regresso à bibliografia

 Manuel Abranches de Soveral

 

 

 

«Mello e Souza. Descendência legítima na comarca de Viseu»

Edição digital (corrigida e aditada) do ensaio publicado na revista «Armas e Troféus», órgão oficial do Instituto Português de Heráldica, VIII Série - Tomo II - 1998, e editado em separata.

Matéria tratada com maior desenvolvimento em «Ascendências Visienses. Ensaio genealógico sobre a nobreza de Viseu. Séculos XIV a XVII», Porto 2005.

Introdução 

Saiu a público em 1997 um livro intitulado «A Linha da Varonia dos Mellos de S. Pedro do Sul», da autoria do falecido Dr. José de Souza e Mello, apresentado por seu sobrinho por afinidade o Prof. Doutor António de Souza Lara e editado por Pedro Ferreira.

Justifica-se este meu ensaio face a algumas imprecisões e lacunas detectadas naquela obra, o que aliás tende a ser normal em Genealogia, que nunca é matéria fechada e onde é sempre possível acrescentar ou corrigir qualquer coisa a qualquer trabalho, fruto de novo documento ou nova interpretação de velhos documentos.

Na verdade, também eu tinha investigado esta Família no âmbito de um livro, ainda em fase de preparação, que espero publicar, logo que possível, com o título «Ascendências Visienses», onde trato algumas das principais famílias de Viseu e seu termo, sobretudo entre os séculos XIV e XVII. Concretamente: Abreu, Amaral, Botelho, Cáceres, Campos Coelho, Cardoso, Castello-Branco, Costa, Cunha, Eça, Figueiredo, Gouvêa, Homem, Lemos, Loureiro, Mello, Mesquita, Soares de Albergaria e Soveral.

E os Mello de S. Pedro de Sul, mais justamente de Lafões, são afinal os de Viseu. Na verdade, muitos destes Mellos, sempre centrados na cidade de Viseu, estabeleceram-se no termo da comarca, sobretudo a partir do séc. XVII, no concelho de Lafões, extinto no século passado, que englobava os actuais concelhos de Vouzela, S. Pedro do Sul e Oliveira de Frades.

Tratando-se de uma das principais famílias da Nobreza beirã, pode dizer-se que está tratada, de uma forma ou de outra, em toda a bibliografia da especialidade. Sendo talvez aqui de destacar, entre os mais recentes, os artigos sobre os senhores de Mello que o Dr. Abílio Mendes do Amaral há já 20 anos publicou na revista «Beira Alta»(1). E o que sobre os Mellos de Lafões escreveu, vai para 40 anos, o meu Tio-avô o Dr. Silvério de Abranches.

Este meu artigo, mais centrado sobre as linhas de descendência legítima dos Mello e Souza na comarca de Viseu, procura não só colmatar as lacunas da citada obra do Dr. José de Souza e Mello, como traçar um breve retrato documentado desta Família, de que também descendo.

§ único

 

I  Pedro Gomes de Abreu(2), com quem se começa esta resenha genealógica, era trineto do rei Dom Pedro e de Dona Inez de Castro. Por sua mulher, chegou a ter o importante senhorio e morgadio de Tábua. Cavaleiro d’el Rei, com carta de privilégio de fidalgo (19.4.1488), nasceu no convento de Celas (Coimbra) cerca de 1461 e foi legitimado por carta de Dom Afonso V de 8.3.1479. Foi ainda senhor da quinta de Luzinde, na freguesia do mesmo nome(3) no termo de Viseu, e de muitos bens nesta comarca. A 12.2.1480 o Cabido de Viseu troca com «o Senhor Pedro Gomes de Abreu» umas casas na rua Direita, sendo testemunha seu parente João Gomes de Abreu. Era filho de Dom João Gomes de Abreu(4), bispo de Viseu (1462-1482), que nasceu em Regalados em 1416 e faleceu bispo em Viseu, de repente, com 66 anos de idade, a 16.2.1482, e de Dona Beatriz de Eça(5), abadessa do convento de Celas, em Coimbra; neto paterno de Diogo Gomes de Abreu, 1º senhor de Regalados (Vila Verde), senhor da honra e quintã de Abreu, em S. Pedro de Merufe (Monção), etc., e de sua mulher Leonor Veegas do Rego; neto materno de Dom Fernando de Eça e de sua 1ª mulher D. Maria de Mello(6). Este Dom Fernando de Eça, que tomou este nome por ser senhor da vila de Eça, na Galiza, não herdou os vastos senhorios de seu pai, o infante Dom João, que os perdera quando foi para Castela. Levou uma vida aventureira, casando-se três vezes estando todas as mulheres vivas. Nos últimos anos de vida, «arrependido da (vida) escandalosa em que vivera, fizera devidas demonstrações de cristão e de penitência, e se vestira no hábito de S.Francisco, e no teor desta vida acabara; a que alude o Escudo das Armas que formou, em que poz o Cordão daquelle Santo com os Escudetes Reaes, de que usaram seus descendentes»(7). Faleceu no castelo de Eça, sendo transladado para o convento do Espírito Santo de Gouveia, de que era padroeiro, onde seu corpo chegou a 25.1.1479, sendo sepultado na capela-mor em túmulo com o seu brasão de armas e o seguinte epitáfio: «Aqui jaz D. Fernando de Eça filho do Infante D. João neto d'El-Rei D.Pedro de Portugal, & da Infante D.Inez de Castro sua mulher; & bisneto d'El-Rei D. Afonso, o que venceu a batalha do Salado. Este D. Fernando foi padre de D. Catarina, abadessa de Lorvão, que o aqui mandou trasladar na Era do Nascimento de nosso Senhor Jesu Christo de mil & quatrocentos & setenta & nove anos, XXV dias de janeiro». Este Dom Fernando de Eça era filho primogénito do infante Dom João (filho de Dom Pedro e Dona Inez de Castro) e de sua primeira mulher Dona Maria Telles (irmã da rainha Dona Leonor Telles), que já era viúva de Álvaro Dias de Souza, 17º senhor da Casa de Souza, e que foi morta pelo segundo marido, o dito infante Dom João. Este, em Espanha foi conde de Valência e em Portugal senhor de juro e herdade da terra e julgado de Lafões e das vilas, com suas jurisdições e rendas, de Seia, Porto de Mós, Gulfar, Sátão, Penalva do Castelo, Rio de Moinhos, Besteiros, Sever do Vouga, Fonte Arcada, Benviver, Moimenta, Armamar, Tenha, Riba de Vizela, Figueiredo, Aguiar da Beira, Cerquiz, Oliveira do Conde e Oliveira do Bairro, por carta de seu pai de 1360, e senhor de Gouveia, por mercê de seu meio-irmão o rei Dom Fernando de 22.4.1372. Sendo um dos herdeiros da coroa de Portugal, viveu na corte de seu meio-irmão o rei Dom Fernando e era muito amigo do outro seu meio-irmão Dom João, mestre da Ordem de Aviz, que viria a ser rei. A 11.4.1455, com sua 3ª mulher D. Isabel de Avallos, D.Fernando de Eça teve de Dom Afonso V uma tença anual de 10.000 reais de prata. 

Pedro Gomes de Abreu casou cerca de 25.10.1487, data em que a noiva recebeu de Dom João II, para casarem, o padroado de 25.000 reais de tença, com Dona Mécia da Cunha(8), nascida cerca de 1466, 12ª senhora e 9ª morgada de Tábua, 4ª morgada de Paços, etc. O senhorio e morgadio de Tábua (Oliveira do Hospital) perdeu-o depois, em demanda, para seu primo Dom Luiz da Cunha. Era filha sucessora Álvaro da Cunha, vassalo de Dom João II, que sucedeu como 11º senhor e 8º morgado de Tábua, 3º morgado de Paços, etc., e de sua mulher e prima D. Inez de Góis(9), senhora da quintã da Louzã, neta paterna de Martim Vasques da Cunha(10), vassalo do rei Dom Afonso V e do seu Conselho, 10º senhor e 7º morgado de Tábua, 2º morgado de Paços, etc., e de sua mulher D. Maria de Andrade, filha de Álvaro Machado.

Filhos:

1(II) João Gomes da Cunha, moço-fidalgo da Casa Real (1507), sucedeu como 5º morgado de Paços, em Tábua, e c.c. D. Cecília Homem, filha do Doutor Rodrigo Homem, desembargador da Casa da Suplicação e corregedor da Corte. C.g. nos morgados de Paços de Tábua.

2(II) Martim Vasques da Cunha, prior de Tábua.

3(II) Domingos de Abreu da Cunha, nascido cerca de 1490 em Viseu, moço-fidalgo da Casa Real (1523), viveu em Povolide (Viseu), onde faleceu a 6.11.1558 e tinha casado cerca de 1525 c. D. Isabel de Freitas, falecida a 10.4.1562, ib, filha de Gonçalo Vaz de Mello (filho dos 1ºs senhores de Povolide e Castro Verde) e de sua mulher Maria de Freitas.

Filhos:

1.3(III) António de Abreu e Mello, prior de Povolide.

2.3(III) Gaspar de Mello de Abreu que faleceu a 23.7.1557 e casou pouco antes com D.Isabel de Magalhães, filha do Dr.Diogo Barbosa, desembargador da Casa da Suplicação de Lisboa, ouvidor geral da Índia, etc.

Filho:

1.2.3(IV) Pedro Gomes de Abreu, fidalgo da Casa do prior do Crato Dom António, nasceu cerca de 1556 e faleceu a 28.6.1602 em Vilar da Ordem. C. a 8.12.1584 em Seia c. D. Maria de Mello, filha de João Gomes Pessoa e de sua mulher D. Ana de Mello. Destes foi filho Alexandre de Mello de Abreu, morgado de Vilar, c. a 24.11.1614 em Sameice (Seia) c. D. Maria Brandão(11), 4ª senhora do Paço da Boavista de Sameice, pais de João de Mello de Abreu, 5º senhor do paço da Boavista de Sameice, morgado de Vilar, etc. c.c. sua prima D. Maria Brandão de Abranches, dos quais foi 4º neto e sucessor o 1º conde de Murça. C.g. nos condes de Murça, etc.

3.3(III) Pedro Lourenço da Cunha e Mello, moço-fidalgo da Casa Real, nasceu em Povolide, onde viveu e faleceu a 21.11.1588. C. cerca de 1558 c. Joana da Cunha, filha de Manuel Fernandes do Amaral (sobrinho do deão de Viseu Dom Gaspar do Amaral) e de sua mulher Francisca de Moraes, sendo esta filha natural de Dom Luiz da Cunha, senhor de Santar, etc., e de Maria de Moraes. C.g. em várias famílias de Viseu.  

4(II) D. Isabel Leonor da Cunha, dama da rainha Dona Leonor, c.c. João Roiz Homem, irmão de sua cunhada, c.g.

5(II) Gaspar da Cunha de Abreu, moço-fidalgo da Casa Real (10.3.1543), morgado do Papo da Perdiz (Coimbra), que teve por sua mulher D. Guiomar Paes Fialho.  C.g. nos morgados do Papo da Perdiz.

6(II) Pedro Gomes da Cunha,  que suponho irmão dos anteriores. Era cavaleiro fidalgo da Casa Real e vereador do Senado da Câmara de Viseu em 1510. C.c. D. Francisca de Castro, filha de Diogo Borges de Castro. Destes foi filho Pedro Borges de Castro, senhor da quinta de Contigem, no Sátão, falecido a 6.8.1618 na sua quinta de Massorim, que c.c. D. Maria de Barros(12), sucessora na dita quinta de Maçorim, prazo que o Cabido lhes renova em 1617, c.g.

7(II) Roque de Abreu d'Eça, que segue

8(II) ?António de Abreu e Mello, moço-fidalgo da Casa Real, senhor da «possessão» de Torredeita (r. de 1587), já fal. em 1594, tendo sido morto em Viseu por André Ferraz. Não deve ser Antão Gomes, escudeiro, que em 1511 concorreu a vereador do Senado da Câmara de Viseu. Também aparece como filho deste Pedro Gomes de Abreu, mas na verdade é filho natural de seu primo-direito o cónego da Sé de Viseu Dom Pedro Gomes de Abreu e neto de Antão Gomes de Abreu e sua mulher D. Isabel Soares de Mello, referidos adiante. C.c. Ana de Vasconcellos, que ainda vivia em Viseu em 1594, filha do Dr. Diogo Mendes de Vasconcellos e de sua mulher Olaia Vasques de Castello-Branco. 

Filha:

1.8 (III) D. Maria Soares de Mello, n. em Viseu, onde c. a 4.7.1594  c. Manuel de Abreu Castello-Branco, 4º senhor do couto da Boa Aldeia e 1º senhor do morgadio e capela do Espírito Santo, filho sucessor de Luiz de Loureiro e sua mulher Ana de Abreu Castello-Branco. C.g. nesta Casa.

9(II) ? Luiz de Abreu, que vem nalgumas genealogias como filho deste Pedro Gomes de Abreu e de sua mulher, mas eu supondo ser erro. Mais provavelmente seria bastardo ou deste Pedro Gomes de Abreu ou de seu homónimo primo-direito do Paço da Torre da Rua da Cadeia, e portanto irmão de Antão, cima. C.c. Águeda Fernandes de Figueiredo. Com muita geração no Beira, que parcialmente desenvolvo em «Abranches da Beira», a publicar quando for possível. 

II  Roque de Abreu d’Eça, moço-fidalgo da Casa Real, que também aparece como cavaleiro fidalgo. Sucedeu na quinta de Luzinde, onde nasceu cerca de 1505 e já tinha falecido em 1601. Casou cerca de 1549 com sua prima-segunda Dona Joana Soares de Mello(13), que nasceu cerca de 1537 e faleceu a 18.6.1582 na casa de Luzinde. Era irmã de Diogo Soares de Mello e Abreu(14), o Busca-Ceitiz, escrivão do Auditório Eclesiástico do bispado de Viseu, aí 2º senhor dos prazos do paço da Torre da rua da Cadeia, com sua capela de S. Domingos na Sé, e das quintas da Aguieira e de Santo Estevão de Travaçós, etc., ambos filhos de Dom Pedro Gomes de Abreu, protonotário do bispado de Viseu (desde 1521 a 1550, ano em que terá falecido, já octogenário) e cónego da Sé (aparece como tal desde 1500), doutorado em Cânones julgo que em Salamanca, capelão-fidalgo da Casa Real, 1º senhor do paço da Torre da rua da Cadeia(15), em Viseu, e de D. Beatriz Paes Pereira (filha de Luiz Mendes de Vasconcellos); netos paternos de Antão Gomes de Abreu, irmão do já referido bispo de Viseu Dom João Gomes de Abreu, fidalgo da Casa Real a quem o Cabido da Sé emprazou, em 1476, a torre da rua da Cadeia(16), e de sua mulher D. Isabel Soares de Mello, que ainda vivia em Viseu em 1528, filha de Fernão Soares de Albergaria(17), senhor da vila do Prado (Braga), e de sua mulher D. Isabel de Mello(18), moradora viúva em Viseu; neta paterna de Fernão Gonçalves de Figueiredo(19), senhor de juro e herdade de Santar, Senhorim (29.9.1384), Barreiro, Óvoa, Algiraz (1399), etc., e de sua mulher D. Catarina Dias de Albergaria(20), morgada da capela e Albergaria de S. Mateus e da capela e Hospital de Stº Eutrópio, a quem Dom João I confiscou estes bens para os dar ao 8º senhor de Tábua Martim Vasques da Cunha(21), que por ser neto materno de Lopo Soares de Albergaria se considerava sucessor na chefia desta família; neta materna de Estevão Soares de Mello(22), 5º senhor de Melo e Gouveia e 3º do couto da Ribeira de Melo (11.7.1417), e de sua mulher D. Tereza de Andrade(23). Este Estevão Soares de Mello, que aparece como cavaleiro e vassalo, foi ainda senhor de Seia, Linhares, Celorico e Penedono, esteve na tomada de Ceuta (1415), sendo comandante da galé em que seguia o infante Dom Henrique, que armou à sua custa. Foi então nomeado capitão-general de Ceuta mas adoeceu e veio a falecer na volta, ao chegar ao Algarve, indo sepultar a Mello. O infante ficou como tutor de seus filhos, ainda pequenos, tendo, para «os tirar de ódios e malquerenças, despesas e danos», defendido os ditos órfãos numa composição aceite pela restante família(24)

Filhos:

1(III) D. Violante de Eça, que segue

2(III) Leonel de Abreu e Mello, moço-fidalgo da Casa Real. Teve dois filhos ilegítimos: Roque de Abreu de Eça, o «Moço», e Cristóvão de Abreu e Mello, que viveram em Luzinde, onde parece que fal. solteiros s.g. 

3(III) D. Beatriz de Abreu c.c. Pedro Lourenço da Silva, fidalgo n. e mor. em Oliveira de Frades. Destes foi filha D.Joana da Silva de Eça que c.c. Manuel Tenreiro de Andrade, C.O.C., filho de Afonso Vaz Tenreiro, fidalgo da Casa do infante Dom Duarte, C.O.C., etc. Destes foi filho o Dr. João Tenreiro da Silva c.c. sua prima D.Maria de Mello e Souza, abaixo no nº 3.4(V).

4(III) Inácio de Abreu e Mello, moço-fidalgo da Casa Real, que foi para a Índia, falecendo na viagem. Tinha c. em Vouzela c. Antónia de Sá, filha de Lopo Rebello, s.g.

5(III) D. Juliana Soares de Mello que c. a 28.4.1601 em Luzinde com Manuel de Souza e Mello, irmão inteiro de Martim, abaixo. Tiveram um único filho, que fal. solt. s.g.

III  Dona Violante de Eça, que sucedeu na quinta de Luzinde, onde nasceu cerca de 1550 e faleceu viúva. Casou a 30.5.1572, ib, com seu primo Martim de Mello Soares(25), moço-fidalgo, acrescentado fidalgo-escudeiro, da Casa de Dom Sebastião(26), que com ele faleceu em Alcácer-Quibir, 3º morgado de S. Paio, na freguesia do mesmo nome junto à vila de Gouveia, alcaide-mor de Seia e Penedono, cavaleiro da Ordem de Cristo e comendador de Manteigas nesta ordem, etc. Era irmão do padre Fernão de Mello e Souza, nascido em Gouveia, com IG aprovadas em Coimbra em 1595, ambos filhos de Fernão de Mello e Souza, 2º morgado de S. Paio, onde viveu, moço-fidalgo da Casa de Dom Afonso V, com que esteve no norte de África e que lhe fez a mercê do posto de capitão e da Feitoria da Nau da Índia para Moçambique, onde faleceu, e de sua mulher D. Francisca de Barbuda; neto paterno de Pedro de Mello Soares(27), o Púcaro(28), vassalo e criado do rei Dom João II, alcaide-mor de Pinhel, comendador-mor da Ordem de Aviz, que instituiu o morgadio de S. Paio na quintã do mesmo nome no termo de Gouveia e sucedeu a sua avó D. Teresa de Andrade na quinta do Paço e morgado de Nespereira(29), etc., e de sua 2ª mulher D. Briolanja Pereira(30); neto materno de Diogo de Barbuda, alcaide-mor do Castelo de Seia, e de sua mulher D. Susana de Almeida, filha do grande Dom Francisco de Almeida, 1º vice-rei da Índia.

Filhos:

1(IV) Francisco de Mello Soares, moço-fidalgo da Casa Real (1618), capitão-mor de Penedono e nesta vila juiz dos órfãos, morgado de S. Paio e Nespereira, comendador de Manteigas na Ordem de Cristo, etc. C. c. D. Filipa Rodrigues Botelho, filha de Baltazar Rodrigues Botelho, morador em Penedono.

Filhos:

1.1(V) Martim de Mello e Souza, que sucedeu nos morgadios de S. Payo e Nespereira. C.c. D. Maria da Cunha, dos quais foi filho sucessor Fernão de Mello Soares, M.F.C.R. (1648) c.c. sua prima D.Joana de Mello e Souza, referida adiante no nº 2(VI), onde segue.

2.1(V) D. Filipa de Mello, que c. a 1ª vez c. Jorge da Rocha e a 2ª vez c.c. Jorge Homem, c.g. nos Homem de Mello, que vieram a ser condes de Águeda. Do 1º casamento foi 7º neto por legítima varonia o Dr. Afonso de Mello Pinto Vellozo, ministro da Justiça (1918) e da Instrução Pública (1920), presidente e juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça (1932), vice-presidente da Câmara Corporativa, senador (1917), vice-presidente da Câmara dos Deputados, governador civil do Funchal (1910), etc., n. a 9.9.1878 em Águeda e c. em Viseu, onde também viveu, c. D. Paulina de Araújo Coelho de Campos, c.g.(31) 

2(IV) Roque de Mello e Souza, que segue

3(IV) D. Francisca, fal. nova

4(IV) D. Joana de Mello e Souza, que nasceu na quinta de Luzinde e c. a 14.11.1599, ib, c. Sebastião de Figueiredo Castello-Branco(32), senhor da quinta de Gondomar, em Penalva do Castelo, cavaleiro-fidalgo da Casa Real, filho do Dr. Braz de Figueiredo Castello-Branco, desembargador e chanceler da Relação do Porto, etc., e de sua 1ª mulher Francisca Mendes de Antas.

Filhos:

1.4(V) Martim de Mello Soares, moço-fidalgo da Casa Real, sucedeu na quinta de Gondomar e viveu na quinta e morgadio de Stª Eulália, no termo de Penalva do Castelo, que teve por sua mulher e prima D. Maria de Almeida, filha de Sebastião Pereira de Albuquerque, provedor de Castelo Branco, e de sua mulher Isabel de Almeida, c.g. Destes foi filho sucessor Sebastião Pereira de Mello(33), c.g. nos morgados de Stª Eulália.

2.4(V) Duarte de Figueiredo, que foi secretário de Estado da Índia. C.c. D. Maria de Castro, filha de Álvaro de Castro, c.g.

3.4(V) D. Maria de Mello e Souza, que c. a 4.8.1628 na quinta de Luzinde c. seu primo o Dr. João Tenreiro da Silva, atrás no nº 2(III), n. em Oliveira de Frades, F.C.R, que combateu na guerra da Aclamação como capitão de uma companhia que formou à sua custa, etc.

Filhos:

1.3.4(VI) Manuel Tenreiro de Mello, governador de Bragança e das Armas de Trás-os-Montes, F.C.R., C.O.C., procurador às Cortes por Torre de Moncorvo (1674), fal. em 1700 em Miranda do Douro. C.c. D. Maria Antónia de Azevedo e Castro, 4ª morgada de Stª Luzia de Lobazim, filha de Jorge de Castro Monteiro, capitão-mor de Vilarinho de Castanheira, e de sua mulher D. Theodózia Borges de Azevedo, de Torre de Moncorvo. Destes foi filho sucessor João Tenreiro de Mello, que ainda sucedeu a seu tio na quinta de Luzinde, que c.c. sua prima-direita D. Maria Antónia de Mello e Simas, referida abaixo, 6ª senhora do morgadio dos Simas, c.g. nos Tenreiro de Melo da quinta de Luzinde, nos Monteiro de São-Payo, capitães-mores da Torre de Moncorvo, etc.

2.3.4(VI) Martim de Mello e Souza, governador de Castelo de Vide, capitão de Cavalaria, F.C.R., C.O.C., etc., c.c. D.Mariana Josefa de Castello-Branco e Simas, 5ª senhora do morgadio dos Simas, filha sucessora de António Vellez de Castello-Branco e de sua mulher D. Catarina Madalena de Simas. Destes foi filha sucessora D. Maria Antónia de Mello e Simas c.c. seu primo-direito João Tenreiro de Mello, acima.

4.4(V) Braz de Figueiredo e Mello, F.C.R., que c. em Gouveia c. D.Ana de Almeida Osório, filha do capitão-mor de Gouveia Álvaro Osório da Fonseca e de sua mulher e prima D.Maria da Fonseca Osório. C.g.

5.4(V) Sebastião de Figueiredo e Mello, que c. na Ínsua (Penalva do Castelo) c. D.Maria de Barros, filha de João de Ceuta. C.g.

5(IV) Fernão de Mello e Souza, n. Penalva, matriculado em Cânones na UC (22.10.1594)

IV  Roque de Mello e Souza, moço-fidalgo da Casa Real com 100 mil réis de moradia(34), que sucedeu a sua mãe na quinta de Luzinde, onde viveu e nasceu cerca de 1573, ficando pouco depois órfão de pai, que morreu em Alcácer-Quibir. Foi da governança de Penalva do Castelo, nomeadamente como juiz ordinário e vereador do Senado da Câmara. Ainda vivia com sua mulher em 1631. Casou em Viseu a 24.1.1608 com Dona Maria de Castello-Branco, nascida ib, filha do Dr. Francisco de Figueiredo Castello-Branco, cavaleiro-fidalgo da Casa Real, ouvidor do ducado de Aveiro, etc., e de sua 1ª mulher D. Maria de Almeida; neta paterna de Pedro Lopes de Abreu Castello Branco(35), cavaleiro-fidalgo da Casa Real, fidalgo de Cota de Armas (1599), cavaleiro da Ordem de Santiago, mamposteiro-mor dos Cativos no bispado de Viseu, etc., e de sua 1ª mulher Paula de Faria.

Filhos:

1(V) Francisco de Mello e Souza, moço-fidalgo da Casa Real (14.4.1624), capitão-mor de Lafões, etc. N. a 20.8.1615 na quinta de Luzinde e viveu em Vouzela, onde c. a 3.2.1633, tinha 18 anos de idade, c. D. Catarina de Andrade Alcoforado, filha de António Pinto de Azevedo, cavaleiro-fidalgo da Casa Real. De Micaela de Gouveia, moça solteira de Fataúnços, teve um filho que legitimou.

Filhos:

1.1(VI) Roque de Mello e Souza(36), moço-fidalgo da Casa Real (1645, teria 12 anos de idade), com carta de privilégio de fidalgo (29.10.1675), foi capitão-general e governador-geral da Índia, conforme se refere na dita carta. C. no termo de Mortágua c. D.Maria da Veiga, viúva de Luiz de Figueiredo e Mello, filha de João Henriques da Veiga e de sua mulher Maria de Lira. S.g.

2.1(VI) Fernão de Mello Soares, moço-fidalgo da Casa Real que serviu na Índia, onde fal. solt. s.g.

3.1(VI) D. Isabel de Mello e Souza c.c. Jorge Coelho de Albernaz, morgado de Farmenhã, s.g.

4.1(VI) (N) João de Mello e Souza, filho natural havido em Micaela de Gouveia, n. a 26.11.1647 em Fataúnços, onde viveu na quinta do Ribeiro, que teve por sua mulher e prima 2ª. C. a 4.10.1675, ib, c. D. Joana de Mello e Souza, abaixo no nº 1(VII), s.g. De Domingas Ribeiro, moça solteira filha de Pedro Ribeiro, juiz almotacé de Lafões, teve um filho natural chamado Manuel de Souza e Mello(37), bat. a 28.2.1668 em Fataúnços, que foi capitão da Ordenança de Lafões e senhor da quinta do Paço em S. Miguel de Queirões, que teve por sua mulher e instituiu em morgadio. Deste descendem os Souza e Mello da dita quinta do Paço e da quinta das Águas Férreas no Porto, ambas estas linhas, portanto, com dupla bastardia.

2(V) D. Joana de Mello e Souza, que segue

3(V) D. Francisca de Castello-Branco, que n. cerca de 1612 e c.c. seu primo o Doutor Manuel de Figueiredo Castello-Branco, doutorado em Leis pela Universidade de Coimbra, auditor-geral da Beira, provedor de Coimbra e Viseu, etc. Destes foi neto Manuel Homem Telles de Figueiredo.

V   Dona Joana de Mello e Souza, que sucedeu na quinta de Luzinde, onde nasceu cerca de 1611, tendo vivido casada no morgadio de Escouras, em Torredeita (Viseu). Casou a 18.3.1631 em Luzinde com Leonel Cardoso Botelho de Rebello, nascido em 1611, fidalgo da Casa Real, morgado de Escouras, onde viveu e faleceu. Era meio-irmão do capitão-mor de Viseu José Cardoso do Amaral, a referir adiante no nº 2(IX), nasceu em Viseu e era filho de Pedro Lopes de Rebello Cardoso(38), cavaleiro-fidalgo da Casa Real que teve carta de viagem a Malaca(39) por Dom Filipe I, 4º morgado de Corpo Santo (Lisboa), morgado de Escouras, etc., e de sua 1ª mulher (casados a 2.8.1610 na Sé de Viseu) e prima (4º e 5º graus de consanguinidade) Maria Botelho Machado de Cáceres; neto paterno de Leonel Cardoso Botelho de Rebello(40), fidalgo da Casa Real, «das pessoas mais distintas de Viseu, em qualidade, trato e Nobreza», segundo a Justificação de Nobreza de seu trineto, morgado do Corpo Santo e de Escouras, em Torredeita (Viseu), onde também viveu, que venceu em demanda com os Rebello, como informa Alão de Moraes, etc. falecido entre 1603 e 1610, e de sua segunda mulher e prima Catarina Paes do Amaral(41); neto materno António Machado Botelho(42), fidalgo da Casa Real, cavaleiro da Ordem de Cristo, meirinho da correição de Viseu e provedor da Comarca da Beira, senhor da quinta do Fojo, etc., e de sua mulher Antónia de Cáceres, filha do 6º senhor dos Coutos de Viseu António Cardoso de Távora, chefe dos Cardoso de Viseu(43)

Filhos:

1(VI) D. Eufémia de Mello e Souza, que segue

2(VI) D. Joana de Mello e Souza, que sucedeu em parte da quinta de Luzinde e c. a 11.1.1656 no morgadio de Escouras c. seu primo Fernão de Mello Soares, referido acima no nº 1.1(V), morgado de S. Payo e Nespereira, moço-fidalgo da Casa Real (1648), filho sucessor de Martim de Mello e Souza e de sua mulher D. Maria da Cunha.

Filhos:

1.2(VII) Luiz de Mello e Souza, que sucedeu nos morgadios de S. Payo e Nespereira e c. a 6.1.1681 em Moimenta da Serra c. D.Maria de Magalhães, n. em Seia, irmã do Padre Dr. Leonardo Pessoa Homem. Destes foi filha sucessora D. Antónia Júlia de Mello e Souza, 8ª morgada de S. Paio e Nespereira, c.c. Fernando Leite Pitta Ozorio de Azevedo e Vasconcellos, F.C.R., c.g.

3(VI) Padre António Machado de Mello, que em 1657 vivia na quinta do Ribeiro e em 1671 já estava ordenado, s.m.n.

4(VI) D. Antónia de Mello e Souza, que terá nascido no morgadio de Escouras e c. c. Bernardo Cardoso de Almeida, morgado de Farminhão (Viseu), filho de Jerónimo Esteves Cardoso, morgado de Farminhão, onde foi bat. a 2610.1583, e de sua mulher Ana Coelho. Destes foi filha D. Josefa Maria de Mello e Souza que c. a 26.10.1692 em Tondela com Damásio Madeira de Lemos, por sua vez pais de D. Margarida Caetana de Mello e Souza c. a 10.9.1712 em Torredeita c. seu primo Manuel da Gama Freire, bat. a 15.8.1648 em Farminhão, c.g. nos Gama e Mello do paço de Fráguas.

5(VI) D. Violante de Mello, que 1680 vivia, já viúva, com sua irmã na quinta do Ribeiro de Fataúnços. C.c. Gaspar Álvares da Costa, o Tamaricut, que ainda vivia em 1662. S.m.n.

VI  Dona Eufémia de Mello e Souza, que nasceu a 14.10.1636 no morgadio de Escouras, em que sucedeu, e viveu casada na quinta do Ribeiro, em Fataúnços(44) (Vouzela), onde faleceu. Sucedeu no morgadio de Escouras e deve ter conseguido a extinção do vínculo, pois parece ter sido esta que vendeu a casa, chamada do Casal ou do Quintal, no início do séc. XVIII, ao Padre Manuel Vaz Correia(45). Casou a 11.8.1652, ib, com seu primo Carlos Girão de Barros, cavaleiro, da governança da vila de Vouzela, senhor da dita quinta da Ribeiro, onde nasceu a 11.8.1612 e onde viveu, e senhor da quinta do Freixo, em Serrazes (S. Pedro do Sul), etc., filho sucessor de Paulo Girão Ribeiro(46) e de sua mulher (casados a 29.1.1607 na quinta do Freixo) Maria de Barros(47); neto paterno de António Ribeiro de Alarcão, senhor da dita quinta do Ribeiro de Fataúnços, onde faleceu a 22.3.1602, e de sua mulher e prima Antónia Girão Freire, falecida a 23.3.1616, ib, filha esta de Amador Girão(48), senhor da quinta da Lage, ib, e de sua mulher Maria Freire de Andrade. Esta Antónia Girão Freire era irmã de Amador Girão Pessoa(49), sucessor na quinta da Lage, que institui a capela de Nª Sª ao pé da Cruz da quinta da Lage, que seu filho mandou fazer, armoriada de Girão (Ossuna) e Novais.

Filhos:

1(VII) D. Joana de Mello e Souza, que sucedeu em parte da quinta do Ribeiro de Fataúnços, onde n. cerca de 1653 e c. a 4.10.1675 c. seu primo segundo João de Mello e Souza, acima no nº 4.3(VI), filho natural de seu tio-avô Francisco, que também aí viveu. S.g.

2(VII) Diogo Girão de Mello e Souza, abade de Ventosa, que nasceu cerca de 1655 e em 1704 vivia na quinta do Ribeiro de Fataúnços.

3(VII) D. Maria, nascida na quinta do Ribeiro de Fataúnços e bat. a 14.10.1657, ib, sendo padrinhos seu tio materno o padre António Machado de Mello e sua tia paterna Antónia Girão c.c. Estêvão Coutinho, de Ventosa. S.m.n.

4(VII) D. Tereza de Mello e Souza, que segue.

5(VII) Paulo de Mello e Souza Girão, que sucedeu em parte da quinta do Ribeiro de Fataúnços e foi bat. a 5.8.1662, sendo padrinho seu tio Gaspar Álvares da Costa. Vem identificado como «Homem Nobre que vive de suas fazendas» na IG do Stº Ofº (10.8.1735) do Dr.Xavier Francisco de Souza e Lemos, sobrinho-neto de sua mulher, a qual aí depõe com 82 anos de idade. C. a 22.4.1686 em Figueiredo das Donas c. D. Maria Inez de Souza e Vasconcellos(50), filha segunda (n. em 1653 no paço da quintã de Figueiredo das Donas) do Dr. Lourenço de Souza e Vasconcellos, fidalgo da Casa Real, cavaleiro da Ordem de Cristo com tença de 12.000 réis (20.9.1678), 6º senhor do paço da Torre e quintã de Figueiredo das Donas (Vouzela), etc., e de sua mulher (c. a 11.9.1647) D. Joana de Seixas e Cáceres, senhora do morgadio de Casaínho e sua capela de Nª Srª do Rosário, em Canas de Sabugosa, onde n. a 9.10.1633.

Filhos:

1.5(VIII) Pedro Barretto de Souza e Mello, que sucedeu em parte da quinta do Ribeiro de Fataúnços, onde vivia em 1738. C. a 3.11.1707, ib, c. sua prima D. Micaela Maria Soares da Fonseca, fal. a 3.4.1748 na dita quinta do Ribeiro, filha do Dr.Manuel Soares Girão, senhor da quinta da Lage, ib, e de sua mulher Catarina Marques. Parece que s.g.

2.5(VIII) D. Caetana Maria de Souza e Vasconcellos, que sucedeu na casa de Casaínho e sua capela de Nª Sª do Rosário, em Canas de Sabugosa, onde casou a 26.1.1710 c. seu primo João Pereira de Seixas, um dos principais fidalgos deste concelho de Besteiros(51), onde foi juiz Ordinário e vereador do Senado (1748), sendo depois juiz de Fora de Viseu. Era filho de Manuel Bernardes de Seixas(52), morador em Casaínho (Canas de Sabugosa), e de sua mulher Maria Pereira Pimentel, nascida em Passos de Carvalhal (Santiago do Monte).

Filhos:

1.2.5(IX) Luiz de Souza de Menezes e Vasconcellos Pereira e Seixas, que sucedeu na casa de Casaínho e sua capela de Nª Srª do Rosário. Vivia já casado no paço das Donas, em Pindêlo (Silgueiros), quando é referido na «Lista das pessoas honradas de Besteiros» como sendo «muito capaz de qualquer imprego». C. a 9.2.1750 na capela de S. João do dito paço das Donas c. sua prima D. Tereza Margarida de Melo e Souza, abaixo no nº 1(IX).

2.2.5(IX) Paulo de Mello e Souza, que na dita «Lista das pessoas honradas de Besteiros» se diz que «tem a mesma capacidade (de seu irmão) e vive com seu Pay». S.m.n.

3.5(VIII) D. Joana, b. a 28.11.1686 em Figueiredo das Donas e fal. m.

4.5(VIII) Doutor Caetano de Souza de Menezes(53), abade de Fataúnços, b. a 3.6.1690 em Figueiredo das Donas, que em 1723 vivia na quinta do Ribeiro.

5.5(VIII) José de Souza de Menezes Girão, que nasceu na quinta do Ribeiro, em que sucedeu em parte. C. a 21.10.1721 em S. Miguel do Outeiro, onde passou a viver, c. D. Maria da Conceição Baptista de Seixas, já viúva, n. em Santiago de Besteiros, filha do Dr. João Baptista de Seixas e de sua mulher (casados a 8.2.1685 em Santiago de Besteiros) Catarina Ferreira, n. em Portela de Besteiros.

Filhas:

1.5.5(IX) D. Rosa de Souza de Menezes e Vasconcellos e Seixas, que c. a 4.5.1714 em S. Miguel do Outeiro c. António Soares da Fonseca, n. em Rebordinho, filho de João Luiz da Fonseca e de sua mulher Bernarda da Fonseca, natural de Sarrascoza. Destes foi filha D. Maria Rosa de Barros de Souza de Menezes e Vasconcellos c.c. António José Botelho Viçozo da Veiga, F.C.R., capitão-mor de Oliveira de Frades, etc., s.g.

2.5.5(IX) D. Maria Florência de Souza Mello e Vasconcellos, nome com que consta no assento de casamento. Em 1738 vivia em S. Miguel do Outeiro aparecendo apenas como D. Maria de Souza e Vasconcellos. Aparece como Maria de Souza de Menezes Mello e Vasconcellos na carta de armas de seu filho. Numa sentença de justificação de baptismo de 19.9.1753 proferida pelo Dr. José Vaz Leitão, vigário geral do bispado de Viseu, aparece como D. Maria Florência de Souza e Mello e aí se diz que foi baptizada em S. Miguel do Outeiro «em hum dos dias do mes de Fevereiro» de 1730. Casou a 22.4.1754 em S. Miguel do Outeiro com Fradique José da Mota e Almeida, cavaleiro da Ordem de Cristo, nascido em Fataúnços, filho de António de Almeida Ferreira, natural de Formil (Figueiredo das Donas), e sua mulher D. Eufémia Tereza da Mota e Almeida, filha esta do Cap. José Marques da Mota e de sua mulher Maria de Almeida. De Fradique José e sua mulher foi filho, entre outros, José de Almeida de Souza de Menezes Girão Mello e Vasconcellos, que teve carta de armas para Souza e Vasconcellos (16.1.1775), e casou com sua parente D. Maria Rita de Souza de Menezes Vilhena de Mello e Castro, da Casa de Figueiredo das Donas, e que foram os 1ºs senhores da Casa de Fataúnços. C.g. (53b)

3.5.5(IX) António de Souza de Menezes Girão, fal. solteiro a 7.6.1753 em Fataúnços.

6(VII) Gregório, bat. a 3.9.1665, ib, s.m.n.

7(VII) D. Francisca, bat. a 25.3.1668, ib, sendo padrinho Manuel de Almeida Castello-Branco. S.m.n.

8(VII) D. Lourença, bat. a 28.2.1671, ib, sendo padrinho seu tio o Padre António Machado de Mello. S.m.n.

9(VII) D. Engrácia, bat. a 18.4.1673, ib, sendo padrinho António de Abreu e Ana Girão, da quinta da Corujeira. S.m.n.

10(VII) D. Ana, bat. a 22.1.1677, ib, sendo padrinho seu tio paterno o Padre Diogo de Barros Girão. S.m.n.

11(VII) D. Violante, bat. a 6.2.1680, ib, sendo padrinhos seu irmão Paulo e sua tia materna D. Violante de Mello. S.m.n.

VII   Dona Tereza de Mello e Souza, que nasceu na quinta do Ribeiro de Fataúnços, sendo aí bat. a 2.11.1659, tendo por padrinhos seu primo Roque de Mello e Souza e Maria Freire de Andrade, avó de seu futuro marido. Sucedeu na quinta do Freixo, em Serrazes, e viveu casada na quinta da Corujeira, em Ventosa, onde faleceu com apenas 48 anos de idade, a 10.11.1707, sem testamento, sendo sepultada na matriz. Casou a 9.11.1684 em Fataúnços com seu primo Manuel Ribeiro Girão de Alarcão, senhor da quinta da Corujeira(54), em Ventosa (Vouzela), onde faleceu a 17.1.1712, sem testamento, juiz e vereador do Senado de Lafões(55), recebedor-geral das Sisas do concelho de Lafões e proprietário deste ofício (22.6.1682), juiz inquiridor e distribuidor do concelho de Sanfins e proprietário deste ofício, por cartas reais de 10.8.1676 e 10.8.1679, etc., filho sucessor de Diogo Girão Ribeiro(56), senhor da dita quinta da Corujeira, onde n. a 30.7.1612, também juiz, vereador do Senado e recebedor-geral das Sisas do concelho de Lafões e proprietário deste ofício (7.7.1657); neto paterno de outro Diogo Girão Ribeiro, que viveu na vila de S. Pedro o Sul e na quinta da Corujeira, onde faleceu muito velho a 24.10.1692, e jaz na sua sepultura no arco da capela-mor da matriz de Ventosa, e de sua mulher Maria Montanha Coutinho, herdeira da dita quinta da Corujeira. Este Diogo era irmão de Paulo Girão Ribeiro, referido no nº anterior, e ela filha sucessora de Francisco Montanha(57) e de sua mulher Francisca Coutinho, da casa de Sever.

Filhos:

1(VIII) Diogo Girão Ribeiro de Mello, que sucedeu quinta da Corujeira, onde foi bat. a 20.1.1686 e ainda vivia a 7.12.1767, com 82 anos da idade, data em que testemunha na justificação de nobreza de seu primo João de Souza e Mello, referido acima no nº 4.3(VI). Terá instituído morgadio na quinta da Corujeira, de que era administrador seu filho. C.c. D. Antónia Luiza da Fonseca, s.m.n.

Filho:

1.1(IX) António Alberto Ribeiro Girão de Mello, morgado da quinta da Corujeira, fal. a 25.8.1780 em S. Pedro de France. Parece que teve casa em Vil de Moinhos e no Banho. C.c. D. Maria Ferrão de Castello-Branco, irmã do padre António Ferrão de Castello-Branco, vigário de S. Pedro de France, ambos filhos de Francisco Ferrão de Castello-Branco e de sua mulher (c. a 27.11.1715 em S. Miguel do Outeiro) Bernarda Mariana de Oliveira; netos paternos do padre Francisco Ferrão de Castello-Branco, que tirou ordens menores em Viseu a 18.11.1651, e de Isabel Lopes, moça solteira de Lafões. C.g. nos viscondes do Banho.

2(VIII) António Girão Freire de Andrade, que nasceu na quinta da Corujeira, onde foi bat. a 15.9.1688. S.m.n.

3(VIII) D. Francisca Tereza de Mello e Souza, que segue.

4(VIII) D. Maria Caetana de Mello e Souza Girão, que nasceu na quinta da Corujeira, foi bat. na Igreja Matriz de Ventosa a 31.10.1693, sendo padrinhos seu irmão Diogo e sua tia paterna Maria Veegas. Viveu casada na casa da Praça na vila de Vouzela, de que julgo foi a 1ª senhora. C. a 20.1.1723, na capela de S. Frei Gil, ib, c. Gil Roiz Rebello, morador em Vouzela, filho de Francisco Roiz (Rebello) e de sua mulher Ana Jorge. C.g. nos condes de Margaride, etc.(58) 

5(VIII) D. Engrácia, bat. a 3.3.1698, ib, s.m.n.

6(VIII) D. Helena, bat. a 15.9.1701, ib, sendo padrinhos seus irmão António e D. Francisca. S.m.n.

VIII  Dona Francisca Tereza de Mello e Souza, que nasceu na quinta da Corujeira e foi baptizada a 24.12.1690 na matriz de Ventosa, sendo padrinhos seu tio Paulo de Mello e Souza e D. Catarina de Lobão mulher de Jorge de Abreu. Sucedeu na quinta do Freixo, em Serrazes, e viveu casada no paço das Donas, em Pindêlo, no termo de Silgueiros (Viseu). Casou a 27.6.1723 em Ventosa com António de São-Payo Homem(59), capitão de Silgueiros na Ordenança de Viseu, 3º senhor do paço das Donas, em Pindêlo (Silgueiros), etc., filho de outro Cap. António de São-Payo Homem, senhor do dito Paço das Donas, onde nasceu a 1.2.1654, tirando Ordens Menores em Viseu a 20.8.1671, e de sua mulher Joana de Figueiredo, nascida em S. Miguel do Outeiro, onde casaram a 18.2.1675. Este último Cap. António de São-Payo era filho do Dr. António Gonçalves Homem, cónego da Sé de Viseu, 1º senhor do paço das Donas e instituidor da sua capela de São João, etc., e de Maria de Araújo Ponces(60), nascida em Santar a 3.5.1629, onde viveu solteira, filha do capitão-mor de Senhorim Domingos de São-Payo do Amaral e de sua mulher D. Maria Coelho de Figueiredo; neta de Fernão de São-Payo, morador em Santar, onde faleceu a 20.3.1616, e de sua mulher Branca do Amaral(61), falecida a 10.7.1633, ib; e bisneta de Domingos de São-Payo e de sua mulher Maria de Araújo Ponces, moradores em Santar no séc. XVI, filha esta de Bartolomeu Ponces de Leão, fidalgo nascido em Viseu, e de sua mulher Maria de Araújo, nascida em Santar, e neta de Jorge João de Ponce, filho dos senhores do castelo de Ribaleo, na Catalunha(62), que no séc. XV se estabeleceu na cidade de Viseu.

Filhas:

1(IX) D. Tereza Margarida de Mello e Souza, n. a 14.6.1724 no paço das Donas e aí c., na sua capela de S. João, a 9.2.1750 c. seu primo Luiz de Souza de Menezes e Vasconcellos Pereira e Seixas, senhor das casas do Prado e de Casaínho, com sua capela de Nª Srª do Rosário, em Canas de Sabugosa, etc., acima no nº 1.2.5(IX). Vivia já casado no paço das Donas, em Pindêlo (Silgueiros), quando é referido na «Lista das pessoas honradas de Besteiros» como sendo «muito capaz de qualquer imprego». Destes foi filho sucessor José de Souza de Vasconcellos de Figueiredo e Seixas, C.O.C., que casou com D. Gertrudes Leonor de Moura e Magro Carvalho da Fonseca, morgada da quinta do Sameiro (Besteiros). Deste casal nasceu um filho, António de Souza e Vasconcellos Pereira de Figueiredo (que fal. solt. com um filho natural, c.g. - vide «Ascendência e Descendência de Francisco de Paula de Sousa de Menezes», Lisboa 1983, de Rui do Amaral Leitão), e uma filha, D. Maria das Dores de Souza Pereira de Menezes de Moura e Magro, sucessora, que c. a 14.9.1825 c. José de Mello Paes do Amaral, F.C.R., 6º morgado de Santar, capitão-mor de Senhorim, C.O.C. (11.12.1808), etc., pais do 1º visconde de Taveiro. C.g. nos condes de Santar e marqueses de Stª Iria (vide «Melos de Santar», de Gonçalo Soares de Albergaria e Sousa, in Raízes e Memórias, nºs 3 e 4).

2(IX) D. Francisca Tereza de Mello e Souza, que sucedeu na quinta do Freixo e no paço das Donas, onde n. a 13.8.1725, vindo a falecer na casa de S. Miguel, em Viseu. C. a 29.1.1755 na capela de S. Miguel, em Viseu, c. seu primo Manuel da Mesquita Cardoso do Amaral(63), capitão-mor de Viseu e nesta cidade 4º senhor da dita casa de S. Miguel, que instituiu em morgadio, b. a 10.5.1702 na dita capela de S. Miguel. Foi ainda familiar do Stº Ofº (1770), vereador do Senado de Viseu (1778), provedor da Santa Casa da Misericórdia de Viseu (1759), etc. Segundo a justificação de nobreza de seu filho, foi pessoa «de conhecida Nobreza e das principais pessoas de Viseu, que sempre se tratou à Lei da Nobreza». Era filho sucessor de José Cardoso do Amaral, fidalgo da Casa Real, que foi capitão-mor de Viseu, depois de ter sido alferes do Terço de Cavalaria da Beira, juiz dos Órfãos e vereador do Senado de Viseu (1677), n. a 23.1.1639 na quinta da Boavista (também dita do Buço), em S. Pedro (Alenquer), e fal. a 18.6.1715, em Viseu; e de sua mulher e prima (c. em Viseu a 15.9.1672) D. Maria da Mesquita Cardoso de Távora, bat. a 13.4.1656, ib, 3ª senhora da dita casa de S. Miguel, ib; neto paterno de Pedro Lopes de Rebello Cardoso, morgado de Corpo Santo e de Escouras, já referido acima no nº V, e de sua 2ª mulher D. Isabel Soares de Lima(64), nascida em Lisboa, senhora da dita quinta da Boavista; neta materna de António Rebello do Campo, senhor da dita casa de Mundão, e de sua mulher D. Maria da Mesquita Cardoso de Távora, senhora da dita casa de S. Miguel, filha de João da Mesquita Cardoso de Távora, chefe dos Cardoso e dos Mesquita de Viseu, FCR, 7º senhor dos coutos de Rio de Asnos, 5º senhor da quinta e padroado da igreja de Cepões, 2º senhor da quinta da Travaçós de Baixo e 1º da casa de S. Miguel, etc., que era irmão da D. Antónia de Cáceres, já referida no nº V.

Filhos:

1.2(X) José Cardoso da Mesquita de Mello e Souza, capitão-mor e sargento-mor de Viseu, 5º senhor da casa de S. Miguel, onde viveu, senhor das quintas do Freixo, Paço das Donas, etc., cavaleiro da Ordem de Cristo (3.10.1778) com tenças de 20 mil réis (7.9.1778) e de 13 mil réis (15.9.1778), provedor (1789) e escrivão (1790) da Stª Casa da Misericórdia de Viseu, etc., que fez justificação de nobreza(65)  a 27.8.1778, em Viseu, na casa do Arco, perante o comissário da Ordem de Cristo António José de Albuquerque do Amaral Cardoso e do cónego João Corrêa de Almeida, sendo testemunha a principal Nobreza de Viseu, S. Pedro de Sul e Alenquer, onde se diz que era «de conhecida Nobreza, por seu Pai e Mãe, aparentado com a maior parte das Casas mais distintas desta comarca e província». Nasceu em 1755 e faleceu a 17.10.1802, sendo capitão-mor, e indo a sepultar na Sé junto a sua mulher. C. em finais de 1779 c. D. Bernarda de Lemos e Menezes de Noronha(66), n. a 10.10.1745 na casa de Stª Eulália de Águeda, bat. na igreja da Casa da Trofa, tendo por padrinho seu primo-direito o 10º senhor da Trofa Bernardo de Lemos e Carvalho, e falecida a 7.11.1788 na casa de S. Miguel, sendo sepultada na Sé. Era filha de José de Souza de Menezes e Lemos, tenente-coronel de Infantaria, sargento-mor de Auxiliares da Comarca de Aveiro, moço-fidalgo da Casa Real com moradia de 2.000 réis (15.6.1709), senhor da dita casa de Stª Eulália de Águeda, onde viveu e faleceu a 22.4.1779, tendo nascido a 4.3.1699 na Casa da Trofa, onde foi a sepultar, e de sua mulher (casados a 26.8.1739) D. Ângela Maria Madalena da Cunha de Vasconcellos; neta paterna de Bernardo de Carvalho e Lemos(67), 8º senhor de juro e herdade da Trofa, Pampilhosa, Terra de Álvaro, Jales e Alfarela (mercê de 28.5.1699, para suceder em toda a Casa da Trofa), 4º morgado de Lamarosa, moço-fidalgo da Casa Real (24.2.1685) com moradia de 100.000 réis, indo à Índia com uma ajuda de custo de 10.000 réis para a viagem (20.3.1685), comendador da Ordem de Cristo, etc., e de sua mulher D.Maria Madalena de Souza de Menezes de Noronha, das casas e quintas de Penteeiros, dos Freixos (ou palácio do Santo de Salreu), do paço de Figueiredo das Donas, etc. C.g. nos Cardoso de Lemos e Menezes da casa de S. Miguel, nos Pessanha de Menezes da casa de Mundão, nos Mello de Menezes e Castro da casa de Fataúnços, nos Souza e Albuquerque de Lemos e Menezes da quinta de Alter, nos Abranches de Lemos e Souza de Menezes da casa de Chão do Mestre, etc.(68)

 2.2(X) António de Mello Cardoso Girão, cónego prebendado da Sé de Viseu (bula do Papa Pio VI de 15.6.1794)

3(IX) D. Inácia, n. a 8.3.1728, ib, f.m.

4(IX) D. Inocência, n. a 2.6.1733, ib, f.m.

 

notas


1.
Vol. XXXV, nº 1, e Vol. XXXVI, nº 2, 3 e 4.

2. Vide «Ascendências Visienses», obra referida na introdução.

3. Luzinde, que hoje é freguesia do concelho de Penalva do Castelo, era então termo da comarca de Viseu, cidade de que dista cerca de 20 km, e pertencia à freguesia de Pindo. 

4. Dom João Gomes de Abreu iniciou a construção do paço dos Bispos (hoje museu). Acompanhou a Excelente Senhora na sua entrada em Portugal e obteve de Dom Afonso V a doação de duas torres romanas situadas junto à Sé, o que muito irritou o povo da cidade, convertendo-as em cadeia. Criou a dignidade de mestre-escola (15.2.1467), anexando-lhe uma prebenda com a terça parte dos frutos ou dízimos da abadia de Canas de Sabugosa e da sua igreja anexa. Foi grande benfeitor do convento de S. Francisco de Órgens. Também usou o nome de Dom João da Anunciação. Foi cavaleiro professo da Ordem de Cristo e comendador de Longos Vales nesta Ordem.

5. Irmã mais velha de Dona Catarina de Eça (filha do 3º casamento de Dom Fernando de Eça), que foi 17ª abadessa do mosteiro de Lorvão e teve filhos de Pedro Gomes de Abreu, senhor de Regalados, sobrinho do dito bispo de Viseu. O comportamento destas Eças, cuja «dinastia» governou Lorvão durante mais de 100 anos, escandalizou de sobremaneira o piedoso rei Dom João III, que se queixa ao Papa (13.8.1543) daquela situação, «causa de muita infâmia e escândalo do povo», e que procurou pôr fim à situação, proibindo o mosteiro de eleger nova abadessa até ser reformado. Mas o poder das Eça era muito e foi logo eleita nova abadessa Dona Filipa de Eça (1549), que manteve guerra aberta com o Rei até 1551, data em que o próprio Papa a confirma como abadessa, arrumando de vez com Dom JoãoIII...

6. Filha de Martim Afonso de Mello.

7. «História Genealógica da Casa Real» de Dom António Caetano de Souza.

8. Vide «Ascendências Visienses», ib.

9. Já viúva de Pedro Machado, 1º senhor de Entre-Homem-e-Cávado (19.1.1450), era filha de Pedro de Góis, cavaleiro da Ordem de S. João de Rodes (depois de Malta) e comendador de Vera Cruz nesta ordem, e de sua mulher e prima D.Inez de Góis.

10. Neto paterno e sucessor de Vasco Martins da Cunha, 7º senhor de Tábua, etc. e de sua 1ª mulher D. Leonor Rodrigues de Vasconcellos, filha sucessora de Lopo Soares de Albergaria, chefe desta linhagem, morgado da capela e albergaria de S. Mateus e da capela e hospital de Stº Eutrópio (17.3.1369), etc. Por esta razão estes Cunhas de Tábua, que por decisão de Dom João I sucederam nos morgadios dos Soares de Albergaria, primeiro esquartelaram o seu escudo de armas de Cunha com Soares de Albergaria e depois usaram Cunha em pleno com bordadura de Soares de Albergaria. Tal como fizeram, pelas mesmas razões, os Soares de Mello, conforme se dirá adiante.

11. Vide «Abranches da Beira», obra do autor deste trabalho, que espera editá-la em breve.

12. Vide «Maçorim – Barros e Machados da Silveira», Viseu 1943, por Silvério de Abranches.

13. Aparece com o título de Dona nomeadamente no assento do óbito. Título usado, de resto, por todas as suas descendentes, que como tal aparecem nomeadamente nos paroquiais. Segui aqui a regra de só dar o título de Dona (D.) a senhoras que aparecem como tal em documentos coevos.

14. Diogo Soares de Mello e Abreu c.c. D. Jerónima Cardoso de Loureiro, filha de António Cardoso do Loureiro, FCR, meirinho da Correição de Viseu, provedor da comarca da Beira e escrivão do Auditório Eclesiástico do bispado de Viseu, etc., e de sua 1ª mulher Isabel Roiz Teixeira. Destes foi filha sucessora D.Helena de Mello e Abreu, 3ª senhora dos prazos do paço da Torre da rua da Cadeia, com sua capela de S. Domingos na Sé, e das quintas da Aguieira e de S. Estevão de Travaçós, etc., que c. c. Álvaro de Carvalho e Vasconcellos, monteiro-mor de Viseu, etc., filho de Francisco Monteiro de Vasconcellos, FCR que era vereador do Senado da Câmara que aclamou em Viseu o rei Dom Filipe II a 4.11.1580, e de sua mulher D. Ana de Barros de Carvalho. Destes foi filha sucessora D.Ana de Vasconcellos e Mello, 4ª senhora dos prazos do paço da Torre da rua da Cadeia com sua capela de S. Domingos na Sé, que era já viúva em 23.2.1670, data em que o Cabido da Sé renova o prazo, por mais três vidas, da quinta da Aguieira em sua filha menor D. Maria de Abreu. Esta D.Ana c. cerca de 1639 c. Teobaldo de Lemos  e Alvellos, FCR, 14º morgado de Alvellos, morgado do paço e torres de Figueiredo de Alva, etc., dos quais foi filho sucessor Henrique de Mello e Lemos de Alvellos c. a 5.2.1668 c. D. Francisca da Campos Coelho, celebrada genealogista das famílias de Viseu, c.g. nos Viscondes de Serrado. Deste último casal é 8º neto o autor deste trabalho. Vide Raízes e Memórias nº 4, «Melos de Santar», por Gonçalo Soares de Albergaria e Sousa, pag. 116. Vide também «Ascendências Visienses», obra já citada, e «Consanguinidades de Currelos», também obra do autor deste trabalho, que espera editá-la em breve, e «Uma linha Azevedo em Viseu», trabalho do autor publicado neste site.

 

Janela armoriada quinhentista do Paço da Torre da rua da Cadeia, na cidade de Viseu, com o escudo de armas (esquartelado de Abreu e Soares de Albergaria) do seu 1º senhor, Dom Pedro Gomes de Abreu, cónego e protonotário da Sé de Viseu, filho de Antão Gomes de Abreu (irmão do bispo de Viseu Dom João Gomes de Abreu) e de sua mulher D.Isabel Soares de Mello, filha de Fernão Soares de Albergaria, senhor do Prado (Braga).

15. Foi este Dom Pedro Gomes de Abreu, grande potentado visiense, que colocou na sua torre o seu brasão de armas, esquartelado de Abreu e Soares de Albergaria. O prazo do Cabido foi-lhe renovado em 1500. Dom Pedro jaz na sua capela do Calvário ou de S. Domingos, na Sé, com o dito seu brasão, instituída em 1567 por seu filho. Também colocou o seu brasão na sua quinta da Aguieira. Nos prazos do Cabido são referenciados vários bens seus, desde várias casas e terras na cidade, as azenhas do Rio Pavia, as capelas junto à Rua Escura, a capela de S. Braz junto à Rua do Miradouro, etc. Era irmão de Lourenço Soares de Mello, fidalgo-cavaleiro da Casa Real (r. de 1507 e 1510) e vedor da Casa do cardeal Dom Henrique, senhor da Possessão de Rio de Loba, como se vê num prazo de 2.4.1510 de umas terras dessa possessão, que precisou do consentimento do tedor, «Senhor Lourenço Soares, fidalgo da casa do Rei». Em 1527 o Cabido empraza, e ele e sua mulher D.Isabel de Vilhegas (filha do bispo de Viseu Dom Diogo Ortiz de Vilhegas) por três vidas, a possessão de Fornicô, com suas casas, vinhas e pomares.

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Escudo de armas dos Mello Soares ou Soares de Mello, composto com as armas dos Mello, em pleno, e a bordadura dos Soares de Albergaria. Este escudo foi, concretamente, usado por Estevão Soares de Mello, 5º Sr. de Mello e Gouveia, Sr. de Seia, Celorico, Linhares, Penedono, etc., e como tal aparece no túmulo de sua filha D. Melícia de Mello Soares, na Igreja da Graça, em Lisboa. Este Estevão Soares de Mello era bisneto (por sua avó paterna) do alcaide-mor de Lisboa Estevão Soares de Albergaria, que foi o 1º do nome, por ser morgado da Albergaria e capela de S. Mateus, em S. Bartolomeu de Lisboa.

16. Cabeça de um vasto prazo que se estendia do Rio Pavia ao Monte Salvato, abrangendo as quintas da Aguieira e de Stº Estevão de Travaçós

17. Fernão Soares de Albergaria considerava-se o sucessor na chefia dos Soares de Albergaria, apesar de os respectivos morgadios terem sido confiscados a sua mãe em favor de seu primo Martim Vasques da Cunha. Era irmão mais novo de Diogo Soares de Albergaria, que faleceu s.g. e foi cavaleiro da Casa de Dom Duarte, senhor de Santar e dos seus coutos (17.4.1434), senhor de Barreiro, Avô e Algiraz (22.2.1434), de Senhorim (21.4.1434), da aldeia de Cabra, no termo de Gouveia (29.1.1434), a quem Dom Duarte dá ainda os bens confiscados ao Cabido de Viseu (26.6.1434) e um terreno com cisterna e alicerces de muralha junto à porta principal de Viseu (17.4.1434).

18. D. Isabel de Mello c. a 1ª vez cerca de 1431 c. João de Almeida, colaço do infante Dom Henrique, tendo ela para o efeito recebido de Dom João I um dote de 2 mil coroas (2.9.1431). Este João de Almeida, que não é o 2º senhor de Mossâmedes, como diz Braamcamp e os que o seguem, fal. antes de 25.11.1433, data em que ela surge como viúva na carta de Dom Duarte a confirmar o dito dote. D. Isabel c. pouco depois com Fernão Soares de Albergaria, senhor do Prado. D.Isabel era irmã de D. Grimaeza de Mello c.c. Mem de Brito, morgado de Stº Estevão de Beja e S. Lourenço de Lisboa, e de D. Melícia de Mello c.c. o chanceler-morr do reino Doutor Rui Gomes de Alvarenga, pais do 3º governador da Índia Lopo Soares de Albergaria.

19. Filho do célebre bispo de Viseu Dom Gonçalo de Figueiredo, por sua vez filho de Gonçalo Garcia de Figueiredo.

20. Filha sucessora de Diogo Soares de Albergaria, chefe desta linhagem, que seguiu o partido de Castela. Por essa razão Dom João I confiscou os morgadios da família a sua filha e os deu a Vasco Martins da Cunha, 8º senhor de Tábua, que por ser neto materno de Lopo Soares de Albergaria reivindicou a chefia desta família, como ficou dito.

21. Vide «Ascendências Visienses», ib.

22. Estevão Soares de Mello foi o primeiro Soares de Mello (ou Mello Soares) que documentalmente se sabe ter usado um escudo de armas de Mellos com bordadura de Soares de Albergaria, como aparece no túmulo de sua filha. Era filho de Martim Afonso de Mello, 4º senhor de Mello, com jurisdição do cível e crime (12.4.1411), e 2º do couto da Ribeira de Mello até ao Vale de Arinta (11.6.1417), e de sua 2ª mulher D.Inez Roiz de Brito. Este Martim Afonso de Mello foi alcaide-mor de Lisboa, senhor de Gouveia, Seia, Linhares, Celorico, Penedono, Sanfins e Penamacor, foi cavaleiro e vassalo de Dom Pedro e depois de Dom Fernando, que lhe doou o castelo de Abrantes (27.2.1367 e 10.11.1372) e ainda, de juro e herdada, as adeiras d’El Rei, Vila Franca, Bouças e Covas, no termo da Guarda (1.3.1372), os direitos reais da Golegã e Borralha (11.11.1372) e as jugadas de Leiria e seu termo (ib). Por morte de Dom Fernando, Martim Afonso de Mello seguiu sua filha a rainha Dona Beatriz, por quem esteve, já muito velho, no cerco de Lisboa e na batalha de Aljubarrota. Era filho de outro Martim Afonso de Mello, o Velho, 3º senhor de Mello e Gouveia, etc., e de sua segunda mulher D. Marinha Vasques, filha de Estevão Soares de Albergaria, o 1º do nome, alcaide-mor de Lisboa, 7º morgado da Albergaria de S. Mateus, etc. É este casamento que primeiro liga os Mello aos Soares de Albergaria. Este último Martim Afonso de Mello, o Velho, que participou na lide de Fornos de Algodres em 1277, era neto paterno e sucessor de Mem Soares de Mello, 1º senhor da vila de Mello, rico-homem e conselheiro de Dom Afonso III, a quem acompanhou na conquista do Algarve e em cuja Cúria, às vezes com o título de privatus regis, aparece entre 1249 e 1262, governador (tenens) de Gouveia. Sua viúva, D. Tereza Martins Gato (casados antes de 1243)  aparece como senhora da vila de Mello em 1288 e em 1294 instituiu a capela de Stª Catarina no mosteiro de Maceira-Dão.

23. D. Tereza jaz no Convento de S. Francisco de Órgens, em Viseu, cidade onde viveu, em túmulo junto ao altar de St. António. Depois de viúva casou 2ª vez com o senhor de Azurara e Belmonte Fernão Alvares Cabral, avô de Pedro Alvares Cabral (Vide «Subsídios para uma biografia de Pedro Alvares Cabral», Coimbra 1971, do Prof. Doutor Luiz de Mello Vaz de São-Payo). D.Tereza era filha de Rui Freire de Andrade, comendador da Ordem de Santiago, e de sua mulher D.Aldonça de Novais; e neta paterna de D.Nuno Roiz Freire de Andrade, mestre da Ordem de Cristo e aio de Dom João I.

24. Vide «Monumenta Henricina», IV - 325; Doc. 150 do Arquivo da Casa de Mateus e COD 719 da Biblioteca Nacional, p. 31.

25. Muitos dos descendentes de Martim Afonso de Mello, 6º senhor de Mello, e de sua mulher D.Marinha Soares de Albergaria (vide nota seguinte) usaram o nome Mello Soares (de Albergaria), em que Soares já não funciona como patronímico mas como apelido, e acrescentaram ao brasão de armas (Mello em pleno) a bordadura de quinas dos Soares de Albergaria, como se vê, por exemplo, no túmulo na igreja da Graça, em Lisboa, de D.Melícia de Mello Soares. Estes Mello Soares distinguiam-se dos seu primos Soares de Mello, que vinham do casamento de Fernão Soares de Albergaria com D.Isabel de Mello e que usavam Soares de Albergaria esquartelado com Abreu, como se vê nomeadamente no paço da Torre da rua da Cadeia, em Viseu. Este Martim de Mello Soares parece ter c. a 1ª vez c. D.Inez do Rego, filha de João do Rego de Abreu, de quem teve um único filho, Fernão de Mello, que foi prior de Nossa Senhora da Várzea.

26. Embora não tenha encontrado o respectivo foro, vem como tal no foro de moço-fidalgo de seu neto. 

27. Filho de Martim Afonso de Mello, 6º senhor de Melo, e de sua mulher D.Beatriz de Souza, que podem considerar-se os progenitores dos Mello e Souza. Este Martim Afonso de Mello, que foi ainda guarda-mor de Dom Duarte e Dom Afonso V, alcaide-mor de 0livença, senhor de Seia, Gouveia, Linhares, Celorico e Penamacor, etc., era filho de Estevão Soares de Mello, 5º snhor de Mello, e de sua mulher D.Tereza de Andrade, já referidos no nº anterior. Aquela D.Beatriz de Souza, «a Senhora mais fermosa de seu tempo», como diz Manso de Lima, era filha de Pedro Gomes de Abreu, senhor de Regalados, e de sua mulher D.Aldonça de Souza, filha esta do mestre Dom Lopo Dias de Souza, 17º senhor da Casa de Souza. Por aqui se pode ver como é errado o facto de ter sido passada carta de armas (1775) a um Souza e Mello com Souza do Prado (vide nota nº 34), erro repetido nos nossos dias na carta de armas (1979) passada ao Dr.José de Souza e Mello.

28. O nome vem-lhe de ter deixado cair um púcaro com que servia uma bebida a Dom João II. Perante a troça geral, veio o rei em seu auxílio recordando que em África «nunca lhe cahio a lança da mão». Vide Garcia de Resende, «Crónica de El-rei D.João II», Cap. LXXXVII.

29. Também chamado paço do Infante, pois aí foi educado o futuro Dom João I por seu aio o mestre da Ordem de Cristo Dom Nuno Roiz Freire de Andrade, trisavô deste Pedro de Mello o Púcaro.

30. Pedro de Mello Soares c. a 1ª vez c. D.Ana de Gouvêa. Sua 2ª mulher, D.Briolanja Pereira, era filha de Fernão Pinto, senhor da quinta de Real, comendador de Moimenta da Beira na Ordem de Cristo, etc., e de sua mulher D.Isabel de Miranda; neta de Gonçalo Vaz Pinto, senhor de Ferreiros e Tendais, alcaide-mor de Chaves, etc., e de sua mulher D.Guiomar de Castro (filha dos senhores de Gouveia e neta dos 1ºs condes de Atouguia); neta materna de Vasco Pereira, senhor de Fermedo, e de sua mulher D.Isabel de Miranda.

31. Vide «Memórias de Viseu», 1941, por José Coelho, pag. 146, e «Sangue Real», obra já citada.

32. Vide «Ascendências Visienses», ib.

33. Este Sebastião Pereira de Mello teve, de Catarina, moça solteira de Penalva do Castelo, o Padre João de Mello e Souza que a 10.9.1633 fez Inquirições de genere em Viseu para ser tesoureiro-mor de Viseu.

34. Embora não tenha encontrado registo deste foro, vem como tal no foro de seu neto homónimo em 1641. No assento do seu casamento, na Sé de Viseu, vem apenas como Roque de Mello, filho de Martim de Mello e sua mulher Dona Violante. A noiva vem apenas como Dona Maria, filha de Francisco de Figueiredo e sua mulher Dona Maria. Foram testemunhas o Padre João de Figueiredo e Aleixo de Figueiredo, capelão da Sé.

35. Vide «Ascendências Visienses», ib. Pedro Lopes de Abreu Castello-Branco era bisneto por varonia de Lopo Alvares de Abreu, cavaleiro-fidalgo da Casa Real, contador do infante Dom Fernando (pai de Dom Manuel I), e de sua mulher D.Beatriz Alvares de Castello-Branco, morgada de Arcozêlo de Gouveia e do Pego (junto à Guarda).

36. É padrinho de sua prima D.Tereza de Mello e Souza em 1658.

37. De registar a inversão do nome de Mello e Souza para Souza e Mello. Este Manuel teve dois filhos: 1)João de Souza e Mello, n. a 20.1.1704 na quinta do Paço, COC, FSO, que foi sargento-mor no Brasil, deputado da Companhia dos Vinhos do Alto Douro, tesoureiro-geral da Alfândega do Porto, etc., e fez justificação de nobreza a 7.12.1767 em Lafões, onde testemunharam Diogo Girão Ribeiro de Mello, morador na sua quinta da Corujeira, em Ventoza, de 82 anos, ref. no nº 1(X), o Padre Luiz da Rocha, morador na sua quinta do Reguengo, em Fataúnços, e José Bernardo Telles de Figueiredo, FCR, COC, morador em  Vouzela, descendentes legítimos dos referidos Mello, que abonaram a ascendência, ainda que bastarda, do justificante. Deste foi neto João de Mello e Souza da Cunha Sottomayor, que n. a 14.7.1791, FCR com tratamento de senhoria (28.3.1825) e cadete do Regimento nº 2 do Porto quando a 3.7.1815 tirou carta de armas de Mello, Cunha, Souza e Sottomayor, provando esta ascendência, c.g. nos Mello da quinta das Águas Férreas, no Porto, que vieram e ser viscondes de Veiros; 2)Manuel de Souza e Mello, capitão da Ordenança de Lafões, a quem seu pai instituiu o vínculo de Queirões. Deste foi filho sucessor Xavier Francisco de Souza e Mello, n. a 5.2.1732 em S. Pedro do Sul, C.O.C., capitão-mor de Arouca, FCA (13.10.1775) com escudo esquartelado de Mello, Cunha, Abreu e Souza (do Prado). C.g. referida no citado livro do Dr.José de Souza e Mello, «A linha de Varonia dos Mellos de S. Pedro do Sul», Lisboa 1997.

38. Nasceu em Viseu cerca de 1580 e em 1631 vivia em Lisboa já viúvo de sua 1ª mulher. Casou então 2ª vez e foi viver para a sua quinta do Buço (ou da Boavista), em S. Pedro de Alenquer, onde ele, a mulher e os filhos se «tratavam com notória Nobreza, sendo das principais pessoas daquela vila», segundo se diz na justificação de nobreza de seu bisneto. Por sua morte, foi feito em 1659 um inventário de bens no escrivão de Alenquer Fernando de Antas da Cunha e Britto, sendo a partilha de bens feita pelos filhos no mesmo escrivão a 27.8.1661. Deste 2ª casamento foi filho o capitão-mor de Viseu José Cardoso do Amaral, a referir no nº 2(IX).

39. ANTT - Chancelaria de D.Filipe I, L.15,12.

40. Leonel Cardoso Botelho de Rebello teve ainda metade da quinta de Santiago, sendo a outra metade emprazada pelo Cabido da Sé a 12.11.1575, com o foro de 800 réis às terças do ano, a Antónia Machado, sua prima-direita, filha de Isabel Rebello, morgada de Alcofra (Vouzela), e de seu marido Tomé Machado. Este Leonel Cardoso era neto paterno e sucessor do Dr. Pedro Lopes Cardoso, fidalgo da Casa Real (r. de 1500), desembargador da Casa da Suplicação, 1º corregedor-mor da Beira e Riba de Côa (1500-1510), presidente do Senado de Viseu (1500-1510), licenciado em Cânones pela Universidade de Lisboa, etc., um dos principais, senão o principal fidalgo de Viseu do seu tempo, e de sua 2ª mulher D.Antónia Botelho de Proença, da casa dos Botelho de Alarcão em Seia. Este Pedro Lopes Cardoso, por sua vez, era bisneto paterno de Álvaro Vaz Cardoso, vassalo de Dom João I, que o legitima por carta real de 1.3.1378, o faz alcaide-mor do castelo de Trancoso e lhe doa a vila de Moreira de Rei e a aldeia de Ervilhão, permitindo-lhe suceder a seu pai na honra e quintã de Cardoso, em S. Marinho de Mouros, e na chefia desta linhagem. Vide «Ascendências Visienses», ib.

41. Filha legitimada de Dom Gaspar do Amaral, deão da Sé de Viseu, 1º senhor do prazo da Prebenda (11.8.1539), etc. Vide «Ascendências Visienses», ib.

42. Irmão de António Botelho Ribeiro, senhor da casa de Mateus, em Vila Real, ascendente por varonia dos morgados de Mateus, c. g. nos condes de Vila Real.

43. Vide «Ascendências Visienses», ib.

44. Em 1735 a quinta do Ribeiro de Fataúnços pertencia à freguesia de S. Carlos de Folgosa.

45. Chamada depois a casa do Quintal, passou assim para os Correia Baharem, que aí se estabeleceram. Vide «Beira Alta», vol. LV, nºs 3 e 4, pag.474.

46. Irmão de Antónia Girão c. a 30.8.1626 em Fataúnços c. Manuel da Silveira de Sá, de Sever, e de Isabel Girão c. a 12.1.1612, ib, c. Paulo de Barros.

47. Filha Diogo de Barros de Alcáçovas, senhor da dita quinta do Freixo, e de sua mulher Maria de Almeida da Fonseca.

48. Manso de Lima, no seu Nobiliário, refere este Amador Girão e sua mulher Maria Freire como moradores na quinta da Lage, sendo ele filho de António Girão, fidalgo castelhano que «dizem foi da casa dos Duques de Ossuna e veio por crimes para Portugal». 

49. Bisavô do Dr. Manuel Soares Girão. senhor da dita quinta da Lage.

50. Vide «Sangue Real», Porto 1998, obra do autor. Esta D. Maria Inez era irmã D. Margarida Cristina de Souza e Vasconcellos, que sucedeu como 7ª senhora do paço, torre e quintã de Figueiredo das Donas e c. c. seu parente o Dr. Manuel de Souza de Menezes, moço-fidalgo da CR (17.11.1682), COC (22.5.1643), capitão-mor das Naus da Índia, corregedor-mor da Beira, tenente-coronel de Milícias, mestre-de-campo da comarca de Aveiro, capitão da Infantaria do Minho nas guerras da Restauração, bacharel formado em Cânones pela Universidade de Coimbra, etc., que viveu muitos anos na quinta dos Freixos (ou palácio do Santo), em Salreu, e depois no paço de Figueiredo das Donas, c.g. nos Lemos e Souza de Menezes de Noronha, da Casa da Trofa. Destes é bisneta legítima D.Bernarda de Lemos e Menezes de Noronha c.c. o capitão-mor de Viseu José Cardoso da Mesquita de Mello e Souza, ref. no nº 1.2(X).

51. Vide «Lista das Pessoas Honradas de Besteiros» , in «Memórias de Viseu», 1941, de J. Coelho.

52. Que parece irmão de Bento Bernardes de Seixas, morador na vila de Santa Comba Dão, que é padrinho do casamento de João Pereira de Seixas, ambos certamente bisnetos de Manuel Bernardes de Lemos e de sua mulher Maria Antunes de Seixas.

53. Vários descendentes de Paulo de Mello e Souza e D.Maria Inez de Souza e Vasconcellos usaram o nome Menezes, ainda que indevidamente. Não vinham dos Souza de Menezes mas sim dos Souza e Vasconcellos. Usaram Menezes certamente por mimetismo com seus primos do paço de Figueiredo das Donas.

53b. Vide «Sangue Real», Porto 1998, obra do autor. Do último casal referido foram filhos, pelo menos: 1) Fradique de Mello de Menezes e Castro, sucessor, ten-cor. de Milícias de Tondela, c.c. sua prima D.Maria Guilhermina de Mello de Lemos e Menezes, da Casa de S. Miguel, em Viseu, c.g. nos senhores da Casa de Fataúnços; 2) D. Maria José de Mello Figueiredo de Menezes e Castro c.c. Francisco Cardoso Girão de Mello de Lemos e Menezes, senhor do paço das Donas em Pindêlo, irmão de D.Maria Guilhermina, acima, c.g. nomeadamente nos Pessanha de Menezes, de Viseu; e 3) D. Maria de Menezes de Mello e Castro c.c. João Couceiro da Costa, barão de Paço de Couceiro (28.7.1870), general de Cavalaria, c.g.

54. Já nas Inquirições de Dom Afonso III aparecem em Santa Maria de Ventosa referências a Corujeira, então fogueira de foramontãos do rei, isto é, enfiteutas que pagavam à coroa foro de montaria. Da quinta da Corujeira, que como tal aparece referida nos paroquiais desde o séc. XVII, não há hoje notícia segura. Com efeito, no lugar da Corujeira domina hoje a quinta de Prazias, cujos senhores eram parentes destes Mello e Souza e que, como tal, também aparece nos paroquiais, já no séc. XVIII, a par da dita quinta da Corujeira. Não podiam assim ser a mesma, embora esteja convencido que hoje a quinta de Prazias absorveu, provavelmente por compra, a quinta da Corujeira, cuja casa original julgo ser a que hoje é chamada casa do Lagar, também pertencente a Prazias.

55. O concelho de Lafões, extinto em 1836, tinha uma curiosa administração bipartida, de origens alto-medievas, consubstanciada nas suas duas cabeças, Vouzela e S. Pedro do Sul, que só então se autonomizaram como concelhos. Até por isto, é mais correcto falar em Mello de Lafões do que Mello de S. Pedro do Sul.

56. Irmão de António Ribeiro Girão, morgado de Oliveira de Frades, c.c. Violante Tavares, c.g. nos Viçoso da Veiga, e do Padre Manuel Ribeiro Girão, que em 1688 era escrivão e deputado da Inquisição do Algarve.

57. Filho sucessor do capitão-mor de Vouzela Rodrigo Afonso de Alvellos, senhor da dita quinta da Corujeira, onde fal. a 25.7.1591, e de sua mulher Beatriz da Rocha, fal a 15.11.1590, ib.

58. D. Maria Caetana e seu marido tiveram dois filhos: 1)Doutor Bernardo José de Mello, b. a 22.10.1724 em Vouzela, onde vivia em 1765.; e 2) D. Rosa Josefa de Mello e Souza Girão, b. a 6.11.1728, ib, que c. a 9.6.1765, ib, c. José Bernardo de Almeida e Barros, F.C.A. (29.4.1766), C.O.C., sargento-mor de Ordenanças dos Coutos de Anciomil da Ordem de Malta, n. em Lourosa (Stª Cruz da Trapa), filho de João de Almeida Ferreira e de sua mulher D.Maria Engrácia de Barros, moradores no dito lugar de Lourosa, sendo ela natural de Passos de Carvalhais. Destes foi filha herdeira D. Maria Ana Rita de Mello Almeida e Barros, bat. a 25.12.1768 em Vouzela, que c.c. Luiz Cardoso Pereira Pinto de Menezes, M.F.C.R. (14.7.1777), capitão-mor de S. Martinho de Mouros, senhor das casas e morgados de Paredes, no termo de Resende, e do Bairro, em S. Marinho de Mouros, etc. Deste casal foi neta, entre outros, D. Ana Júlia Rebello Cardoso de Menezes, 1ª condessa de Margaride, c.g. Cf. «Anuário da Nobreza de Portugal», III, Tomo I = CONDES DE MARGARIDE.

59. Vide «Consanguinidades de Currelos», ib.

60. Irmã mais nova de Joana de São-Payo do Amaral, que com seu marido foi a 1ª senhora da casa da Fidalga, em Santar, a qual vinculou em morgadio. C.c. João de Almeida Castello-Branco, que sucedeu a seu sogro como capitão-mor de Senhorim, c.g. nos senhores de Bordonhos, entre eles o Dr. Pedro Brum da Silveira, que sucedeu na dita Casa da Fidalga e a deixou em testamento a S.A.R. o Sr. D.Duarte.

61. Irmã de Pedro do Amaral, ascendente dos condes de Santar. Vide «Consanguinidades de Currelos», ib.

62. Vide «A Família Ponces», Lisboa 1984, por Armando de Sacadura Falcão.

63. Vide «Ascendências Visienses», ib.

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Casa de S. Miguel, em Viseu, e respectivo portão armoriado (partido de Cardoso e Lemos, com Mesquita sobre o todo)

64. Filha de António Pereira Lobato, nascido em Alenquer, de «conhecida Nobreza», e de sua mulher D.Maria Soares de Lima, também nascida em Alenquer.

65. ANTT - Justificações de Nobreza.

66. Vide «Sangue Real», ib. Vide também a descendência dos Senhores da Trofa em História da Casa da Trofa.

67. Vide História da Casa da Trofa.

68. Do capitão-mor José Cardoso da Mesquita de Mello e Souza e de sua mulher D.Bernarda de Lemos e Menezes de Noronha é 5º neto legítimo o autor deste trabalho. Vide «Sangue Real», ib.

 
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