanto mais que a dita mercê não aparece na Chancelaria de D. Fernando.
No séc. XV (vindo já do XIV) vemos com muita frequência uma das
filhas usar o nome completo da mãe, que assim por vezes passa
através de várias gerações. É assim possível que a genealógica
Isabel ou Inez de Souza se tivesse afinal chamado Inez Vaz, filha
portanto de Lopo Rodrigues e de outra Inez Vaz. E que a Inez Vaz
Borges da carta de armas se tivesse afinal chamado apenas Inez
Vaz. Se bem que aquela Inez Vaz, casada com Lopo Rodrigues, podia
ser de Souza, e assim a filha. Na hipótese de Álvaro Borges ser
filho (provavelmente natural) do Duarte Borges mais antigo, podendo
assim ter nascido bem antes de 1400, então seu filho Pedro Borges,
o Velho, se nascesse cerca de 1410, já podia ser o Pedro Borges,
cavaleiro e mordomo-mor de D. Afonso V e vedor da Casa do príncipe,
que a 13.11.1469 obteve do rei a aposentação antecipada para Garcia
Borges, que neste caso podia ser o seu irmão. E mesmo o Lopo Borges
(avô do Fernão Borges que teve carta de armas em 1513), que dou
como filho de Rui Lopes de Souza, podia já ser identificado com
o seu filho Lopo. Neste caso, o nome deste Lopo remeteria não
para D. Frei Lopo mas para o avô materno Lopo Rodrigues. E, de
facto, esta parece ser a verdade, pois este Lopo vivia em Coimbra
e Álvaro Borges, na inquirição para a dita carta de armas de Diogo
Borges Pacheco, parece que se diz, segundo testemunha Gaio, que
também assistiu em Coimbra, certamente já velho e provavelmente
até em casa justamente deste filho Lopo. Este Lopo, de facto,
documenta-se em Coimbra, e casou com uma filha de Pedro Afonso,
prior de S. Martinho do Bispo. O Cabido de Coimbra emprazou-lhe
a 28.2.1440, em três vidas, por 6 onças de prata chã e marcada,
todos os direitos e foros da quinta de Grada (TT – Sé de Coimbra,
2ª incorporação, m. 28, doc. 1176). Teve contenda com Santiago,
por causa de casais na Zouparria, que dela trazia emprazados,
mas a 27.5.1447 acordaram na renda de 100 alqueires de pão, cada
ano, pela medida nova (AUC – Santiago, TAP, I, p. 592). A 19.7.1448
renunciou a todos os prazos que trazia daquela igreja, colocando-os
na pessoa de Leonor Anes, sua servidora (AUC – Santiago, TAP,
III, p. 359). |
II |
362 |
21 |
O célebre
Nuno Gonçalves de Faria foi o 1º deste nome. Quando a 26.6.1357
teve de D. Pedro I o castelo de Faria vem como Nuno Gonçalves
de Ferreira. Mas quando a 14.12.1363 recebeu o préstimo de Faria
do mesmo rei já vem referido como Nuno Gonçalves de Faria. É certamente
o Nuno Gonçalves Ferreira que se documenta como bisneto de Pedro
Gonçalves Ferreira, como digo no meu Ensaio
sobre a origem dos Ferreira (http://www.soveral.info/mas/Ferreira.htm). |
II |
373 |
5/6 |
referido em
FIGUEIREDO / ALMEIDA |
referido em
CAMPOS COELHO |
II |
380 |
20 |
O texto que
começa em «1.4.1. ?Cristóvão da Veiga» deve ir recuado |
II |
390 |
Arv. |
Maria de Figueiredo |
Joana de Figueiredo |
II |
396 |
Arv. |
ref. pag. |
|
II |
396 |
Arv. |
Adiante de
D. Maria de Mesquita Cardoso de Távora devia ir um círculo com
o nº 34 (o nº da árvore onde segue). |
II |
407 |
Arv. |
Maria de Morae |
Maria de Moraes |
II |
410 |
Arv. |
ref. pag. |
|
II |
412 |
Arv. |
ref. pag. |
|
II |
412 |
Arv. |
irmão de Ana
Rebello |
irmão de Isabel
Rebello |
II |
413 |
Arv. |
ref. pag. |
|
II |
417 |
Arv. |
CFCR, ref.
pag. |
CFCR |
II |
418 |
Arv. |
Ana Rebello |
Isabel Rebello |
II |
418 |
Arv. |
Leonor Barreto |
Maria Barreto |
II |
425 |
Arv. |
ref. pag. |
|
II |
430 |
|
Falta o nº
da página |
II |
435 |
Arv. |
Gonçalo Gomes
de Figueiredo é irmão e não filho de Sebastião Gomes de Figueiredo |
II |
439 |
Arv. |
irmã de Mécia
da Costa, ref. na Arv. nº |
irmã de Mécia
da Costa. |
II |
455 |
Arv. |
Ver acima
correcção à pag. 314 do I volume |
II |
464 |
Arv. |
ref. pag. |
|
II |
466 |
Arv. |
Leonor Gilref.
pag. |
Leonor Gil |
II |
467 |
Arv. |
ref. pag. |
|
II |
467 |
Arv. |
ref. pag. |
|
II |
470 |
Arv. |
Beatriz Pereira
não é filha mas neta de Lopo Pereira e Leonor Nunes de Barros,
através do filho destes Lopo Pereira. |
As
«gralhas» são uma praga e os enganos um aborrecimento, de que peço desculpa
aos leitores, a quem desde já agradeço a informação sobre qualquer outra
coisa errada que encontrem, para que aqui possa ser corrigida.
|