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Ensaio sobre a origem dos Costa medievais
Escudo de armas dos Costa (infografia do autor)
1. Gonçalo da Costa, n. cerca de 1120, aparentemente o 1º deste nome. Em 1149 testemunha a carta de couto que D. Afonso Henrique deu a Mendo Eres e sua mulher Dordia Reinaldes para a sua quintã de Creixomil, no termo de Guimarães. Diz a Monarquia Lusitana que D. Afonso Henriques em 1154 mandou passar escritura do couto do mosteiro de Semide, na qual, entre os confirmantes, está um Gonçalo da Costa. Fala depois a ML numa «certa memória de Santa Cruz de Coimbra, que está num livro escrito de mão», onde se diz que em 1155 (1193) uma delegação capitaneada por D. Gonçalo de Souza, e que integrava um Gonçalo da Costa, foi a Santa Cruz contar o ouro do rei. Dizem as genealogias tardias que este Gonçalo da Costa teve assento no couto de Mancelos, então em Santa Cruz de Riba Tâmega (hoje Amarante), onde fundou uma torre e uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Costa, de que tirou o chamadouro. Dado o conde D. Pedro aparentemente não considerar os Costa, que ignora, uma linhagem de antiga nobreza, Gonçalo da Costa seria um dos muitos vilões melhorados que então floresciam, que tomou o nome da dita capela de Nossa Senhora da Costa, que terá fundado em Mancelos, onde fez a quinta da Costa que aparece nos Costa do séc. XV, e depois nobilitado ou engrandecido pelo serviço real. 1.1. ?Mem Gonçalves (da Costa), n. cerca de 1150, que terá herdado a quinta da Costa, em Mancelos (Santa Cruz de Riba Tâmega). Talvez seja o Mem Gonçalves que nas inquirições se documenta com bens justamente em Santa Cruz de Riba Tâmega. Dada a notoriedade que seu alegado filho teve em Évora, muito provavelmente foi companheiro (mais novo) do célebre Giraldo Giraldes, o sem pavor, que em 1166 conquistou Évora, sendo esta a única cidade alentejana que não caiu durante a investida almoáda do séc. XII, só travada em 1190 em Tomar pelo mestre dos Templários D. Gualdim Paes e depois em Navas de Tolosa (1212). Resultou daqui que os cristãos que resistiram em Évora conseguiram enriquecer consideravelmente, e entre eles, porventura em posição destacada, estaria esse Mem Gonçalves, que assim seria verdadeiramente o patriarca da ascensão dos Costa. Talvez tenha mesmo casado com uma filha ou parente de Giraldo Giraldes, o sem pavor. 1.1.1. ?Martim Mendes da Costa, n. cerca de 1180 e fal. depois de 4.2.1265, que foi alcaide-mor de Évora entre 1246 a 1257. Em Outubro de 1257 D. Afonso III aprova uma carta feita em Évora em Fevereiro desse ano, onde «Martinus Mendendi de Costa pretor et Joannes Stephani et Martinus Mendendi judices et concillium Elborensem» pedem ao rei que aprove a doação voluntária que o concelho fizera de Alvito ao chanceler D. Estêvão Anes (CAIII, livro 1). A 17.1.1265, sendo referido como cavaleiro, testemunhou a marcação dos limites entre Évora e Portel, como também ficou dito. 1.1.1.1. ?Soeiro Martins da Costa, n. cerca de 1204, tronco dos COSTA do Alentejo e Algarve, no §2, onde segue. 1.1.1.2. ?Pedro Martins da Costa, n. cerca de 1206. 1.1.1.2.1. ?Estêvão Pires da Costa, n. cerca de 1230, que era alcaide-mor de Évora em Março de 1260 e a 17.1.1265, como cavaleiro, testemunha o referido acordo sobre os limites entre Évora e Portel. 1.1.1.2.1.1. ?Soeiro Esteves da Costa. 1.1.1.2.1.1.1. ?Estêvão Soeiro da Costa. 1.1.1.2.2. ?Sancho Pires da Costa, n. cerca de 1232. 1.1.1.3. ?Afonso Martins da Costa, n. cerca de 1208. 1.1.1.3.1. ?João Afonso da Costa, n. cerca de 1240, que a 17.1.1265 testemunha o referido acordo sobre os limites entre Évora e Portel. 1.1.1.4. João Martins (da Costa), n. cerca de 1210, tronco dos COSTA da Beira, no §3, onde segue.
1. Soeiro Martins da Costa, n. cerca de 1204, filho de Martim Mendes da Costa, alcaide-mor de Évora, que ficou no §1. Poderá também ter sido alcaide-mor de Évora, ou de Beja, mas o mais provável é que tenha falecido novo, antes de 1265 e antes de seu pai. 1.1. ?Pedro Soares da Costa, n. cerca de 1238, que era alcaide-mor de Évora quando a 25.4.1279 confirmou a doação da herdade de Alvito que fizeram vários vizinhos de Évora a D. Estêvão Anes de Souza, e alcaide-mor de Beja em Março de 1260, quando é testemunha de D. João de Portel. 1.1.1. ?Afonso Soares da Costa, n. cerca de 1277, que Monterroio diz que viveu em Évora no reinado de D. Dinis (1279-1325) e que era filho de Pedro Soares e pai de Lopo Afonso, usando portanto o mesmo patronímico de seu pai, o que nesta época já por vezes acontecia. Outras genealogias tardias, por causa do patronímico, quiseram fazer este Afonso irmão de Pedro Soares, sendo na mesma o pai de Lopo Afonso, coisa que a cronologia não permite. 1.1.1.1. ?D. João Afonso (da Costa), mestre da Ordem de Avis, segundo Monterroio. Existiu de facto um mestre da Ordem de Aviz D. João Afonso (sem Costa), que morreu em 1353. 1.1.1.2. ?Lopo Afonso da Costa, n. cerca de 1303, provavelmente em Évora, foi vassalo de D. Fernando I, que a 23.4.1372 lhe confirmou o prazo de uma azenha em Tavira, em sucessão seu sogro João Galvão. As genealogias tardias dizem que foi juiz de Tavira em 1358. Talvez seja o Lopo Afonso, escudeiro, que a 22.1.1357 testemunhou em Évora um acordo sobre o morgadio dos Cogominho. Casou, portanto, com (…) Anes Galvão, filha de João Galvão. 1.1.1.2.1. Afonso Lopes da Costa, n. cerca de 1333. Era morador em Tavira quando a 21.2.1384 teve do mestre de Avis confirmação do prazo de uma azenha no termo daquela vila e a mercê da dispensa do foro (que consistia num quarto da produção), certamente a mesma azenha que D. Fernando já confirmara ao pai. Esta doação foi confirmada de novo em Braga a 27.11.1387. E deve ser o mesmo que a 26.4.1401 é referido no aforamento de um chão em Lagos feito por D. João I, chão esse que estava «antre a quintaa de margarida annes mollher que foe d affomso lopez da costa e o pumar d apariço vaasquez». Deve ainda ser o Afonso (... ilegivel) da Costa referido nas actas da vereação de Loulé em 1385. Casou portanto com Margarida Anes, por quem viriam os bens de Lagos. Pelo texto não é claro quem já tinha fal. a 26.4.1401, se ela, se o marido, ou até se ambos. 1.1.1.2.1.1. ?Fernão Lopes da Costa, n. cerca de 1355, que viveu em Évora, onde casou. Casou cerca de 1387 com Mécia Martins da Silveira, filha mais velha de Martim Gil Pestana, alferes-mor de Évora, e de sua mulher Maria Gonçalves da Silveira. 1.1.1.2.1.1.1. ?Gonçalo Fernandes da Costa, n. cerca de 1388, que foi prior em Évora. Teve na juventude pelo menos três filhos naturais. 1.1.1.2.1.1.1.1. (N) Rui Galvão, n. cerca de 1405, escrivão da câmara de D. João I (pelo menos desde o início de 1429), D. Duarte e D. Afonso V, de quem também foi secretário e fidalgo do Conselho (1463). Muito documentado na chancelaria de D. Duarte como seu escrivão, aparece nos seguintes documentos da chancelaria de D. Afonso V: A 8.6.1439 este rei confirma nomeação de Gil Eanes, morador em Viana de Alvito, a pedido de Rui Galvão, seu secretário e escrivão da câmara, no cargo de escrivão dos órfãos nessa vila e seu termo; a 23.6.1439 o rei confirma a nomeação de Estêvão Anes, amo de Rui Galvão, escrivão da sua câmara, no cargo de escrivão para além do número na correição do reino do Algarve; a 11.7.1449 doa a Rui Galvão, seu secretário e cavaleiro da sua Casa, todos os bens móveis e de raiz que pertenceram a Diogo Afonso, escrivão da câmara da cidade de Lisboa, e a João Lourenço Farinha, e a mestre João, que os perderam por terem participado ao lado do infante D. Pedro na batalha de Alfarrobeira; a 24.7.1449 o mesmo rei doa a Rui Galvão, seu secretário, a parte dos moinhos no rio de Leiria que pertenciam a Pedro de Lemos, com toda a sua renda e pertenças; a 17.3.1450 privilegia Rica, judia, viúva, mulher que foi de Judas Abaatar, mercador na cidade de Évora, isentando-a do direito de pousada, a pedido de Branca Gonçalves, mulher de Rui Gonçalves Galvão, seu secretário e cavaleiro da sua Casa; a 10.7.1450 privilegia André Anes, morador em Matosinhos, termo da cidade do Porto, isentando-o do pagamento de impostos ao concelho, de servir por mar e por terra, salvo com Rui Galvão, secretário e cavaleiro, e com João Rodrigues, seu criado, clérigo, cónego da cidade do Porto, bem como do direito de pousada; a 12.9.1450 concede carta de privilégio a Rui Galvão, seu secretário e cavaleiro da sua Casa, para um azenheiro que estiver na sua azenha de Bracarena, isentando-o dos encargos e serviços concelhios, de ir com presos e dinheiro, de ser tutor e curador, de servir com suas bestas de albarda, bem como do direito de pousada; a 25.3.1453 doa a Rui Galvão, seu secretário e cavaleiro da sua Casa, umas casas que foram de João de Ornelas, e que D.Pedro, arcebispo de Lisboa, comprara ilegalmente a Mem Rodrigues, sem licença régia. A 28.3.1453 doa a Rui Galvão, seu secretário e cavaleiro da sua Casa, umas casas situadas na Praça dos [Esca...nos], que haviam sido compradas por D. Pedro, arcebispo de Lisboa, sem licença régia; a 22.9.1456 faz quitação a Rui Galvão, do seu Conselho, seu secretário e cavaleiro da sua Casa, recebedor da sisa do pescado, da madeira e panos na alfândega da cidade de Lisboa, de tudo o que recebeu e despendeu, relativos aos anos de 1448 a 1449, conforme apresentação do relatório de receitas e despesas; a 7.6.1463 nomeou Álvaro Fernandes, criado de Rui Galvão, do seu Conselho, para o cargo de escrivão das sisas régias de Alfeizerão e das sisas dos panos da feira de Santo André de Cela, lugares do couto de Alcobaça, em substituição de seu pai, Gonçalo Fernandes, que renunciara; a 15.2.1450 privilegia Gonçalo Anes de Melgaço, carpinteiro, morador na cidade de Lisboa, a pedido de Branca Gonçalves, mulher de Rui Galvão, seu secretário e cavaleiro da sua Casa, isentando-o de servir nas obras. Rui Galvão casou cerca de 1424 com Branca Gonçalves, filha legitimada (carta real de 1423), de Pedro Gonçalves, cónego da Sé de Lisboa, e de Catarina Anes. A 25.5.1450 D. Afonso V doa a Branca Gonçalves, mulher de Rui Galvão, cavaleiro da sua Casa, uma tença anual de 1.000 reais de prata. A 14.10.1471 o mesmo rei privilegia Álvaro Anes, sapateiro, morador na cidade de Lisboa, a pedido de Branca Gonçalves, mãe do bispo de Coimbra, isentando-o de ser posto por besteiro de conto. C.g. conhecida, sendo pai de Pedro Rodrigues Galvão, o bispo de Coimbra D.João Galvão (em novo João Rodrigues da Costa), Filipa Rodrigues Galvão, o cronista Duarte Galvão, Jorge Galvão, Maria Rodrigues Galvão e Isabel Galvão. 1.1.1.2.1.1.1.2. (N) Beatriz Galvão. A 12.4.1449 D. Afonso V privilegia Rui Gonçalves, morador na cidade de Évora, a pedido de Beatriz e Inez, irmãs de Rui Galvão, seu secretário, isentando-o de qualquer encargo concelhio, de ir com presos e dinheiros, de ser posto por besteiro do conto, de ser homem do alcaide, bem como do direito de pousada. 1.1.1.2.1.1.1.3. (N) Inez Galvão, ib. 1.1.1.2.1.1.2.?Pedro Afonso da Costa, que a 12.2.1434 tinha aforado do rei uma casa e um chão em Évora, dos quais pagava o foro de 33 soldos e 9 dinheiros. Já tinha fal. a 18.3.1434 quando sua viúva Mícia Vasques teve de D. Duarte mercê de todos os privilégios que tinha seu marido, enquanto for viva e mantiver a sua honra. 1.1.1.2.1.2. ?Paio Afonso (ou Lopes) da Costa, n. cerca de 1356, que terá herdado os bens de Lagos de sua mãe e aí deve ter vivido. 1.1.1.2.1.2.1. ?Lourenço Pais da Costa, n. cerca de 1390, escudeiro do infante D. Pedro, tabelião de Lagos e aí morador, que a 31.5.1443 foi nomeado procurador dos resíduos na dita cidade e seu termo e a 9.1.1444 escrivão perante o contador dos vassalos. 1.1.1.2.1.2.1.1. ?Álvaro Lourenço da Costa, n. cerca de 1415 e fal. em 1462, escudeiro do infante D. Pedro e criado de Gonçalo Nunes Barreto, que foi escrivão do mordomado e relego na vila de Faro. A 16.8.1439 D. Afonso V confirma privilégio a Álvaro Lourenço da Costa, escudeiro, criado de Gonçalo Nunes Barreto, morador em Faro, concedendo-lhe licença para uso e porte de armas, por ter sido acusado da morte de João Esteves. A 10.1.1442 o mesmo rei nomeia Álvaro Lourenço da Costa, morador em Faro, escudeiro do infante D.Pedro, para o cargo de escrivão do mordomado e relego na vila de Faro. E a 21.7.1462 nomeia Fernão Vieira, escudeiro, morador na vila de Faro, para o cargo de escrivão do relego, açalaio e mordomado dessa vila, em substituição de Álvaro Lourenço da Costa, que morrera. 1.1.1.2.1.2.2. ?Soeiro da Costa, n. cerca de 1391 e fal. em 1472, alcaide-mor (antes de 1439) e almoxarife (8.5.1433) de Lagos. É dado como um dos «12 de Inglaterra». Segundo a crónica dos feitos da Guiné de Gomes Eanes de Zurara (1445), Soeiro da Costa achou-se na batalha de Monviedro em 1412 pelejando no exército de Fernando I de Aragão, e no cerco de Balaguer com o mesmo monarca em 1413, em que ficou prisioneiro o conde de Urgel, acompanhou o conde Luís de Provença em toda a sua guerra, e assim participou nas batalhas de Azincourt, Vallemont e Monsegur, e na tomada de Soissons, bem como, em 1415, na conquista de Ceuta. O certo é que a 8.5.1433 D. Duarte nomeou Soeiro da Costa, seu criado, para o cargo de almoxarife de Lagos, o que lhe foi confirmado por D. Afonso V a 30.4.1439. A 7.11.1433 o mesmo rei nomeou Soeiro da Costa, seu criado, no cargo de encarregado das obras dessa vila, em substituição de Martinho Afonso de Mello, vedor da ditas obras, que morrera. A 18.5.1439 confirmou a doação a Soeiro da Costa, alcaide em Lagos, enquanto sua mercê for, de uma tença anual de 200.000 libras, a serem pagas do almoxarifado de Lagos. A 25.4.1441 e 27.5.1450 o mesmo rei confirmou nomeação de Soeiro da Costa, almoxarife e alcaide-mor de Lagos, no cargo de encarregado e vedor das obras dessa vila. A 11.4.1443 nomeou Lançarote da Ilha, escudeiro, criado do infante D. Henrique, para o cargo de almoxarife de Lagos, em substituição de Soeiro da Costa, que renunciara. A 28.8.1451 o mesmo rei nomeou, por três anos, Martim Gil, morador em Lagos, escudeiro, criado do infante D. Henrique, e a pedido deste, para coudel em a dita vila e seu termo, sem embargo de Soeiro da Costa, cavaleiro, alcaide do castelo da dita vila, ter carta de coudel, que lhe fora dada em Cortes. A 15.3.1471 doa a Soeiro da Costa, cavaleiro da sua Casa, morador na vila de Lagos, enquanto sua mercê for, uma tença anual de 5.000 reais de prata. A 14.8.1472 nomeia João Rodrigues, cavaleiro, para o cargo de coudel em Avis, em substituição de Soeiro da Costa, que morrera. Em 1445 Soeiro da Costa participou com Lançarote da Ilha numa acção militar correctiva contra a ilha de Arguim, segundo referem as crónicas. Teve uma filha natural de Aldonça Ferreira e casou cerca de 1429 com Mécia Simões, que ainda vivia a 7.6.1487 quando teve uma carta de perdão, filha de Gil Simões, criado de D. Duarte, que a 10.7.1438 teve carta armas novas pelos serviços prestados em Tânger e a mercê de coudel de Lagos. Era escrivão das sisas (6.1.1434) e da almotaçaria (28.5.1434) de Lagos, cargos confirmados por D. Afonso V a 8.4 e 4.5.1439, respectivamente, bem como escrivão da Câmara e dos órfãos de Lagos e seu termo, cargos em que é confirmado a 5.5.1439. A 6.1.1440 D. Afonso V nomeia Beltrão dela Ilha, morador em Lagos, para o cargo de escrivão das sisas régias desta vila, em substituição de Gil Simões, cavaleiro, que tinha outros ofícios. As genealogias dizem que foi alcaide-mor de Estói, o que não se documenta. 1.1.1.2.1.2.2.1. (N) Tereza Ferreira, n. cerca de 1412, que casou com Lançarote da Ilha, navegador que organizou a primeira expedição à costa ocidental de África com objectivos comerciais. A 11.4.1443 D. Afonso V nomeou Lançarote da Ilha, escudeiro, criado do infante D. Henrique, para o cargo de almoxarife de Lagos, em substituição de Soeiro da Costa, que renunciara. A 29.5.1443 recebe a doação para sempre de todos os bens móveis e de raiz deixados por morte de Lourenço Vasques, morador em Lagos, que morrera sem testamento nem herdeiros. A 10.8.1445 comandou uma acção militar correctiva contra a ilha de Arguim, segundo referem as crónicas, indo como capitão seu sogro Soeiro da Costa. A 26.3.1455, sendo almoxarife do rei, é-lhe concedida autorização para tratar das mercadorias, apesar de ele ser oficial régio. A 7.5.1463 recebe doação dos bens móveis e de raiz que pertenceram a Ambro, mouro forro morador em Faro, que morrera. A 7.5.1463, sendo almoxarife de Lagos, surge numa confirmação dada pelo infante D. Henrique de um aforamento que fez pelo valor de ½ coroa ou 60 reis de prata por ano a Luiz Morato e sua mulher Catarina Viana, a seus filhos, herdeiros, sucessores e descendentes, dum pedaço de terra que está no reguengo de Paúl na vila do Infante e de outras terras. A «Crónica dos Feitos da Guiné», de Gomes Eanes de Zurara, refere a seguinte fala de Lançarote da Ilha: «(…) e leixando a Soeiro da Costa, que eu tenho assy como padre por razom de sua filha, que tenho por molher (...)». 1.1.1.2.1.2.2.2. Afonso da Costa, n. cerca de 1430, alcaide-mor de Lagos. A 5.2.1452 D.Afonso V nomeia Afonso da Costa, a pedido do infante D. Henrique, para o cargo de alcaide-mor do castelo da vila de Lagos, com preito e menagem, em substituição de seu pai Soeiro da Costa, que renunciara. A 11.12.1471 o mesmo rei perdoa a justiça régia a Urgel Rodrigues, criado de Afonso da Costa, cavaleiro e alcaide-mor na vila de Lagos, por querela e aleijão que fizera a João de Lamego, sapateiro, morador em Tavira, na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que serviram na armada e tomada da vila de Arzila e cidade de Tânger, bem como mediante o perdão das partes. A 3.1.1486 D. João II confirma-lhe a alcaidaria-mor de Lagos. Já a 20.2.1461 tivera de D. Afonso V mercê para que seu filho mais velho lhe sucedesse, o que D. Manuel I lhe confirmou a 17.3.1496. Terá morrido, portanto, pouco antes de 10.11.1510, data em que foi nomeado alcaide-mor de Lagos seu filho Pedro da Costa, que ocupou o cargo até 14.2.1532, data em que foi nomeado alcaide-mor João da Silva, regedor da Casa da Suplicação, que a 22.9.1557 renunciou em seu neto Lourenço da Silva, seguindo a alcaidaria na família deste antepassado dos condes de Aveiras. C.g. 1.1.1.2.1.2.2.3. ?Soeiro da Costa, que parece filho de Soeiro da Costa. A 25.2.1459 D.Afonso V nomeia Soeiro da Costa, escudeiro do prior do Hospital, para o cargo de vedor dos vassalos da vila do Crato, em substituição de Rui Martins da Pedra Alçada, que morrera. A 16.12.1463 o mesmo rei doa a Soeiro da Costa, escudeiro de D. Pedro, os bens móveis e de raiz que pertenceram a Gonçalo Grumete, por juntamente com outros fugir com uma caravela, armada por Diogo Rodrigues e outros, perto das ilhas de Cabo Verde, bem como por ter morto Gil Fernandes, criado do infante D. Fernando. A 29.5.1468 nomeia Soeiro da Costa, criado do prior do Crato, para o cargo de vedor das obras do mosteiro e convento de Avis. E a 15.6.1469 privilegia Soeiro da Costa, escrivão dos sobrejuízes da Casa do Cível da cidade de Lisboa, concedendo-lhe licença para pôr um homem no seu ofício, e que o exerça por ele, enquanto estiver ocupado noutros assuntos fora do reino, ou a cuidar dos seus bens. Parece ser este o Soeiro da Costa a quem D. Manuel I legitimou a filha Joana (LN, 3, 157v). 1.1.1.2.1.3.?João da Costa, n. cerca de 1357, referido como escudeiro e homem-bom nas actas da vereação de Loulé entre 1383 e 86, sendo almotacé em Janeiro deste último ano e, ao que tudo indica, vereador no triénio. Viveu portanto em Loulé, onde muito provavelmente terá casado. 1.1.1.2.1.3.1. ?Afonso da Costa, n. cerca de 1378, referido nas actas da vereação de Loulé a 5.8.1394. 1.1.1.2.1.3.2. ?Gonçalo da Costa, n. cerca de 1380, juiz e sesmeiro (atribuía sesmarias) de Loulé, que a 20.12.1437 deu a Bartolomeu Gonçalves, tabelião da dita vila, um moinho em sesmaria. 1.1.1.2.1.3.2.1.?João da Costa, n. cerca de 1410, escudeiro do conde de Vila Real, morador em Loulé. A 13.2.1464 D. Afonso V perdoou a justiça régia a João da Costa, escudeiro do conde de Vila Real, morador em Loulé, culpado da morte de Fernão Garcia, estrangeiro, morador em Ceuta, na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que serviram na armada real em Ceuta, e mediante o perdão das partes. E a 16.11.1471 o mesmo rei perdoa a justiça régia, o degredo de um ano e a pena por o ter quebrado, a João da Costa, o Velho, morador na vila de Loulé, a que foi condenado para a cidade de Ceuta, na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que serviram na armada e tomada de Arzila e cidade de Tânger. 1.1.1.2.1.3.2.2.?Luiz da Costa, n. cerca de 1412, referido como escudeiro e homem-bom nas actas da vereação de Loulé em 1468. 1.1.1.2.1.3.2.3.?Gomes da Costa, morador em Loulé. A 30.11.1471 D. Afonso V perdoou a justiça régia, um ano de degredo e a pena por o ter quebrado a Gomes da Costa, morador na vila de Loulé, a que fora condenado para Alcácer em África, por querela que tinha tido com Estêvão Anes, almotacé na dita vila, na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que serviram na armada e tomada da vila de Arzila, bem como mediante o perdão das partes. 1.1.1.2.1.3.2.4.?Rui Gonçalves da Costa, cavaleiro, morador em Tavira, que casou com Beatriz de Orta. A 30.11.1472 D. Afonso V perdoa a justiça régia a Luiz de Orta, escudeiro da sua Casa, acusado por Rui Gonçalves da Costa, cavaleiro, morador em Tavira, e Beatriz de Orta, sua mulher, de ter corrompido a virgindade e agredido Catarina, sua escrava e criada, na sequência do perdão geral outorgado aos que foram na conquista da vila de Arzila e da cidade de Tânger. E a 4.1.1476 o mesmo rei perdoa a justiça régia a João Vasques, criado de Rui Gonçalves da Costa, morador em Tavira, acusado de fugir e ajudar a libertar vários presos da cadeia. É o Rui Gonçalves da Costa que o tombo da comenda de Castro Marim de 25.10.1509 diz que tinha tido o prazo de dois engenhos de moer, dois feridos, uma casa e terras em Marchena, termo daquela vila, que então trazia a mulher que foi de Vicente Gonçalves, contador de Arzila e morador em Tavira. 1.1.1.2.2. ?João Lopes da Costa, n. cerca de 1335, que terá vivido em Tavira. 1.1.1.2.2.1. ?Vasco Anes da Costa, n. cerca de 1360. Alão diz que foi cavaleiro honrado de Tavira nos reinados de D. Fernando e D. João I e fronteiro-mor do Algarve, o que não se documenta. Talvez seja o Vasco Anes, escudeiro, morador em Tavira, a quem o mestre de Avis doou a 30.3.1384 todos os direitos e rendas da mouraria da dita vila. 1.1.1.2.2.1.1. Vasco Anes Corte Real, n. cerca de 1392 e fal. em 1463, o 1º deste nome, armador-mor do reino, que é dado como um dos «12 cavaleiros de Inglaterra». Segundo Alão, mudou o nome para Corte Real por «ser grande agasalhador dos cavaleiros que vinham à Corte; e por ele disse o dito Rei (D. Duarte), quando Vasco Eanes estava em sua Corte; era a sua Corte Real». Acrescenta Alão que foi alcaide-mor de Tavira e de Silves, o que não se documenta. O certo é que Vasco Anes Corte Real se documenta a 11.12.1433 quando foi substituído no cargo de coudel de Castro Marim por João de Sintra, escudeiro do infante D. Henrique. Sabe-se também que esteve em Ceuta, donde regressou cerca de 1435. A 25.7.1443 D. Afonso V perdoa a justiça régia a concede carta de segurança a João Lourenço, criado de Vasco Anes Corte Real, por actuar como escrivão da coudelaria de Tavira sem o ser, contanto que fique sem o dito ofício e vá estar um ano na cidade de Ceuta. A 25.12.1449 o mesmo rei doa a Vasco Anes Corte Real, cavaleiro da sua Casa, todos os bens móveis e de raiz que pertenciam a Lourenço Martins Pardo, morador em Leiria, que os perdera por ter estado ao lado do infante D. Pedro na batalha de Alfarrobeira. A 24.10.1450 privilegia Luiz Vasques, criado da dona da judiaria, a pedido de Vasco Anes Corte Real, cavaleiro da sua Casa, concedendo-lhe licença para que possa andar de besta muar de sela e freio. A 15.3.1451 doa a Vasco Anes Corte Real, cavaleiro da sua Casa, todos os bens móveis e de raiz que pertenciam a Antão Rodrigues, morador em Podentes, que os perdera por ter estado na batalha de Alfarrobeira ao lado do infante D. Pedro. A 8.5.1452 o mesmo rei doa para sempre a Vasco Anes Corte Real, cavaleiro da sua Casa e armador-mor, os bens e novidades que eram pertença de João Afonso e sua mulher, moradores em Tavira, que morreram abintestados em casa de João Godo. A 9.8.1458 privilegia Vasco Anes Corte Real, cavaleiro da sua Casa, armador-mor, concedendo-lhe licença de uso e porte de armas por todo o reino para vinte e cinco dos seus homens. A 6.11.1458 doa vitaliciamente a Vasco Anes Corte Real, cavaleiro da sua Casa, armador-mor, uma torre a que chamam a Torre do Mar, na vila de Tavira, para aí poder fazer casas. A 18.6.1459 nomeia por cinco anos Vasco Anes Corte Real, cavaleiro da sua Casa, armador-mor do reino, para o cargo de coudel da vila de Tavira e seu termo, por o seu antecessor ter acabado o tempo de serviço. A 24.7.1459 doa vitaliciamente a Vasco Anes Corte Real, cavaleiro da sua Casa e armador-mor, uma tença anual de 18.576 reais de prata, a serem pagos pelo almoxarifado de Tavira, em substituição do que recebia de ordenado pelo ofício de armador-mor. A 6.8.1459 privilegia Vasco Anes Corte Real, cavaleiro da sua Casa, armador-mor, a seu pedido, concedendo-lhe licença para criar cabras durante todo o ano numa quinta no termo da vila de Tavira. A 28.3.1462 o mesmo rei afora a Diogo da Costa, cavaleiro da sua Casa, e a sua mulher Leonor Vasques, uma azenha no rio da vila de Tavira, pelo foro anual de 1.315 reais, da mesma forma que o tinha Vasco Anes Corte Real, cavaleiro da sua Casa, e sua mulher, Mor Anes. A 17.3.1463 privilegia por esmola o mosteiro de S. Francisco da vila de Tavira, concedendo-lhe licença para tomar posse de uma azenha que lhe ficara por morte de Vasco Anes Corte Real. Finalmente, a 16.5.1472 o mesmo rei doa a Mor Anes, mulher viúva de Vasco Anes Corte Real, fidalgo da sua Casa, pelos serviços prestados, uma horta na vila de Tavira com seus foros e casa, assim como seu marido tivera por seu casamento. Teve vários filhos naturais, sendo certo que em 1462 estava casado com Mor Anes, de quem parece filho Vicente Anes Corte Real. 1.1.1.2.2.1.1.1. (N) Fernão Vasques Corte Real, já fal. a 23.5.1464, data em que D. Afonso V doa a Isabel de Secura, mulher viúva de Fernão Vasques Corte Real, enquanto sua mercê for, uma tença anual de 10.000 reais de prata. Alão diz que este Fernão Vasques não casou, mas que deixou um filho natural (António Corte Real) havido numa negra sua escrava. 1.1.1.2.2.1.1.2. (N) João Vasques da Costa, que depois se chamou João Vaz Corte Real, n. cerca de 1420 e fal. a 2.7.1496 em Angra, navegador, capitão-donatário de Angra (2.4.1474) e da ilha de S. Jorge (4.5.1483), coudel de Tavira (27.6.1451), etc. A 27.6.1451 D. Afonso V nomeou João Vasques da Costa, escudeiro da Casa do infante D. Henrique, para o cargo de coudel na vila de Tavira, em substituição de Rui de Mello, fidalgo da Casa do dito infante. A 12.8.1456 o mesmo rei perdoa a justiça régia a João Vasques da Costa, acusado de adultério com Maria Anes, mulher de Fernão de Cima, castelão, morador em Silves, e de outros malefícios, contanto que vá servir para a cidade de Ceuta por três anos, sendo os dois primeiros à sua custa e o último por conta régia. A 13.12.1472 o mesmo rei perdoa a justiça régia pela fuga da prisão, a prisão e qualquer pena, emprazamento ou degredo em que incorrera, a João Vasques da Costa, cavaleiro, morador na vila de Tavira, pela morte de Pedro Fernandes, natural de Coruche, e por insultar o juiz desta vila Martim do Carvalhal, cavaleiro, na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que serviram na armada e conquistas da vila de Arzila e cidade de Tânger, e mediante os instrumentos públicos de perdão feitos a seu favor a 20.10.1471 e 11.2.1472. João Vasques Corte Real, como depois de chamou, esteve ligado ao descobrimento da Terra Nova. Organizou ainda outras viagens, que o terão levado até à costa da América do Norte, explorando desde as margens do Rio Hudson e São Lourenço até ao Canadá e Península do Labrador. A 2.4.1474 foi nomeado pela infanta D. Beatriz capitão-donatário de Angra, onde no mesmo ano comprou o paço ou castelo dos Moinhos. A 4.5.1483 foi também capitão-donatário da ilha de S. Jorge, sendo a 19.5.1495 alcaide-mor de Angra e de S. Jorge. Edificou em Angra a capela-mor da igreja do convento de S. Francisco, onde fez jazigo e foi sepultado. A 15.5.1492 instituiu, com outros, o hospital do Espírito Santo, com confirmação real de 3.8.1508, já ele tinha morrido. Fez dois testamentos, um de 17.9.1492, na Madeira, onde se encontrava, e outro em Angra a 26.2.1496. Na carta da fundação do hospital do Espírito Santo, em Angra, diz-se: «Anno do nascimtº de nosso Sor. Jesu Christo de mil, e quatro centos, e noventa e dous annos, aos quinze dias do mes demarço da ditta era em a ilha Terçeira na villa dangra dentro em a caza de Santo espirito daditta vila estando o Sr joão Vaaz corte real capitão, e João Borges cavaleiro da caza DelRei nosso Snr., e João de laguos Juiz do ditto hospital, e Afonso Annes da Costa, e João de lameguo mordomo da ditta confraria e assi os confrades da ditta confª, que forão todos chamados á campa tangida, e com elles Vasco Fz escudeiro delRei nosso Snr. que ora tem carreguo de provedor das capellas, e hospitaes, & Alberguarias em todas hestas ilhas dos assores. E loguo por todos os sobredittos juntam-te foi ditto que por serviço de Deus e louivor do espirito santo em hesta villa se ordenara de se fazer heste hospital, E porquanto pª semelhantes hospitaes e couzas que dão agrado e serviço de Deus era mtº necessario todallas couzas suas andarem por regra, e ordenança em guiza que tudo viesse a boa arrecadação e nosso S.or for servido, e as almas delles todos que esta obra comessarão, e fazem e ordinario fazerem sejão satisfeitos e comprido pª sempre o que elles; e cada hu Delles mandão fazer nos encargos, comque dão suas fazendas pª o ditto hospital forem compridos, e andar todo em verdadeira ordem: assi o que aguora he ao prezente, como o que depois usar em tal guiza que toda seja a serviço de deus como ditto he.(...)». Casou entre 1445 e 1450 com D. Maria d'Abarca, galega, filha de Pedro d'Abarca, natural de Tui. C.g. conhecida. Os seus três filhos, todos navegadores audaciosos, Gaspar Corte Real, Miguel Corte Real e Vasco Anes Corte Real, continuaram o espírito de aventura de seu pai, tendo os dois primeiros desaparecido depois de expedições marítimas, em 1501 e 1502 respectivamente. Vasco Anes quis ir em busca de seus irmãos, mas o rei não lhe concedeu autorização, tendo sucedido a seu pai como capitão-donatário. De João Vaz deve ainda ser filho, talvez bastardo, o Afonso Anes da Costa que em 1492 se documenta com ele em Angra, com ficou dito. 1.1.1.2.2.1.1.3. ?(N) Isabel da Costa, que Alão não refere e Gaio diz ter sido a 1ª mulher do alcaide-mor de Silves Henrique Moniz, o que não se aceita, pois este nasceu cerca de 1410 e casou antes de 1435 com D. Inez Barreto. Quando muito, foi 2ª mulher. 1.1.1.2.2.1.1.4. ?(N) Luiz Vasques da Costa, não referido nas genealogias mas que deve ser filho de Vasco Anes Corte Real. A 13.8.1473 D. Afonso V perdoa a justiça régia a Luiz Vasques da Costa, morador na vila de Albufeira, acusado de bater e ferir a mulher de Rui Fernandes, morador na dita vila, mediante o perdão das partes, tendo pago 600 reais para a Piedade. 1.1.1.2.2.1.1.5. (N) Vasco Martins Corte Real, não referido nas genealogias mas que só pode ser filho de Vasco Anes Corte Real, apesar do patronímico, que se deve relacionar com o facto de ser bastardo. A 5.9.1471 D. Afonso V perdoa a justiça régia a João Godinho, cavaleiro, morador em Lagos, por ter tirado da prisão um escravo de nome Pedro, pertencente a Vasco Martins Corte Real, acusado de ter assaltado a casa de Beatriz Viana e lhe ter roubado roupas, na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que serviram na armada e conquista da vila de Arzila, bem como mediante o perdão das partes. 1.1.1.2.2.1.1.6. Vicente Anes Corte Real, que parece legítimo. A 18.7.1476 D. Afonso V perdoa a justiça régia a Martinho Anes, sapateiro, morador em Tavira, culpado nas mortes de Luís Lopes da França, Fernão Gil da Costa e Vicente Anes Corte Real, na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que foram servir para Castela. 1.1.1.2.2.1.2. Gil (Vasques) da Costa, que foi sacador das dívidas régias do reino do Algarve. A 12.6.1437 D. Duarte nomeia Gil da Costa no cargo de sacador régio no reino do Algarve, em substituição de João Martins, que não o podia exercer por ocupar o cargo de escrivão das sisas de Tavira, cargo que foi confirmado a Gil da Costa por D. Afonso V a 4.4.1440. A 20.3.1452 D. Afonso V privilegia Gil da Costa, morador em Tavira, sacador no reino do Algarve, a pedido de Marco Lomelim, concedendo-lhe licença para andar em besta muar de sela e freio. E a 24.3.1462 o mesmo rei nomeia Estêvão de Ferreira, seu escudeiro, para o cargo de sacador de todas as dívidas régias do reino do Algarve, em substituição de Gil da Costa, que renunciara por instrumento de renúncia de 20.3.1462. Casou com Filipa de Mello, segundo Gaio, pois Alão não nomeia a mulher. 1.1.1.2.2.1.2.1. Diogo da Costa, cavaleiro da Casa Real. A 28.3.1462 D. Afonso V afora a Diogo da Costa, cavaleiro da sua Casa, e a sua mulher Leonor Vasques, uma azenha no rio da vila de Tavira, pelo foro anual de 1.315 reais, da mesma forma que o tinha Vasco Anes Corte Real, cavaleiro da sua Casa, e sua mulher, Mor Anes. A 21.12.1466 o mesmo rei afora a Diogo da Costa, cavaleiro da sua Casa, uma azenha no rio de Tavira, junto da Atalaia, pelo foro anual de 1.315 reais, mediante determinadas condições. A 25.10.1468 nomeia Gil Cordeiro, criado de Diogo da Costa, fidalgo, morador na vila de Tavira, para o cargo de tabelião do cível e crime na dita vila e seu termo, em substituição de Luiz Gonçalves, que renunciara. E a 10.1.1486 D. João II dá-lhe o privilégio de seu forno ser único em Tavira e faz-lhe mercê do mordomado de Tavira, tendo-lhe um dia antes dado mercê de 27.758 reais de foro. Casou com Leonor Vasques, como se documenta. Alão diz que casou com Beatriz Álvares Taveira, filha do Dr. Álvaro Pires Vieira, chanceler da Casa do Cível, c.g. 1.1.1.2.2.1.2.2. ?Fernão Gil da Costa, que parece filho de Gil Vasques, embora não seja referido nas genealogias. A 30.3.1476 D. Afonso V perdoa a justiça régia a Luiz Vasques de Pazes, escudeiro do conde de Vila Real, morador em Tavira, acusado nas mortes de Luís Lopes de França e Fernão Gil da Costa, ambos escudeiros e moradores na vila de Tavira, na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que foram servir para Castela. Deste Fernão Gil parece descender o Fernão Gil (da Costa), «mercador de panos», natural de Arganil, que casou a 24.4.1554 em Vila Cova com Maria Madeira (Arraes), c.g. 1.1.1.2.2.1.2.3. Vasco Anes da Costa, segundo Alão, que o diz casado com Maior Nunes. Gaio diz que casou com sua sobrinha Maior Anes da Costa, filha de Diogo da Costa. C.g. 1.1.1.2.2.1.2.4. João Vasques da Costa, segundo Alão, que o diz casado com Maior de Ulhoa ou Uchoa (talvez Ichoa, filha do Pedro Ichoa que a 6.9.1427 teve doação real de uma azenha em Tavira). C.g. 1.1.1.2.2.1.2.5. Violante da Costa, que Alão diz ter casado com Diogo Lopes do Carvalhal, filho natural do arcediago da Sé de Évora Lopo do Carvalhal. A 2.11.1468 D.Afonso V perdoa a justiça régia a Gonçalo Pires, escudeiro, criado do almirante, morador na vila de Tavira, acusado de ter forçado a entrada da porta e de no caminho de uma azenha ter despido Mécia Rodrigues, sua manceba, que foi ama de Diogo Lopes de Carvalhal e era filha de Rui Garcia, mediante o perdão das partes, tendo pago 1.500 reais para a Arca da Piedade. 1.1.1.2.2.1.2.6.?Mécia da Costa, possível filha de Gil Vasques, que casou com o Dr. Lopo Gonçalves. A 24.2.1469 D. Afonso V confirma escambo ao Dr. Lopo Gonçalves, desembargador da sua Casa, e a seu pedido, de umas casas na rua Nova da Judiaria Grande da cidade de Lisboa, feito a Mécia da Costa, sua mulher, herdeiros e sucessores. 1.1.1.2.2.1.2.7.?João Lopes da Costa, a quem a 23.7.1500 D. Manuel I aforou em Tavira uma torre e muro. 1.1.1.2.2.1.3.?Lopo Vasques da Costa, que parece filho de Vasco Anes, embora não seja referido nas genealogias. A 18.12.1433 Lopo Vasques da Costa, vassalo, morador em Lisboa, teve de D. Duarte carta de privilégio de fidalgo para a correição da Estremadura, confirmada por D. Afonso V a 13.3.1439. 1.1.1.2.2.1.4. Afonso Vasques da Costa, que Alão diz que foi comendador de Cacela na Ordem de Santiago. O certo é que: a 25.2.1440 D. Afonso V doa a Afonso Vasques da Costa, cavaleiro da Casa do infante D. João, enquanto sua mercê for, os quartos de três azenhas chamadas Estêvão Alvo, João Rico e Gonçalo Arrais, situadas na vila de Tavira; a 20.5.1440 o mesmo rei perdoa a justiça régia a João Gonçalves, criado de Afonso Vasques da Costa, morador na vila de Tavira, por querela que dele dera ao concelho Fernão Martins do Carvalhal, alcaide-mor da dita vila, na sequência do perdão geral outorgado para reduzir o despovoamento de alguns lugares do reino; a 26.5.1450 o mesmo rei confirma a Afonso Vasques da Costa, cavaleiro da casa do infante D.Fernando, enquanto sua mercê for, os quartos de três azenhas reais em nome de Estêvão Alvo, João Rico e Gonçalo Arrais, situadas na vila de Tavira; a 28.6.1456 perdoa a justiça régia a Vasco Martins, escudeiro, morador na vila de Tavira, acusado de dormir e fugir com a filha de Afonso Vasques da Costa, morador nessa vila, e com a mulher e a filha de Fernão de Vila Maior, aljubeiro, morador na cidade de Lisboa, na sequência do perdão geral outorgado aos que serviram contra o Turco, sendo degredado por três anos para a cidade de Ceuta; e a 18.11.1472 perdoa a justiça régia e os três anos de degredo a Afonso Vasques da Costa, fidalgo da casa do duque, a que fora condenado para fora do reino do Algarve a mando de João de Elvas, licenciado, preso por ter ferido Lopo Álvares, alcaide pequeno na vila de Tavira, mediante o perdão das partes e na sequência do perdão geral outorgado aos que foram na conquista da vila de Arzila e da cidade de Tânger. 1.1.1.2.2.1.5.?Álvaro Anes da Costa, que parece filho de Vasco Anes, embora não seja referido nas genealogias. A 15.1.1455 D. Afonso V perdoa o degredo de dois anos a Álvaro Anes da Costa, alcaide da cidade de Lisboa, a que fora condenado para Ceuta, por ter aceite uma determinada quantia de um homem e por ser culpado na fuga de uma mulher da prisão. A 19.6.1456 D. Afonso V nomeia Álvaro Anes da Costa, escudeiro do conselheiro e vedor da Fazenda D. Fernando de Castro, para o cargo de escrivão dos contos da cidade de Lisboa, em substituição de Álvaro Vasques, criado do arcebispo de Braga, que o desempenhava por morte ou vaga de outro contador. E a 28.12.1463 nomeia João de Elvas, escudeiro, morador na cidade de Évora, para os cargos de tabelião geral e escrivão do corregedor da comarca e correição de Entre-Tejo-e-Odiana, em substituição de Álvaro da Costa, que renunciara. 1.1.1.2.2.1.6.?(…) da Costa, que terá casado com João Martins, escudeiro, criado de D. João I, escrivão das sisas de Tavira, fal. depois de 4.12.1466. 1.1.1.2.2.1.6.1.Martim da Costa, que a 4.12.1466 foi nomeado para o cargo de escrivão das sisas de Tavira, em substituição de seu pai João Martins, escudeiro, criado de D. João I, que renunciara. 1.1.1.2.2.1.7.?Luiz da Costa, criado do bispo do Algarve, que foi homem da alfândega de Lisboa, cargo que renunciou, sendo substituído a 9.12.1434 por João Anes, criado de Gonçalo Anes, escrivão da dita alfândega. 1.1.1.3. ?Fernão da Costa, que vivia em Évora quando a 4.4.1325 Fernão Gonçalves, tecelão em Évora, teve licença real para andar um ano armado por causa da «Jmjzade que he antre ell e uasco annes e huu seu filho e fernam da costa moradores em a dicta cidade por feridas que lhe deram».
1. João Martins (da Costa), n. cerca de 1210, filho de Martim Mendes da Costa, alcaide-mor de Évora, que ficou no §1. João Martins terá herdado a quinta da Costa, em Mancelos. João Martins e sua mulher D. Tereza Mendes, aí dita filha de Mem Gonçalves da Fonseca, documentam-se nas inquirições de 1275 como proprietários de duas herdades em Paredes, julgado de S. Martinho de Mouros. Este João Martins, dito filho de Martim Mendes, com a mesma D. Tereza Mendes possuía nas ditas inquirições uma herdade no Amieiro, termo de S. Lourenço e Stª Eulália de Esmegilde (Paço de Sousa). João Martins casou portanto com D. Tereza Mendes da Fonseca, n. cerca de 1225, filha de Mem Gonçalves da Fonseca e sua 1ª mulher D. Maria Pires de Tavares, grandes proprietários na Beira Alta. 1.1. ?Fernão Anes da Costa, n. cerca de 1245, que terá vivido no Entre-Douro-e-Minho. 1.1.1.?Rui Fernandes da Costa, cavaleiro e vassalo, que se documenta a 27.10.1298 e 26.5.1305 como testemunha de D. Fernão Pires de Barbosa em Arouca e em Paço de Souza, onde deverá ter herdado os bens de Esmegilde que eram de seus avós. Possivelmente também sucedeu na quinta da Costa, em Mancelos, e deste, como ficou dito, pode ter sido bisneto (através de Gomes Rodrigues da Costa > João Gomes da Costa) Vicente Anes da Costa, senhor da dita quinta da Costa, em Mancelos, segundo Gaio diz ter visto numa carta de armas de 14.12.1564 de seu bisneto Francisco da Costa. De facto, um Francisco da Costa, morador em Santarém, teve carta de armas para Costa em pleno, com um cardo de ouro florido de azul por diferença, mas a 10.5.1571 (CSI, 7, 275v). E nela apenas se diz que era filho de outro Francisco da Costa, neto de Nuno Vaz da Costa e bisneto de Vasco Vicente da Costa, todos fidalgos do tronco desta linhagem. Tudo indica, de facto, que este último Vasco Vicente da Costa pudesse ser filho de um Vicente Anes da Costa. E não não há razão para duvidar de Gaio quando tão perentoriamente diz "q eu vi". O que ele viu, contudo, não foi a carta de armas, que além de ser de 1571 não refere o trisavô Vicente Anes da Costa, mas sim o processo de petição, documento infelizmente perdido e que seria genealogicamente mais informativo e obviamente anterior. Pelo que diz Gaio, o Francisco da Costa da carta de armas fez testamento em Santarém em em 1597 onde vinculou os bens que tinha em Lanhoso, nomeadamente uma quinta a que chamou da Costa (distinta da quinta da Costa em Mancelos), que deixou a seu irmão Domingos Nunes da Costa Daquele Vasco Vicente da Costa, bisavô do armigerado Francisco da Costa, deve ser irmão o Pedro Vicente da Costa que a 9.11.1450 se documenta como cavaleiro da Casa de D. Afonso V, como ficou dito na introdução. E a esta linha poderia ainda pertencer o Fernão da Costa que, já abade de S. Romão de Paredes (hoje concelho do distrito do Porto), a 24.2.1453 tirou em Braga ordens de epístola. 1.2. ?Domingos Anes da Costa, n. cerca de 1247. 1.2.1.?Martim Domingues da Costa, clérigo, que a 4.2.1320 testemunha uma apelação do abade de Arouca contra o bispo de Lamego. 1.3. ?Martim Anes da Costa, n. cerca de 1250, que terá vivido na Beira Alta, onde foi herdado. 1.3.1.?Lourenço Martins da Costa, n. cerca de 1285, escudeiro, que em 1343 era aio de Vasco Martins da Cunha, senhor de Tábua, já órfão e ainda menor. 1.3.2.?Pedro da Costa, n. cerca de 1290, senhor de Lusinde (Penalva do Castelo) e vassalo de D. Afonso IV e D. Pedro I. Foi fidalgo principal e viveu na cidade de Viseu. Deve ser o Pedro da Costa que aparece várias vezes na chancelaria de D.Afonso IV como procurador de vários mosteiros, sobretudo da Beira, no recurso que fizeram para o rei das decisões das inquirições feitas sobre as jurisdições das honras e coutos, funcionando mais como juiz, uma vez que o rei sempre acatava as decisões que, a par com o procurador real, iam tomando sobre esses recursos. E ainda o Pedro da Costa que foi procurador do bispo de Lamego na demanda com a Câmara de Vila Real sobre o senhorio de Canelas, em Poiares, que venceu por sentença da rainha D. Beatriz de 12.9.1338. C. cerca de 1323 c. Maria Anes do Amaral, filha de João Lourenço do Amaral, senhor da honra de Amaral e do souto de Lourosa, mordomo-mor de D. Afonso IV, e de sua mulher D. Maria Fernandes Barrantes, dama da rainha Stª Isabel. 1.3.2.1. ?Gonçalo Pires da Costa, vassalo de D. Fernando I, que o fez alcaide-mor de Mourão. Pode ser o Gonçalo da Costa, cavaleiro, que em 1365 aparece na lista dos padroeiros de Grijó, sem indicação de mulher ou filhos, apesar de o direito lhe vir certamente pela mulher, o que contudo não é, ao contrário do que aparentemente é habitual nestes casos. Mas como é o único Costa que aparece na lista, é de supor que não seria por direito próprio. De resto, também acontece que, noutros casos em que o direito vem claramente pela mãe ou pela mulher, isso não é referido na antedita lista. Acresce que o de o filho que lhe propomos já teria nascido em 1365, mas podia ser natural ou de outro casamento. Gonçalo (Pires) da Costa parece pai de: 1.3.2.1.1.?Diogo Gonçalves da Costa, que seguiu a rainha D. Beatriz, pelo que o mestre de Avis a 9.10.1384 doou a Afonso Domingues, «vedor dos fectos do seu studo», todos os bens móveis e de raiz que no reino tinha Diogo Gonçalves da Costa, «o qual os perdeo por deserujço que fez ao dicto senhor e regnos». 1.3.2.2. Pedro Anes da Costa, n. cerca de 1326, vassalo de D. Fernando e D. João I (aparece em vários documentos como «Vassalo d’El Rei»), foi senhor de Lusinde (Penalva do Castelo), etc. A este ou seu filho homónimo o Cabido da Sé de Viseu emprazou a quinta ou «possessão» de Stº Estêvão (Abravezes). N. cerca de 1326 e fal. depois de 1381. Casou a 1º vez cerca de 1374 com Isabel Pires Homem (a), n. cerca de 1350, filha do cavaleiro Pedro Homem e neta de João Pires Homem, senhor de Canelas, Lajeosa, etc., e de sua mulher Aldonça Nunes, senhora de Bordonhos. Casou a 2ª vez cerca de 1380 com sua prima Maria Anes do Amaral (b), «a Escassa», n. cerca de 1346 e que ainda vivia em Lajeosa a 8.8.1443, data em que faz e assina uma procuração, portanto com quase 100 anos de idade. Este Maria Anes tinha casado a 1ª vez cerca de 1365 com Nuno Gonçalves Homem, alcaide-mor de Trancoso (1.5.1367), morgado de Lajeosa, etc., com geração nestes morgados. O seu 2º casamento com seu primo Pedro Anes da Costa resulta como corolário de um conjunto de factos a que poderíamos chamar provas circunstanciais. Desde logo, o facto de o próprio cardeal D. Luiz do Amaral, que nas genealogias aparece como filho de Pedro da Costa e de sua mulher Maria Anes do Amaral, se dizer irmão de Pedro e João Nunes Homem e primo do camareiro-mor Fernão de Sá. Por outro lado, o facto de as genealogias e as justificações de nobreza de seus descendentes darem Maria Anes da Costa (a que também chamam do Amaral), casada com Fernão Álvares Cardoso, alcaide-mor de Celorico da Beira, como irmã do dito cardeal D. Luiz do Amaral. Significativa, por último, é a habitual confusão de Gaio, que dá a mulher de Fernão Álvares Cardoso como filha de Pedro da Costa e de sua mulher Maria Anes do Amaral, quando se sabe documentalmente que era filha dele e de sua 1ª mulher Isabel Pires Homem. Em suma, com este 2º casamento entre Pedro Anes da Costa e Maria Anes do Amaral, fica resolvida a questão: os Homens da Lajeosa eram meios-irmãos do cardeal D. Luiz do Amaral e este era meio-irmão de Maria Anes da Costa casada com Fernão Álvares Cardoso. A esta solução, em tudo o resto conforme os factos e a cronologia, pode no entanto apontar-se que o testamento do bispo de Viseu D. João Homem, feito a 1.2.1421, parece dar a entender que seu sobrinho Nuno Gonçalves Homem ainda estaria vivo, o que evidentemente impede que sua mulher tivesse casado 2ª vez ou, pelo menos, que fosse, com Pedro da Costa, mãe do cardeal D. Luiz do Amaral. Penso, contudo, que a referência feita no testamento ao casal Nuno Gonçalves e Maria Anes não pressupõe que ele ainda estivesse vivo. Além de que, tendo D. João Homem nessa altura cerca de 80 anos de idade, pode ser que a redacção do testamento em causa tivesse já sido copiada de um anterior a 1380. 1.3.2.2.1. (a) Maria Anes da Costa, n. cerca de 1376 em Viseu. Casou a 1ª vez cerca de 1400 com Gonçalo Fernandes de Gouveia (a), fidalgo das Casas de D. Fernando I e D. João I, que foi senhor de Stª Eufémia da Matança (freguesia que então pertencia a Trancoso e hoje a Fornos de Algôdres), etc., n. cerca de 1366 e fal. cerca de 1413. Confundindo-o com seu pai, Alão diz que o filho sucessor deste foi «fidalgo de grande Casa no tempo de D. João I», enquanto Gaio, explicando o nome de Stª Eufémia da Matança, diz que ele travou aí, em apoio do mestre de Avis, uma sangrenta batalha, que venceu, contra um exército do rei D. João I de Castela. Estes acontecimentos, que teriam de suceder o mais tardar até 1390, não podiam ter como protagonista o filho mas sim este Gonçalo Fernandes de Gouveia, que só podia ser filho de Vasco Fernandes de Gouveia, o Velho, senhor de Gouveia e Comeal das Donas, alcaide-mor de Castelo Rodrigo, etc., falecido em 1385, sendo este Vasco irmão de Nuno Fernandes de Bobadela, senhor e alcaide-mor do castelo de Gouveia (10.9.1357, confirmado por D. Fernando), ambos filhos de Fernão Nunes de Bobadela, senhor de Gouveia e alcaide-mor do seu castelo, e de sua mulher Beatriz de Mello, filha herdeira de Rui Vaz de Mello, senhor de Gouveia, e de sua mulher Aldonça Pires de Castro, casal que origina as armas dos Gouveia, justamente partidas de Mello e Castro. Este Gonçalo Fernandes de Gouveia era assim irmão mais novo de Vasco Fernandes de Gouveia, «o Moço», capitão-general da Beira no reinado de D. João I, senhor de juro e herdade de Almendra e alcaide-mor de Castelo Rodrigo e senhor dos seus direitos reais (30.9.1385), «guarda dos portos» de Castelo Rodrigo e Almeida, senhor do couto de Comeal das Donas, nascido cerca de 1365 e falecido em 1434. E tio paterno do Nuno Fernandes de Gouveia, que Alão confunde com este Gonçalo Fernandes, que casou com Aldonça Vaz Cardoso. Maria Anes da Costa casou a 2ª vez cerca de 1415 com Fernão Álvares Cardoso (b), escudeiro e cavaleiro do infante D. Henrique, que foi alcaide-mor de Celorico da Beira e sucedeu como senhor dos Coutos de Rio de Asnes, onde ainda vivia em 1460. Dado que seu irmão Vasco Paes Cardoso teve o prazo da «possessão» dos Coutos, que não aparece na sua descendência, Fernão Álvares talvez lhe tenha sucedido, se bem que as propriedades e «senhorio» que esta família tinha nos Coutos pareçam ser muito mais vastos do que o prazo. N. cerca de 1389 e vivia em Lamego cerca de 1415, quando lhe nasce o filho mais velho. Gaio diz que depois de viúvo foi deão da Sé de Évora e bispo eleito de Viseu. Na verdade, pode ter enviuvado cedo, pois sua mulher era cerca de 10 anos mais velha do que ele e até pode ter falecido na sequência do parto do segundo filho, cerca de 1417. De resto, é bem possível que Fernão Álvares tivesse sucedido a seu tio homónimo, o que era vulgar na época, como deão da Sé de Évora. Como bispo de Viseu não consta, mas pode ter sido deão e vigário-geral do bispado quando seu cunhado D.Luiz do Amaral foi bispo de Viseu (1426) e seu substituto quando este foi enviado por D. João II ao Concílio de Basileia (1432). Pode mesmo ter sido eleito para lhe suceder e exercido em Sé vacante, entre 1438, data em que D. Luiz é deposto, e 1440, data em que se sabe que o sucessor D. Luiz Coutinho ainda não tinha entrado na posse do bispado por lho impedir o infante D. Pedro, que talvez, ainda que ilegitimamente, tivesse mesmo chegado a nomear bispo este Fernão, seu vassalo. 1.3.2.2.1.1.(a) Gomes Gonçalves da Costa de Gouveia, n. cerca de 1401, fidalgo das Casas de D. João I, D.Duarte e D. Afonso V, que sucedeu como senhor de Stª Eufémia da Matança. Aparecendo normalmente apenas como Gomes Gonçalves da Costa, surge em várias genealogias (nomeadamente numa escrita no início do séc. XVII pelo doutor Luiz Ferreira de Azevedo) como Gomes Gonçalves da Costa de Gouveia, nome a que, pelo menos, certamente teria direito, pois seu filho teve carta de brasão de armas para Gouveia (em pleno, com diferença), dizendo-se aí expressamente que descendia desta linhagem por varonia. Casou cerca de 1447 com sua prima Genebra Anes de Gouveia, n. cerca de 1420, que uma certidão do cronista-mor do reino e guarda-mor da Torre do Tombo, o já citado doutor Luiz Ferreira de Azevedo, aposentado em 1612, diz filha de João de Gouveia, escudeiro e «criado» d’el rei, senhor de juro e herdade (1434) de Gouveia, Castelo Rodrigo, Castelo Bom, Castelo Melhor, Valhelhas, Almendra e Comeal, alcaide-mor de Castelo Rodrigo e Almeida, coudel destas vilas (31.10.1443), etc., de sua mulher Leonor Gonçalves, casados cerca de 1.2.1434, data em que D. Duarte lhes dá em dote 1.000 coroas de ouro, passadas a uma tença anual de 375.000 libras, o que é confirmado por D. Afonso V a 1.4.1439. Contudo, Luiz de Mello Vaz de São Payo põe em dúvida esta filiação (salvo se bastarda), e sugere esta Genebra como filha de um tio paterno daquele João de Gouveia, também chamado João (Fernandes) de Gouveia, filho de Vasco Fernandes de Gouveia, o Velho, referido acima, este falecido cerca de 1385, data em que lhe sucede seu filho Vasco Fernandes de Gouveia, o Moço, senhor de Comeal das Donas, capitão-general da Beira no reinado de D. João I, alcaide-mor de Castelo Rodrigo e de vários bens de raiz no seu termo (30.9.1385), senhor de juro e herdade de Almendra e dos direitos reais de Castelo Melhor e seus termos (30.9.1385), bem como de todas as rendas que a coroa aí tinha (16.11.1394), senhor de juro e herdade de Valhelhas com todas as suas rendas (14.7.1423), etc. O João de Gouveia que LSP propõe para pai de Genebra Anes deve assim ser o João de Gouveia, escudeiro d’el rei, que a 10.4.1439 teve mercê de D. Afonso V para o cargo de guardião dos portos de Castelo Rodrigo e Almeida, concedendo-lhe licença para poder colocar pessoas que ele entender que são pertencentes para o dito ofício, uma vez que este não deve ser seu sobrinho homónimo, que nesta data já era senhor e alcaide-mor de Castelo Rodrigo. E o João de Gouveia que a 14.8.1441 foi substituído no cargo de coudel de Almeida. Falta no entanto saber quem seria sua mulher, cuja identificação parece fundamental, porque julgo que é através dela que vem o senhorio de Papízios (Currelos), que Genebra Anes herdou e por ela seu filho Gonçalo da Costa de Gouveia, que sabemos documentalmente que tinha o dito senhorio. Sabemos, por outro lado, que Papízios não foi doação do rei, não só porque não existe registo dessa doação, mas sobretudo porque ali a coroa não possuía nem nunca possuiu nada. Todas as inquirições são unânimes em dizer que Papízios era toda de fidalgos e lá não entrava o mordomo do rei. Pelo que Gonçalo da Costa certamente teve Papízios por descender dos fidalgos que a possuíam cerca de um século antes, portanto talvez os avós daquela desconhecida mulher de João de Gouveia. 1.3.2.2.1.1.1. Inez Gonçalves da Costa, n. cerca de 1448 e casada cerca de 1471 com Filipe da Grã, vedor da fazenda do infante D. Pedro, com quem esteve em Alfarrobeira (1449), fugindo depois para a Borgonha, onde se acolheu à protecção da duquesa D. Isabel, só regressando a Portugal cerca de 1471. 1.3.2.2.1.1.1.1. Bernardo da Costa de Gouveia, que estudou em Paris e Salamanca com seu primo Diogo de Gouveia, o célebre humanista que na Universidade de Paris dirigiu o Colégio de Stª Bárbara (1520). 1.3.2.2.1.1.2. Gonçalo da Costa de Gouveia, fidalgo da Casa Real, que sucedeu como senhor de Stª Eufémia de Matanças e foi senhor de Papízios, então no concelho de Currelos, depois no de Oliveira do Conde e hoje uma freguesia do concelho de Carregal do Sal (Viseu). N. cerca de 1449 e ainda vivia, em Gouveia, a 6.8.1529, data em que D. Manuel I lhe confirma o seu brasão de armas (Gouveia em pleno, com uma merleta por diferença). Ainda escudeiro da Casa de D. Afonso V, como Gonçalo de Gouveia, foi empossado, por carta deste rei de 15.9.1473, no rendoso lugar de escrivão do armazém real da cidade de Tânger e dos Algarves. Alão e Gaio dizem que foi senhor de muitos lugares na Beira e que esteve com muitos parentes na batalha de Toro (1476), nas campanhas do Norte de África e na guerra que «perdeu D. Pedro Rei de Aragão» (filho do nosso infante-regente D. Pedro), onde ficou preso e donde depois foi remido. Existe deste Gonçalo da Costa de Gouveia uma «carta de privilégios aos moradores do seu lugar de Papízios» de 1.8.1502, onde se pode constatar a opulência deste fidalgo, que se propõe fazer ali uma povoação, obrigando-se a gastar nas edificações necessárias a elevadíssima soma de 200.000 reais, em troca de certos privilégios «para a sua pessoa e para seus sucessores e assim os que na dita povoação morarem». As razões apontadas por Gonçalo da Costa para criar essa póvoa (hoje Póvoa de Arnosa) são por ele explicadas no dito documento: «Junto da dita Póvoa vai uma grande estrada por onde se vai para muitas partes, a qual vai por terra despovoada em três léguas, na qual mataram e roubaram muitos homens (...) e o povo recebera muitos danos». Gonçalo da Costa de Gouveia casou cerca de 1483 com Catarina da Fonseca, n. cerca de 1466, proprietária em Figueiró da Granja (Fornos de Algôdres), que julgo filha de D. Ozorio da Fonseca, que já era prior do mosteiro de Folques quando em 1482 recebeu ordens de subdiácono, filho de Álvaro Ozorio, senhor de Figueiró da Granja, fal. em 1500, e de sua mulher Beatriz Monteiro. Este Álvaro Ozorio, sendo escudeiro da Casa Real e morador em Coja, teve a 10.2.1460, com sua sogra, privilégio real de isenção de pousada nas suas casas de Arganil. Era irmão, entre outros, de Ozorio Dias, que recebeu ordens menores em 1446 e era escudeiro do bispo de Viseu quando a 8.3.1500 teve mercê real de bens de raiz até 20.000 reais. Ambos filhos de Ozorio Dias, senhor de Figueiró da Granja (Algôdres) e de Stª Eufémia e Vieiro (Pinhel), etc., e de sua mulher Beatriz da Fonseca. Este Ozorio Dias era filho de Diogo Ozorio, alcaide-mor de Trancoso, senhor de Figueiró da Granja (Algôdres) e de Stª Eufémia e Vieiro (Pinhel), etc., e de sua mulher Usenda Pires Homem. Aquela Beatriz da Fonseca era filha de Afonso Vasques da Fonseca, alcaide-mor de Marialva, Moreira e Sabugal, que está sepultado na matriz de Trancoso, e de sua mulher Mécia Lopes Pacheco. Afonso Vaz da Fonseca, n. cerca de 1378, era (segundo a indicação de seu neto) filho bastardo de Vasco Fernandes Coutinho, senhor de Leomil, alcaide-mor de Marialva, etc., que faleceu em 1384 e deixou entregue este Afonso a seu filho mais velho Gonçalo Vaz Coutinho, facto que só por si demonstra que Afonso era bastardo, pois a mulher de Vasco Fernandes, a celebrada Beatriz Gonçalves de Moura, sobreviveu muitos anos ao marido. 1.3.2.2.1.1.2.1. Catarina da Costa, n. cerca de 1484, que sucedeu a sua mãe nos bens de Figueiró da Granja (Fornos de Algôdres) e de seu pai foi muito herdada em Papízios. Casou cerca de 1501 com Francisco de Soveral, n. em Viseu cerca de 1457, cavaleiro fidalgo da Casa de D. Manuel I (pelo menos desde 1511) e cavaleiro da Ordem de Santiago (1501), que esteve no Norte de África, nomeadamente como capitão em Arzila no tempo do governador D. João de Menezes. Damião de Góis menciona-o quando descreve o ataque a Alcácer-Quibir (1503). Foi depois almoxarife da praça de Arzila (1511 e 1513). Antes de entrar para a Casa Real foi cavaleiro da Casa do conde de Borba, como aparece a 12.8.1500 quando é feito cavaleiro da Ordem de Santiago, sendo registado no livro de matrículas da Ordem de Santiago a 25.9.1501. A 6.4.1502, sendo referido como cavaleiro da Ordem de Santiago, testemunha num contracto do conde de Redondo. Fal. cerca de 15.10.1516, data em que Diogo Fernandes de Abreu teve uma tença anual de 6.000 reais que tinha Francisco de Soveral, falecido. C.g. conhecida. 1.3.2.2.1.1.2.2. Pedro da Costa de Gouveia, que sucedeu a seu pai como 3º senhor de Papízios e senhor de Stª Eufémia da Matança, bens de raiz e não senhorios da coroa, e teve muitos outros bens em todo o concelho de Currelos. N. cerca de 1485 e é recorrente dizer-se (vide «Novos elementos para o estudo da grande família dos Gouveias humanistas», 1965, de António Pedro de Sousa Leite, in Boletim da Academia Portuguesa de Ex-Libris, nºs 31 a 34) que estudou em Paris, licenciou-se em Cânones e foi desembargador da Casa da Suplicação. Mas não o documento como tal, devendo ser confusão com seu parente o licenciado Pedro de Gouveia, que foi desembargador e chanceler-mor de D. Manuel I. Este Pedro da Costa casou com sua prima Isabel de Andrade Cabral, senhora da casa de Canedo, em S. Pedro de Espinho (Mangualde), e aí co-padroeira da igreja de S. Pedro, filha (legitimada por carta de real de 1533) do senhor de Belmonte João Fernandes Cabral e sobrinha do celebrado descobridor do Brasil Pedro Álvares Cabral. C.g. conhecida. 1.3.2.2.1.1.2.3. João da Costa de Gouveia, que casou com Isabel Rodrigues Portella, filha de Rui Portella, cavaleiro fidalgo da Casa Real. Destes foi filho Diogo Rodrigues Portella de Gouveia, cavaleiro fidalgo da Casa Real, juiz dos órfãos de Barcelos, que casou com sua prima Catarina Dias de Gouveia, c.g. nos Gouveia de Barcelos e entre eles o celebrado genealogista Felgueiras Gaio. 1.3.2.2.1.1.2.4.Veríssimo da Costa da Fonseca, que julgo progenitor dos Costa de Currelos e talvez também dos Fonseca de Papízios. Alão chama-lhe Faustino e diz que serviu na Índia. 1.3.2.2.1.1.2.5. ?Francisco da Costa de Gouveia, contador e recebedor das sisas de Stª Marinha (CJIII, 5, 84v e 85v). 1.3.2.2.1.1.3. ?Estêvão da Costa, cónego da Sé de Coimbra, que julgo filho de Gomes Gonçalves. A 10.6.1480 é legitimado por carta real Vasco da Costa, filho de Estêvão da Costa, meio cónego da Sé de Coimbra, e de Maria Anes, mulher solteira, a pedido de seu pai, que já o legitimara por instrumento público de 16 de Maio de 1480. 1.3.2.2.1.1.3.1. (N) Vasco da Costa, legitimado por carta real de 10.6.1480, como ficou dito. 1.3.2.2.1.1.4. ?Isabel Gonçalves da Costa, que casou cerca de 1468 com Martim Rodrigues de Lemos, n. cerca de 1410, que refiro no seu Ensaio sobre a origem dos Lemos portugueses. Alão diz que viveu na Beira e Gaio acrescenta que foi comendador de S. Vicente da Beira. 1.3.2.2.1.1.4.1. Andreza Rodrigues da Costa, segundo Alão, que a diz casada com Sebastião Nunes Frazão. Gaio acrescenta que este Sebastião Nunes foi cavaleiro da Ordem de Cristo e que foram pais, nomeadamente, de Simão da Costa, que casou com Catarina da Costa, filha de Gaspar da Costa, deão da Sé do Porto, dos de Alpedrinha, sendo pais de Sebastião e Bartolomeu da Costa, ambos tesoureiros-mores da Sé de Lisboa. Alão dá aquele Simão como filho de uma terceira filha de Martim Rodrigues de Lemos, que não nomeia. Segundo algumas genealogias, aquele Sebastião Nunes Frazão seria bisneto de um Rui Frazão, alcaide-mor de Alcanede. A verdade é que a 26.7.1466 D. Afonso V perdoou a justiça régia a Afonso Vasques, morador em Alqueidão do Mato, termo de Alcanede, acusado de ter pecado na lei do casamento com Catarina Martins, mulher de Rui Frazão, alcaide (não diz mor) do dito lugar, tendo pago 1.500 reais para a Piedade, mediante o perdão das partes. 1.3.2.2.1.1.4.2. D. Isabel Rodrigues da Costa, nascida cerca de 1470 e fal. viúva depois de 6.2.1514. Alão chama-lhe erradamente Mécia. Como D. Isabel Rodrigues, viúva de Pedro da Costa, fidalgo da Casa Real, a 11.10.1513, sendo então moradora na vila de Tomar, fez procuração a seu filho Gaspar da Costa em todas as suas coisas e especialmente em um concerto que faz com seus enteados. E a 6.2.1514 Isabel Rodrigues, dona viúva, mulher que foi de Pedro da Costa, passou recibo em como recebeu de Diogo Fernandes Cabral 3.150 reais dos 5.000 que lhe são devidos. Foi portanto 2ª mulher de Pedro da Costa Cabral, fidalgo da Casa Real, senhor da quinta de Ninho de Açor, já falecido em 1513. C.g. que refiro no meu Ensaio sobre a origem dos Lemos portugueses. 1.3.2.2.1.1.4.3. Mécia Rodrigues da Costa, nascida cerca de 1472, que segundo as genealogias já estava viúva em 1517, ano em que D. Manuel I lhe fez mercê da administração da capela na Igreja de Stº André de Pinhel que tivera seu marido Pedro Cocho. O que se confirma, pois a 4.9.1504 D. Manuel I fez a Pedro Cocho, escudeiro na vila de S. Vicente da Beira, cunhado de Álvaro da Costa, cavaleiro da sua Casa, mercê da administração de uma capela instituída em Pinhel por Martim Guarda, Dinis Guarda e Maria Guarda, falecidos, tal como tinha seu irmão, Diogo Rodrigues do Cocho, escudeiro da sua Casa, falecido. Mercê concedida em virtude de um alvará feito em Lisboa a 1.3.1504, por Vicente Carneiro (CMI, 22, 21). 1.3.2.2.1.1.4.4. D. Álvaro da Costa, nascido cerca de 1474 e falecido antes de 21.10.1540, que teve o título de Dom (entre 1520 e 1524), foi fidalgo do Conselho (1520), criado e feitor de D. Manuel I e depois seu guarda-roupa (pelo menos desde 1507), camareiro e guarda-roupa (1512) e armador-mor (1515), comendador de S. Vicente da Beira na Ordem de Cristo (1515), etc. Faleceu antes de 21.10.1540, data em que D. João III mandou o recebedor das sisas de S. Vicente da Beira pagar a Gaspar da Costa, seu sobrinho, tudo o que D. Álvaro da Costa tinha vencido dos 100.000 reais de tença, para o dar a seus herdeiros. A 26.3.1507 D. Manuel I mandou que se entregue a Álvaro da Costa, seu guarda-roupa, certos côvados de cetim e chamalote para gastos do mesmo guarda-roupa. A 22.5.1512 o mesmo rei manda que seus contadores levem em conta e despesa a Luiz de Góis de 14.000 reais por outros tantos que lhe deve Álvaro da Costa, seu camareiro. A 19.4.1513 manda o feitor da Casa da Índia entregar a João Francisco o que cabia a Álvaro da Costa haver de 200 cruzados que Lourenço Moreno lhe levou para a Índia. A 30.4.1515 Álvaro da Costa, fidalgo da Casa Real, guarda-roupa e camareiro de D. Manuel I, teve provisão parta receber 20.000 reais de tença com o hábito. E a 30.4.1515 teve provisão para receber 35.000 reais, a saber: 20.000 reais graciosos e 15.000 reais com o cargo de armador-mor. A 11.7.1520 Álvaro da Costa, do Conselho do rei, seu camareiro e guarda roupa, teve provisão para receber 11 moios de trigo de suas tenças. A 10.2.1524 D. Isabel, filha de D.Álvaro da Costa, do Conselho de D. João III, teve provisão para receber 180.000 reais para ajuda de seu casamento. E a 26 de Junho do mesmo ano D. Álvaro da Costa teve provisão para receber 4.000 reais de graça separada. A 21.11.1524 D. Álvaro da Costa passou procuração a Sebastião Gonçalves para receber do recebedor das sisas das carnes de Lisboa 50.000 reais de tença; e bem assim para o mesmo receber do almoxarife da portagem e do ramo dos vinhos 50.000 reais, que seu filho D. Duarte ali tem assentados por carta geral. A 27.4.1525 D. Gil Eanes, procurador de D. Álvaro da Costa, seu pai, declarou que recebeu do almoxarife da Portagem de Lisboa, Vasco Gomes de Baltazar, 20.000 reais, à conta do que na dita portagem tem. A 14.7.1527 D.Álvaro da Costa dá poder a Álvaro do Tojal para por ele receber do almoxarife da portagem 50.000 reais de tença. A 20.2.1530 o cardeal-infante quitou a D. Beatriz de Paiva, mulher de D. Álvaro da Costa, a pensão e foro do seu Casal da Reboleira. Já tinha fal. a 21.10.1540 , quando D. João III manda o recebedor das sisas de S. Vicente da Beira pagar a Gaspar da Costa tudo o que D. Álvaro da Costa tinha vencido dos 100.000 reais de tença, para este o dar a seus herdeiros, conforme ficou dito acima. A 31.8.1591 Francisco Barreto de Lima Pereira fez uma memória para o rei sobre o filhamento de D. Duarte da Costa, filho natural de D. Álvaro da Costa, e o aumento dos outros. D. Álvaro da Costa casou com D. Beatriz de Paiva, ama de leite de D. João III, irmã de Bartolomeu de Paiva, fidalgo do Conselho e vedor das obras do reino, que deve já ser o Bartolomeu de Paiva que a 30.7.1492 teve de D. João II a doação de um engenho na ilha da Madeira, e é o Bartolomeu de Paiva, amo e camareiro de D. João III e do seu Conselho, que a 18.7.1533 teve a seu favor uma sentença cível sobre a administração da capela instituída por Martim Anes Rebouça e sua mulher Margarida Tereja, na igreja de Stª Mª de Almonda, termo de Santarém, na acção que lhe foi movida por Simão de Faria, fidalgo da Casa Real. C.g. conhecida, nomeadamente nos condes de Soure. 1.3.2.2.1.2. (a) D. João da Costa, bispo de Lamego (1448-63) e prior de Stª Cruz de Coimbra. A 11.12.1454 D.Afonso V privilegia D. João da Costa, bispo de Lamego, isentando os caseiros, lavradores, mordomos ou apaniguados que trabalhem numa sua quinta ou casa, do pagamento de diversos impostos ao concelho, de ser besteiro do conto, de ter cavalo, bem como de outros encargos. A 29.9.1472 D. Afonso V confirma carta de privilégio a D. João da Costa, bispo da Igreja Universal, prior do mosteiro de Stª Cruz de Coimbra, a seu pedido, pela qual os caseiros, lavradores e mordomos do dito mosteiro estavam isentos de servirem nas obras dos muros e castelos da dita cidade. Já tinha fal. a 28.9.1475, quando D. Afonso V doa vitaliciamente a D. João Galvão, bispo de Coimbra, conde de Arganil, umas casas na vila de Leiria que D. João da Costa, prior do mosteiro de Santa Cruz, tinha deixado ao dito mosteiro, passando as casas por morte do bispo, para o mosteiro. Deve ser o João da Costa, clérigo do infante D. Pedro, que a 21.6.1441 foi apresentado pela coroa como abade de S. João da Castanheira e a 8.9.1441 de Santiago da Torre. E o que a 12.10.1445, já como cobicolário do Papa e chanceler-mor da rainha D. Isabel, teve uma tença anual de 14.000 reais de prata enquanto exercesse os cargos de requeredor e procurador dos feitos régios junto da corte do Santo Padre. 1.3.2.2.1.3. (a) João Fernandes de Gouveia, cavaleiro, n. cerca de 1405, que as cartas de armas de seus bisnetos dizem que foi fidalgo muito honrado e irmão do bispo D. João da Costa. Nestas cartas aparece em duas como João Rodrigues da Costa e noutra como João Fernandes da Costa. Mas o nome seria como vai e deve ser o João Fernandes de Gouveia referido em 1462 nos livros de Recebimentos do Cabido de Viseu. Chamou-se assim João, como o irmão bispo. O uso do mesmo nome teria ficado a dever-se ao facto de usarem apelidos diferentes? Ou o bispo não era João, e adoptou este nome religioso, como acontece noutros casos nesta época? João Fernandes de Gouveia casou cerca de 1430 com Filipa Nunes Homem, irmã da morgada de Lajeosa Isabel Nunes Homem. 1.3.2.2.1.3.1. Diogo Fernandes da Costa Homem, a quem a carta de armas do neto não indica mulher. 1.3.2.2.1.3.1.1. Luiz Fernandes da Costa, que não sei se casou (a carta de armas do filho não lhe indica mulher). Terá vivido em S. Miguel, onde moravam seus filhos. Foi pai de: 1) Baltazar da Costa, morador na ilha de S. Miguel, que a 16.5.1538 teve carta de armas para Costa e Homem, esquartelados, com uma merleta de prata por diferença; 2) Manuel da Costa Homem, morador na ilha de S. Miguel, que a 7.4.1552 teve carta de armas para Costa e Homem, igual à de seu irmão, mas com uma flor de lis de ouro por diferença; 3) D. Diogo da Costa, bispo de Lamego e prior de Santa Cruz de Coimbra, segundo Gaio. 1.3.2.2.1.3.2. Branca Nunes da Costa Homem, n. cerca de 1435, que consta com este nome na carta de armas de um de seus netos, embora nas cartas de armas do outro já venha como Leonor Nunes da Costa Homem. Casou com Luiz Gonçalves Ribeiro, senhor do paço de Samorim. Este Luiz Gonçalves Ribeiro teve a 19.6.1478 sentença de composição com o Cabido de Viseu para pagar 30 reais de censo por uma casas emprazadas na rua de Cimo de Vila. Era filho de Nuno Gonçalves Ribeiro. Alão diz que Luiz Gonçalves Ribeiro era filho de um abade de Barreiro. Julgo é que seu pai Nuno Gonçalves é que era filho do cónego da Sé de Viseu Gonçalo Ribeiro, com testamento de 9.2.1473, a quem o Cabido, ainda ele era apenas meio-cónego, emprazou a 2.8.1415 uns pardieiros na cidade. Este Gonçalo devia ser irmão de Fernão Vasques Ribeiro, a quem o Cabido emprazou em 1450 as quintas de Baiões, Figueirosa, Vila Verde e Serrazes, todas no termo de Lafões. Devendo ambos ser filhos do Vasco Esteves Ribeiro que faleceu em Viseu com testamento de 30.6.1428. 1.3.2.2.1.3.2.1.Nuno Gonçalves Ribeiro Homem, que Alão diz que sucedeu no paço de Samorim e casou em Vouzela com sua prima Filipa da Costa, c.g. nos senhores do no paço de Samorim. 1.3.2.2.1.3.2.2. João Nunes da Costa Homem, a quem a carta de armas dos filhos não indica mulher. Foi pai de: 1) Diogo Nunes da Costa Ribeiro, que teve carta de armas a 4.12.1544 para Ribeiro, Costa e Homem, esquartelada, com Ribeiro no 1º e 4º, tendo por diferença uma flor de lis, metade verde e metade prata; 2) António da Costa Ribeiro, que a 17.9.1545 teve carta de armas como a de seu irmão, mas com uma merleta de ouro por diferença 1.3.2.2.1.3.2.3. Catarina Nunes Ribeiro, n. cerca de 1468, que foi 3ª mulher do 5º senhor de Algôdres Luiz de Cáceres, s.g. 1.3.2.2.1.3.2.4.?António Ribeiro, que foi abade de uma igreja em Évora, que esteve em Roma ao serviço do Cabido de Viseu, a quem, no regresso, por carta de 25.9.1531, pede para retomar a sua igreja de Évora. Talvez se trate do António Ribeiro que foi arcediago da Sé de Viseu e teve um filho natural, Diogo Gomes, que casou a 8.2.1597 em Viseu com Catarina Gonçalves. 1.3.2.2.1.3.3. João Nunes da Costa, n. cerca de 1436, documentado em quatro escrituras de 1499, referidas por Manuel Botelho. Deve ser o João Nunes da Costa que Alão diz erradamente que foi pai da Aldonça Vaz Cardoso, casada com Nuno Fernandes de Gouveia. 1.3.2.2.1.3.3.1.Diogo Nunes da Costa, n. cerca de 1460 e fal. em 1517, escudeiro da Casa Real, meirinho da correição da comarca da Beira e Riba Côa, etc., que teve carta de privilégio de fidalgo (23.6.1501). Embora se afirme que este Diogo Nunes era galego, o que dificilmente se adequa ao seu perfil, em Manuel Botelho vem como filho de João Nunes da Costa, irmão de Branca Nunes da Costa mulher de Luiz Gonçalves Ribeiro, cavaleiro de Samorim. Casou com sua prima Filipa da Costa Homem, referida adiante, c.g. conhecida. 1.3.2.2.1.3.3.2.?(L) Beatriz da Costa, legitimada por carta real com filha de João Nunes da Costa, que julgo ser este (Chancelaria de D. Manuel I, 3 de Legitimações de Leitura Nova, 172). 1.3.2.2.1.3.4. ?Fernão Nunes da Costa, n. cerca de 1434, que Alão diz irmão de João Nunes da Costa, acrescentando que viveu no Quintal, em Besteiros, e foi pai de outro Fernão Nunes da Costa, que o mesmo autor diz ter casado em Fráguas e sido pai da Violante que segue. A cronologia, contudo, indicia tratar-se do mesmo Fernão, que terá vivido no Quintal e casado com a herdeira da vizinha quinta de Fráguas. 1.3.2.2.1.3.4.1.Violante Nunes da Costa, senhora da quinta de Fráguas, n. cerca de 1465 e ainda vivia em 1530. Casou com Gonçalo Pires, o da Bandeira na batalha de Toro, escudeiro fidalgo da Casa Real, que a 7.8.1484 teve carta de privilégio e foi juiz dos órfãos de Besteiros. C.g. conhecida. 1.3.2.2.1.3.5. ?Bernardo Anes da Costa, cavaleiro fidalgo e cidadão nobre da governança de Viseu, sendo nomeadamente vereador do Senado da Câmara pela Nobreza entre 1511 e 1521. 1.3.2.2.1.4. (a) Pedro da Costa, n. cerca de 1406, corregedor de Além Douro e regedor da Casa do infante D.Pedro, que parece ser o homónimo que foi desembargador da Casa da Suplicação. A 4.10.1471 D.Afonso V nomeia Guilherme Dias, criado de Pedro da Costa, seu desembargador, para o cargo de porteiro das audiências perante Amadeu Vasques, cavaleiro régio, juiz da alfândega da cidade de Lisboa, em substituição de Vasco Rodrigues, que morrera. A 14.3.1475 D. Afonso V nomeia Diogo Vasques, morador na vila de Alenquer, para os cargos de tabelião das notas, juiz e contador dos [resíduos e feitos] que pertencem à Rendição dos Cativos, e contador dos órfãos na dita vila e seu termo, em substituição de João Lopes, criado de Pedro da Costa, desembargador da Casa da Suplicação, que renunciara. 1.3.2.2.1.5. (a) Álvaro da Costa, segundo Alão. 1.3.2.2.1.6. (b) Dr. Lopo Álvares Cardoso, que sucedeu como senhor dos Coutos de Rio de Asnes, foi fidalgo da Casa do infante-regente D. Pedro e aio do condestável D. Pedro, seu filho, e depois das Casas de D. Afonso V e D. João II. N. em Lamego cerca de 1415, licenciou-se em Cânones pela Universidade de Lisboa e foi ouvidor das terras do dito D. Pedro, o condestável que veio a ser rei de Aragão (1465). Em 1480 vivia na Rua Direita, em Viseu, cidade onde foi um dos principais fidalgos, sendo várias vezes presidente do Senado e procurador do bispo D. João Gomes de Abreu. Sendo referido apenas como Licenciado Lopo Álvares, e já com sua 2ª mulher Isabel de Figueiredo, recebeu do Cabido de Viseu a 7.9.1458 o prazo da «possessão» das Lájeas, a par do Carvalhal, e 31.7.1459 o prazo de certos casais, vinhas, casas, herdades e chãos. Ainda vivia em 1500, quando seu escudeiro João Coelho é vereador do Senado da Câmara de Viseu. Casou a 1ª vez cerca de 1445 com sua prima Leonor Rodrigues Cardoso, n. cerca de 1421, filha de Diogo Paes Cardoso e de sua mulher Maria Rodrigues do Amaral. Casou a 2ª vez cerca de 1458 com sua prima Isabel de Figueiredo, n. cerca de 1422, filha Leonor Martins de Figueiredo. C.g. conhecida, representada na Casa de S. Miguel, em Viseu. 1.3.2.2.1.7.(b) Fernão Álvares Cardoso, escudeiro fidalgo do infante D. Henrique, que sucedeu a seu pai como alcaide-mor de Celorico da Beira e foi escrivão das sisas da comarca da Beira e Riba Côa (4.4.1483). N. em Lamego cerca de 1417 e casou cerca de 1448 com sua prima Beatriz Nunes da Costa, 7ª morgada de Lajeosa, referida adiante, onde segue. 1.3.2.2.2. (a) Pedro da Costa, senhor da «possessão» de Lusinde (Penalva) em 1430, senhor do prazo da «possessão» de Stº Estêvão (Abravezes) e, por sua mulher e prima, 5º morgado de Lajeosa, em Lordosa (Viseu), foi escudeiro fidalgo da Casa do infante D. Henrique, duque de Viseu, de quem recebia em 1438 uma tença de 70.000 reais. Foi procurador de Viseu às Cortes de Torres Novas (1438) e às Cortes de Évora (1442). N. cerca de 1378 e ainda vivia em 1453 e possivelmente em 1464. Em 1431 é nas suas casas em Viseu que Pedro Nunes Homem, tio de sua mulher, faz uma escritura de venda. Em 1459 teve do Cabido o prazo de um casal em Torredeita. Casou cerca de 1421 com sua prima Isabel Nunes Homem, herdeira do morgadio de Lajeosa, n. cerca de 1395 e ainda viva em 1476, filha de João Lourenço, alcaide-mor do castelo de Mogadouro, e de sua mulher Isabel Nunes Homem, que levou por dote, com autorização de D. João I de 24 e 28.5.1390, a aldeia de Folhadal, que este rei tinha doado a seu irmão Pedro Nunes Homem, morgado de Lajeosa. 1.3.2.2.2.1. João da Costa Homem, n. cerca de 1422, que sucedeu como 6º morgado de Lajeosa e no prazo de Lusinde, tendo fal. antes de 28.8.1477, data em que seu irmão lhe sucede. Era escudeiro fidalgo da Casa do infante D. Henrique quando em 1453 foi considerado culpado de matar numa rixa um tal padre Fernão Nunes, pelo que foi encarcerado na prisão do bispo de Viseu, donde fugiu com a ajuda de seu irmão Pedro Homem, também escudeiro fidalgo do infante D. Henrique, e de seu primo João Homem, os quais tiveram por isso carta de perdão de 13.9.1456 e 7.8.1456, e ele próprio de 27.9.1456, todos com a condição de servir três anos em Ceuta. Não casou, pelo que o morgadio passou a seu irmão. 1.3.2.2.2.2. ?Vasco Pires da Costa, capelão do rei e cónego da Sé de Coimbra. A 28.6.1459 D. Afonso V faz quitação a Vasco Pires da Costa, seu capelão e cónego em Coimbra, da verba de 571 libras, 9 soldos e 9 dinheiros. Deve ser o Vasco Pires da Costa que a 21.10.1452 D. Afonso V nomeia, a pedido do abade do mosteiro e coutos de Alcobaça, para o cargo de procurador do número desta vila. 1.3.2.2.2.3. Pedro Homem da Costa, n. cerca de 1424, escudeiro fidalgo do infante D. Henrique que esteve na tomada de Alcácer-Seguer (23.10.1458) e foi mais tarde coudel de Viseu (4.9.1475). Sucedeu ao irmão como 7º morgado de Lajeosa. É o Pedro Homem a quem o Cabido de Viseu empraza a 28.8.1477 a «possessão» de Lusinde, certamente em sucessão de seu irmão. E deve ainda ser o Pedro Homem, cavaleiro, morador na Lajeosa, que a 11.9.1498 teve sentença contra uma venda de um casal no termo de Viseu por 7.000 reais a Pedro da Costa, escudeiro do bispo, morador em Pindêlo (que podia ser seu neto assim chamado, filho de João Pessoa), por esta venda ir contra as ordenações. Dizem as genealogias que não casou e sucedeu sua irmã Beatriz Nunes da Costa. Esta, contudo, não podia ter nascido antes de 1442, pelo que não podia ser sua irmã, sendo certamente filha deste Pedro Homem da Costa, que segundo Alão casou com Isabel Martins. 1.3.2.2.2.3.1. Beatriz Nunes da Costa, que sucedeu como 8ª senhora da morgadio de Lajeosa, com seu padroado. N. em Viseu cerca de 1446. Casou cerca de 1464 com seu primo Fernão Álvares Cardoso, fidalgo e cavaleiro da Casa do infante D. Henrique, que sucedeu a seu pai como alcaide-mor de Celorico da Beira e no fim da vida foi escrivão das sisas da comarca da Beira e Riba Côa (4.4.1483), tendo antes sido meirinho no Entre-Douro-e-Mondego, vedor das pontes do arcediago do Vouga, bem como de todas as suas obras, com mantimento (2.11.1473), em substituição de Diogo Barreto. 1.3.2.2.2.3.1.1.João Nunes da Costa, abade de Lajeosa, que renunciou aos seus direitos na sucessão do morgadio de Lajeosa e seu padroado em favor de seu irmão Diogo. 1.3.2.2.2.3.1.2.Diogo Fernandes Homem, que sucedeu no morgadio de Lajeosa e teve foro de cavaleiro fidalgo da Casa Real. Esteve na Alemanha em serviço do rei e esteve na tomada de Azamor, onde serviu 3 anos com dois cavalos à sua custa. Não casou mas teve filhos de D. Briolanja Coutinho, filha do 2º conde de Marialva D. Gonçalo Coutinho. 1.3.2.2.2.3.1.3.Beatriz Nunes da Costa, que n. cerca de 1467 e sucedeu a seu irmão no morgadio de Lajeosa. Casou cerca de 1487 com seu primo Manuel Soares de Albergaria, n. em Lamego cerca de 1454, c.g. 1.3.2.2.2.3.1.4.Mécia da Costa, que casou com Nicolau Vaz de Macedo, natural de Bragança, que Gaio diz ter morrido em serviço na Índia e Alão diz filho de uma Branca Vaz de Altero. 1.3.2.2.2.3.2.Inez da Costa Homem, n. cerca de 1447. Casou cerca de 1464 com João Pessoa, n. cerca de 1430, que deve ser o João Pessoa, escudeiro do arcebispo de Braga, a quem D.Afonso V confirma a 6.6.1449 a doação que lhe fez Maria Dias de todos os seus bens móveis e de raiz, com a condição de tomar conta dela até à morte. É certamente o João Pessoa, escudeiro, morador em Coimbra, a quem, a seu pedido, D. Manuel legitima a filha Beatriz a 28.3.1496. E provavelmente o João Pessoa que teve confirmação real da carta de cavaleiro a 11.5.1515, onde se diz que é filho de Pedro Álvares Pessoa, morador em Alhandra. Segundo Gaio era filho de Afonso Pessoa, vassalo de D. João I, e de sua mulher Maria Arrais ou Anes. Diz este autor que Afonso Pessoa foi capitão no cerco de Malaca, anacronismo que resulta da confusão com Afonso Pessoa de Azevedo, que de facto esteve neste cerco em 1511. O mesmo autor acrescenta que Afonso Pessoa «dizem vir de Aragão» ou do Tirol, o que parece fantasia, até porque há em Portugal outros Pessoas que não descendem deste Afonso, como é o caso, por exemplo, de Álvaro Pires Pessoa, escudeiro, sobrinho do bispo de Ceuta, que a 6.7.1450 teve perdão real por ter morto João de Chaves, morador em Vila Franca, contanto que cumpra quatro anos de degredo em Ceuta. Estes Pessoa aparentemente não tinham armas próprias, e passaram, com o casamento do João Pessoa em epígrafe, a usar as armas dos Homem, com uma bordadura de estrelas ou cometas, por diferença, que aliás já usava o bispo de Viseu D. João Homem. C.g. conhecida. 1.3.2.2.2.3.3.?Pedro Nunes (da Costa), contador dos feitos e custas, distribuidor e inquiridor de Besteiros, que em 1497 renunciou em Pedro da Costa, acima, nesta hipótese seu sobrinho. 1.3.2.2.2.3.4.?(N) Antão da Costa Homem, possível filho, mas necessariamente bastardo, pois doutra forma teria sucedido. Na carta de armas de seu filho consta como filho de Pedro da Costa Homem. É certamente o Antão da Costa, escudeiro do infante D. Fernando, a quem D.Afonso V nomeia a 13.19.1463 coudel da vila da Covilhã. 1.3.2.2.2.3.4.1. Pedro da Costa, cavaleiro fidalgo da Casa Real, comendador da Ordem de Cristo, que a 19.3.1530 teve carta de armas para Costa com uma flor de lis de ouro por diferença. Deve ser o Pedro da Costa que foi escudeiro e cavaleiro da Casa Real (Moradias). 1.3.2.2.2.4. Maria da Costa Homem, n. cerca de 1425, que c.c. João Pires (de Carvalho). 1.3.2.2.2.4.1.Lopo de Carvalho, n. cerca de 1444. 1.3.2.2.2.4.1.1.Filipa da Costa Homem, n. cerca de 1466 e viveu na cidade de Viseu. Casou cerca de 1485 com seu primo Diogo Nunes da Costa, referido acima. 1.3.2.2.2.5.Isabel Pires da Costa, que n. cerca de 1430 c. cerca de 1452 c. Diogo Rodrigues Cardoso, cavaleiro fidalgo da Casa Real, meirinho da correição da comarca da Beira e Riba Côa e senhor da quinta ou «possessão» de Stº Estêvão, em Abravezes (Viseu), «que era do seu sogro», onde ainda vivia em 1508. C.g. conhecida. 1.3.2.2.3. ?(N) Gonçalo Anes da Costa, morador em Coimbra, a quem a 18.11.1452 D. Afonso V deu carta de liberdade e perdão por ter participado na batalha de Alfarrobeira pelo infante D. Pedro. Já a 26.5.1440 D.Afonso V perdoara a justiça régia a Gonçalo Anes da Costa, criado do infante D. Pedro, acusado de ter deixado fugir quatro pessoas da prisão de Coimbra. Pelo estatuto, a ser filho de Pedro Anes da Costa, seria bastardo. Terá casado com Beatriz Gonçalves, possível irmã do cardeal de Alpedrinha, como adiante se diz, portanto filha de Martim Vaz e Catarina Gonçalves. Mas esta Beatriz Gonçalves, que terá nascido entre 1407 e 1412, não casou depois de 1432, portanto ainda o futuro cardeal era um desconhecido. Beatriz Gonçalves não tinha portanto estatuto nenhum quando casou. Mas, na verdade, também seu marido não o tinha, pois era um mero alcaide carcereiro de Coimbra. Se esta hipótese é verdadeira, então, antes de ser famoso e adoptar o nome Costa, o cardeal já era cunhado deste Gonçalo Anes da Costa. E esta ligação familiar por afinidade pode ter pesado na adopção do nome Costa pelo cardeal. 1.3.2.2.3.1.?Gonçalo Anes da Costa, criado do infante D. Henrique, que a 3.8.1453 foi nomeado porteiro do almoxarifado da Guarda e a 24.5.1456 carcereiro da cadeia da comarca e correição da Beira. A 1.9.1472 D. Afonso V perdoa a justiça régia a Gonçalo Anes da Costa, carcereiro da prisão da comarca e correição da Estremadura, acusado de ter deixado fugir dois presos, tendo pago 1.000 reais de prata para a Arca da Piedade. 1.3.2.2.3.2.?João Gonçalves da Costa, escudeiro, vassalo de D. Afonso V, morador em Atouguia, que a 11.11.1451 teve perdão real de seis meses do degredo de um ano a que fora condenado para fora da dita vila e termo. 1.3.2.2.3.3.?Fernão Gonçalves da Costa, escrivão das sisas de Vagos, fal. depois de 23.5.1463. Gaio refere um Fernão Gonçalves da Costa, que diz filho de Gonçalo Anes da Costa e sua mulher Beatriz Gonçalves, acrescentando que foi escudeiro fidalgo da Casa de D. Afonso V e que, com sua mulher Briolanja Rodrigues, a 14.1.1503 instituiu no Alentejo um morgadio chamado da Torrinha e que jaz em S. Pedro de Torres Novas, em sepultura onde declara ser sobrinho do cardeal D. Jorge. Como os outros autores, nomeadamente Alão, não dão semelhante irmão ao cardeal, é difícil aceitar que o fosse. A ser verdade a inscrição tumular, então deve ser a sua alegada mãe, Beatriz Gonçalves, que era irmã do cardeal, portanto filha de Martim Vaz e de Catarina Gonçalves. 1.3.2.2.3.3.1. Diogo Fernandes, escrivão das sisas de Vagos. A 23.5.1463 D. Afonso V nomeou Diogo Fernandes, criado de João da Silva, fidalgo da sua Casa, para o cargo de escrivão das sisas de Vagos, em substituição de seu pai, Fernão Gonçalves da Costa, que renunciara. 1.3.2.2.3.3.2. ?D. Simão Fernandes da Costa, que Gaio dá como filho do Fernão Gonçalves da Costa sepultado em Torres Novas. Foi abade comendatário de Rendufe em 1543, como consta na «Beneditina Lusitana». A «Corografia Portuguesa» dá este Simão como filho de António de Azevedo Coutinho, que seria filho de Maria da Costa e de seu marido Fernão de Azevedo (Coutinho). Esta Maria da Costa casou também com Francisco de Viveiros, castelhano que veio para Portugal, e era filha do já referido Gaspar da Costa Cabral, senhor do Ninho de Açor e alcaide-mor de Sortelha, e de sua mulher Maria Manso. António de Azevedo Coutinho seria assim meio-irmão de Beatriz de Viveiros da Costa casada com António Soares Coelho, senhor da honra de Gaiate, que nasceu cerca de 1530. Sendo que aquela Maria da Costa era irmã de Mécia Rodrigues da Costa, que casou cerca de 1525 com António Afonso da Fonseca. Pelo que desde logo se vê a impossibilidade cronológica, para já não falar na improbabilidade onomástica. Gaio, que também segue o que diz a Corografia, noutro passo dá D. Simão Fernandes da Costa como filho de Fernão Gonçalves da Costa e diz que teve filhos em Filipa de Alvim, filha de Isabel de Barros e seu 2º marido Fernão Aires de Souza, que jaz em Rendufe com o seguinte letreiro: «Aqui jaz Fernão Ayres de Souza avó de Henrique de Souza Comendatário deste Mosteiro de Rendufe». Este comendatário Henrique de Souza era justamente um dos filhos de D. Simão Fernandes da Costa e Filipa de Alvim. Esta segunda versão sobre a filiação de D. Simão parece-me a verdadeira. Como Filipa de Alvim nasceu cerca de 1485, terá sido a 2ª amante de D. Simão, uma vez que este também teve filhos de Joana do Amaral, nascida cerca de 1495, nomeadamente o Dr. António Fernandes de Figueiredo, nascido cerca de 1495, que foi chanceler-mor do Brasil, desembargador da Relação e lente do Colégio de S. Paulo da UC, e casou com Beatriz Godinho (do Amaral), senhora da quinta do Ribeirinho, em Midões, c.g. conhecida nos Costa Godinho, de Midões. 1.3.2.2.4. (b) D. Luiz do Amaral, cardeal pelo papa Félix V de Avinhão (1444), bispo de Viseu (1431) e de Lamego (1426), embaixador de D. João I ao Concílio de Basileia (1432), etc. Apoiou o papa de Avinhão contra o papa Eugénio IV, sendo por isso excomungado e destituído do bispado de Viseu (1439), sendo depois readmitido pela Igreja como cardeal, pouco antes de falecer a 10.2.1444. N. em Viseu cerca de 1381. 1.3.2.3. ?Afonso Anes da Costa, pai virtual de: 1.3.2.3.1. ?Aires Afonso da Costa, referido como pai de João Afonso no processo para o Stº Ofº de seu descendente o Dr. Manuel de Araújo Pinto. 1.3.2.3.1.1. Pedro Afonso da Costa, que a 29.12.1427 recebe de seu irmão João Afonso a doação dos bens de Coelhoso comprados a Maria Afonso. Casou com Mécia Vaz, dita viúva de Pedro Afonso da Costa quando a 18.3.1434 teve mercê de D. Duarte dos privilégios do marido. 1.3.2.3.1.1.1. João da Costa, que a 1438 recebe do Cabido de Viseu o prazo de uma herdade, sendo aí referido como filho de Pedro Afonso da Costa, pelo que seria ainda novo. 1.3.2.3.1.2. João Afonso da Costa, vigário da Sé de Viseu, referido também como morador em Bobadela e «primo co-irmão de D. João da Costa, Bispo de Lamego e depois de Viseu». 1.3.2.3.1.2.1. (N) Inez Anes da Costa, n. cerca de 1455 e parece casada com Rui Gonçalves Ribeiro, escudeiro. Na carta de armas de seu bisneto diz-se que Paio Ribeiro era «filho carnal» de Rui Gonçalves Ribeiro e sua mulher Inez Anes, moradores em Bobadela. 1.3.2.3.1.2.1.1.Paio Ribeiro, n. cerca de 1475 em Bobadela, onde fal. a 20.3.1549. Casou com Catarina Dias de Figueiredo, fal. a 5.9.1558 em Bobadela. 1.3.2.3.1.2.1.2. Antónia Ribeiro, que na carta da armas de seu neto se diz que era irmã de Paio Ribeiro e neta de João Afonso, morador na vila de Bobadela e «primo com irmam de Dom Joam da Costa Bispo que foi da cidade de Vizeu». Segundo a mesma carta de armas casou com António Ribeiro Fragoso, n. em Bobadela, escrivão da provedoria da Guarda e Castelo Branco e moço da câmara do infante D. Luiz. 1.3.2.3.1.3. ?Fernão Afonso da Costa, n. cerca de 1390, vassalo d’el rei, juiz das sisas de Montemor-o-Velho, onde viveu. A 30.5.1451 D. Afonso V confirma a doação a Fernando Afonso da Costa, morador em Montemor-o-Velho, de uma tença anual de 3.429 reais de prata. A 6.8.1454 o mesmo rei nomeia Rui de Oliveira, escudeiro da rainha D. Isabel, para o cargo de juiz das sisas na vila de Montemor-o-Velho e seu termo, em substituição de Fernando Afonso Costa, que já não podia exercer o seu ofício, por ser velho e fraco. Casou cerca 1448 com Maria Nunes de Gouveia, irmã de Fernão Nunes Cardoso, fidalgo da Casa do infante D. Henrique, senhor da torre do Quintal, onde viveu, e das honras do Telhado, de Real, Molelos, Botulho, Nandufe, Castanheira, Stª Ovaia, Casais de Vila Verde, etc. 1.3.2.3.1.3.1. Maria Fernandes de Gouveia, segundo Alão, que a diz casada com João Gil de Altero, que parece de facto filho natural de Gil Vasques de Altero, fidalgo do Conselho e comendador e alcaide-mor de Almada. A 21.11.1462 já era do Conselho de D. Afonso V quando este rei nomeia João Camelo, escudeiro de Gil Vasques de Altero, do seu Conselho, para os cargos de escrivão da câmara de Abrantes e dos feitos das sisas. A 22.11.1471 o mesmo rei perdoa a justiça régia a Pedro Figueira, alcaide na vila de Almada, criado de Gil Vasques de Altero, comendador da vila de Almada e alcaide-mor, culpado da fuga de João da Cancela e de Guilherme flamengo, criado de Dona Isabel, filha do conde de Abranches, na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que serviram na armada e conquista da vila de Arzila e cidade de Tânger, bem como mediante o perdão das partes. A 29.8.1472, o mesmo rei perdoa a justiça régia a Lopo Dias, escudeiro do conde de Penela, acusado de bater e ferir Álvaro Gonçalves, escudeiro de Gil Vasques de Altero e alcaide pequeno na vila de Almada e aí morador, na sequência do perdão geral outorgado aos homiziados que serviram na armada e conquista da vila de Arzila e da cidade de Tânger, e mediante o perdão das partes. A 1.4.1475 o mesmo rei perdoa a justiça régia a Álvaro Gonçalves, criado de Gil Vasques de Altero, morador na vila de Almada, acusado de ter queimado nove ou dez colmeias de Catarina Pires, mediante o perdão das partes, tendo pago 300 reais para a Piedade. E a 17.9.1476 D. Afonso V privilegia o mosteiro de S. Domingos de Benfica, autorizando-o a usufruir para seu mantimento de uma quinta e suas rendas que lhe fora doada por Gil Vasques de Altero, comendador de Almada. 1.3.2.3.1.3.2. Nuno Fernandes de Gouveia, n. cerca de 1454 certamente em Montemor-o-Velho, que deve ter herdado de sua mãe a quinta de Caselhos (ou quinta dos Coselhos), em Castelões de Besteiros. Gaio chama-lhe Nuno Fernandes Paes e Manso de Lima diz (…) Fernandes Cardoso. Deve ser o Nuno Fernandes, cavaleiro, que a 15.3.1513 foi nomeado juiz das sisas de Oliveira do Conde e Currelos. E ainda o Nuno Fernandes do Quintal, escudeiro fidalgo da Casa Real, que a 29.5.1504 foi procurador do número de Penalva, Azurara, Gulfar e Tavares. Casou cerca de 1510 com D. Catarina de Andrade, irmã de Gaspar da Fonseca e Andrade, senhor da quinta de Ceiça, que está sepultado na igreja da Alcáçova, no termo de Montemor, com suas armas e inscrição. 1.3.2.3.1.3.2.1. Isabel Nunes de Andrade, n. cerca de 1511, que sucedeu na quinta de Caselhos e sua capela de Stº António (ou de Nª Sª da Ajuda), onde viveu. Casou cerca de 1530 com António Alcoforado, n. cerca de 1500 provavelmente em Tomar, filho de João Gonçalves de Castilho, n. cerca de 1460 e morador em Tomar, e de sua mulher Genebra Alcoforado, filha de Frei Álvaro Gonçalves Alcoforado, da Ordem de Cristo em Tomar e do tronco desta linhagem. João Gonçalves de Castilho é certamente filho de João de Castilho, castelhano que vivia em Torres Novas quando a 5.4.1462 teve carta real de privilégio de fidalgo, o mesmo que a 21.3.1487 teve carta de perdão de D. João II. E porventura irmão do Fernando de Castilho que a 10.10.1486 teve de D. João II carta de naturalizado. Mas este castelhano João de Castilho, documentado em Portugal em 1462, não pode confundir-se com o João de Castilho que foi pai dos arquitectos João e Diogo de Castilho, que nasceram na Biscaia entre 1470 e 1480. Com efeito, a 16.2.1561 D. Sebastião reconheceu a João de Castilho, escrivão da câmara real, Diogo de Castilho, Pedro de Castilho e Manuel de Castilho, filhos de João de Castilho, que foi morador na vila de Tomar e era natural das montanhas do reino da Biscaia, o escudo de armas de seus antecessores, por descenderem da geração dos Castilhos do reino da Biscaia (CSI, 2, 44v). Isabel Nunes de Andrade e seu marido António Alcoforado foram pais, nomeadamente, de António de Andrade Alcoforado, senhor da dita quinta de Caselhos e sua capela de Stº António, capitão-mor de Besteiros e antes pajem dos 2ºs duques de Bragança, c.g. conhecida. 2006 |
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